quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Brasil sediará o IV Encontro Latino-Americano e Caribenho de Responsáveis de Prevenção de Abusos



Em Brasília, no 28 de novembro de 2025, teve início o processo de organização do IV Encontro Latino-Americano e Caribenho de Responsáveis de Prevenção de Abusos. A reunião preparatória contou com a presença de representantes do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e da Confederação Latino-Americana de Religiosos (CLAR).

Durante o encontro, foi confirmado que o Brasil será a sede da quarta edição do evento. As datas foram fixadas para os dias 1º, 2 e 3 de setembro, embora a cidade anfitriã e o local específico ainda estejam em fase de definição.

O encontro é organizado pela Rede de Prevenção de Abusos na Igreja da América Latina e do Caribe, uma iniciativa vinculada ao CELAM, nesta edição em parceria com a CNBB e CRB. O objetivo central é fortalecer as políticas e ações para a proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis no contexto eclesial.
Caminhada pela cultura do cuidado

A iniciativa dá continuidade a um trabalho iniciado em novembro de 2023, com a criação da Rede Latino-Americana e Caribenha para a Cultura do Cuidado. Desde então, a Rede tem se consolidado como um espaço vital para o intercâmbio de experiências e o fortalecimento do trabalho conjunto entre as igrejas locais.

As edições anteriores do encontro, realizadas no Chile na Colômbia e República Dominicana, foram marcos importantes para o aprofundamento de temas essenciais e para o crescimento do serviço de proteção em cada país do continente. A edição brasileira promete avançar ainda mais na consolidação de ambientes seguros e na promoção da cultura do cuidado na Igreja.


Por Osnilda Lima

Dia 8 de dezembro: Papa homenageará a Imaculada na Praça de Espanha


Leão XIV, na próxima segunda-feira, se dirigirá à Praça Mignanelli às 16h locais para uma oração aos pés da coluna sobre a qual se ergue a estátua da Virgem Maria.

Vatican News

Tradição e devoção se entrelaçam na homenagem à Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, por ocasião da solenidade que se celebra na segunda-feira, 8 de dezembro. Os cidadãos de Roma e diversas organizações rezarão e deixarão flores à estátua da Virgem na Praça Mignanelli, e também o Papa Leão XIV realizará o tradicional ato de devoção à efígie mariana. No ano passado, em 8 de dezembro de 2024, foi o Papa Francisco quem rezou aos pés de Maria e a confiou o iminente Jubileu, “uma mensagem de esperança para a humanidade provada pelas crises e pelas guerras”. O Papa Leão retorna, portanto, à Imaculada poucas semanas antes da conclusão do Ano Santo.

A chegada do Papa Leão
O Vicariato de Roma, em comunicado, informa que os primeiros a deixar flores à estátua da Imaculada, como tradição, serão os Bombeiros, em homenagem aos 220 colegas que, em 8 de dezembro de 1857, inauguraram a obra. Às 7h, subirão até o topo para depositar sua coroa de flores no braço da Virgem. À tarde, às 16h, chegará o Papa, que será acolhido pelo cardeal vigário Baldo Reina e pelo prefeito Roberto Gualtieri, permanecerá em oração aos pés da coluna de 12 metros de altura, no topo da qual está colocada a estátua de Nossa Senhora, e deixará uma coroa de flores.

O dia contará com uma série de eventos: às 8h30, a banda da Gendarmaria Vaticana executará um hino a Maria; em seguida, participarão a paróquia de Sant’Andrea delle Fratte, a Soberana Ordem de Malta, a Legio Mariae, o Circolo S. Pietro, a Fundação Don Gnocchi, a Unitalsi e diversas instituições escolares. Às 9h, na igreja da Trinità dei Monti, haverá a Missa presidida por monsenhor Francesco Pesce, encarregado diocesano da Pastoral Social e do Trabalho, com os trabalhadores de algumas empresas romanas.

A novena a Maria
A animação da festividade será realizada pelos frades menores conventuais da Basílica dos Santos XII Apóstolos. Na igreja, entre outras atividades, realiza-se a novena mais antiga à Imaculada de Roma: de 29 de novembro a 7 de dezembro, diariamente, às 17h45, ocorre a recitação do Rosário e o canto das ladainhas; depois, às 18h30, a Missa é iniciada pelo canto do “Tota Pulchra”, composto pelo frade menor conventual Alessandro Borroni.

