O Papa recebeu uma delegação de 40 jesuítas e colaboradores da revista italiana que completa 175 anos de fundação e identificou três aspectos para seguir na missão. Entre eles, dar voz aos últimos, com "uma grande e humilde capacidade de ouvir, de estar perto de quem sofre, para reconhecer em seu grito silencioso o do Crucificado. Só assim é possível fazer-se eco fiel e profético da voz de quem está em necessidade, quebrando todo o círculo de isolamento, solidão e surdez".
Andressa Collet - Vatican News
O Papa Leão XIV recebeu na manhã desta quinta-feira (25/09) uma delegação de 40 pessoas que fazem parte do Colégio de Escritores, além de colaboradores, da "La Civiltà Cattolica", a revista da Companhia de Jesus mais antiga em língua italiana ainda ativa, com publicação mensal, que frequentemente ganha mensagens e discursos dos pontífices. Como escreveu Francisco em mensagem de 2 de abril deste ano, pouco antes de falecer, ao encorajar o trabalho feito "por meio do bom jornalismo, que não adere a nenhum outro lado senão aquele do Evangelho, ouvindo todas as vozes e encarnando aquela dócil mansidão que faz bem ao coração”. Uma revista que tem como missão, como reforçou o próprio Pontífice argentino em discurso em fevereiro de 2017, captar "o olhar de Cristo sobre o mundo, cultivando-o, comunicando-o, testemunhando-o".
Ao compartilhar "plenamente as palavras do saudoso predecessor", disse Leão XIV à delegação na Sala do Consistório, no Vaticano, agradeceu pelo "serviço fiel e generoso" prestado à Santa Sé e felicitou pelo aniversário de 175 anos de fundação da revista. “Uma janela para o mundo”, lembrou o Papa segundo definição de alguns, ao apreciar pela abertura e abordagem da atualidade "sem medo de enfrentar os desafios e contradições".

O Papa ao saudar o diretor da revista, o português Nuno da Silva Gonçalves (@VATICAN MEDIA)
Educar as pessoas
Em discurso, Leão XIV identificou três áreas significativas do trabalho realizado pela revista: educar as pessoas para um compromisso inteligente e ativo no mundo, ser a voz dos últimos e também anunciadores de esperança. Sobre o primeiro aspecto, o material produzido pelos jesuíta, segundo o Pontífice, pode ajudar os leitores a compreender melhor a complexa sociedade de hoje, avaliando "potenciais e fraquezas", capacitando sobre temas fundamentais, como equidade social, família, educação, desafios tecnológicos e paz:
"Com os seus artigos, vocês podem oferecer a quem lê instrumentos hermenêuticos e critérios de ação úteis, para que cada um possa contribuir para a construção de um mundo mais justo e fraterno, na verdade e na liberdade."

Leão XIV com Pe. Federico Lombardi, por dez anos diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé (@Vatican Media)
Ser a voz dos últimos
Quanto ao segundo ponto, de ser a voz dos mais pobres e excluídos, Leão XIV citou o Papa Francisco, reforçando o que escreveu na Exortação Evangelii gaudium sobre “a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e rejeita”, que nunca deve faltar:
“Ser a voz dos pequenos é, portanto, um aspecto fundamental da vida e da missão de todo cristão. Isso requer, antes de tudo, uma grande e humilde capacidade de ouvir, de estar perto de quem sofre, para reconhecer no seu grito silencioso aquele do Crucificado que diz: “tenho sede”. Só assim é possível fazer-se eco fiel e profético da voz de quem está em necessidade, quebrando todo círculo de isolamento, de solidão e de surdez.”

O Papa com Pe. Antonio Spadaro, ex-diretor da revista dos jesuítas (@VATICAN MEDIA)
Mensageiros de esperança
Ao abordar o terceiro aspecto, da revista procurar ser mensageira de esperança, Leão XIV também recordou Bento XIV que, através do "poder indestrutível do amor", encontrava a coragem de agir e continuar. Sobretudo, insistiu o Pontífice, "num mundo cada vez mais fechado em si mesmo":
"Trata-se de se opor ao indiferentismo daqueles que permanecem insensíveis aos outros e à sua legítima necessidade de futuro, bem como de vencer a decepção daqueles que não acreditam mais na possibilidade de empreender novos caminhos, mas sobretudo de recordar e anunciar que, para nós, a última esperança é Cristo, nosso caminho. Nele e com Ele, em nosso caminho não há mais becos sem saída, nem realidades que, por mais duras e complicadas que sejam, possam nos deter e impedir de amar com confiança a Deus e aos irmãos."

A delegação de jesuítas, jornalistas e colaboradores foi recebida na Sala do Consistório, no Vaticano (@VATICAN MEDIA)
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Fonte: www.vaticannews.va
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