terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Dom Nereudo conhece o trabalho da Pastoral dos Migrantes e da Rede Clamor no Acre e na fronteira tríplice



O bispo auxiliar de Olinda e Recife e referencial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no acompanhamento à Rede Clamor, dom Nereudo Freire Henrique fez uma visita pastoral, nesta semana, a Rio Branco (AC) para conhecer o trabalho que é desenvolvido pela Pastoral do Migrante e Rede Clamor na diocese e na fronteira tríplice Brasil, Bolívia e Peru. A Rede Clamor tem por missão trabalhar com refugiados, migrantes e combate ao tráfico humano.

Na visita, dom Nereudo conheceu uma Casa de Acolhida e Passagem de migrantes, coordenada pela prefeitura de Rio Branco, onde são acolhidos migrantes da Venezuela, Peru e tantos países em busca de acolhimento, proteção e integração no Brasil. “Eu conheci na ponta o trabalho da Rede Clamor de acolher e estar presente na vida dos migrantes que chegam ao Brasil”, pontuou dom Nereudo.


Levantamento da Pastoral do Migrante, criada em 2020, dá conta de que no no Acre residem aproximadamente 400 famílias, em sua maioria venezuelanas, que se firmaram neste chão amazônico e contribuem de forma significativa na economia, cultura, saberes e com sua culinária. Boa parte delas, segundo dom Nereudo, é acompanhada pelas equipes da Pastoral dos Migrantes compostas por colaboradores contratados e voluntários.

As ações realizadas pela Pastoral do Migrante se estendem desde Rio Branco, capital do Acre, até a região de fronteira com a Bolívia, nas cidades de Epitaciolândia e Brasiléia, até a cidade de Assis Brasil, fronteira com o Peru. Os atendimentos são diversificados, a depender da necessidade de cada beneficiário que chega a um dos escritórios da pastoral.
Parcerias e articulações

Desde 2022, a Pastoral do Migrante conta com apoio do Serviço Pastoral dos Migrantes e com outros parceiros, como a Cáritas Brasileira, Instituto Madre Bernarda, IMDH, ACNUR, OIM, MPT, IFAC, UFAC, para execução do trabalho nesse território acreano.

A pastoral trabalha com migrantes de origem venezuelana, haitiana, uruguaia, paraguaia, chilena, colombiana, peruana, boliviana, bissau-guineense, somaliense, paquistaneses, indianas, vietnamitas e brasileira na dimensão da comunidade de acolhida.

Como braço acolhedor da diocese de Rio Branco, a Pastoral promove acolhimento, proteção e integração aos migrantes e refugiados, oferecendo apoio em documentação, inserção no mercado de trabalho e inclusão social, além de promover orientações sobre acesso a direitos, enfrentamento à xenofobia, tráfico de pessoas e contrabando de migrantes.

Seus membros também se inserem nos Conselhos e Comitês locais e nacionais, têm articulação com o poder público e com os órgãos regulamentadores e parceria com a Polícia Federal no atendimento à documentação e regularização migratória.
Eixos da Pastoral dos Migrantes

A Pastoral organiza sua ação a partir dos seguintes eixos: I) Acolhimento e orientação – Com atuação na produção de informações seguras, auxílio na documentação e direcionamento/elaboração do plano de vida de migrantes e refugiados; II) Promoção de Direitos – Com atuação na defesa dos direitos dos migrantes e refugiados, denunciando violações e trabalhando pela sua cidadania plena); III – Ações Sociais – Na realização de campanhas, bazare e atividades durante a Semana do Migrante para a integração social.

Busca também atuar nos eixos: Articulação – Na colaboração com os órgãos públicos locais e federais para fortalecer o atendimento a migrantes e refugiados na região do Acre); Formação – Com a promoção de capacitações permanentes e participação em encontros nacionais; e de Incidência social e política na região amazônica e fronteiriça.

Em 2025 o mundo despediu-se do Papa Francisco

Estes últimos dias do ano levam-nos a recordar o Papa Francisco e aquilo que de mais humano e próximo nos tocou durante o seu pontificado. Sempre com especial atenção aos marginalizados do mundo, Francisco deixou intensas memórias com os seus gestos e palavras.

Rui Saraiva – Portugal

Francisco passou por aqui. Pode muito bem ser este o título que podemos usar para descrevermos a sensibilidade pastoral do Papa durante o seu pontificado. Com uma atitude generosa, impregnada de Evangelho e pronta para o serviço, Francisco deixou marca por onde passou.

A casa de Francisco nas periferias descartadas
Sempre com especial atenção aos marginalizados do mundo, tal como fazia em Buenos Aires. Na capital argentina, Bergoglio era visita regular nas “villas miséria” e as pessoas sabiam o seu nome e viam-no como um deles. Conhecia a realidade. E, por isso, quando esteve em Kangemi, um dos sete bairros de lata de Nairobi a capital do Quénia, na sua visita àquele país africano, afirmou estar ali como se estivesse “em casa”. “Sinto-me em casa, partilhando este momento com irmãos e irmãs que têm um lugar preferencial na minha vida e nas minhas opções, não me envergonho de o dizer”, disse Francisco a 27 de novembro de 2015.

E o Santo Padre denunciou na ocasião, a riqueza concentrada em minorias, enquanto a maioria vive abandonada e descartada. “São as feridas provocadas pelas minorias que concentram o poder, a riqueza e perduram egoisticamente, enquanto a crescente maioria tem que refugiar-se em periferias abandonadas, poluídas e descartadas”, afirmou o Santo Padre.

A simplicidade dos gestos
Para a história da Igreja ficam os documentos ricos e profundos que afirmam valores como a defesa da Criação e a fraternidade humana, em textos papais de grande relevo como “Laudato Si” e “Fratelli Tutti”, mas para a memória de cada um ficam os gestos e atitudes que expressavam o sentir do coração.

Com efeito, desde o primeiro momento que o ritmo acelerado do Papa Francisco foi uma marca do seu pontificado. Com um passo decidido e uma naturalidade desconcertante, o Santo Padre desde o primeiro momento deixou claras várias atitudes que não eram apenas um novo estilo ou formato, mas sinais reveladores do conteúdo fresco do Evangelho.

E, assim, inesperadamente, o Papa Francisco como que desceu na noite da sua eleição da varanda da Basílica de S. Pedro até junto do seu povo, ao qual se inclinou para receber a oração que pede a bênção de Deus. Um momento único, original e inovador que foi um primeiro grande sinal:

“E agora eu gostaria de dar a bênção, mas antes… antes peço-vos um favor: antes de o bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que Ele me abençoe: a oração do povo que pede a bênção para o seu bispo. Façamos em silêncio esta oração de vós por mim”, disse o Papa Francisco a 13 de março de 2013.

E assim começou a acelerar a dinâmica pastoral pontifícia logo ali: incluiu o povo no seu caminho, dando um registo de normalidade quotidiana ao pontificado. Começando a anular os resquícios principescos da sua função.

Um dos primeiros gestos foi saldar a conta que faltava pagar na Residencial Domus Paulus VI e aonde se dirigiu logo no dia a seguir à eleição. E os sapatos que usava Francisco já não eram papais vermelhos, mas pretos e… ortopédicos!

E, claro, depois veio a surpreendente decisão de não viver no Palácio Apostólico, mas na Casa de Santa Marta. Uma decisão que arrepiou os mais indefetíveis da formalidade vaticana e do seu regular funcionamento institucional.

A força das palavras
Foi também de palavras intensas, metáforas criativas e pequenas histórias que se fez o pontificado de Francisco. Umas mais fortes e programáticas como “dizer energicamente não a qualquer forma de clericalismo” ou “desmasculinizar a Igreja” e outras bem mais singelas como por exemplo as palavras com licença, obrigado e desculpa.

Um outro exemplo são as palavras teto, terra e trabalho. Recordamos aqui algumas frases que orientaram o pontificado do Papa Francisco e que foram proferidas nos primeiros dias após a sua eleição:

“Quando caminhamos sem a Cruz, quando edificamos sem a Cruz e quando confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papa, mas não discípulos do Senhor”. (Missa Pro Ecclesia, 14 de março 2013).

“Não te esqueças dos pobres!'. E aquela palavra entrou aqui: os pobres, os pobres. Depois, imediatamente em relação aos pobres, pensei em Francisco de Assis. É o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre... Ah, como gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres.” (Audiência aos Jornalistas, 16 de março 2013).

“Ele, nunca se cansa de perdoar, mas nós, por vezes, cansamo-nos de pedir perdão. Nunca nos cansemos, nunca nos cansemos! Ele é o Pai amoroso que perdoa sempre, que tem um coração de misericórdia para todos nós.” (Angelus, 17 de março 2013).

“Nunca nos esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço e que também o Papa para exercer o poder deve entrar cada vez mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz”. (Missa do Início Solene do pontificado, 19 de março 2013).

“E por favor, não deixeis que vos roubem a esperança! Não deixeis que roubem a esperança! Aquela que nos dá Jesus”. (Domingo de Ramos, 24 de março 2013).

“Isto eu vos peço: sede pastores com o odor das ovelhas, pastores no meio do próprio rebanho, e pescadores de homens”. (Missa Crismal, 28 de março 2013).

Em 2025 o mundo despediu-se do Papa Francisco que faleceu no dia 21 de abril.

Laudetur Iesus Christus

EVANGELHO DO DIA (Lc 2,36-40)

ANO "A" - DIA: 30.12.2025
SEXTO DIA DA OITAVA DO NATAL (BRANCO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Um dia sagrado brilhou para nós: Nações, vinde todas adorar o Senhor: pois hoje desceu grande luz sobre a terra!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
-Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 36 havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37 Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38 Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39 Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40 O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Profetisa Ana: mulher de esperança, oração e fé"

Naquele tempo, havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Azer. Era de idade muito avançada, quando jovem tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois, ficara viúva e, agora, já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém (Lucas 2,36-40).

Profetisa Ana vive da esperança do futuro

Irmãos e irmãs, a oração verdadeira não é fuga do mundo, mas uma forma de habitá-lo com os olhos de Deus. E nós vemos isso na figura que nos é apresentada neste dia, que é a profetisa Ana. Ela não se retira por desilusão, mas para mergulhar no essencial.
E o que é o essencial? A presença de Deus. Ana se gasta com jejuns e também com orações, com muita oração. Viúva há décadas, ela permanece no templo, entre jejuns e orações, vivendo não da saudade do passado, mas da esperança do futuro.
Perseverança e reconhecimento da Salvação

Ela tem a esperança diante dos olhos agora, por isso reconhece o Menino. Enquanto tantos passam distraídos, ela vê e proclama. A verdadeira profecia é a voz que aponta para além de si.

Muito além do esforço de Ana, muito além do esforço pelo jejum, pela oração, agora os seus olhos viram a salvação para além de si, na presença daquele Menino que representa a realização de todas as promessas, todas as promessas que ela trazia no coração até aquele momento. Também confiemos todas as nossas esperanças a Deus.
Profetisa Ana nos ensina a confiar nas promessas de Deus

Quais são as promessas que foram feitas a você? Qual é a promessa que você espera como realização na sua vida?

Ana é essa figura que nos coloca também neste caminho de grande esperança, mas também de grande perseverança, porque, no momento derradeiro, o Senhor vai agir em nossa vida também.

Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova


Para os tempos maus: o Batismo no Espírito Santo!


Sacerdote da Comunidade Canção Nova, Padre Roger Luis pregou sobre os tempos maus.

Queridos irmãos e irmãs, é uma grande alegria e responsabilidade, mas também uma honra, poder pregar mais uma vez a palavra de Deus.

O tema da minha pregação é “Para os tempos maus: o Batismo no Espírito Santo.”

Leitura Atos dos Apóstolos, capítulo 2, 14-21.
No momento da leitura, vemos que os sinais externos do Pentecostes estavam se realizando. O Espírito Santo desceu sobre os apóstolos e discípulos, dando-lhes a capacidade de falar em línguas, e todos estavam cheios do Espírito. No versículo 14, Pedro se levanta e, com uma voz forte, declara:

“Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém, seja-vos isso conhecido e prestai atenção às minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como pensais, visto não ser ainda a hora terceira do dia. Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel: ‘Acontecerá nos últimos dias, diz Deus, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo. Profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas; os vossos jovens terão visões e os vossos anciãos sonharão. Sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito e profetizarão. Farei aparecer prodígios no céu e milagres na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, até que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E todo o que invocar o nome do Senhor será salvo.'” (At 2, 14-21)

Pedro está nos mostrando que este é um tempo de sinais e maravilhas, um tempo em que o Espírito Santo se derrama sobre todos, e aqueles que invocam o nome do Senhor serão salvos.

“E ante o progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos esfriará. Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo.” (Mt 24, 12)

Jesus nos alerta para o aumento da iniquidade, mas também nos diz que quem perseverar até o fim será salvo. Esta é uma palavra de esperança para todos nós nos dias maus que estamos vivendo.

“Eles venceram por causa do sangue do Cordeiro e do seu eloquente testemunho, desprezaram a vida até a morte. Por isso, alegrai-vos ó céus e todos que aí habitais, mas ai de vós, terra e mar, porque o demônio desceu até vós, cheio de grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.” (Ap 12,11-12)

Este texto nos mostra que, embora o inimigo tenha grande ira, nós, como Igreja, vencemos pelo sangue do Cordeiro. Precisamos estar preparados, pois o demônio sabe que o tempo dele está curto.

A partir desses textos, percebemos que, mesmo com os tempos difíceis e a maldade crescente, o Espírito Santo nunca abandonou a Igreja. Ele continua a derramar sua graça sobre nós, nos fortalecendo para os desafios dos dias maus.

Eu quero dizer para você: o Espírito Santo nunca abandonou a Igreja. Ele jamais abandonará você! Jesus enviou o Espírito Santo para nos dar assistência, especialmente nos dias maus.

Precisamos abrir nosso coração e suplicar: “Vem, Espírito Santo, vem me batizar, vem me ungir, vem me santificar. Vem me direcionar, vem conduzir minha vida para que eu não seja engolido pelos males deste mundo.”

Sagrada Família

Quando Deus quis, no seu amor, enviar seu Filho para morar entre nós, Ele escolheu uma família para receber Verbo Divino. Com isso Deus marcou com maior dignidade a família humana e mostrou que esta instituição é essencial para o desenvolvimento da pessoa.

A família de Nazaré tornou-se assim o modelo para as famílias cristãs do mundo. A bondade de Maria e a justiça de José deveriam ser as virtudes procuradas pelos pais e mães de família. Em Nazaré, Jesus aprendeu a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu, estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo José, a quem amava muito e por ele era muito amado também.

Jesus nasceu numa verdadeira família para receber tudo o que necessitava para crescer e viver, mesmo sendo muito pobre. Teve o amor dos pais unidos pela religião, trabalhadores honrados, solidários com a comunidade, conscientes e responsáveis por sua formação escolar, cívica, religiosa e profissional.

Essa família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão atormentada por divórcios e separações de tantos casais, com filhos desajustados e todos infelizes. A família deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com consciência que haverá momentos difíceis e crises.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unirem em matrimônio e constituir uma nova família não o podem fazer levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total até a morte.

Oração:

Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo. Concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar, um dia, às alegrias da vossa casa. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Casa Bom Samaritano acolhe mais de 200 migrantes em 2025 e fortalece integração social e laboral


A Casa Bom Samaritano (CBS), centro de acolhida localizado no Distrito Federal, encerra o ano de 2025 com resultados significativos no atendimento a migrantes e refugiados venezuelanos. No total, 211 pessoas foram acolhidas pela iniciativa, que atua na estratégia de interiorização da Operação Acolhida, coordenada pelo Governo Federal.

Mantida em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), AVSI Brasil e o Instituto Migrações e Direitos Humanos/Fundação Scalabriniana (IMDH/FS), a Casa Bom Samaritano tem como metodologia a cogestão, incentivando a participação ativa dos acolhidos na organização e nas atividades do espaço, com foco na autonomia e na integração local.

Integração laboral e educacional

Entre os principais eixos de atuação, destaca-se a integração laboral. Em 2025, a CBS promoveu cursos de capacitação em língua portuguesa, padaria artesanal e educação financeira, alcançando mais de 130 participantes. Como resultado desse trabalho, 37 pessoas conseguiram inserção no mercado de trabalho, com o apoio de uma rede formada por 16 empresas parceiras.

Na área educacional, 89 pessoas – entre crianças, adolescentes e adultos – foram incluídas em creches, escolas de ensino fundamental e médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O atendimento também contemplou a inclusão de pessoas com deficiência em centros especializados.

Voluntariado e parcerias institucionais
O fortalecimento do voluntariado foi outro destaque do período. Ao longo do ano, 46 novos voluntários passaram a colaborar com a Casa Bom Samaritano e o IMDH, atuando em frentes como aulas de português, cuidados infantis, organização de doações e ações comunitárias.

A CBS contou ainda com uma ampla rede de parcerias institucionais, envolvendo embaixadas, universidades, empresas, organizações sociais e comunidades religiosas, o que contribuiu para ampliar o impacto das ações e fortalecer o vínculo com a sociedade local.



Solidariedade e espiritualidade
No campo da solidariedade, a colaboração da comunidade foi essencial. Até novembro, a Casa recebeu doações expressivas de alimentos, roupas, móveis e kits escolares, beneficiando diretamente as famílias acolhidas.

A dimensão da espiritualidade também esteve presente no cotidiano do centro, com momentos diários de oração e celebrações eucarísticas mensais, de participação livre, mas com adesão significativa dos acolhidos. Datas comemorativas como a Páscoa, a Festa Junina e o Dia das Crianças foram celebradas de forma comunitária, promovendo integração e convivência.
Dia de formação de voluntários

Apesar dos avanços, a irmã Rosita Milesi, co-gestora da CBS, salientou que 2025 foi marcado por um desafio relevante: a interrupção temporária de recursos financeiros entre janeiro e abril, decorrente do corte de financiamento internacional, o que impactou o número de famílias acolhidas no período.

“Ainda assim, após quatro anos de funcionamento, a avaliação geral aponta para resultados positivos, especialmente no processo de autonomia das famílias por meio do trabalho e da inserção social”, disse.

Com informações da Casa Bom Samaritano

O Papa: que as miragens do mundo não sufoquem a chama do amor nas famílias


No Angelus deste domingo da Sagrada Família, Leão XIV convidou a contemplar o mistério do Natal "com admiração e gratidão", a pensar "nas nossas famílias e na luz que elas também podem trazer à sociedade em que vivemos". "Infelizmente, o mundo sempre tem os seus “Herodes”, seus mitos de sucesso a qualquer custo, de poder sem escrúpulos, de bem-estar vazio e superficial, e muitas vezes paga as consequências com solidão, desespero, divisões e conflitos", disse o Papa.



Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Leão XIV rezou a oração mariana do Angelus deste domingo, 28 de dezembro, Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice recordou que a Liturgia deste domingo nos apresenta a passagem da “fuga para o Egito”.

“É um momento de provação para Jesus, Maria e José. Realmente, no contexto luminoso do Natal, projeta-se, quase de repente, a sombra inquietante de uma ameaça mortal, que tem a sua origem na vida atormentada de Herodes, um homem cruel e sanguinário, temido pela sua brutalidade e, precisamente por isso, profundamente só e obcecado pelo medo de ser destronado.”

Deus está realizando o maior milagre da história
"Quando, através dos Magos", Herodes "toma conhecimento que nasceu o “rei dos Judeus”, sentindo-se ameaçado no seu poder, decreta a morte de todas as crianças com a idade correspondente à de Jesus. No seu reino, Deus está realizando o maior milagre da história, no qual se cumprem todas as antigas promessas de salvação; porém, ele não consegue vê-lo, cego pelo medo de perder o trono, as suas riquezas e os seus privilégios", disse o Papa, acrescentando:

“Em Belém, há luz e alegria: alguns pastores receberam o anúncio celestial e, diante do presépio, glorificaram a Deus, mas nada disso consegue penetrar além das defesas reforçadas do palácio real, a não ser como um eco distorcido de uma ameaça, a ser sufocada com uma violência cega.”

O valor da presença e da missão da Sagrada Família
"Não obstante, justamente essa dureza de coração evidencia ainda mais o valor da presença e da missão da Sagrada Família que, no mundo despótico e ganancioso que o tirano representa, é o ninho e o berço da única resposta de salvação possível: a de Deus que, em total gratuidade, se doa aos homens sem reservas e pretensões. E o gesto de José que, obediente à voz do Senhor, leva em segurança a Esposa e o Menino, manifesta-se aqui em todo o seu significado redentor. Com efeito, no Egito, a chama do amor doméstico a que o Senhor confiou a sua presença no mundo cresce e ganha vigor para levar luz ao mundo inteiro", disse ainda o Papa.

O mundo sempre tem os seus “Herodes”
“Enquanto contemplamos este mistério com admiração e gratidão, pensamos nas nossas famílias e na luz que elas também podem trazer à sociedade em que vivemos. Infelizmente, o mundo sempre tem os seus “Herodes”, seus mitos de sucesso a qualquer custo, de poder sem escrúpulos, de bem-estar vazio e superficial, e muitas vezes paga as consequências com solidão, desespero, divisões e conflitos. Não deixemos que essas miragens sufoquem a chama do amor nas famílias cristãs.”

"Pelo contrário, conservemos nelas os valores do Evangelho: a oração, a frequência aos sacramentos – especialmente a Confissão e a Comunhão –, os afetos saudáveis, o diálogo sincero, a fidelidade, a concretude simples e bela das palavras e dos bons gestos de cada dia. Isso torná-las-á luz de esperança para os ambientes em que vivemos, escola de amor e instrumento de salvação nas mãos de Deus", sublinhou Leão XIV.

Sinal eficaz da sua presença
“Então, peçamos ao Pai do Céu, por intercessão de Maria e de São José, que abençoe as nossas famílias e as do mundo inteiro, para que, crescendo segundo o modelo da família do seu Filho feito homem, elas sejam para todos um sinal eficaz da sua presença e da sua caridade sem fim.”

Continuemos a rezar pela paz
Após a oração mariana do Angelus, o Papa saudou os fiéis e peregrinos provenientes da Itália e outros países. A seguir, disse:

“À luz do Natal do Senhor, continuemos a rezar pela paz. Hoje, em particular, rezemos pelas famílias que sofrem por causa da guerra, pelas crianças, pelos idosos e pelos mais frágeis. Confiemos juntos à intercessão da Sagrada Família de Nazaré.”

EVANGELHO DO DIA (Lc 2,22-35)

ANO "A" - DIA: 29.12.2025
5º DIA DA OITAVA DO NATAL (BRANCO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Sois a luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
-Glória a vós, Senhor.

22 Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23 Conforme está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor". 24 Foram também oferecer o sacrifício - um par de rolas ou dois pombinhos - como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29 "Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel". 33 O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: "Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35 Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma".

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Simeão e a espera fiel: confiança em Deus mesmo no silêncio"

Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na lei do Senhor. Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor. Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão veio no templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a lei ordenava. Tomou o menino nos braços e bendice a Deus (Lucas 2,22-35).

A esperança de Simeão estava na confiança em Deus

Irmãos e irmãs, Simeão representa o coração fiel que não desiste de esperar em Deus. E esse é o grande convite para você neste dia.

Não desista de esperar, e espere sempre em Deus. Sempre espere no correto, que é o nosso Senhor. Mesmo quando tudo parece silêncio, Simeão toma o menino nos braços e louva a Deus. Ele esperou a vida inteira pela promessa, a vida inteira.

Ao encontrar o Cristo, diz: “Agora, Senhor, podes deixar teu servo partir em paz”.
Irmãos e irmãs, quem viu Jesus, mesmo na fragilidade de um bebê, já viu tudo, viu o céu; então pode partir, de fato, em paz, como encontramos no canto de Simeão. Ele esperou com fé, e também nós devemos assim esperar.

Confiança em Deus é exemplo de quem sabe esperar com fé
Mesmo quando Deus parecia ausente, Simeão esperou. Então, mesmo quando Deus parecer ausente em sua vida, espere, confie, mantenha a fé, porque é uma aparente ausência, não é uma ausência real. Deus está sempre conosco.
O menino parece comum aos olhos do mundo, mas é reconhecido por quem tem coração puro. Que o Senhor purifique o nosso coração, que Ele purifique nossas intenções neste mundo, a fim de que possamos ver Deus verdadeiramente. O verdadeiro encontro com Deus não exige sinais. Não tinha nenhuma grandiosidade naquele menino. Ele tinha humildade, simplicidade, pobreza.

Reconhecer Deus na simplicidade e no silêncio
Deus não exige sinais grandiosos, mas se dá no silêncio, na oração, na adoração, na obediência. Naquele menino que se apresentava, não havia grandiosidade, havia muita simplicidade. Simeão viu, e por isso sua vida se completou quando viu aquela simplicidade.

Que também nós aprendamos a reconhecer e acolher Jesus quando Ele vem escondido.

Às vezes, Ele vem a nós escondido, talvez naquele irmão que você menos imagina, e ali está uma oportunidade. Ele vem frágil, vem silencioso, mas é sempre presente.

Sobre você desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova