Não caia nas armadilhas do relacionamento; aprenda com elas
Quando falamos das armadilhas na vida conjugal, logo podemos pensar no quanto o outro está armando para nós ciladas ou o quanto é perigoso relacionar-se. Ainda pior é pensar o quanto podemos estar “pisando em ovos” pelo simples fato de estarmos em um relacionamento.
Acredito que a primeira coisa que precisamos ter em mente, quando se entra em um relacionamento conjugal, é que se trata de uma aventura. E como boa aventura, há inúmeras possibilidades e riscos a se viver, e é preciso ter disposição para tal empreitada.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Por se tratar de pessoas humanas, logo preciso afirmar que não há determinismos a se colocar em pauta quando se trata de relacionamento. O que quero dizer? Quero dizer que, aqui, coloco algumas situações que podem ser armadilhas no relacionamento ou talvez não; talvez você as viverá ou não; pois se trata de sua humanidade que é única, e nunca numa visão determinista de que “será assim”.
Armadilha da idealização
A primeira armadilha que gostaria de falar é a da idealização
Sabe aquela mulher ideal, perfeita, dos seus sonhos? Aquela que você sonhou desde sempre, que era perfeitinha para você? De voz doce e fala mansa? Ou, no caso da mulher, sabe aquele príncipe encantado, montado em um cavalo branco, que chega a tirar seu fôlego? Que bom que você traz essa idealização de “mulher” e “homem” dentro de si! É isso que o levará a se apaixonar. Mas quero dizer que isso pode ser uma armadilha, caso não seja capaz de deixar o ideal para viver e construir junto o real. É a armadilha de sempre ficar projetando no outro o que você espera dele, nunca permitindo que Ele seja o que de fato é. O pior é que muitas pessoas vivem uma vida inteira assim, com eternas cobranças! Vivem o conto de fadas e se esquecem de encarar a realidade.
Armadilha da história pessoal
Uma segunda armadilha, que pode ser encarada em um relacionamento conjugal, é a “história pessoal”. Como assim? Minha história pessoal pode ser uma armadilha? Sim e não. Sim, se essa história não estiver em processo de integração. O que quero dizer é que quando entramos em um relacionamento, trazemos conosco, em nossa bagagem existencial, um arsenal de vivências afetivas. Situações que nos fizeram quem somos, marcando positiva e negativamente nossa identidade. E é com essa bagagem existencial que vamos nos relacionar com o outro. Nessa hora, é preciso muita paciência e vontade de entender cada um a si mesmo, e entender o outro como um outro.
Por exemplo: talvez a menina tenha, em sua história, um relacionamento com figuras masculinas (pai, irmão, avó e amigo) mais rígidas, de desafetos, de palavras inexistentes ou duras. Essas figuras masculinas moldaram a identidade dessa menina, e na hora de se relacionar com o rapaz, inevitavelmente sua história (de maneira talvez inconsciente) dará “cor” ao relacionamento. Talvez, essa cor seja a de uma identificação e até repetição na forma de olhar para o rapaz com o qual se relaciona e ver nele como que um reflexo das “figuras masculinas” que a formou. Tais reações podem ser de cobrança, insatisfação, frustração etc.
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Armadilha da negação
Uma terceira armadilha é a negação de si em prol do outro. Primeiro quero deixar claro que, quando nos relacionamos com alguém, há uma necessária negação de algumas realidades em prol do bem comum do relacionamento. Essa negação é feita por acordos tácitos entre as partes. Exemplo: se você é extremamente pontual e sua namorada não, talvez terão de entrar em acordos, e ela terá de negar “sua vida de atrasos” em prol de seu sorriso; ou talvez você tenha de negar sua rigidez com horários em prol do sorriso dela. Exemplo tosco, mas que diz de pequenas negações.
Quando falo da armadilha da negação de si em prol do outro, falo de uma negação existencial, falo da negação do que em você é essencial, e isso não é amor. Quando você nega a essência de si mesmo, trilha um caminho de morte de sentido da vida. E muitos relacionamentos, em vez de trazer vida, trazem morte para aqueles que se relacionam. Por isso, não entre nesse caminho de negação de si mesmo, pois se perde com isso sua definição como mulher/homem de Deus.
Poderia gastar aqui muitas páginas falando de armadilhas no relacionamento conjugal, mas dessas três você pode ir pensando nas armadilhas que tem vivido em seu relacionamento particular. Não tenha medo de se aventurar e superar tais armadilhas, pois o que está em jogo é sua felicidade.
Autor: Adriano Gonçalves
Comunidade Canção Nova
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