Artigo escrito por Dom Lucena
A
abertura da Semana Santa, a maior de todas as semanas para os
cristãos,que com o Domingo de Ramos evoca a Entrada de Jesus em
Jerusalém e sua Paixão. Vivemos a bênção dos ramos, que levaremos para
casa num sinal de compromisso com aquele que aclamamos, participando da
procissão da acolhida de Jesus como o Bendito que vem em nome do Senhor,
que O aclamamos Rei e Senhor de nossas vidas, e da Missa refletindo
sobre a sua Paixão. No acolhimento de sua Palavra, de sua pessoa
redentora, nos tornaremos participantes de seu mistério. É preciso viver
bem este tempo de graça por todos os que seguem Jesus, fazendo da
própria vida a grande celebração ao Deus que nos criou e nos redimiu em
Cristo. Esse é o dia ideal para celebrar a Jornada Diocesana da Juventude. Os jovens caminhando com Cristo. Durante
a segunda, terça e quarta-feira, Jesus e seus discípulos preparam-se
para celebrar a Páscoa. Jesus sabia muito bem que eram os últimos dias
de sua vida. A Páscoa judaica converter-se-ia na Páscoa de Jesus; sua
passagem da morte para a vida. Nesses três dias criamos o ambiente
propício para a celebração do mistério pascal. Necessitamos de nos
aproximar do Senhor. Por isso, a maneira de viver bem a Semana Santa é
vivenciar os sacramentos. Aproximar-se dos sacramentos é viver a graça
de Deus. Aquele que crê é chamado a participar de todas as celebrações
da Semana Santa. Por isso, os feriados da Semana Santa proporcionam mais
tempo para participar das celebrações especiais, que, por serem mais
longas e em horários diferentes, devem contar com a nossa disposição em
aproveitar cada instante para mergulhar no mistério da Páscoa.
Geralmente, na quinta-feira santa, pela manhã, a Igreja reúne a
comunidade diocesana: o Bispo, os Sacerdotes e fiéis. Na celebração
eucarística são abençoados: o óleo para o Batismo, chamado óleo dos
Catecúmenos; o óleo do Crisma, para o sacramento da crisma, ordenação
sacerdotal e episcopal; e o óleo dos enfermos para o alívio das dores e o
perdão dos pecados. O povo de Deus é convocado à unidade em torno de
seus pastores. À tarde, celebramos, enquanto comunidade cristã, as três
grandes dádivas que o Senhor deixou durante a última ceia: eucaristia,
sacerdócio e mandamento do amor. É início doTríduo Pascal, dos
acontecimentos do Mistério Pascal de Cristo. O que vos mando é que ameis
uns aos outros e que sejam um. Aí Jesus tomou uma bacia e lavou os pés
dos discípulos. Quem não aceita este modo não tem parte com Ele, ou
seja, só é seu discípulo se fizer como Ele fez. E no sacramento da
Eucaristia somos estimulados e animados a viver os frutos de sua paixão
para chegar à ressurreição.A visita ao Santíssimo é uma expressão de fé
no sacramento da eucaristia; por isso é feito em espírito de oração,
numa atitude de respeito, amor e gratidão ao Senhor. Um local bem
preparado para adoração dos fiéis ao Santíssimo e para conservar a
Eucaristia para a celebração da Sexta-feira Santa. São retirados do
altar todos os objetos e enfeites, ficando completamente despojado de
tudo. O centro é Cristo no seu mistério de total abaixamento. Na
sexta-feira santa não celebramos a Eucaristia. A comunidade cristã
celebra a paixão e morte do Senhor como passagem necessária para a
ressurreição. A Igreja contempla Cristo, que morrendo, se oferece como
vítima do Pai, para libertar toda a humanidade do pecado e da morte. Aos
pés da Cruz, a Igreja em oração quer trazer as dores de toda a
humanidade, para que o Sangue precioso de Cristo possa curar todos os
males. A Cruz é sinal da vitória de Cristo. Não adoramos a madeira da
Cruz, mas a pessoa de Cristo crucificado. O
beijo na Cruz na Sexta-feira Santa será justamente a certeza de
aceitarmos o Cristo, que deu a vida por nós, e aceitarmos as nossas
cruzes iluminadas por Ele, sabendo que com Ele morreremos para com Ele
ressuscitarmos.Viver a Semana Santa é, também, identificar-se com o
mistério da cruz de Cristo. É
importante participar da via-sacra, nesse dia, para acompanhar Jesus. E
ao comungar, unimo-nos a Jesus, que dá a vida por nós. O sábado santo é
a passagem misteriosa da morte para a ressurreição. É o vazio de uma
espera. Chegamos à celebração da Vigília Pascal. É a mãe de todas as
celebrações da Igreja. Celebra-se a alegria da luz. O Círio é símbolo
de Cristo, que conduz o seu povo. Cristo é Palavra do Pai, luz do mundo.
Ele está presente na palavra lida na comunidade. O Aleluia significa
louvores a Deus. É o momento da explosão de alegria. Depois, pedimos a
Cristo que infunda na água a força do Espírito Santo, para que quem nela
for batizado seja sepultado na morte com Cristo e ressuscite com ele
para a vida. E com a renovação das promessas batismais somos inseridos
mais profundamente no mistério de Cristo Ressuscitado. A comunidade
reunida em torno da Páscoa renova o mistério da imolação e glorificação
de Cristo. Que a nossa participação nos leve a viver uma Santa Semana.
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)
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