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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Papa envia Schönborn nos 350 anos de Dedicação da Capela da Virgem Negra na Alemanha


O local com a imagem milagrosa fica abrigada na Igreja de Santa Maria em Kupfergasse, no centro da cidade de Colônia. Para a celebração de 14 de setembro pelo aniversário de 350 anos da Dedicação da Capela da Virgem Negra, o Papa Leão XIV nomeou o arcebispo emérito de Viena, o cardeal Christoph Schönborn, como seu enviado especial. A nomeação foi divulgada em boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé no sábado (09/08).

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV nomeou o cardeal Christoph Schönborn como seu enviado especial para a celebração de aniversário de 350 anos da Dedicação da Capela da Virgem Negra de Santa Maria em Kupfergasse que será realizada em 14 de setembro na cidade de Colônia, na Alemanha. A nomeação do arcebispo emérito de Viena foi divulgada em boletim da 
Sala de Imprensa da Santa Sé no sábado (09/08).

Há séculos, em diferentes partes do mundo, as imagens de Nossa Senhora de pele negra se tornaram objetos de profunda reverência e peregrinação. Uma devoção que ocupa um lugar especial no coração de milhares de católicos, basta pensar nos próprios brasileiros e na sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida, acolhida em um dos maiores locais de peregrinação do mundo. Mas ainda se pode pensar na Virgem de Montserrat na Espanha e na Nossa Senhora de Częstochowa na Polônia, por exemplo. Na Alemanha, a devoção à Virgem Negra recai a Nossa Senhora de Altötting, na Baviera, e também àquela de Santa Maria em Kupfergasse, para onde foi nomeado o cardeal Schönborn.

A Virgem Negra de Santa Maria em Kupfergasse
A Nossa Senhora Negra em Kupfergasse, na cidade alemã de Colônia, é destino para inúmeros fiéis e peregrinos. Em 1630, os Carmelitas Descalços trouxeram a imagem esculpida em madeira de tília escura para, 45 anos depois, ganhar uma capela: era 8 de setembro de 1675 quando foi construída a Capela de Loreto para oferecer aos fiéis que não podiam viajar à Itália, venerar a Virgem Negra em Colônia. Desde o século XVIII, a estátua é cercada pela Igreja de Santa Maria, em Kupfergasse, com elementos arquitetônicos do período barroco. Foi também durante esse período que começaram as peregrinações à imagem milagrosa acolhida na capela que completa 350 anos de 

Dedicação com celebrações que duram 8 dias.
A veneração a Virgem Negra em Kupfergasse, assim, tem uma longa tradição em Colônia, cidade que viveu tempos turbulentos, inclusive durante a Segunda Guerra Mundial. Durante a terrível "Noite dos 1.000 Bombardeiros", entre 30 e 31 de maio de 1942, um terço das casas, bem como a igreja, o mosteiro e os edifícios adjacentes, foram destruídos. No último segundo, a imagem milagrosa de Nossa Senhora foi salva pela Irmã Marzella Schui e só retornou à capela parcialmente restaurada em 1948. Como já descreveu o cardeal alemão Joseph Frings (1887-1978), "em Colônia, a catedral é a cabeça, e Santa Maria em Kupfergasse é o coração".

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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Papa Leão XIV inicia período de repouso em Castel Gandolfo


Na tarde deste domingo, Leão XIV se transferiu de carro para Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, para um breve período de repouso. "Desejo a todos que possam transcorrer um tempo de férias para revigorar o corpo e o espírito", disse o Pontífice no Angelus.

Vatican News

Por volta das 16h30 locais, o Papa deixou o Vaticano rumo a Castel Gandolfo, onde permanecerá até o dia 20 de julho. O Santo Padre foi recebido calorosamente por moradores e turistas e acenou do balcão ao entrar no Palácio Apostólico.

Chegada do Papa a Castel Gandolfo (@Vatican Media)

Leão XIV é o 16º Papa a se hospedar no local, escolhido como residência de verão pelos pontífices a partir de meados do século XVII. O primeiro foi Urbano VII Barberini, em 10 de maio de 1626. O último foi Bento XVI, que inclusive concluiu seu papado em Castel Gandolfo e ali ficou até sua transferência no Mosteiro "Mater Ecclesiae", no Vaticano, onde residiu até sua morte. Francisco visitou o Palácio Apostólico em três ocasiões, mas nunca pernoitou. Foi dele a iniciativa de transformá-lo num museu e abri-lo ao público em 2016 e de criar em seus jardins o "Borgo Laudato Sì".

Aliás, Palácio Apostólico continuará aberto a visitas durante a estada de Leão XIV. Desde que foi eleito, o Santo Padre já visitou Castel Gandolfo duas vezes. A primeira em 29 de maio, justamente para conhecer o projeto do seu predecessor e a segunda em 3 de julho, para controlar as obras da "Villa Barberini", reservada à sua hospedagem. Na ocasião, lhe foram entregues dois veículos elétricos que serão utilizados nas viagens papais.

Os veículos presenteados ao Pontífice

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terça-feira, 20 de maio de 2025

Bartolomeu encontra Leão XIV: “deseja ir a Nicéia”. Homenagem ao Papa Francisco


O patriarca ecumênico de Constantinopla foi recebido na manhã desta segunda-feira (19/05) em audiência no Palácio Apostólico pelo Papa, com quem reiterou a importância de promover e aprofundar o diálogo teológico entre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica, bem como o compromisso pela paz e pelo meio ambiente. No início da tarde, em Santa Maria Maggiore, rezou no túmulo do “querido amigo” Francisco: “Invoquei suas orações do céu por todos nós e por seu sucessor”.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Na manhã desta segunda-feira (19/05), audiência com Leão XIV para o primeiro diálogo reservado, troca de presentes, promessa de um compromisso comum pela paz e pelo meio ambiente e desejo de se reencontrarem em Nicéia para os 1700 anos do Concílio. Depois, à tarde, em Santa Maria Maior, para prestar homenagem - entre cânticos, orações e um ramalhete de rosas brancas - a Francisco, o Papa sempre definido como “querido irmão”, com quem compartilhou viagens e momentos importantes do ministério recíproco. O patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, está em Roma, onde no domingo participou da missa de início do pontificado do Papa Leão XIV na Praça São Pedro. O Pontífice o recebeu em audiência no Palácio Apostólico Vaticano.

Papa Leão XIV e o patriarca ecumênico Bartolomeu (@Vatican Media)

A audiência no Vaticano
Um encontro “cordial”, como relata um comunicado do Patriarcado Ecumênico, durante o qual Bartolomeu “felicitou pessoalmente o novo Papa pela sua eleição e, na conversa, destacou, entre outras coisas, a importância de continuar a promover e aprofundar o diálogo teológico entre as duas Igrejas, ortodoxa e católica romana, bem como a sua cooperação em questões de interesse social, como o restabelecimento e a manutenção da paz no mundo, o apoio aos nossos semelhantes que sofrem e a proteção do ambiente natural”. Um tema, este, que Francisco se inspirou na Igreja Ortodoxa para o seu magistério cristalizado na Laudato si' e para a celebração do Dia Mundial do Criação.

E foi precisamente “à comunicação fraterna e à cooperação que teve com o falecido Papa Francisco” que Bartolomeu fez referência na conversa com Leão. Com o Papa Bergoglio, foram mais de dez encontros, sem esquecer a primeira viagem juntos à ilha de Lesbos, em abril de 2016, também na companhia de Ieronymos, arcebispo de Atenas e de toda a Grécia.

Diálogo e cooperação
Por sua vez, o Papa Leão XIV expressou gratidão ao patriarca pela sua presença na cerimônia de domingo para o início do ministério petrino e – informa ainda a nota – “também destacou a importância de promover o diálogo e a cooperação entre os cristãos”. O Pontífice, como já havia feito na primeira audiência com os representantes da imprensa mundial, “assegurou seu vivo desejo de visitar a Turquia, ainda este ano, em data a ser definida, para comemorar junto com o Patriarca o 1700º aniversário da convocação do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia”.

No momento da troca de presentes, o Patriarca Bartolomeu ofereceu ao Papa Leão um ícone de Nossa Senhora Odigitria, pintada no Monte Athos, e seus livros. Leão XIV retribuiu com uma representação artística do Batismo.

O desejo da viagem a Nicéia
“Vi com grande satisfação que podemos continuar no mesmo caminho das nossas igrejas pelo cristianismo inteiro, pela paz no mundo”, comentou o próprio patriarca ecumênico aos microfones da Tv2000, fora da Basílica de Santa Maria Maior, onde se dirigiu à tarde para visitar o túmulo do Papa Francisco. O sucessor de Francisco, disse Bartolomeu, “me garantiu que quer vir à Turquia para o aniversário de Nicéia”, ou seja, os 1700 anos do Concílio. Desejo expresso muitas vezes por Francisco que, apesar da grave doença dos últimos tempos, nunca perdeu a esperança de poder realizar essa importante viagem.

Com o Papa Leão “não fixamos uma data concreta, mas certamente este ano”, disse o primaz ortodoxo, indicando como período possível o mês de novembro, quando se celebra a festa de Santo André. “Este é o nosso desejo, também o nosso augurio – disse ele – e será uma honra para nós receber Sua Santidade o Papa Leão, talvez em sua primeira viagem fora do Vaticano. Em Nicéia, mas também uma visita oficial à Igreja de Constantinopla, ao Patriarcado Ecumênico”.

Em oração pelo “querido amigo” Francisco
Recordando o “querido, respeitoso, amigo Papa Francisco, com quem colaboramos pelo bem da Igreja e da humanidade durante o seu pontificado”, Bartolomeu I explicou ter deixado rosas “em sua memória” e invocou “suas orações do céu por todos nós e por seu sucessor, com quem inauguramos uma colaboração, uma amizade e uma fraternidade no Senhor, a quem entregamos toda a nossa visão para o futuro da Igreja, toda a nossa esperança e todo o nosso afeto fraterno recíproco”.

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terça-feira, 24 de setembro de 2024

O Papa: libertem Aung San Suu Kyi. Pronto para acolhê-la no Vaticano


"La Civiltà Cattolica" publica as conversas de Francisco com os jesuítas que o Pontífice encontrou na Indonésia, Timor-Leste e Singapura, no âmbito da viagem ao Sudeste Asiático e à Oceania. Apelo do Pontífice em prol da líder birmanesa, presa em 2021 após o golpe militar em Mianmar: "Recebi o filho dela em Roma. Ofereci o Vaticano para acolhê-la".

Vatican News

Durante sua última Viagem Apostólica – entre 2 e 13 de setembro de 2024 –, o Papa Francisco encontrou-se em três ocasiões distintas com seus confrades jesuítas na Indonésia, Timor-Leste e Singapura. O Santo Padre pediu a libertação da senhora Aung San Suu Kyi, líder deposta birmanesa, promotora dos direitos humanos, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, presa desde 2021 após o golpe militar. O padre Antonio Spadaro, presente nos encontros, fez um relato exclusivo para La Civiltà Cattolica, que será publicado na edição 4183 da revista. O texto integral está disponível no site www.laciviltacattolica.it.

Trabalhar com refugiados, no espírito do padre Arrupe

Nos três encontros, o Papa Francisco lembrou em várias ocasiões a figura do padre Pedro Arrupe, ex-Prepósito Geral da Companhia de Jesus, falecido em 1991, e seu testamento espiritual. «Padre Arrupe quis que os jesuítas trabalhassem com refugiados – disse o Pontífice – uma fronteira difícil. E ele fez isso pedindo-lhes, antes de tudo, uma coisa: oração, mais oração», porque «somente na oração encontramos a força e a inspiração para enfrentar a injustiça social». E acrescentou que «é importante a forma como o padre Arrupe falou aos jesuítas latino-americanos sobre o perigo da ideologia misturada com a justiça social». Para o Santo Padre, Arrupe «foi um homem de Deus. Estou fazendo o possível para que ele chegue aos altares».

Segundo Francisco, o padre Arrupe «se dedicou à inculturação da fé e à evangelização da cultura». Dois aspectos que representam «a missão fundamental da Companhia». Para o Santo Padre, «a fé deve ser inculturada. Uma fé que não cria cultura é uma fé proselitista».



No final da manhã desta quarta-feira (04/09) em Jacarta, depois de compromissos com o presidente e autoridades políticas e civis da Indonésia, o Papa recebeu 200 membros da ...

«Os símbolos políticos devem ser defendidos»

Ao falar com os jesuítas sobre a «difícil» situação em Mianmar, o Papa Francisco recordou os Rohingya, minoria muçulmana discriminada e muitas vezes vítima de perseguição, e afirmou: «Hoje, em Mianmar, não se pode ficar em silêncio: é preciso fazer algo!». E acrescentou: «Vocês sabem que os rohingyas me tocam profundamente. Falei com a senhora Aung San Suu Kyi, que era primeira-ministra e agora está na prisão». O Santo Padre relatou ter «pedido a libertação da senhora Aung San Suu Kyi» e recebido o filho dela em Roma: «Ofereci o Vaticano para acolhê-la em nosso território. Neste momento, a senhora é um símbolo. E os símbolos políticos devem ser defendidos». O futuro do país, lembrou o Papa, «deve ser a paz fundada no respeito à dignidade e aos direitos de todos, no respeito a uma ordem democrática que permita a cada um contribuir para o bem comum».

Cristãos perseguidos

Respondendo a um confrade que pedia conselho sobre as situações em que os cristãos são perseguidos, Francisco disse: «Penso que o caminho do cristão é sempre o do “martírio”, ou seja, do testemunho. É necessário dar testemunho com prudência e coragem: são dois elementos que andam juntos, e cabe a cada um encontrar o seu caminho». E concluiu: «A prudência sempre arrisca quando é corajosa».

