
O quarto domingo do mês de agosto abriu a semana na qual a Igreja no Brasil recorda a vocação dos cristãos leigos e leigas. São homens e mulheres que, a partir do Batismo, vivem sua missão de evangelizar, seja no envolvimento nas atividades eclesiais, seja no testemunho do evangelho nos diversos ambientes e realidades sociais.
O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) preparou o “Roteiro Vocacional 2025: Celebrando a Vocação Cristã com Esperança e Compromisso”. O material é um convite à reflexão, oração e ação na missão de transformar o mundo.
Na apresentação, o CNLB recorda que a vocação laical é dom recebido no batismo “que nos faz sujeitos eclesiais, discípulos missionários e protagonistas na vida e na missão da Igreja”.
Assim, os cristãos leigos e leigas estão presentes na sociedade “como fermento na massa, sal da terra e luz do mundo”.
“O nosso protagonismo não é privilégio, mas responsabilidade. Pelo batismo, todos nós somos chamados a iluminar a sociedade com o Evangelho, contribuindo para que a vida seja defendida, a justiça seja promovida e a esperança seja mantida viva”, afirma o Conselho.
O anúncio da Boa-nova de Jesus, dessa forma, se realiza em todos os espaços, como as comunidades, as famílias, o trabalho, a política, a cultura, no cuidado com a criação, nos ambientes digitais e nas periferias existenciais e geográficas.
“Assumimos o compromisso de ser Igreja em saída, atuando com coragem e criatividade, para que a voz dos leigos e leigas seja sempre presença ativa na construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna”, diz o CNLB.
Diversidade de carismas
Os bispos também recordaram a vocação dos cristãos leigos e leigas nesta quarta semana de agosto. Em artigo, o bispo de Caxias do Sul (RS), dom José Gislon, agradeceu o comprometimento de todos os batizados, “que vivendo a graça do seu Batismo procuram testemunhar a fé em Cristo Jesus, através de uma vida de oração, mas também assumindo responsabilidades na vida da comunidade”.
Ele ressaltou ainda a necessidade de que a diversidade de carismas e dons dados por Deus sejam reconhecidos para que uma comunidade possa crescer e fortalecer os vínculos de comunhão e fé entre os seus participantes. Igualmente importante, segundo dom José Gislon, é que “esses carismas e dons sejam vividos no serviço e nos ministérios dos leigos, tendo presente o bem comum da comunidade e o compromisso de todo batizado com o Reino de Deus”.
Em sua reflexão, o bispo ressaltou ainda a importância de “constantemente cuidar da formação dos leigos para que eles possam, à luz do Evangelho, ser também os protagonistas de uma Igreja em saída, missionária e solidária”.
Vocação grandiosa
O arcebispo emérito de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, escreveu sobre o testemunho dos leigos, ressaltando ser uma vocação grandiosa “que não se restringe a colaborar com o padre na comunidade, mas que se desdobra no dia a dia, onde a vida acontece”.
“O leigo é aquele que, mergulhado no mundo, carrega consigo a missão de testemunhar o Evangelho no trabalho, na vida política, na cultura, na economia, nas artes e nas mais diversas expressões do convívio humano”, escreveu.
A responsabilidade dos leigos, segundo dom Anuar, é de “sustentar a fé, testemunhar a esperança e construir a paz”.
“Em meio às crises sociais e às divisões políticas que marcam nosso Brasil e o mundo, cabe ao laicato ser ponte, sinal de unidade e de diálogo. Não podemos esperar que somente os sacerdotes e religiosos façam frente aos desafios da sociedade. O leigo é chamado a ser discípulo missionário, e sua missão começa no lar, se estende ao bairro e alcança os espaços de decisão que moldam a vida coletiva”, afirmou.
Ser sal e luz não é privilégio de poucos, mas missão de todos, segundo dom Anuar. E, diante disso, o testemunho dos leigos não pode ser tímido, exorta o prelado: “Num mundo marcado por injustiças, desigualdades e indiferença religiosa, o cristão leigo é convocado a ser voz profética, capaz de denunciar o mal e anunciar o bem. É sua tarefa não apenas ‘falar de Deus’, mas revelar Deus no modo de viver: na honestidade, na solidariedade, no serviço aos pobres e na promoção da paz”.
Por Luiz Lopes Jr. | Com imagens do CNLB
Fonte: www.cnbb.org.br
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