
O que seria a vida sem o amor? Um laço que une a humanidade e tem o poder de destruir todas as barreiras. Uma vida voltada para si mesma é uma vida depressiva. É na entrega amorosa que reside a verdadeira alegria; sem ela, há apenas o vazio da existência.
A Crise
Não é necessário discorrer muitas palavras para dizer que a sociedade moderna está em crise. Basta que você ainda tenha algum sentido de moralidade dentro de si para perceber que as pessoas não estão mais no caminho que deveriam seguir. Parece que o mundo traçou uma rota para seguir seus próprios passos sem o Senhor, e, perdido na soberba de acreditar que podemos sobreviver sem Deus, o mundo está fora de rota, como um andarilho perdido. Sem um norte, as pessoas se agarram ao primeiro sinal de caminho traçado, como essas religiões pagãs, o dinheiro, a vanglória, etc. O homem moderno é um andarilho desesperado por um caminho.
Existem diversas ideias e teorias que tentam explicar como chegamos a essa situação, mas o ponto central de tudo isso, o que resume todas as teorias, é que chegamos a essa condição simplesmente porque passamos a olhar apenas para nós mesmos. Deixamos de amar. Como mencionei no início deste texto, imagine uma vida sem Amor e não apenas o sentimento, mas o Amor de fato, que significa decidir-se pelo outro, entregar-se pelo outro. É basicamente nessa situação que o homem se colocou. Socialmente, o dinheiro vale mais do que um filho, o orgulho vale mais do que a esposa, tudo isso por você. É digno buscar uma vida financeiramente mais estável e nos destacarmos na sociedade, mas, de forma alguma, isso pode ser superior ao outro e ao chamado que Deus te deu na vida.
E o pior de tudo isso é que esse esquecimento do Amor pela sociedade vem acompanhado de uma grandeza. Não se trata apenas de uma ideia que as pessoas racionalizaram e aceitaram, é a cultura em voga. O esquecimento do Amor hoje é cultura, e cultura é algo imensamente poderoso. Podemos até nos esforçar para nos manter longe dessa cultura que rejeita o Amor, mas a verdade é que estamos completamente banhados por ela. Nossas atitudes sempre serão influenciadas pela nossa cultura.
Pequenos Atos de Amor
E qual é a solução para esses problemas? Diante de um poder maligno tão grande, o que nós, pessoas comuns, podemos fazer?
A resposta para essa pergunta é difícil de compreender para nós, pois diante de um poder tão grande, pensamos que são necessárias grandes atitudes. Mas a verdade é que a única maneira de derrotarmos este mal é por meio de decisões contínuas de Amor. É nas pequenas atitudes de Amor que afastamos o mal do mundo. Somente quando cada ser humano decide fazer o bem com o tempo e a situação que lhe são dados, podemos vencer o mal.
No primeiro filme da trilogia O Hobbit, há uma cena muito bela que ilustra o que estou tentando dizer. Nela, Gandalf, que acabou de descobrir que o mal está ressurgindo, conversa com Galadriel, uma bela e sublime elfa, e diz: “São os pequenos atos cotidianos de pessoas comuns que mantêm a escuridão à distância. Pequenos atos de gentileza e amor”. Talvez você devesse assistir ao filme e prestar atenção nessa cena; afinal, a arte toca o coração mais do que as ideias.
Mas não só Gandalf, como também Santa Teresinha e tantos outros santos descobriram que o caminho para a santidade e para a felicidade não está nos grandes atos, nas grandes conquistas, etc. Está na simplicidade de uma gentileza, de uma entrega; ou seja, nos pequenos atos de amor.
Aí está o caminho que tanto buscamos! O verdadeiro caminho que nos conduz a uma vida plena. Eu te convido, então, meu caro leitor, a abandonar os outros caminhos aos quais você se apegou e a entrar no verdadeiro caminho de realização, o caminho do Amor. O caminho de se decidir pelo outro todos os dias, em cada momento da sua vida.
Enfim, que possamos amar como Deus nos amou, afinal, este é o chamado do Senhor para nós. Que Ele nos conduza nessa missão.
José Henrique Hissung Botelho de Andrade
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator
Fonte: www.pantokrator.org.br
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