10/09/2024

Segundo encontro com os membros da Companhia de Jesus durante a viagem apostólica no Sudeste Asiático e na Oceania. No final da manhã de hoje (10/09), Francisco recebeu na ...
Justiça social, parte essencial do Evangelho

Respondendo às perguntas dos jesuítas de Timor-Leste, Francisco falou sobre a justiça social como «parte essencial e integrante do Evangelho». E esclareceu: «A justiça social deve levar em conta as três linguagens humanas: a linguagem da mente, a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Ser um intelectual abstrato da realidade não ajuda no trabalho pela justiça social; o coração sem intelecto também não serve; e a linguagem das mãos sem coração e sem intelecto não ajuda em nada». Para o Papa Francisco, o «desejo» de justiça social «deu frutos» ao longo da história: «Quando Santo Inácio nos pede para sermos criativos, ele nos diz: olhem para os lugares, os tempos e as pessoas. As regras, as Constituições são importantes, mas sempre considerando os lugares, os tempos e as pessoas. É um desafio de criatividade e de justiça social. É assim que se deve estabelecer a justiça social, não com teorias socialistas. O Evangelho tem sua própria voz».

Por fim, referindo-se à Companhia, o Pontífice acrescentou: «Eu sonho com ela unida, corajosa. Prefiro que errem por coragem do que por segurança. Mas alguém pode dizer: “Se estivermos nos lugares de luta, nas fronteiras, sempre haverá o risco de escorregar...”. E eu respondo: “E escorreguem!”. Quem tem sempre medo de errar, não faz nada na vida».



O único compromisso do primeiro dia de Francisco na cidade-estado, a quarta etapa da viagem ao sudeste asiático e à Oceania, foi o encontro com os irmãos na Casa de Retiros São ...

Fonte: Revista La Civiltà Cattolica

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Papa: "Que o Senhor dê a todos um coração que busca a paz"


Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (18/09), realizada na Praça São Pedro, o Santo Padre renovou seu pedido pela paz no mundo: "A guerra é sempre uma derrota". O Papa também expressou solidariedade aos países da Europa que sofrem com chuvas torrenciais e inundações.

Thulio Fonseca - Vatican News

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 18 de setembro, o Papa expressou solidariedade às vítimas das fortes chuvas que atingiram a Europa centro-oriental, resultando em mortes e grandes destruições. Francisco mencionou em especial países como Áustria, Romênia, República Tcheca e Polônia, gravemente afetados pelas inundações.

"Asseguro a todos a minha proximidade, e rezo especialmente por aqueles que perderam a vida e por seus familiares. Agradeço e incentivo as comunidades católicas locais e outras organizações de voluntariado pelos esforços de ajuda e socorro."

A guerra é uma derrota

Francisco renovou o convite aos fiéis para rezarem pela paz e fez mais um urgente apelo para que cessem os conflitos que continuam a devastar o mundo: "Rezemos pela paz: não esqueçamos que a guerra é uma derrota. Não esqueçamos da Palestina, de Israel, não esqueçamos da martirizada Ucrânia, de Mianmar e de tantos outros lugares onde há guerras, guerras terríveis."

“Que o Senhor dê a todos um coração que busca a paz para derrotar a guerra, que sempre é uma derrota!”

Dia Mundial do Alzheimer

Ainda em seus apelos finais, o Santo Padre lembrou que no próximo sábado, 21 de setembro, será celebrado o Dia Mundial do Alzheimer. Francisco pediu orações e apoio aos doentes e seus familiares:

"Rezemos para que a ciência médica possa, em breve, oferecer perspectivas de cura para esta doença e para que intervenções adequadas sejam cada vez mais implementadas em apoio aos doentes e suas famílias."

Papa saúda os religiosos beneditinos

Incentivo aos beneditinos e carmelitas

Por fim, o Papa dirigiu uma saudação aos participantes do Congresso dos Abades da Congregação Beneditina e felicitou o novo Abade Presidente eleito, incentivando todos a renovarem o compromisso com a caridade e a missão beneditina. "Encorajo todos a se empenharem com zelo caritativo e missionário para tornar o espírito beneditino sempre mais atual no mundo."

Francisco também fez um apelo aos Leigos Carmelitas, pedindo que continuem sendo "fermento do Evangelho, alcançando especialmente os mais vulneráveis, para se tornarem sempre um sinal de uma Igreja em saída".

quinta-feira, 6 de junho de 2024

O Papa: preocupa a hipótese de um novo conflito mundial, os povos desejam a paz


Há 80 anos, as tropas aliadas desembarcaram na Normandia, acelerando o fim da Alemanha nazista e da Segunda Guerra Mundial. Em uma mensagem ao bispo de Bayeux por ocasião do aniversário, Francisco afirma que “a recordação dos erros do passado sustentou a firme vontade de fazer todo o possível para evitar a eclosão de um novo conflito mundial aberto”. Hoje, escreve o Pontífice, os homens “têm memória curta”.

Michele Raviart – Vatican News

Para o Papa Francisco, são os milhares de túmulos de soldados alinhados nos imensos cemitérios da Normandia que são a lembrança mais tangível do “colossal e impressionante esforço coletivo e militar feito para obter o retorno à liberdade” que foi o desembarque dos Aliados. Oitenta anos depois, o Pontífice envia uma mensagem a dom Jacques Habert, bispo de Bayeux, em cuja catedral as autoridades civis, religiosas e militares se reuniram para comemorar o evento histórico que, em 6 de junho de 1944, contribuiu decisivamente para o fim da Segunda Guerra Mundial e a restauração da paz.

“Guerra nunca mais!”

Além dos soldados “em sua maioria muito jovens e muitos que vieram de longe e heroicamente deram suas vidas”, Francisco lembra as inúmeras vítimas civis inocentes e todos aqueles que sofreram os terríveis bombardeios que atingiram tantas cidades, como Caen, La Havre e Rouen. O desembarque na Normandia, acrescenta, evocam “o desastre representado por aquele terrível conflito mundial, no qual tantos homens, mulheres e crianças sofreram, tantas famílias foram dilaceradas, tantas ruínas foram causadas” e “seria inútil e hipócrita recordá-lo sem condená-lo e rejeitá-lo definitivamente”, em nome daquele “Nunca mais a guerra!” pronunciado por São Paulo VI na ONU em 1965.

Os povos desejam a paz

“Se, por várias décadas, a memória dos erros do passado sustentou a firme vontade de fazer todo o possível para evitar a eclosão de um novo conflito mundial aberto”, enfatiza o Papa, “hoje não é mais assim”. Os homens, escreve, “têm memória curta” e “é preocupante que a hipótese de um conflito generalizado esteja às vezes sendo seriamente considerada novamente” e “que os povos estejam lentamente se acostumando a essa eventualidade inaceitável”. “Os povos”, continua o Papa, “desejam a paz! Desejam condições de estabilidade, de segurança e de prosperidade, nas quais cada um possa cumprir serenamente o seu dever e o seu destino", diz Francisco, ‘arruinar esta nobre ordem de coisas por ambições ideológicas, nacionalistas, econômicas é uma falta grave diante dos homens e diante da história, um pecado diante de Deus’.

Deus ilumine os corações daqueles que desejam a guerra

A oração de Francisco se dirige, então, “aos homens que desejam as guerras, àqueles que as desencadeiam, as alimentam sem sentido, as prolongam inutilmente e lucram cinicamente com elas”, para que “Deus ilumine seus corações” e “coloque diante de seus olhos a procissão de desgraças que eles provocam”. “Desejar a paz não é covardia”, mas requer a coragem de saber renunciar a algo, continua o Papa, rezando pelos pacificadores com a esperança de que “opondo-se à implacável e obstinada lógica do confronto, saibam abrir caminhos pacíficos de encontro e diálogo”. Finalmente, uma oração por todas as vítimas das guerras do passado e do presente: os pobres, os fracos, os idosos, as mulheres e as crianças, reiterou Francisco, são sempre as primeiras vítimas dessas tragédias.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

O Papa: o sacrifício dos perseguidos muda os corações e salva os homens


Francisco reza a Oração do Angelus com os fiéis na Praça São Pedro e recorda a figura de Santo Estevão e os perseguidos dos dias de hoje por causa de sua fé.

Silvonei José – Vatican News

Nesta terça-feira (26), um dia após o Natal celebramos a Festa de Santo Estêvão, o primeiro mártir. E o Papa Francisco junto com os fiéis reunidos na Praça São Pedro rezou ao meio-dia a Oração mariana do Angelus.

Na sua breve alocução que precedeu a Oração Francisco recordou que encontramos o relato do martírio de Estevão nos Atos dos Apóstolos, onde é descrito como um homem de boa reputação, que servia em refeitórios e administrava a caridade.
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“É precisamente por causa dessa generosa integridade – disse Francisco - que ele não pode deixar de testemunhar o que lhe é mais precioso: testemunhar a sua fé em Jesus”.

A sua fé em Jesus - sublinhou o Papa - provoca a ira de seus adversários, que o matam apedrejando-o sem piedade.

Angelus - Fiéis na Praça São Pedro

O Santo Padre recorda então que tudo ocorre diante de um jovem, Saulo, zeloso perseguidor dos cristãos, que atua como "garante" da execução.

“Pensemos por um momento nessa cena: Saulo e Estêvão, o perseguidor e o perseguido. Entre eles parece haver um muro impenetrável, duro como o fundamentalismo do jovem fariseu e como as pedras atiradas contra o homem condenado à morte. No entanto, além das aparências, há algo mais forte que os une: por meio do testemunho de Estêvão, de fato, o Senhor já está preparando no coração de Saulo, sem que ele saiba, a conversão que o levará a ser o grande apóstolo Paulo".

Angelus - 26 de dezembro de 2023

O Papa Francisco destaca em seguida que Estêvão, seu serviço, sua oração e a fé que ele proclama, a sua coragem e especialmente seu perdão na hora da morte, não são em vão. "Dizia-se, em tempos de perseguição - e ainda hoje é correto dizer isso - que "o sangue dos mártires semente de cristãos". Parecem terminar em nada, mas, na realidade, seu sacrifício lança uma semente que, correndo em direção oposta das pedras, planta-se, de maneira oculta, no peito de seu pior rival.

Angelus - Palácio Apostolico

O Pontífice recordou então as perseguições dos nossos dias: “hoje, dois mil anos depois, infelizmente vemos que a perseguição continua: há perseguição dos cristãos... ainda existem - e são muitos - aqueles que sofrem e morrem por dar testemunho de Jesus, assim como existem aqueles que são penalizados, em vários níveis, por se comportarem de maneira coerente com o Evangelho, e aqueles que fadigam todos os dias para permanecerem fiéis, sem clamor, aos seus bons deveres, enquanto o mundo ri deles e prega outra coisa”,

“Também esses irmãos e irmãs – disse o Papa - podem parecer fracassados, mas hoje vemos que não é assim. De fato, hoje como ontem, a semente de seus sacrifícios, que parece morrer, brota e dá frutos, porque Deus, por meio deles, continua a fazer maravilhas, a mudar os corações e a salvar os homens”.

Francisco concluiu suas palavras pedindo que nos perguntemos: “eu me interesso e rezo por aqueles que, em várias partes do mundo, ainda hoje sofrem e morrem pela fé? Tantos que são assassinados pela fé. E, por sua vez, procuro testemunhar o Evangelho com coerência, com mansidão e confiança? Creio que a semente do bem dará frutos, mesmo que eu não veja resultados imediatos? Maria, Rainha dos mártires, ajude-nos a dar testemunho de Jesus”.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

O Papa Francisco durante a visita à Paróquia de Santa Maria Mãe da Hospitalidade


Papa na periferia de Roma, o encontro com os sacerdotes e o abraço às famílias sem-teto
Esta tarde (16/11), Francisco visitou a Paróquia Santa Maria Mãe da Hospitalidade para se encontrar com 40 párocos da XVII prefeitura da Diocese. Durante aproximadamente uma hora e meia, foram feitas perguntas e respostas sobre temas pastorais: do trabalho à pobreza e aos sacramentos. Antes de retornar ao Vaticano, o Pontífice se encontrou com sete famílias de pobres e migrantes que haviam sofrido despejo e estavam alojadas na "Vila" dentro da paróquia.

Salvatore Cernuzio - Roma

"Quantos padres!" Sob chuva leve, depois de cerca de uma hora de viagem em um carro utilitário, em meio ao trânsito de carros e motocicletas que não sabiam que estavam abrindo caminho para deixar passar o carro com o Papa a bordo, Francisco chegou à paróquia romana de Santa Maria Mãe da Hospitalidade pouco depois das 16 horas da tarde de 16 de novembro.

Uma paróquia na periferia de Roma, situada na XVII prefeitura, abrangendo as áreas de Tor Bella Monaca, Torre Angela, Torre Gaia e outros bairros vizinhos. Uma área extensa, Due Torri - Villa Verde, marcada por situações de pobreza e marginalização; áreas em que, no entanto, a Igreja é ativa no tecido social, trabalhando em contato próximo com os habitantes de conjuntos habitacionais e casas da prefeitura com "notáveis iniciativas de solidariedade e colaboração".
Um centro de acolhida

Particularmente em Santa Maria Mãe da Hospitalidade, construída em 1985, a acolhida não está apenas no nome, mas também no DNA da paróquia. Na área (a chamada "vila"), localizada em uma grande área verde, longe do centro da cidade, há de fato um complexo de doze apartamentos onde vivem famílias em situação de emergência habitacional, tanto italianas quanto estrangeiras. Pessoas pobres, refugiados ou famílias que sofreram despejo: "Quando perdem suas casas", explicou o pároco, pe. Rocco Massimiliano Caliandro, ao Papa, "acolhemos toda a família: mãe, pai, filhos. Normalmente, quando perdem a casa, eles são separados. Nós os mantemos juntos por um ou dois anos, depois seguem adiante". No final da visita, o Pontífice cumprimentou algumas dessas famílias, incluindo refugiados da África e da Ucrânia.

O principal objetivo da visita do Bispo de Roma, no entanto, foi encontrar os "seus" sacerdotes, continuando o ciclo de visitas às várias prefeituras, inaugurado com o encontro na paróquia de Santa Maria da Saúde, em 29 de setembro passado, no bairro de Primavalle, conhecido nas crônicas pelo assassinato de duas mulheres: a jovem Michelle Caruso e a enfermeira Rossella Nappini. Naquela tarde, o Papa dialogou com 35 sacerdotes.
A saudação a um casal que completa 50 anos de matrimônio e a oração junto ao Santíssimo Sacramento


Hoje, em Santa Maria Mãe da Hospitalidade, havia pelo menos quarenta sacerdotes, posicionados em um semicírculo na entrada do grande edifício de cor amarela. Apresentado pelo bispo auxiliar Riccardo Lamba, o papa apertou a mão de cada um deles: "Cumprimentei todos vocês?", disse o Papa, distribuindo terços. Por alguns minutos, o Santo Padre parou no interior da paróquia, onde Rosario e Anna, um casal que estava comemorando seu 50º aniversário de casamento, o aguardavam. "Quem foi mais paciente?", perguntou Francisco. "Eu!", exclamou Anna e o apresentou seu filho, o mais novo de quatro, pai de um dos oito netos do casal. O Papa também lhes deu um rosário: "Rezem por mim". Logo em seguida, dirigiu-se à capela do Santíssimo Sacramento, onde, sentado em uma cadeira de rodas, permaneceu por alguns instantes em oração, finalmente fazendo o sinal da cruz.

Depois de um café - "Obrigado, é para não cair no sono", brincou -, atravessando o pórtico de alvenaria, o Pontífice se dirigiu a uma pequena sala onde, junto com os sacerdotes, recitou a oração ao Espírito Santo escolhida para o ano pastoral 2023-2024. Em seguida, conversou com os padres que, por sua vez, fizeram perguntas. Acomodado em uma escrivaninha, o Papa fez anotações e respondeu a cada pergunta.

A oração do Papa diante do Santíssimo Sacramento

Uma hora e meia de diálogo

Em meio a piadas, indicações e reflexões, o diálogo durou cerca de uma hora, totalmente centrado em tópicos pastorais: trabalho, primeira Comunhão, sacramentos, pobreza, hospitalidade, assistência aos grupos socialmente mais fracos e evangelização.

Foi "um diálogo muito aberto, cordial e familiar", conta o bispo Lamba. O Papa "incentivou todos a continuar com o bom trabalho que já fazem, a permanecer no meio das pessoas, a propor continuamente o Evangelho, mesmo que haja dificuldades". O Pontífice disse para continuarmos a ter esse estilo sinodal nas paróquias, o que implica uma colaboração contínua entre leigos e sacerdotes".
A anedota da velhinha na Praça São Pedro

O sol já havia se posto atrás da densa extensão de árvores em frente à paróquia quando o Papa Bergoglio terminou seu diálogo privado. Uma anedota para selar o encontro que ocorreu em uma atmosfera de "grande familiaridade", como dizem os presentes: aquela, já compartilhada em outras ocasiões, da senhora de 87 anos encontrada na Praça São Pedro no final de uma Audiência Geral, a quem o Papa pediu que rezasse por ele: "Claro, eu farei isso". "Por favor, faça isso!" "Sim", respondeu a senhora, conforme relatado pelo Papa, "eu rezo a favor. Eles estão lá dentro rezando contra", disse a mulher com um sorriso, apontando para a grande Cúpula da Basílica de São Pedro.

Aplausos e risos, depois o "obrigado" de todos e também do Papa, que disse aos sacerdotes: "Obrigado pela paciência de vocês". "Venham quando quiserem! É claro... não é fácil", exclamou um pároco. O Papa também quis cumprimentar os presentes um a um. Alguns pediram uma selfie de lembrança, orações para um membro da família ou pediram que um cartão fosse assinado: "É para os paroquianos".

O encontro de Francisco com as pessoas acolhidas na paróquia situada na periferia de Roma

Junto com as famílias acolhidas pela paróquia

A última etapa da visita foi o encontro com as famílias hospedadas na paróquia. Entre elas estavam uma mãe e um pai com dois filhos que fugiram da guerra na Ucrânia e chegaram a Roma há um mês. Organizados em um círculo, os convidados receberam o Papa com aplausos. "Aqui está ele!", exclamou uma menina de origem africana, segurando em suas mãos uma foto dela com o Papa na Praça São Pedro. "Aqui você era pequena, agora você é grande", sorriu a mãe. A cena do aperto de mão entre o Papa, sentado em uma cadeira de rodas, e um asiático de 20 anos, também em uma cadeira de rodas por causa de suas pernas amputadas, foi comovente. Ao jovem não foram ditas palavras, apenas um olhar e um sorriso. "Obrigado pelo acolhimento", acrescentou Francisco. E agradeceu também ao pequeno grupo de jornalistas que ficou do lado de fora da paróquia esperando o fim da visita: "Obrigado pelo vosso trabalho!".

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Visita do Papa Francisco à paróquia Santa Maria Mãe da Hospitalidade

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Papa Francisco: a ingratidão gera violência, um simples ‘obrigado’ pode trazer paz


Papa Francisco no Angelus deste domingo, 27º do Tempo Comum, comentando o Evangelho que narra sobre o proprietário de uma vinha: "uma parábola dramática, com um epílogo triste".

Silvonei José – Vatican News

“A ingratidão gera violência, tira a nossa paz e nos faz sentir e falar gritando, sem paz, enquanto um simples ‘obrigado’ pode trazer paz!”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo, 27º do Tempo Comum, comentando o trecho do Evangelho que ele chamou de "uma parábola dramática, com um epílogo triste": o de um proprietário de uma vinha que a confia a agricultores, e esses, na época da colheita, quando o proprietário por primeiro envia seus servos e depois seu filho para recolher a colheita, maltrata-os e mata-os. "E de agricultores tornam-se assassinos", observa o Pontífice, segundo o qual "na raiz dos conflitos há sempre alguma ingratidão, e pensamentos gananciosos."

Papa Fancisco

Segundo Francisco, “com esta parábola, Jesus recorda-nos o que acontece quando o homem se ilude pensando que pode se fazer por si mesmo e esquece a gratidão, esquece a realidade fundamental da vida: que o bem vem da graça de Deus, do seu dom gratuito."
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"Quando esquecemos isto, a gratuidade de Deus – sublinhou Francisco -, acaba-se vivendo a própria condição e o próprio limite não mais com a alegria de se sentir amado e salvo, mas com a triste ilusão de não precisar nem de amor nem de salvação." "Sim, deixa de ser amado e se encontra prisioneiro da própria ganância, da necessidade de ter algo mais do que os outros, de querer ser mais do que os outros", acrescentou.

Para o Papa, “daqui provêm muitas insatisfações e recriminações, muitas incompreensões, muitas invejas; e levados pelo rancor, se pode cair no redemoinho da violência”. “Perguntemo-nos então – insistiu o Papa: tenho consciência de ter recebido como dom a vida e a fé, e de ser eu mesmo, um dom de Deus? Eu acredito que tudo começa com graça do Senhor? Entendo que sou um beneficiário sem mérito, amado e salvo gratuitamente? E sobretudo, em resposta à graça, sei dizer 'obrigado'?"

E o Papa Francisco enfatizou em seguida: “As três palavras que são o segredo da convivência humana: obrigado, permissão, perdão. Eu sei como dizer essas três palavras? Obrigado, permissão, perdão, desculpe. Eu sei como pronunciar essas três palavras? É uma palavra pequena, “obrigado” – é uma palavra pequena, “permissão”, é uma palavra pequena para pedir desculpas, “perdão” – esperada todos os dias por Deus e pelos irmãos. Perguntemo-nos se estas pequenas palavras “obrigado”, “permissão”, “perdão, desculpe” estão presentes em nossas vidas”.

Angelus - Praça São Pedro

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

O convite do Papa à participação na Vigília de Oração em preparação ao Sínodo


Evento de sábado próximo na Praça São Pedro tem alto valor simbólico, pois contará com a presença de líderes das Igrejas Ortodoxa, Protestante e Evangélica, além de alguns delegados fraternos e membros da Assembleia Geral do Sínodo, que, juntos com o Papa, acompanharão o início de um caminho sinodal, que tem suas raízes no Concílio Vaticano II.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Renovo o convite a participar na Vigília ecumênica de oração, intitulada “Together - Juntos”, que terá lugar no próximo sábado, 30 de setembro, na Praça de São Pedro, em preparação à Assembleia Sinodal, que terá início no dia 4 de outubro.

Ao final do Angelus, antes do pedido de oração pela martirizada Ucrânia e "por este povo que tanto sofre", o Santo Padre renovou o convite a todos para participarem da Vigília de Oração em preparação ao Sínodo sobre a Sinodalidade no sábado, mesmo dia do Consistório em que serão criados 21 novos cardeais.

Lideranças religiosas de várias partes do mundo

Ao lado de Francisco, estarão Patriarcas de Igrejas Orientais e Ortodoxas - como Bartolomeu I e Teófilo III -, representantes ecumênicos, delegados fraternos, cardeais e jovens de vários países e diferentes confissões.

A Vigília ecumênica de oração "Juntos: encontro do Povo de Deus", - que nasce de "um sonho" expresso há 3 anos pelo Irmão Alois, prior da Comunidade de Taizé – dá início oficial ao Sínodo sobre “Sinodalidade”, que começa no dia 4 de outubro, após um longo caminho que durou cerca de três anos, nas dioceses dos cinco continentes.

Programa da Vigília de Oração

Apresentado nos dias passados, o evento na Praça São Pedro será aberto com cantos, músicas, momentos de oração e com o pronunciamento do Papa Francisco. Segue a oração do Patriarca Ecumênico, Bartolomeu I, a leitura da Palavra de Deus, as intercessões lidas por um líder religioso ou delegado fraterno do Sínodo, enquanto a oração do Pai Nosso será rezada pelo arcebispo Justin Welby, líder da Comunhão Anglicana.

Por fim, após a oração final, o Santo Padre concederá a Bênção Apostólica, juntamente com os doze chefes de Igrejas e líderes cristãos.

Participação de cerca 3 mil jovens, entre os 18 e 35 anos

O Irmão Matthew, que, a partir do próximo dia 3 de dezembro passa a ser o prior da Comunidade de Taizé, abençoará a Praça São Pedro, onde estarão reunidos cerca de 3 mil jovens, com idades entre 18 e 35 anos, provenientes de vários países europeus e pertencentes a várias Igrejas cristãs.

Também tomará parte na Vigília um grupo crianças, que naqueles dias estarão reunidas em oração pelo Sínodo, reiterando assim o princípio citado pelo Papa: “Um caminho se faz caminhando”.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Governo da Nicarágua declara a ordem dos jesuítas ilegal no país e confisca bens


O governo da Nicarágua declarou nesta quarta-feira, 23 de agosto que a ordem religiosa dos jesuítas é ilegal e ordenou o confisco de todas as suas propriedades.. Comunicado da Província Centro-Americana da Companhia de Jesus.

Vatican News

A medida foi tomada uma semana depois que o governo do presidente Daniel Ortega confiscou a Universidade da América Central, administrada pelos jesuítas na Nicarágua, argumentando que ela era um "centro de terrorismo".

A ordem de confisco publicada nesta quarta-feira alega que a ordem dos jesuítas não havia cumprido com a declaração de impostos.

Foi a última de uma série de ações cada vez mais autoritárias do governo nicaraguense contra a Igreja Católica e figuras da oposição. A ordem dos jesuítas condenou essas últimas medidas.

Em um comunicado a Província Centro-Americana da Companhia de Jesus, fala de agressão injustificada e contínua, em um contexto de total indefensabilidade e aterrorização da população nicaraguense.

O Estado da Nicarágua, - lê-se no comunicado - através do Ministério do Interior, por meio do Acordo Ministerial N.105-2023, publicado nesta quarta-feira, cancelou o status legal da Associação da Companhia de Jesus na Nicarágua e estabeleceu que a Procuradoria Geral da República transferia ao Estado os bens imóveis e móveis da mesma.

Segundo o comunicado a decisão foi tomada sem qualquer registro dos procedimentos administrativos estabelecidos por lei. Como aconteceu na maioria dos mais de três mil casos semelhantes de cancelamento de personalidade jurídica realizados pelo regime desde 2018, esse acordo foi realizado sem dar aos jesuítas uma oportunidade de legítima defesa e sem uma instância judicial imparcial para julgar e interromper esses abusos de autoridade totalmente injustificados e arbitrários.

Antes da publicação do Acordo Ministerial N.105-2023, o governo já havia retirado um dos bens da Associação Companhia de Jesus da Nicarágua: a residência onde alguns de seus membros moravam em Manágua. Nessa ocasião, além da ocupação da propriedade, os habitantes foram despejados sem lhes dar tempo razoável para recolher e retirar seus pertences pessoais.

A Província Centro-Americana da Companhia de Jesus, condena essa nova agressão contra os jesuítas da Nicarágua. Considera que ela faz parte de um contexto nacional de repressão sistemática qualificada como "crimes contra a humanidade" pelo grupo de especialistas em direitos humanos sobre a Nicarágua formado pelas Nações Unidas.

Confirma que tudo isso tem como objetivo o pleno estabelecimento de um regime totalitário.

O presidente e a vice-presidente da Nicarágua são responsáveis por, no mínimo, impedir a existência de condições de independência e neutralidade do poder judiciário que lhe permita tomar medidas para impedi-los, revertê-los e sancioná-los.

A Província Centro-Americana da Companhia de Jesus pede ao casal presidencial:

cesse a repressão;

aceitem a busca de uma solução racional na qual prevaleçam a verdade, a justiça, o diálogo, o respeito aos direitos humanos e o Estado de Direito;

respeitem a liberdade e a total integridade dos jesuítas e das pessoas que colaboram com eles ou com quem eles colaboram;

une-se às milhares de vítimas nicaraguenses que aguardam e esperam justiça e reparação pelos danos que o atual governo da Nicarágua está causando;

e enfim, agradece os inúmeros sinais de reconhecimento, apoio e solidariedade que têm recebido diante desses crescentes ultrajes.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

O Papa: em Fátima rezei pela paz sem publicidade


No voo de regresso de Lisboa, Francisco explicou aos jornalistas por qual motivo escolheu rezar em silêncio no santuário e deixar de lado os discursos preparados aos jovens e falar com eles de forma mais eficaz. Reafirmou a "tolerância zero" em relação aos abusos contra menores. Explicou os motivos da viagem a Marselha e repetiu que a Igreja está aberta a todos, mesmo para aqueles que não podem receber alguns sacramentos. E mais: “Minha saúde está bem”

Vatican News

“Boa noite e muito obrigado por esta experiência. Hoje, há um aniversário. Parabéns, depois chegará o bolo!”

Essas foram as primeiras palavras dirigidas aos jornalistas presentes no voo papal de regresso a Roma na tradicional coletiva de imprensa no avião. O aniversário anunciado pelo Pontífice era o de Rita Cruz.

A primeira pergunta foi feita pela veterana das viagens pontifícias, Aura Miguel, da Rádio Renascença.

Santidade, antes de tudo obrigado por sua visita a Portugal. Todos já a consideravam um sucesso. Todos muito contentes. Obrigado por ter vindo. Encontrei um alto chefe da polícia, que me disse que nunca tinha visto uma multidão assim obediente e pacífica. Foi belíssimo. A minha pergunta diz respeito a Fátima. Nós sabemos que o senhor foi ali e rezou em silêncio na capelinha. Porém, havia uma grande expectativa, no local justamente onde Nossa Senhora fez um pedido para rezar pelo fim da guerra (e estamos em guerra neste momento infelizmente) de uma renovação da parte do Santo Padre, publicamente, de uma oração pela paz. Os olhos de tudo o mundo estavam fixados sobre o senhor ontem pela manhã, em Fátima. Por que não o fez?

Rezei, rezei. Rezei a Nossa Senhora e rezei pela paz. Não fiz propaganda. Mas rezei. E devemos continuamente repetir esta oração pela paz. Ela, na Primeira Guerra Mundial, tinha pedido isto. E eu, desta vez, isto pedi a Nossa Senhora. Rezei. Não fiz publicidade.

Pergunta 2 - Joao Francesco Gomez - Observador

Em fevereiro deste ano, foi publicado um relatório sobre a realidade dos abusos em Portugal, quase 5000 crianças foram vítimas nas últimas décadas. E eu pergunto: o senhor foi informado sobre este relatório entregue aos bispos? Que pensa deveria acontecer com os bispos que sabiam dos casos de abusos e não os comunicaram às autoridades?

Como sabem, de modo muito reservado, recebi um grupo de pessoas que foram abusas. Como sempre faço nesses casos, dialogamos sobre esta peste, esta peste terrível. Na Igreja, se seguia mais ou menos a mesma conduta que se segue atualmente nas famílias e nos bairros...se encobre. Pensemos que 42 % dos abusos acontecem nas famílias ou nos bairros. Ainda devemos amadurecer e ajudar a descobrir essas coisas. Desde o escândalo de Boston, a Igreja se conscientizou que não podia seguir caminhos aleatórios, mas se deveria segurar o “touro pelo chifre”. Dois anos e meio atrás, houve uma reunião dos presidentes das Conferências Episcopais, onde foram fornecidas também estatísticas oficiais sobre os abusos. E é grave, a situação é muito grave. Na Igrrja, há uma frase que estamos usando continuamente: tolerância zero, tolerância zero. E os pastores, que de alguma maneira não assumiram sua responsabilidade, devem arcar com esta irresponsabilidade. O mundo dos abusos é muito duro e, por isto, exorto a serem muito abertos sobre tudo isso. O que me perguntaram como está indo o processo na Igreja portuguesa, está indo bem. Está indo bem e com serenidade se busca a seriedade nos casos de abusos. Os números, às vezes, se revelam exagerados, um pouco pelos comentários que sempre gostamos de fazer, mas a realidade é que está indo bem e isto me dá certa tranquilidade. Gostaria de tocar em um ponto e gostaria de pedir a colaboração de vocês, jornalistas. Vocês têm um telefone hoje? Um telefone. Bem, em qualquer um desses telefones, a pagamento ou com uma senha, se tem acesso a abuso sexual contra menore. Isso entra em nossas casas e o abuso sexual contra menores é filmado ao vivo. Onde é filmado? Quem são os responsáveis? Esta é uma das pragas mais graves, ao lado de todo o mundo (...) mas quero sublinhar isso porque, às vezes, não nos damos conta de que as coisas são assim tão radicais. Quando se usa uma criança para fazer espetáculo de um abuso, se chama a atenção. O abuso é como "comer" a vítima, né?, ou pior, machucá-la e deixá-la viva. Conversar com pessoas abusadas é uma experiência muito dolorosa, o que também me faz bem, não porque em agrada ouvir, mas porque me ajuda a assumir esse drama. Ou seja, para a sua pergunta eu diria o que eu disse: o processo está andando bem, estou informado de como estão as coisas. As notícias podem ter ampliado a situação, mas as coisas estão andando bem a esse respeito. Mas também, com isso, digo a vocês, de alguma forma, ajudem, ajudem para que todos os tipos de abusos possam ser resolvidos, o abuso sexual, mas não é o único. Existem também outros tipos de abuso que clamam aos céus: o abuso do trabalho infantil, o abuso do trabalho com crianças e é usado; o abuso das mulheres, certo? Ainda hoje, em muitos países, fazem-se cirurgias nas meninas: retira-se-lhes o clitóris, e isto é hoje, e faz-se com uma navalha, e adeus... Crueldade... E o abuso do trabalho, isto é, dentro do abuso sexual, que é grave, e tudo isso: existe uma cultura do abuso que a humanidade deve rever e converter.

Pergunta 3 - Jean-Marie Guénois - LE FIGARO

Santo Padre, como está a sua saúde, como prossegue a convalescência? O senhor não leu ou leu somente pequenos trechos de cinco discursos. É sem precedentes nas viagens: por quê? Teve problema nos olhos, cansaço? Textos demasiados longos? Como se sente? E se me permite uma pequena pergunta sobre a França. O senhor irá a Marselha, mas nunca visita a França. A população não entende, talvez muito pequena ou o senhor tem algo contra a França?

A minha saúde vai bem. Os pontos foram tirados, levo uma vida normal, uso uma faixa por dois ou três meses para evitar uma (...incompreensível..) até que os músculos estarão mais fortes. A vista. Naquela paróquia, cortei o discurso porque havia uma luz na frente e não conseguia ler, vinha a luz e por isso cortei. Algumas pessoas, através do Matteo, perguntaram por que eu abreviei as homilias que vocês têm. Quando falo, não as homilias acadêmicas, busco fazê-lo de maneira mais clara. Quando falo, sempre busco a comunicação. Vocês viram que mesmo na homilia acadêmica, alguma brincadeira, alguma risada faço para controlar a comunicação. Com os jovens, os discursos longos tinham o essencial da mensagem, o essencial da mensagem, e eu agia ali segundo sentia a comunicação. Vocês viram que fiz algumas perguntas e logo o eco me indicava para onde ia a coisa, se estava errado ou não. Os jovens não mantêm muito tempo de atenção. Imagine que se você faz um discurso claro com uma ideia, uma imagem, um afeto, podem acompanhar por oito minutos. Entre parêntesis, na Evangelii Gaudium, a primeira exortação que fiz, escrevi um longo, longo capítulo sobre a homilia. Porque aqui está um pároco (referindo-se ao Pe. Benito Giorgetta, pároco de Termoli, ndr), que sabe que as homilias às vezes são uma tortura, uma tortura, que falam blá, bl[a, e as pessoas… Em alguma cidadezinha, não sei se em Termoli, os homens saem para fumar e voltam. A Igreja deve se converter neste aspecto da homilia: breve, clara, com uma mensagem clara e afetuosa. Por isso, eu controlo como vai com os jovens e os faço dizer. Mas eu abreviei porque me interessa a ideia com os jovens. E passemos à França. Fui a Estrasburgo, irei a Marselha, mas na França não. Há um problema que me preocupa, que é o problema Mediterrâneo. Por isso, vou à França. É criminoso a exploração dos migrantes. Aqui na Europa não, porque somos mais cultos, mas nos lager do norte da África… eu recomendo uma leitura. Há um pequeno livro, pequeno, que escreveu um migrante que para ir da Guiné à Espanha levou creio três anos porque foi capturado, torturado, escravizado. Os migrantes naqueles lagers do norte: é terrível. Neste momento – semana passada – a associação Mediterranea Saving Human estava fazendo um trabalho para resgatar os migrantes que estavam no deserto entre a Tunísia e a Líbia, porque os haviam abandonado ali para morrer. Aquele livro de chama “Hermanito” - em italiano “Fratellino” (Irmãozinho) – mas se lê em duas horas, vale a pena. Leiam e verão o drama dos migrantes ao se aventurarem. Os bispos do Mediterrâneo farão este encontro, também com algum político, para refletir seriamente sobre o drama dos migrantes. O Mediterrâneo é um cemitério, mas não é o maior cemitério. O maior cemitério é o norte da África. É terrível isto, leiam. Vou a Marselha por isto. Na semana passada, o presidente Macron disse que tem intenção de ir a Marselha e estarei ali um dia e meio: chegarei à tarde e terei o dia seguinte inteiro.

(O senhor não tem nada contra a França – afirma Matteo Bruni, repetindo a pergunta):

Não. Não, a respeito disto é uma política. Estou visitando os pequenos países europeus. Os grandes países, Espanha, França, Inglaterra, deixo para depois, no final. Mas como opção comecei pela Albânia e assim os menores. Não há nada. A França, duas cidades: Estrasburgo e Marselha.

Pergunta 4 - Emma Elisabeth Hirschbeck - ARD ROMA

O Santo Padre em Lisboa disse-nos que na Igreja há lugar para todos, todos, todos. A Igreja está aberta a todos, mas ao mesmo tempo nem todos têm os mesmos direitos, oportunidades, no sentido de que, por exemplo, mulheres e homossexuais não podem receber todos os sacramentos. Santo Padre, como explica esta incoerência entre uma Igreja aberta e uma Igreja que não é igual para todos? Obrigada.

Você me faz uma pergunta sobre dois pontos de vista diferentes. A Igreja é aberta a todos, depois existem leis que regulam a vida dentro da Igreja. Alguém que está dentro está de acordo com a legislação, o que você diz é uma simplificação: “Não pode receber os sacramentos”. Isso não significa que a Igreja seja fechada, cada um encontra Deus pelo próprio caminho dentro da Igreja, e a Igreja é mãe e guia cada um pelo seu caminho. Por isso não gosto de dizer: venham todos, mas tu, este, mas o outro... Todos, cada um na oração, no diálogo interior, no diálogo pastoral, procura uma forma de seguir em frente. Para isso, fazer uma pergunta: por que os homossexuais não… Todos! E o Senhor é claro: doentes. Saudáveis, velhos e jovens, feios e bonitos… bons e maus! Há como um olhar que não entende essa inserção da Igreja como mãe e pensa nela como uma espécie de empresa que para entrar tem que fazer isso, fazer desta forma e não de outra... Outra coisa é a ministerialidade da Igreja, que é o modo para levar em frente o rebanho e uma das coisas importantes é a paciência, na ministerialidade: acompanhar as pessoas passo a passo em seu caminho de amadurecimento. Cada um de nós tem esta experiência: que a Igreja mãe nos acompanhou e nos acompanha no seu próprio caminho de amadurecimento. Não gosto da redução, isso não é eclesial, isso é gnóstico. É como uma heresia gnóstica que está um pouco na moda hoje. Um certo gnosticismo que reduz a realidade eclesial e isso não ajuda. A Igreja é mãe, acolhe todos, e cada um faz o próprio caminho dentro da igreja, sem publicidade, e isso é muito importante. Obrigado pela coragem de fazer esta pergunta. Obrigado.

O Papa deseja compartilhar uma opinião sobre a JMJ, fala Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé

Como vivi a JMJ. Esta é a quarta que vivo. A primeira foi no Rio de Janeiro, que era monumental, a la brasileña, bela. A segunda em Cracóvia, a terceira no Panamá, esta é a quarta. Esta é a mais numerosa. Os dados concretos, verdadeiros, eram mais de um milhão. Antes ainda, na vigília à noite calculava-se um milhão e quatrocentos e um milhões e seiscentos mil. Impressionante a quantidade. Bem preparada! Esta é aquela que eu vi melhor preparada.

E os jovens são uma surpresa. Os jovens são jovens. Aprontam, a vida é assim. Mas procuram seguir em frente. E eles são o futuro. A questão é acompanhá-los. O problema é saber acompanhar. E é que não se separem das raízes. Por isso insisto tanto no diálogo entre velhos e jovens, os avós com os netos. Esse diálogo é importante, mais importante do que o diálogo entre pais e filhos. Os avós, as raízes. Depois, os jovens são religiosos, eles buscam fé, não artificial. …eles procuram um encontro com Jesus e issso não é fácil... Alguns dizem, mas os jovens nem sempre seguem uma vida segundo a moral. Mas quem de nós não cometeu um erro moral na própria vida? Todos! Com qualquer dos mandamentos. Cada um de nós tem as próprias quedas na própria história. A vida é assim. Mas o Senhor sempre nos espera porque é misericordioso , é pai. E a misericórdia supera tudo......Isso queria dizer sobre a JMJ.

Pergunta 6 - Justin Scott Clellan – CNS

Falando de JMJ. Ouvimos nestes dias talguns estemunhos de jovens que lutaram pela saúde mental, com a depressão. O senhor já lutou com isso? E se alguém decidir cometer suicídio, o que diria à família dessa pessoa que sofre com o ensinamento católico sobre o suicídio, pensando que tenha ido para o inferno?

Hoje o suicídio juvenil é importante, importante em número. A mídia não fala tanto, porque não é informado às mídias. Fiquei – não a confissão, não – em diálogo com os jovens, porque aproveitei para dialogar. Um bravo jovem me disse: posso lhe fazer uma pergunta? O que o senhor pensa sobre o suicídio? Ele não falava a nossa língua, mas eu entendi bem e começamos a conversar sobre o suicídio. E no final ele me disse: obrigado, porque ano passado estava indeciso se cometia ou não. Tantos jovens angustiados, deprimidos, mas não só psicologicamente... depois em alguns países que são muito, muito exigentes na universidade, os jovens que não conseguem se formar ou encontrar aquele trabalho se suicidam, porque sentem uma vergonha muito grande. Não digo que seja uma coisa de todos os dias, mas é um problema, um problema atual, uma coisa que acontece.

Bruni: Obrigado Sua Santidade por suas respostas

O Papa: obrigado a vocês pelo que fizeram e não se esqueças hein… 'Hermanito', 'Fratellino', o livro do migrante. Obrigado!