As missas celebradas pelos cardeais
Hoje, 3 de dezembro, a Missa na Basílica dos Santos XII Apóstolos será presidida pelo cardeal Angel Fernandez Artime, pro-prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Na quinta-feira, 4 de dezembro, será a vez do cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais; na sexta-feira, 5 de dezembro, presidirá a liturgia o cardeal Rolandas Makrickas, arcipreste da basílica papal de Santa Maria Maior. Finalmente, no sábado, 6 de dezembro, celebrará o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos; domingo, 7 de dezembro, o cardeal Mauro Gambetti, vigário geral de Sua Santidade para a Cidade do Vaticano. Na segunda-feira, 8 de dezembro, a solene celebração eucarística será conduzida pelo cardeal Leonardo Sandri, prefeito emérito do Dicastério para as Igrejas Orientais.

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EVANGELHO DO DIA (Mt 7,21.24-27)

ANO "A" - DIA: 04.12.2025
1ª SEMANA DO ADVENTO (ROXO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Buscai o Senhor, vosso Deus, invocai-o enquanto está perto!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
-Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21 "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24 Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26 Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!"

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Quando a Palavra de Deus é nosso verdadeiro alicerce"

Quando a Palavra de Deus é nosso verdadeiro alicerce
“Quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática é como o homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa e a casa caiu. E sua ruína foi completa” (Mt 7,21.24-27).

Irmãos e irmãs, construir a vida na rocha é obedecer à Palavra de Deus, é vivenciar, colocar em prática, na vida, a palavra escutada. Isso é construir sobre a rocha, que é o próprio Cristo.

Quando vem a tempestade, quem age segundo Jesus, segundo os Seus ensinamentos, permanece firme. E essa deveria ser a nossa vocação.
Cristo, o alicerce seguro da nossa vida espiritual

Agora, é muito forte, e até certo ponto trágico, quase uma tragédia, ouvir que a ruína da casa que foi construída sobre a areia foi completa, não sobrou pedra sobre pedra. Esse é um grande alerta para nós.

Todas as condições nos são dadas para que a construção da nossa vida espiritual e a construção do nosso ser no mundo seja o próprio Cristo: escutamos a Palavra, escutamos esta homilia, a palavra de Deus que nos alcança, interpela e convida-nos à conversão, à mudança de vida. É um constante grito: “Construa a sua casa sobre a rocha!”. Às vezes, no entanto, essa não é a realidade que vivenciamos.

Cristo é a rocha, Ele é fundamento, Ele é alicerce. Jesus é alicerce, ele não é rodapé! Mas quantas vezes nós O tratamos como rodapé? Quantas vezes negligenciamos os constantes convites à conversão que escutamos de diversas maneiras, da boca de diversas pessoas? Mas nós procrastinamos, deixamos para depois e continuamos na construção sobre a areia.

A urgência de não adiar a conversão do coração
Devemos ter cuidado, porque o Evangelho diz que a ruína daquela casa foi completa. As condições para a mudança de vida, para a mudança de mentalidade nos são apresentadas. Então, abramos o nosso coração para a ação do Espírito Santo de Deus, que convence o mundo, que nos convence a respeito do pecado, e, ao nos convencer, gera em nós uma mudança interior.

Que a nossa vida esteja construída em Cristo Jesus, que é o verdadeiro alicerce, a rocha, e que o nosso coração se vincule ao coração d’Ele.

Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova


Guardai o vosso coração dos ídolos da modernidade!


Guardai o vosso coração dos ídolos da modernidade

Missionário da Ordem Carmelitas Mensageiros, Frei Gilson pregou sobre o tema: Guardai o vosso coração dos ídolos da modernidade!

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
O que é idolatria?

A primeira questão que precisamos resolver é: o que é idolatria? A Palavra de Deus nos orienta claramente: “Guardai o vosso coração dos ídolos”. Mas o que isso significa? Vamos descobrir juntos.

Abra sua Bíblia em 1 Coríntios 10,7, onde está escrito: “Não vos torneis idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: o povo sentou-se para comer e beber, e depois levantou-se para se divertir”.

A Palavra nos alerta que não nascemos idólatras, mas podemos nos tornar idólatras. Veja o exemplo do povo que Moisés tirou do Egito: eles se tornaram idólatras ao construir um bezerro de ouro e adorá-lo.

Em 1 Coríntios 10, 14, lemos: “Portanto, caríssimos meus, fugi da idolatria.” A mensagem é clara: é preciso fugir da idolatria. O mundo ao nosso redor é idólatra, cultua outros deuses e levanta ídolos, mas você deve fugir disso.
A idolatria no mundo moderno

Vivemos em um mundo profundamente idólatra. Em 1 João 2,15, a Palavra de Deus nos exorta: “Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo”. Tudo o que nos distancia de Deus e coloca algo ou alguém no lugar que pertence a Ele é idolatria.

Por isso o chamado hoje é para que você guarde o seu coração.

