segunda-feira, 28 de julho de 2025

Cristãos pedem a enviado da Santa Sé à Índia intervenção contra violência

Dom Paul Richard Gallagher. | Daniel Ibáñez / EWTN.

Cristãos na Índia recentemente pediram à Santa Sé que respondesse energicamente à crescente violência no país na visita de Estado do arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados.

A Santa Sé disse que Gallagher visitou o país de 13 a 19 de julho para "fortalecer laços de amizade e colaboração". Além de se reunir com autoridades da Igreja, Gallagher teve uma reunião oficial com Subrahmanyam Jaishankar, ministro das Relações Exteriores da Índia, em Nova Déli, capital do país, em 17 de julho.

Descrevendo a reunião como uma “boa conversa”, Jaishankar disse numa publicação na rede social X que os líderes discutiram “a importância da fé e a necessidade de diálogo e diplomacia para resolver conflitos”.

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No mesmo dia, um memorando redigido pelo do grupo ecumênico de defesa dos direitos de cristãos na Índia United Christian Forum foi apresentado a Gallagher, que documentou um aumento constante na violência anticristã sob o regime do primeiro-ministro do país, Narendra Modi, que liderou o governo nacionalista pró-hindu do Partido Bharatiya Janata por 11 anos.

O grupo cristão pediu uma “intervenção urgente” da Santa Sé diante dos crescentes incidentes de violência e assédio contra cristãos em todo o país.

O apelo disse que 834 casos de violência e hostilidade contra cristãos foram relatados na Índia no ano passado, acima dos 734 em 2023 e dos 127 em 2014, quando Modi assumiu o cargo.

Embora o enviado da Santa Sé tenha visitado o seminário jesuíta Vidyajyoti em Nova Déli, celebrado a missa e interagido com estudantes de teologia sobre questões de formação, diálogo e outras preocupações, o diretor padre Rajkumar Joseph, diretor do seminário, se recusou a fornecer detalhes das reuniões, dizendo à CNA, agência em inglês da EWTN, que foi uma "visita privada".

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"Talvez o silêncio generalizado seja conveniente para o governo", disse à CNA na última terça-feira (22) o líder leigo católico John Dayal, baseado em Nova Déli.

O padre jesuíta Cedric Prakash expressou decepção com o que chamou de "simbolismo da Santa Sé", dizendo que as atrocidades contra cristãos deveriam ter sido levantadas na discussão com o governo.

O memorando do United Christian Forum cita alegações de “conversão fraudulenta” como a principal razão para o aumento da violência contra cristãos, como a detenção de centenas de pessoas.

O maior número de incidentes no ano passado, disse o grupo, foi relatado no norte de Uttar Pradesh (209), seguido por Chhattisgarh (165) — dois Estados da Índia governados pelo nacionalista hindu BJP.

O Estado de Odisha, que está sob o governo do BJP há um ano, também sofreu recentemente com violência contra cristãos.

Cadáveres de cristãos foram desenterrados para "cerimônias de reconversão" e cristãos foram impedidos de enterrar seus mortos em áreas tribais de Odisha. Enquanto isso, dois padres idosos da diocese de Sambalpur — um deles na casa dos 90 anos de idade — recentemente foram brutalmente atacados, amarrados e ameaçados de morte se retornassem para o trabalho missionário ali.

Depois de um ataque em 21 de junho que feriu 31 cristãos na vila de Kotamateru, no distrito de Malkangiri, com dezenas de cristãos também expulsos da vila, tem ocorrido no Estado uma série de protestos de cristãos pedindo ao governo que agisse contra fundamentalistas hindus.



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