Reflita: o que tem ocupado o lugar de Deus em sua vida? Existe algo ou alguém que você tem colocado acima da sua relação com o Senhor? A Palavra nos orienta a discernir, vigiar e, sobretudo, fugir da idolatria.

Que essa reflexão nos ajude a viver uma vida mais plena e dedicada a Deus.

São João Damasceno

João nasceu no ano 675 na Síria, em Damasco, (por isso "Damasceno"). Nesta época os muçulmanos ocupavam esta região e também a Palestina, e eram relativamente respeitosos com a religião cristã. Seu pai era funcionário do Califa, e pelo seu prestígio chegou a ser eleito prefeito da cidade. João, educado no catolicismo, ajudou o pai e teve a oportunidade de um ótimo futuro, tanto social como economicamente. Renunciou porém a tudo, distribuiu seus bens aos pobres e aos 25 anos fez-se monge no convento de São Sabas, próximo a Jerusalém.

Desde então, dedicou-se à vida no claustro, ao silêncio, aos estudos e à atividade literária. Quase nunca saiu do mosteiro. Sua humildade e caridade levaram a que fosse venerado como santo ainda em vida.

Porém a importância de João foi ainda além. Seus escritos recapitulam cinco séculos de história da Igreja e antecipa novas diretrizes que se desenvolveriam na idade Média. A sua obra mais conhecida, “A Fonte da Ciência”, tenta uma exposição sistemática do dogma católico, incluindo noções filosóficas e um desenvolvimento histórico, originais. Por isso ele foi comparado, no Oriente, a São Tomás de Aquino, o maior teólogo católico do Ocidente.

Os escritos de João incluem quase todos os setores da doutrina cristã, como teologia dogmática, apologética, ascética, etc. De particular importância são a sua defesa sobre a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Sua maternidade divina, Sua virgindade perpétua e a Sua Assunção ao Céu em corpo e alma, ou seja, temas que somente séculos depois teriam definição mais clara para a Igreja.

Diz-se que um se seus livros, defendendo o culto das imagens contra os iconoclastas (“Orações sobre as Imagens Sagradas”), teria levado à sua prisão e decepamento da mão direita, para que não pudesse escrever mais; nesta mesma noite, Nossa Senhora lhe teria aparecido e curado milagrosamente. Porém não é certo se tal versão é fato verdadeiro.

Faleceu no mosteiro de São Sabas, a quatro de dezembro de 749, e foi proclamado em 1890 Doutor da Igreja.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Nunca será suficientemente exaltada a escolha, ao longo da vida, do tempo destinado à oração e meditação. Naturalmente que a vocação de São João Damasceno é algo específico, mas todo católico deve ter momentos diários de intimidade profunda com Deus. Só assim chegaremos a receber, na quietude e silêncio da alma, o conhecimento que Deus quer nos dar a cada um, e – como consequência natural e obrigatória – o amor à Nossa Senhora, indispensável para uma fé esclarecida e fundamentada.

Oração:

São João Damasceno, que escolhestes “o opróbrio de Cristo às riquezas da Arábia, e uma vida de maus tratos às delícias do pecado” (in: Atas do VII Concílio Ecumênico), intercedei a Deus para que nós, neste mundo muitas vezes hostil a Ele, tenhamos a coragem e a perseverança de jamais abandonar a verdadeira Fé, defendê-la e praticá-la, sempre unidos fortemente a Maria, de modo que a humildade e caridade das nossas vidas se tornem caminho de salvação para nós e para o próximo. Amém.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Comissão para a Liturgia da CNBB retoma série de encontro de compositores com foco na música litúrgica para o Tempo Pascal


A Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através de seu Setor Música Litúrgica, promoveu nos dias 28 a 30 de novembro, o 15º Encontro de Compositores, no Centro de Pastoral Dom Fernando, em Goiânia. O evento foi organizado pela Equipe de Reflexão do Setor, sob a coordenação do assessor padre Jair Costa. Estiveram presentes 37 compositores de várias partes do Brasil.

O encontro marca, segundo a Comissão Episcopal para a Liturgia, uma retomada da série de Encontros de Compositores, iniciada em 2006, com encontros anuais ininterruptos até 2019, continuando na pesquisa e construção de uma música litúrgica fiel à tradição da Igreja e à cultura brasileira, nos passos do Hinário Litúrgico da CNBB, com as inspirações e intuições nele contidas.

O bispo da diocese de Bonfim (BA) e presidente da Comissão para a Liturgia, dom Hernaldo Pinto Farias, participou em conversa remota com o grupo, enfatizando a necessidade de compor músicas a partir dos textos litúrgicos, principalmente das celebrações que foram inseridas na 3a edição do Missal.

O arcebispo de Goiânia, dom João Justino, e o bispo auxiliar dom José Roberto, fizeram uma saudação no início. A missa de abertura foi presidida por Danival Coelho, também bispo auxiliar em Goiânia.
Música Litúrgica para o Tempo Pascal


Frei Joaquim Fonseca, da Ordem dos Frades Menores, apresentou o tema do encontro “Música Litúrgica para o Tempo Pascal”, através dos eixos rito, teologia e espiritualidade. O assessor destacou os elementos que devem fazer parte das letras dos cantos deste tempo, apresentando detalhadamente os textos litúrgicos.

Frei Joaquim destacou a ligação entre as Solenidade da Páscoa e de Pentecostes. “A festa do Espírito Santo, do ponto de vista dos textos litúrgicos, está intrinsecamente ligada à Páscoa. O Espírito que veio sobre a comunidade é o Espírito do Ressuscitado”. ressaltou.

O assessor ainda pontuou que todas as celebrações deste tempo estão interligadas e é absolutamente necessário levar isso em conta na composição da música litúrgica.

Celebrações e oficinas de música e letra
Os momentos celebrativos foram especiais, dando destaque ao Ofício Divino das Comunidades. Os inscritos participaram na animação dos cantos e na partilha das experiências da vida, momentos muito ricos.

Os inscritos partilharam composições próprias, relativas ao Tríduo Pascal, que foi tema do encontro anterior, acontecido em 2019. O assessor da Comissão, padre Jair, afirmou que foi possível constatar muita riqueza e pluralidade de expressões, partilhadas num clima de atenção e fraternidade.

Durante o encontro, foram realizadas Composição de Letra e Música. O resultado do trabalhado e as composições foram apresentadas ao término do encontro. “Damos graças a Deus pelo recomeço deste trabalho, que assim continuemos no serviço das comunidades através da música litúrgica”, concluiu o assessor da Comissão.




Por Willian Bonfim com informações e fotos do padre Jair Costa

O Papa: pensava em me aposentar, mas em vez disso me rendi a Deus


No voo de regresso do Líbano para Roma, Leão XIV encontrou-se com os jornalistas e falou do papel da Santa Sé que trabalha "nos bastidores" das negociações de paz, para que as partes deixem as armas. Em relação à Ucrânia, enfatizou o envolvimento da Europa e a importância do potencial papel da Itália. Respondeu a uma pergunta sobre a sua reação à eleição para o Conclave e sobre a sua espiritualidade: entregar a vida a Deus e deixar que Ele seja "o chefe".

Vatican News

"Antes de mais nada, quero agradecer a todos vocês que trabalharam tanto. Gostaria que transmitissem esta mensagem também aos outros jornalistas, quer na Turquia (Türkiye ) como no Líbano, que se empenharam em comunicar as importantes mensagens desta viagem. Todos vocês também merecem um forte aplauso por esta viagem." Com essas palavras, o Papa Leão XIV saudou os 81 jornalistas presentes no voo de retorno de Beirute para Roma e respondeu às perguntas de alguns deles, falando em inglês, italiano e espanhol.

A viagem, o Oriente Médio, a guerra na Ucrânia, a presença da Europa nas negociações de paz e a situação na Venezuela estiveram entre os temas abordados pelo Pontífice, que recebeu um presente de um correspondente libanês uma pintura feita à mão ao vivo na TV, nestes dias, retratando ele e os lugares simbólicos que visitou no País dos Cedros.

Joe Farchakh (LBC International): O senhor é um Papa americano que está guiando um processo de paz. Minha pergunta é se o senhor usará seus contatos com o presidente Donald Trump e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu; no avião, o senhor disse que o Vaticano é amigo de Israel. O senhor vai levantar a questão de como parar a agressão de Israel contra o Líbano? E é possível uma paz duradoura na região?

Em primeiro lugar, sim, acredito que uma paz duradoura é possível. Penso que, quando falamos de esperança, quando falamos de paz, quando olhamos para o futuro, o fazemos porque é possível que a paz chegue mais uma vez à região e ao seu país, o Líbano. De fato, já conversei com alguns dos líderes dos países que o senhor mencionou e pretendo continuar conversando, pessoalmente ou por meio da Santa Sé, porque temos relações diplomáticas com a maioria dos países da região, e certamente seria a nossa esperança continuar a fazer esse apelo à paz que mencionei no final da Missa de hoje.

Jornalista presenteia o Santo Padre com uma pintura (@Vatican Media)

Imad Atrach (Sky News Arabia): Em seu último discurso, houve uma clara mensagem para as autoridades libanesas a negociar: negociar, dialogar, construir. O Vaticano fará algo de concreto nesse sentido? Ontem à noite, o senhor se reuniu com um representante xiita. Antes de sua viagem, o Hezbollah lhe enviou uma mensagem. Não sei se o senhor a recebeu, a leu. O que nos poderia dizer a respeito? Muito obrigado por visitar o Líbano, que foi um sonho para nós.

Um aspecto desta viagem que não foi o motivo principal, porque a viagem nasceu pensando nas questões ecumênicas, com o tema de Niceia, o encontro com os patriarcas católicos e ortodoxos e a busca pela unidade na Igreja. Mas, de fato, durante esta viagem, também tive encontros pessoais com representantes de diversos grupos que representam autoridades políticas, pessoas ou grupos envolvidos em conflitos internos ou mesmo internacionais na região. O nosso trabalho não é algo público que declaramos pelas ruas; é algo que fazemos nos bastidores. É algo que já fizemos e continuaremos a fazer para convencer as partes a abandonarem as armas, a violência, e buscarem juntos a mesa de diálogo. Buscar respostas e soluções que não sejam violentas, mas que possam ser mais eficazes.

(A mensagem do Hezbollah)

Sim, eu a vi. Evidentemente há da parte da Igreja a proposta que deixem as armas e que busquem o diálogo. Mas, além disso, prefiro não comentar neste momento.

Cindy Wooden (CNS): Santo Padre, o senhor disse há alguns meses que há muito o que aprender sendo Papa. Quando o senhor chegou em Harissa ontem, com uma calorosa acolhida, havia a expressão de alguém que diz "Uau!". Pode nos contar o que está aprendendo? Qual é a coisa mais difícil em aprender a ser Papa? E o senhor, depois, nunca nos disse nada sobre como se sentiu no Conclave quando ficou claro o que estava acontecendo. Pode nos dizer alguma coisa a sobre isso?

Bem, meu primeiro comentário é que, justamente há um ou dois anos, pensava em me aposentar um dia. Você obviamente recebeu esse presente, mas alguns de nós continuaremos trabalhando (uma brincadeira referente ao fato que sua colega irá se aposentar em dezembro, ndr.). Quanto ao Conclave, acredito absolutamente no sigilo do Conclave, embora saiba que houve entrevistas públicas nas quais algumas coisas foram reveladas. Eu disse a um jornalista, um dia antes de ser eleito, que havia me parado na rua, que estava indo almoçar com os agostinianos. E ela me perguntou: "O senhor se tornou um dos candidatos! O que pensa a respeito?" E eu simplesmente respondi: "Tudo está nas mãos de Deus." E acredito nisso profundamente. Um de vocês, que é um jornalista alemão aqui, me disse outro dia: indique-me um livro, além de Santo Agostinho, que possamos ler para entender quem é Prevost. Há muitos, mas um deles é um livro chamado "A Prática da Presença de Deus". É um livro muito simples, escrito há muitos anos por alguém que nem assina com o seu sobrenome, Irmão Laurence. Mas descreve um tipo de oração e espiritualidade onde simplesmente entregamos nossa vida ao Senhor e permitimos que Ele nos guie. Se querem saber algo sobre mim, sobre minha espiritualidade ao longo de muitos anos, em meio a grandes desafios, vivendo no Peru durante os anos do terrorismo, sendo chamado a servir em lugares em que jamais poderia ter pensado que seria chamado para servir. Eu confio em Deus e essa mensagem é algo que compartilho com todas as pessoas. Então, como isso aconteceu? Eu me rendi quando vi como as coisas estavam indo e disse que isso poderia se tornar realidade". Respirei fundo e disse: "Eis-me aqui Senhor, Tu és o chefe, Tu guias o caminho".

Não sei se disse "wow" ontem à tarde (em Harissa). No sentido de que meu rosto é muito expressivo, mas muitas vezes divertido com a forma como os jornalistas interpretam minhas expressões. É interessante, às vezes pego grandes ideias de vocês, porque pensam que conseguem fazer uma leitura de mim no pensamento ou no rosto. Nem sempre vocês têm razão. Eu estava no Jubileu dos Jovens; havia mais de um milhão de jovens lá. Ontem à noite, havia uma pequena multidão. É sempre maravilhoso para mim. Penso comigo mesmo: "Essas pessoas estão aqui porque querem ver o Papa", mas depois digo para mim: "Elas estão aqui porque querem ver Jesus Cristo", e querem ver um mensageiro de paz, especialmente neste caso. Portanto, somente sentir o entusiasmo delas e ouvir a reação a essa mensagem é impressionante. Só espero nunca me cansar de apreciar tudo o que esses jovens estão demonstrando.

Leão XIV responde a perguntas dos jornalistas durante o voo que o trouxe de Beirute (@Vatican Media)

Gian Guido Vecchi (Corriere della Sera): São horas de grande tensão entre a OTAN e a Rússia. Fala-se em guerra híbrida, perspectivas de ataques cibernéticos e coisas do gênero. O senhor vê o risco de escalada, de um conflito travado com novos meios, como denunciado pelos líderes da OTAN? E, nesse clima, é possível haver negociação para uma paz justa sem a Europa, que tem sido sistematicamente excluída pela presidência estadunidense nos últimos meses?

Este é claramente um tema importante para a paz no mundo, mas a Santa Sé não participa diretamente porque não somos membros da OTAN nem de nenhum dos diálogos até agora. Embora tenhamos frequentemente pedido um cessar-fogo, o diálogo, e não a guerra. Uma guerra com muitos aspectos agora, incluindo o aumento das armas, toda a produção existente, os ataques cibernéticos e a energia. Com a chegada do inverno, há um problema sério ali. É evidente que, por um lado, o presidente dos Estados Unidos pensa que pode promover um plano de paz que gostaria de implementar, e que, pelo menos inicialmente, não inclui a Europa. Mas a presença da Europa é importante, e essa proposta inicial foi modificada devido ao que a Europa estava dizendo. Especificamente, penso que o papel da Itália pode ser muito importante. Cultural e historicamente, a Itália tem a capacidade de ser intermediária num conflito entre diferentes partes. Até mesmo a Ucrânia, a Rússia, os Estados Unidos... Nesse sentido, eu poderia sugerir que a Santa Sé incentive esse tipo de mediação e se busque juntos uma solução que possa realmente oferecer paz, uma paz justa, neste caso na Ucrânia.

Elisabetta Piqué (La Nación): A bandeira do Líbano tem a mesma cor da bandeira do Peru. É um sinal que o senhor fará uma viagem à América Latina no segundo semestre do próximo ano, junto com a Argentina e o Uruguai? Brincadeiras à parte, quais viagens o senhor está planejando para o ano que vem? E, falando em América Latina, há muita tensão por causa do que está acontecendo na Venezuela. O presidente Trump deu um ultimato a Maduro para que renuncie, para que deixe o poder, e ameaçou eliminá-lo com uma operação militar. O que o senhor acha disso?

Quanto a viagens, não há nada certo. Espero fazer uma viagem à África. Seria, possivelmente, a próxima viagem.

Onde?
África, África. Pessoalmente, espero ir à Argélia para visitar os locais de Santo Agostinho, mas também para poder continuar o diálogo, a construção de pontes entre o mundo cristão e o mundo muçulmano. No passado, em outra função, já tive a oportunidade de falar sobre esse tema. É interessante, a figura de Santo Agostinho. Ajuda muito como ponte, porque na Argélia ele é muito respeitado como filho da pátria. Esse é um. Depois, algum outro país, mas estamos trabalhando. Evidentemente, eu gostaria muito de visitar a América Latina, a Argentina e o Uruguai que estão esperando a visita do Papa. Acho que o Peru também me receberá e, se eu for ao Peru, em muitos países vizinhos também, mas o projeto ainda não está definido.

No que diz respeito à Venezuela, no âmbito da Conferência Episcopal e com o núncio, estamos procurando uma maneira de acalmar a situação, buscando acima de tudo o bem do povo, porque nessas situações quem sofre é o povo, não as autoridades. As vozes que vêm dos Estados Unidos mudam e, por isso, é preciso ver... Por um lado, parece que houve uma conversa telefônica entre os dois presidentes; por outro, existe esse perigo, essa possibilidade, de que haja uma ação, uma operação, incluindo a invasão do território venezuelano. Mais uma vez, acredito que é melhor buscar o diálogo nessa pressão, incluindo a pressão econômica, mas buscando outra forma para mudar, se é isso que os Estados Unidos decidirem fazer.

Santo Padre na conversa com os jornalistas (@Vatican Media)

Mikail Corre (La Croix): Obrigado por esta viagem interessante. O senhor disse de continuar construindo pontes entre mundos diferentes. Gostaria de lhe perguntar: alguns católicos na Europa acreditam que o Islã seja uma ameaça à identidade cristã do Ocidente. Eles estão certos ou o que o senhor gostaria de lhes dizer?

Todas as conversas que tive nos últimos dias, tanto na Turquia quanto no Líbano, incluindo aquelas com vários muçulmanos, se concentraram em torno do tema da paz e do respeito por pessoas de diferentes religiões. Sei que nem sempre foi assim. Sei que muitas vezes há receios na Europa, mas na maioria das vezes eles são gerados por pessoas que são contra a imigração e que tentam impedir a entrada de pessoas que possam vir de outro país, outra religião ou outra raça. Nesse sentido, gostaria de dizer que todos precisamos trabalhar juntos. Um dos aspectos positivos desta viagem é que ela chamou a atenção do mundo para a possibilidade de que o diálogo e a amizade entre muçulmanos e cristãos é possível. Acho que uma das grandes lições que o Líbano pode ensinar ao mundo é justamente mostrar uma terra onde o Islã e o Cristianismo estão presentes e se respeitam, e onde existe a possibilidade de viverem juntos e serem amigos. As histórias e os testemunhos que ouvimos nos últimos dois dias são de pessoas que se ajudam reciprocamente. Cristãos e muçulmanos, por exemplo, tiveram suas aldeias destruídas e nos disseram que podemos estar juntos e trabalhar juntos. Penso que esta é uma lição importante a ser levada em consideração na Europa e na América do Norte. Talvez devemos ter um pouco menos de medo e procurar maneiras de promover um diálogo autêntico e o respeito.

Anna Giordano (Ard Radio): A Igreja no Líbano também é sustentada pela Igreja na Alemanha. Há, por exemplo, algumas agências de ajuda alemãs ativas no Líbano. Desse ponto de vista, é importante que a Igreja na Alemanha continue sendo uma Igreja forte. Como o senhor certamente sabe, existe um caminho sinodal, o "Synodaler Weg", um processo de mudança da Igreja na Alemanha, que está avançando. O senhor acha que esse processo pode ser uma forma de fortalecer a Igreja, ou é o contrário? E por quê?

O caminho sinodal não é o único na Alemanha; a Igreja inteira celebrou um sínodo e a sinodalidade nos últimos anos. Há grandes semelhanças, mas também algumas diferenças marcantes entre como o "Synodaler Weg" foi conduzido na Alemanha e como poderia continuar de forma melhor na Igreja universal. Por um lado, gostaria de dizer que há espaço para o respeito pela inculturação. O fato de que, em um lugar, a sinodalidade seja vivida de um certo modo e, em outro, de modo diferente, não significa que deva haver ruptura ou fratura. Penso que isso é realmente importante de recordar. Ao mesmo tempo, temo que muitos católicos na Alemanha acreditem que certos aspectos do caminho sinodal celebrados até agora no país não representem suas esperanças para a Igreja ou sua maneira de viver a Igreja.

Portanto, é necessário mais diálogo e escuta dentro da própria Alemanha, para que nenhuma voz seja excluída, para que a voz dos mais poderosos não silencie a voz daqueles que podem ser muito numerosos, mas que não têm um espaço para falar e ser ouvidos. De modo que suas próprias vozes e expressões de participação na Igreja sejam de fato escutadas.

Ao mesmo tempo, como tenho certeza de que sabem, o grupo de bispos alemães encontrou-se, nos últimos anos, com um grupo de cardeais da Cúria Romana. Também ali está em andamento um processo para tentar garantir que o Caminho Sinodal alemão não se desvie, por assim dizer, daquilo que deve ser considerado um caminho da Igreja universal. Estou certo de que isso continuará. Acredito que haverá alguns ajustes de ambas as partes na Alemanha, mas espero sinceramente que as coisas se resolvam de forma positiva.

Leão XIV com os jornalistas (@Vatican Media)

Rita El-Mounayer (Sat-7 International): Somos quatro diferentes canais cristãos de transmissão no Oriente Médio e no Norte da África: dois em árabe, um em farsi e um em turco. Antes de tudo, gostaria de agradecê-lo por dedicar tempo ao povo libanês. Eu mesma sou filha da guerra e sei o quanto significa receber um abraço de Sua Santidade, um tapinha no ombro e ouvir que tudo ficará bem. O que me chamou a atenção foi o seu lema “In Illo Unum”. Esse lema fala de construir pontes entre as diferentes confissões cristãs, entre religiões e também entre vizinhos, algo que às vezes pode ser um pouco difícil. Do seu ponto de vista, que dom único a Igreja do Oriente Médio — com todas as suas lágrimas, feridas, desafios e sua história — pode oferecer à Igreja no Ocidente e ao mundo?

Gostaria de começar dizendo que hoje as pessoas cresceram em uma sociedade muito individualista. Os jovens — que passaram muito tempo (no computador) durante a pandemia de Covid e que frequentemente têm relações pessoais muito isoladas, porque se comunicam apenas através das telas do computador ou do smartphone — às vezes se perguntam: “Por que deveríamos querer ser um? Eu sou um indivíduo e não me interesso pelos outros”. E penso que aqui há uma mensagem muito importante a transmitir a todas as pessoas: a unidade, a amizade, as relações humanas, a comunhão são extremamente importantes e extremamente preciosas. Se não por outro motivo, pelo exemplo que você citou de alguém que viveu a guerra ou sofreu e está sofrendo, e o que pode significar para ele um abraço. Essa expressão muito humana, real e saudável de cuidado pessoal que pode curar o coração de outra pessoa. Ao nível pessoal, isso pode se tornar um nível comunitário que nos une e nos ajuda a compreender e respeitar uns aos outros, indo muito além do simples: “Você fica longe, eu fico aqui, você fica aí e não interagimos”. Significa, ao contrário, construir relações que enriqueçam todas as pessoas. Com essa mensagem, certamente, meu lema é graças a Cristo “in illo” é “em Cristo, que é um, somos todos um”. Mas isso não vale apenas para os cristãos. Na verdade, é um convite para todos nós e para os outros, dizendo que quanto mais conseguirmos promover a unidade autêntica e a compreensão, o respeito e as relações humanas de amizade e diálogo no mundo, maior será a possibilidade de deixarmos de lado as armas da guerra, de deixarmos de lado a desconfiança, o ódio, a animosidade que tantas vezes se desenvolveram, e de encontrarmos um modo de nos unir e promover a paz e a justiça autênticas em todo o mundo. Boa viagem a todos e muito obrigado a todos vocês.

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EVANGELHO DO DIA (Mt 15,29-37)

ANO "A" - DIA: 03.12.2025
1ª SEMANA DO ADVENTO (BRANCO)
MEMÓRIA SÃO FRANCISCO XAVIER

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Eis que o Senhor há de vir a fim de salvar o seu povo; Felizes são todos aqueles que estão prontos para ir-lhe ao encontro.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
-Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 29 Jesus foi para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha, e sentou-se. 30 Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou. 31 O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. 32 Jesus chamou seus discípulos e disse: "Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho". 33 Os discípulos disseram: "Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?" 34 Jesus perguntou: "Quantos pães tendes?" Eles responderam: "Sete, e alguns peixinhos". 35 E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. 36 Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. 37 Todos comeram, e ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"A compaixão de Jesus e o sacrifício por amor a Deus"

A compaixão de Jesus e o sacrifício por amor a Deus
Jesus chamou Seus discípulos e disse-lhes: “Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias, que está comigo e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho” (Mateus 15,29-37)

Irmãos e irmãs, a compaixão de Jesus e a capacidade de sacrifício do povo que O procurava traz-me à mente, neste tempo do Advento, os sacrifícios que fazemos por amor a Deus.

O texto afirma que eles estavam ali com fome, mas ninguém estava reclamando, porque amavam muito a Deus, amavam muito a presença de Jesus também, e, como consequência, aquela presença era fonte de cura para eles.

Sacrificar-se por amor como caminho de santidade
No texto de hoje, vamos observar que muitas pessoas eram curadas, mas estavam, de certa forma, sacrificando-se para permanecer em Deus.

Quando é que nós nos sacrificamos para permanecer em Deus? Sacrificamos nossos desejos, nossas vontades, aquilo que nós queremos. Às vezes, no entanto, não é aquilo que Deus quer para nós.

Devemos aprender essa realidade do Evangelho de hoje também. Será que observamos, em sentido profundo, as pessoas que nos procuram, que estão ao nosso redor?

A compaixão de Jesus que acolhe e transforma
Por que Jesus observou? Vocês perceberam? Jesus olhou para aquelas pessoas e teve compaixão, pois percebeu que elas estavam famintas. Estavam ali por causa de Jesus, e Ele olhava para cada um deles com compaixão.

A graça que devemos pedir, no dia de hoje, é olharmos os nossos irmãos e irmãs com um olhar de atenção, de compaixão, um olhar de quem ama.
O exemplo missionário de São Francisco Xavier

Hoje, celebramos a memória de São Francisco Xavier, presbítero e companheiro de missão de Santo Inácio de Loyola.

São Francisco Xavier tinha essa capacidade de atenção e compaixão para com o próximo. Tudo isso, na vida dele, gerou frutos na sua missão de anunciar Jesus àqueles que ainda nem tinham escutado falar desse nome, não sabiam que Jesus existia, que existia a Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Então, vejam que belos exemplos para nós neste dia!

A atenção de Jesus, que tem compaixão pelo povo que se sacrifica por amor a Ele, é exemplo de quem viveu essas duas realidades: atenção compassiva pelo povo de Deus, que é São Francisco Xavier e, ao mesmo tempo, a capacidade de sacrificar-se por amor à missão, por amor a Deus e ao povo que ali se apresentava.

Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém!


Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova