quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Continuam abertas as inscrições para o Jubileu dos Operadores de Justiça, de 6 a 7 de setembro, em Aparecida (SP)


Continuam abertas as inscrições para o Jubileu dos Operadores da Justiça, que acontece de 6 a 7 de setembro, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, para refletir o tema “A esperança não decepciona: fé que inspira a justiça com equidade”.

O Jubileu dos Operadores da Justiça será uma oportunidade singular de reflexão sobre a missão desses profissionais à luz da fé cristã. O evento busca fortalecer o compromisso com a promoção da justiça, da dignidade da pessoa humana e da construção de uma sociedade mais fraterna e solidária tanto no âmbito jurídico quanto no social.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida juízes, promotores, magistrados, advogados e todos os profissionais que atuam na área jurídica a participarem desse momento de graça e comunhão.

O Ano Jubilar é uma ocasião especial em que celebramos os 2025 anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. À luz do tema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), a Igreja convida todos os fiéis a um caminho de renovação espiritual, reconciliação e experiência profunda da misericórdia divina.

PROGRAMAÇÃO

Sábado, dia 06 de setembro
17h30 Acolhida no Santuário
18h00 Oração do Terço

Domingo, dia 07 de setembro
8h – Missa na Basílica com a presidência do Dom Jaime Cardeal Spengler,
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
9h30 – Coffee break
10h – Palestra: A esperança não decepciona: fé que inspira a justiça com
equidade.
11h – Comunicações
12h – Encerramento

Inscrições:
As inscrições estão abertas, por meio do link (aqui)
Para mais informações, entrar em contato com o Assessor de Relações Institucionais pelo telefone: (61) 9 9122-8570.


Papa convida fiéis a viver o dia 22 de agosto em jejum e oração pela paz


Na Audiência Geral, o Pontífice recordou a memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, que se aproxima, e pediu orações pelo fim das guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em tantas outras regiões do mundo.

Thulio Fonseca - Vatican News

Na conclusão da Audiência Geral desta quarta-feira, 20 de agosto, o Papa Leão XIV lançou um apelo aos fiéis, recordando a celebração litúrgica da memória da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, que será comemorada na próxima sexta-feira, 22 de agosto:

“Maria é Mãe dos que acreditam aqui na terra e é invocada também como Rainha da Paz, enquanto a nossa terra continua a ser ferida por guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em muitas outras regiões do mundo. Convido todos os fiéis a viverem o dia 22 de agosto em jejum e oração, suplicando ao Senhor que nos conceda paz e justiça, e que enxugue as lágrimas daqueles que sofrem por causa dos conflitos armados em curso. Maria, Rainha da Paz, interceda para que os povos encontrem o caminho da paz.”

Audiência Geral desta quarta-feira, 20 de agosto (@Vatican Media)
Dirigindo-se aos fiéis de língua portuguesa, o Papa Leão, que dedicou sua catequese ao nobre gesto de perdoar, recordou o pressuposto fundamental da convivência pacífica entre os povos e entre as pessoas: “Sem perdão nunca haverá paz!”

Ao saudar os peregrinos poloneses presentes em Roma, bem como aqueles vindos do Santuário de Nossa Senhora de Jasna Góra, na Polônia, onde se conserva o ícone de Nossa Senhora de Częstochowa, pediu-lhes que “incluam em suas intenções a súplica pelo dom da paz – desarmada e desarmante – para todo o mundo, em particular para a Ucrânia e o Oriente Médio”.

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EVANGELHO DO DIA (Mt 20,1-16a)

ANO "C" - DIA: 20.08.2025
20ª SEMANA DO TEMPO COMUM (BRANCO)
MEMÓRIA DE SÃO BERNARDO DE CLARAVAL

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1 "O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3 Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4 e lhes disse: 'Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo'. 5 E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6 Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: 'Por que estais aí o dia inteiro desocupados?' 7 Eles responderam: 'Porque ninguém nos contratou'. O patrão lhes disse: 'Ide vós também para a minha vinha'. 8 Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!' 9 Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10 Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11 Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12 'Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro'. 13 Então o patrão disse a um deles: 'Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14 Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15 Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?' 16a Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Diferentes etapas da vida"

A generosidade de Deus não conta as horas
“Naquele tempo, Jesus contou essa parábola a seus discípulos. O reino dos céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia e os mandou para a vinha. Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça desocupados e lhes disse, ide também vós para a minha vinha. Eu vos pagarei o que for justo. O patrão saiu de novo ao meio-dia, às três horas da tarde e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse, por que estais aí o dia inteiro desocupados? Eles responderam, porque ninguém nos contratou. O patrão lhes disse, ide vós também para a minha vinha” (Mateus 20,1-16a).

Bom, meus irmãos e minhas irmãs, a parábola de hoje pode ser muito bem meditada no contexto vocacional.

O chamado em cada fase da vida
As diferentes horas do dia apresentadas no Evangelho podem ser comparadas às diferentes etapas da vida, no seguimento a Jesus.
Existem pessoas que foram chamadas por Deus com seus respectivos dons e se dispuseram a servir o Senhor nos primeiros anos da juventude.

Exemplos de respostas ao longo da vida
Eu entrei para a Canção Nova aos 20 anos – já faz bastante tempo! Outras pessoas, na metade da vida, abriram-se à ação divina e deixaram tudo para servir a Deus. Outras ainda, numa idade mais avançada, deram-se conta de que a vida não fazia mais sentido sem um compromisso sério com o reino dos céus e arriscaram não desperdiçar o pouco de energia que ainda tinham.

Uma recompensa que surpreende
Por fim, aquelas pessoas com uma escassa idade e energia foram tocadas por uma graça especial e ofereceram, na conclusão de suas existências, algo para Deus. Vejam, desigualdade de empenho e momentos diferentes da vida. Diante dessa desigualdade, eis que aparece uma igualdade surpreendente na retribuição final, porque a todos aquele patrão pagou o mesmo valor.

A igualdade na retribuição final
É óbvio que Jesus não está comparando o serviço do reino dos céus às proposições sindicais e industriais do nosso tempo.

Jesus só está propondo o seu modo de fazer justiça que também comporta o amor. Amor que leva em conta não o rendimento, mas as capacidades reais de cada um e a generosidade com que respondem ao apelo de Deus.

A resposta generosa que Deus espera
Capacidades e tempo dedicado são medidos no coração e só Deus é capaz de enxergar essas intenções que estão escondidas dentro de cada pessoa.

A importância de responder hoje
Por isso não importa como você pode servir ao Senhor ou quando você vai servir ao Senhor, importa que você dê hoje, a sua resposta generosa a Jesus Cristo e se empenhe, de alguma forma, no serviço ao reino dos céus.
Jesus conta com você.

Sobre todos vós, desça a bênção de Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!


Padre Donizete Heleno Ferreira
Sacerdote da C. Canção Nova



Vigia avançado, muralha resistente, torre elevada

Alguns dias depois de ter sido eleito Superior da Companhia de Jesus, Santo Inácio e seus discípulos fizeram uma peregrinação a diversas igrejas de Roma, concluindo-a na Basílica de São Paulo Extramuros, onde se confessaram, comungaram e renovaram seus votos.


Redação (16/08/2025 11:01, Gaudium Press) Frequentemente, Santo Inácio recebia graças místicas extraordinárias. Durante a celebração da missa, muitas vezes ficava em êxtase e seu rosto espargia raios celestiais enquanto seu olhar brilhava de tal modo que parecia estar mergulhado no próprio seio da divindade.

Devido às virtudes e aos conhecimentos teológicos que os membros da Companhia de Jesus possuíam, de vários locais da Europa, chegavam pedidos ao Fundador para que seus discípulos lá fizessem apostolado. Atendendo tais solicitações, ele enviou alguns para Portugal, Índia, Alemanha, Irlanda e Veneza.

Na sede dos jesuítas em Roma, o número de noviços aumentava continuamente e Santo Inácio os formava com uma disciplina plena de bondade e firmeza.
Noviço trajando capa de veludo bordada a ouro

Um sobrinho seu, Antônio de Araoz, deixou a Espanha e apresentou-se no seminário vestindo uma capa de veludo bordada a ouro, como se trajavam os nobres.

Conforme estipulava a regra, ele passou a pedir esmolas nas ruas de Roma, servia os doentes nos hospitais, lavava a louça na cozinha da casa, mas por ordem do Fundador sempre trajando sua capa de veludo. Para um nobre espanhol era uma rude prova, a qual o jovem suportou galhardamente durante dois anos, até que a capa deteriorasse.

Quando um noviço não queria se conformar com o espírito e o modo de ser dos membros da Companhia era excluído do seminário, mesmo que pertencesse à elevada categoria social. Por exemplo, um filho do Duque de Bragança e sobrinho de Dom Manuel I, Rei de Portugal, foi expulso porque semeava a desunião entre os seminaristas.

O Rei de Portugal rompe relações com o Papa
Devido a uma questão eclesiástica, o Rei de Portugal João III rompeu seu relacionamento com o Papa Paulo III.

Essa ruptura repercutiu em toda a Europa e Santo Inácio procurou solucioná-la. Escreveu uma carta ao Padre Simão Rodrigues, Provincial dos jesuítas em Portugal, e pediu-lhe que a mostrasse ao monarca.

Dom João III venerava Santo Inácio e costumava dizer que sua palavra deveria ser considerada como a do próprio Deus. Após ler a missiva, reconciliou-se com o pontífice.

O número de noviços da Companhia de Jesus crescia rapidamente em Portugal e Espanha devido às pregações dos Padres Pedro Fabro e Antônio Araoz. Promoveram retiros, com fundamento nos “Exercícios Espirituais”, reergueram conventos cujas disciplinas se haviam relaxado, e incentivaram nos presbíteros a combatividade.

Jesuítas atuaram no Concílio de Trento
Tendo se iniciado o Concílio de Trento, em 1545, Paulo III solicitou a Santo Inácio dois teólogos da Companhia de Jesus para serem legados pontifícios naquela Assembleia. Ele escolheu os Padres Diego Laynez e Alfonso Nicolás Salmerón, os quais haviam estudado na Universidade de Paris e frequentemente eram consultados por destacados teólogos de Roma, embora tivessem pouco mais de trinta anos de idade.

Padre Fabro, que anteriormente fizera frutuoso apostolado na Alemanha, recebeu ordem do Papa de atuar no Concílio de Trento como delegado pontifício.

Encontrava-se ele na Espanha e muito doente; disseram-lhe que empreender a viagem à Roma seria caminhar para a morte.

– Não é necessário viver – respondeu -, mas sim obedecer.

Após três meses de penoso percurso, chegou à Cidade Eterna extenuante e, pouco depois, nos braços do seu venerado Pai espiritual, entregou sua alma a Deus em 1 de agosto de 1546. Recebeu a honra dos altares e sua memória é celebrada em 1 de agosto.

Grandes santos: Francisco de Borgia e Pedro Canísio
Nesse mesmo ano de 1546, ingressou na Companhia de Jesus um varão pertencente à alta nobreza espanhola: Francisco de Borgia, Duque de Gandia e Vice-rei da Catalunha.

Ele se casara com Leonor de Castro Mello y Meneses e tiveram oito filhos. Ela faleceu em maio de 1546 e, alguns meses depois, Francisco entrou como noviço na Ordem dos jesuítas, da qual se tornou o Terceiro Geral, em 1565. Praticou todas as virtudes em grau heroico e foi canonizado. Sua memória se celebra em 30 de setembro.

Devido à proliferação de protestantes na Alemanha, o Duque de Baviera escreveu ao Fundador pedindo-lhe “defensores da Fé da Igreja, escolhidos entre os mais aguerridos do seu valente exército”,[1] para combaterem a heresia.

Para lá foram enviados os Padres Alfonso Salmerón, espanhol, e Pedro Canísio, holandês, ao qual o príncipe confiou as aulas de Teologia na Universidade de Ingolstadt.

Quinze minutos junto ao Sacrário
Mas entre os primeiros discípulos de Santo Inácio, que fizeram seus votos na Basílica do Sagrado Coração de Montmartre, em Paris, houve um que se deixou dominar pelo espírito revolucionário: Nicolás de Bobadilla. Movido pelo orgulho, rebelou-se contra o Fundador a tal ponto de chamá-lo tirano, e também contra as Constituições da Companhia que, segundo ele, deveriam ser mais liberais…[2]

Tal era a confiança do Santo em Deus que afirmou certo dia: se a Companhia de Jesus fosse fechada sem sua culpa, bastar-lhe-ia um quarto de hora passado junto ao sacrário para reconquistar toda sua tranquilidade.

Sentindo que a morte se aproximava, pediu e obteve a bênção do Papa; juntando as mãos, olhando para o céu pronunciou o nome de Jesus e sua alma foi levada ao Paraíso. Era o dia 31 de julho de 1556, estando ele com 65 anos de idade.[3] Sua memória é celebrada em 31 de julho.

Grande remédio dos males, martelo das heresias
Quando se celebrou o IV centenário da fundação da Companhia de Jesus, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira foi convidado a pronunciar uma conferência na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em 22 de maio de 1941.

Transcrevemos um trecho de sua exposição.
A Companhia de Jesus estava “destinada a ser a grande sentinela dos perigos, mormente daqueles que ninguém ainda vê; o grande remédio dos males, especialmente daqueles que ainda ninguém discerne; o martelo das heresias, sobretudo daquelas cujo murmúrio incipiente ou cuja germinação imperceptível, escapa aos olhos da maior parte dos observadores. […]

Era “o vigia avançado, a muralha resistente, a torre elevada, que permite discernir de longe o inimigo, e quebrar o ímpeto de suas primeiras e mais fortes investidas”.[4]

Por Paulo Francisco Martos


São Bernardo de Claraval

Bernardo nasceu em 1090 no Castelo de Fontaine, próximo a Dijon na região de Borgonha, França. Seu pai era um nobre e sua mãe, Aleth de Monthbard, é venerada como Bem-Aventurada. Terceiro de sete irmãos, destacou-se pela inteligência, frequentado a escola canônica desde os nove anos, onde sobressaiu particularmente na área de Literatura.

Em 1112 entrou para a abadia de Cister, fundada por São Roberto de Molesme na Borgonha, com 22 anos. Sua decisão levou mais de 30 homens, incluindo irmãos, tios e vários amigos a também se consagrarem no mesmo mosteiro, sob o abade Santo Estevão Harding. A esposa do irmão primogênito também se fez monja. Dedicava-se à oração e à catequese, possuindo o dom da oratória, e sua influência era tanta que as mães e esposas procuravam afastar dele os filhos e maridos.

Com o aumento das vocações, foi necessária a fundação de novos mosteiros. Bernardo seguiu em 1115 com 12 irmãos para erguer no vale de Iangres a abadia de Claraval (“Vale Claro”) e se tornar o seu primeiro abade, com apenas 25 anos. A regra beneditina era adotada com todo o rigor, amor e integridade, oração e trabalho sob a obediência absoluta ao abade, e por seus méritos de santidade o mosteiro se tornou conhecido na França e posteriormente na Europa pela humildade, caridade e profunda cultura. O mosteiro chegou a ter 700 monges, entre os quais o irmão do Rei Luís Vll Henrique de França, mais tarde bispo e arcebispo de Reims. Outros 78 mosteiros foram fundados por Bernardo na França e na Europa, ao longo do tempo.

Participou do Concílio de Troyes (1129, quando obteve o reconhecimento da Ordem do Templo, os Templários, cujos estatutos ele mesmo escreveu), do Segundo Concílio de Latrão (1139) e do Concílio de Reims (1148), sempre a pedido do Papa, e também a seu pedido pregou em prol da realização da Segunda Cruzada (1147-1149).

A eleição do legítimo Papa Inocêncio II (1130-1143) necessitou do auxílio de São Bernardo, pelas orações e argumentações, contra as pretensões do antipapa Anacleto II, bispo da Gasconha, apoiado por um nobre influente. Apesar dos seus esforços, o cisma ainda durou oito anos. Por fim, admoestado por Bernardo, o nobre se arrependeu e se converteu, vindo a ser religioso, mas o bispo cismático morreu orgulhosamente no erro, sozinho, sem confissão e sem o Viático (Eucaristia para os que estão moribundos).

Famoso ficou o debate entre Bernardo e Abelardo. Este, um importante filósofo, teólogo e lógico francês, defendeu ideias por demais racionalistas, e seu tratado sobre a Santíssima Trindade foi considerado herético em 1121, pois reduzia a Fé a uma mera opinião, à parte da Verdade Revelada. Além disso, insistia no subjetivismo da intenção pessoal como critério único para determinar a bondade ou malícia de um ato moral, descartando o significado objetivo do valor moral das ações. Bernardo o encontrou em 1141, e por fim Abelardo morreu em comunhão com a Igreja, arrependendo-se dos seus erros.

Bernardo também teve que combater a heresia de Pedro de Bruys e de seu seguidor Henrique de Lausanne, que negava o batismo das crianças e a existência do Pecado Original, entre outros aspectos da doutrina Católica. Em 1145 foi ao sul da França, onde sua atuação praticamente acabou de vez com os hereges henriquianos e pedrobrusianos (ali também pregou contra os cátaros ou albigenses). Em 1146 Bernardo, por carta, exortava aos fiéis da região para que se extinguisse definitivamente a heresia.

Reconhecido pela santidade e sabedoria, Bernardo foi respeitado em todo o continente europeu e convidado a opinar sobre assuntos públicos, aconselhando Papas e reis, e defendendo os direitos da Igreja contra o abuso dos nobres. Ficou conhecido como Pai dos fiéis, Coluna da Igreja, Apoio da Santa Sé, Anjo Tutelar do Povo de Deus.

Era extremamente devoto de Nossa Senhora. Suas palavras na catedral de Spira, Alemanha, ajoelhado diante da Sua imagem, foram fixadas no final da oração da Salve Rainha: “Ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce Virgem Maria!”. Seu pensamento mariológico tinham por temas centrais a explicação da Virgindade Perpétua de Maria, Sua função como Medianeira de todos os dons e graças da Salvação, e como os fiéis deviam invocá-La.

A sua grande e profunda obra escrita inclui estes temas marianos e muitos outros, sobre Teologia, Doutrina, biografia. Os títulos mais conhecidos são, talvez, “Tratado Sobre o Amor de Deus”, “Opúsculo Sobre o Livre-Arbítrio”, “Sermões Sobre o Cântico dos Cânticos”, “Tratado da Consciência ou do Conhecimento de Si” e “As Heresias de Pedro Abelardo”. Para Maria Santíssima, compôs a letra e a música do hino Ave Maris Stella.

São Bernardo faleceu no dia 20 de agosto de 1153, aos 63 anos de idade. Aos monges que rezavam por sua vida, disse, um pouco antes: “Por que desejais reter aqui um homem tão miserável? Usai da misericórdia para comigo e deixai-me ir para Deus”.

São Bernardo foi eminente pregador, prior, abade, polemista, diplomata, polemista, teólogo, pacificador, escritor, conselheiro de Papas, bispos e reis. É considerado o segundo fundador da Ordem Cisterciense (ordem beneditina reformada por São Roberto de Molesme em 1098), pelo zelo na sua vivência e fundação de muitos mosteiros; atualmente, os cistercienses estão nos cinco continentes, havendo no Brasil inclusive uma cidade chamada Claraval, surgida a partir de um mosteiro, no Estado de Minas Gerais. Também parece certa a sua influência na independência de Portugal, que traria a Fé para o Brasil: por sua mediação direta, ou da sua abadia, o Papa Alexandre III teria enviado um legado à Península Ibérica reconhecendo, ao menos, o título de duque a dom Afonso Henriques e a submissão do novo país à Santa Sé em 1179.

É Doutor da Igreja por suas pregações e escritos: "Doctor Mellifluus" (Doutor com voz de Mel), e considerado pelo Papa Pio XII como “o último dos Padres da Igreja, e não o menor” (Os “Padres da Igreja”, ou Santos Padres, Pais Apostólicos, Pais da Igreja, são os grandes católicos dos oito primeiros séculos depois de Cristo, na maioria bispos, cujos trabalhos servem de base doutrinária pela lucidez e correção dos seus ensinamentos).

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Bernard, ad quid veniste? (“Bernardo, a que vieste?”), perguntava-se um jovem Bernardo na francesa Borgonha do século XI. Qual o sentido da nossa existência? Os católicos o sabem, porque Jesus no-lo ensinou. Não há espaço para o ressurgente subjetivismo proposto por Abelardo, naquele século, e que tanta tristeza causa às pessoas. A cultura do relativismo ético já foi substituído, há muito, pela Verdade serena da Salvação, na qual temos a paz, e na qual, felizmente, morreu reconciliado Abelardo. Mas, para alcançar esta paz, vale o antigo ditado romano: Si vis pacem, para bellum, “se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Na eficaz devoção a Nossa Senhora, encontraremos como São Bernardo os necessários elementos de Fé, Esperança e Caridade que ele tão brilhantemente desenvolveu por escrito e pregou convincentemente, para vencer cismas, heresias e perseguições abusivas de muitos que se acham “nobres” o suficiente para querer “mudar” a Igreja de Cristo, Quem, como Deus, é imutável no Seu ser e nas Suas obras, perfeitas… Fomos chamados a esta vida pelo Senhor, para sermos felizes, embora a felicidade plena nos esteja reservada somente no Céu; saboreemos então no caminho para lá o mel da Santa Doutrina que São Bernardo nos transmitiu, no aconchego da nossa clemente, piedosa e doce Sempre Virgem Maria, Porta do Céu, e de mãos dadas com Ela estaremos seguros e não erraremos a direção.

Oração:

Senhor, que nos fizestes para Vós e para a alegria infinita, concedei-nos por intercessão de São Bernardo de Claraval ouvir e viver os ensinamentos da Vossa Igreja, fazendo das nossas almas como que vales clareados pela graça e pela proximidade de Maria Santíssima, e assim podermos efetivamente contribuir com as atuais e necessárias cruzadas pela Fé, no desejo firme de ir para Deus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Semana da Vocação à Vida Consagrada: na generosidade do nosso “sim”, deixar resplandecer a beleza do testemunho

Na terceira semana do Mês Vocacional, a Igreja no Brasil recorda a vocação à Vida Religiosa Consagrada. Em carta enviada aos 30 mil religiosos e religiosas do país, a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Maria do Disterro Rocha Santos, agradeceu à doação e motivou a vida consagrada a “resplandecer a beleza do nosso testemunho, feito de entrega e doação”.

A religiosa inicia sua carta com palavras de motivação, recordando a oferta de vida:

No ofertório diário de nossas vidas, plantamos as sementes da resistência, feitas de cuidado e oblação. E, na aventura do chamado, novo e sempre exigente, deixamos, mais uma vez, que o Senhor alcance o nosso olhar, a fim de que a luminosidade de sua amorosa intimidade nos transfigure.

Irmã Disterro recorda a caminhada de peregrinos e reafirma “a alegria de ser, no coração da Igreja e do mundo, a presença amorosa da Trindade Santa, no nosso jeito de ser e na riqueza dos nossos carismas”. Também ganham destaque os “olhos fixos em Jesus” (Hb 12,2) e as sandálias gastas e empoeiradas da missão.

Especialmente para o dia dedicado à vocação à Vida Religiosa Consagrada, a presidente da CRB ressalta agradecida que, “na generosidade do nosso ‘sim’, deixamos resplandecer a beleza do nosso testemunho, feito de entrega e doação”.

Ela motiva que o testemunho dos religiosos “continue gerando vocações para a Igreja, sendo sinal de profecia e esperança, ‘para que todos tenham vida e a tenham em abundância’ (Jo 10,10)”.

“No Coração da Mãe Maria, vocacionada e discípula que peregrinou pelos caminhos da missão, roguemos para que ela nos ensine a fé e a coragem, a fim de continuarmos sendo, no coração do mundo e da Igreja, sinal visível da presença amorosa de Deus”, escreveu.


No final de semana, diversos regionais da CRB celebraram o Dia da Vida Religiosa Consagrada pelo Brasil. Alguns registros foram reunidos pela Conferências dos Religiosos.


Programação formativa

No decorrer desta semana, de 19 a 23 de agosto, a CRB promove uma programação especial no YouTube, com momentos formativos, celebrativos e de oração a partir do tema do Mês Vocacional: “Peregrinos porque chamados”.

Programação:19/08 – Terça-feira | 19h30
Live formativa – Vida Religiosa Consagrada: um chamado a ser sinal de esperança
Assessor: Pe. Edson Tomé Pachêco Silva, SJ

20/08 – Quarta-feira | 19h30
Live celebrativa – A alegria da vocação acertada
Equipe de Comunicação do SAV/CRB

21/08 – Quinta-feira | 19h30
Celebração com as juventudes da Vida Consagrada
Coordenação: Novas Gerações, Institutos Seculares e Ordem das Virgens

23/08 – Sábado | 10h às 11h30
Hora Vocacional – Vocação Missionária
Pe. Martial Ndomo Ekongolo, RCJ
Ir. Rosa Elena Ciprés Díaz, EIM

Com informações e imagens da CRB Nacional

Leão XIV: que Jesus seja anunciado com clareza e caridade na Amazônia


"É necessário que Jesus Cristo, em quem se recapitulam todas as coisas, seja anunciado com clareza e imensa caridade entre os habitantes da Amazônia", escreveu o Papa ao Encontro de Bispos da Pan-Amazônia que está sendo realizado em Bogotá, na Colômbia, até a próxima quarta-feira (20/08). Além da dimensão do anúncio do Evangelho, Leão XIV também analisou a missão da Igreja na região através do cuidado da casa comum, um "direito e dever" que "Deus Pai nos confiou como administradores solícitos".

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV também se fez presente nas atividades do Encontro de Bispos da Pan-Amazônia através de um telegrama. A mensagem, assinada pelo secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, foi enviada nesta segunda-feira (18/08), segundo dia do evento que termina na próxima quarta-feira, 20 de agosto, em Bogotá, na Colômbia, convocado pela Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama).

Mais de 90 bispos de 76 jurisdições eclesiásticas nos 9 países amazônicos estão reunidos em espírito sinodal para discernir sobre os desafios pastorais e missionários da região, onde moram mais de 33 milhões de pessoas, entre elas, indígenas, ribeirinhos, camponeses e afrodescendentes. Esse é o primeiro grande encontro episcopal após o Sínodo para a Amazônia de 2019, o Documento Final e a Exortação Apostólica Querida Amazonia do Papa Francisco, um movimento em prol de novos caminhos de evangelização e cuidados do meio ambiente e dos pobres que deu força para a própria criação da Ceama, aprovada pelo Pontífice argentino em 2021.

O telegrama de Leão XIV foi inclusive dirigido ao cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno, presidente da Conferência Eclesial da Amazônia, uma organização que reúne além do episcopado, também leigos, agentes pastorais, mulheres e indígenas. É a primeira conferência de caráter "eclesial" na história recente da Igreja, tanto que o Papa reconhece e agradece os bispos pelo "esforço realizado para promover o maior bem da Igreja em favor dos fiéis do amado território amazônico e, tendo em conta o que se aprendeu no Sínodo sobre a escuta e participação de todas as vocações na Igreja, exorta-os a procurar, com base na unidade e na colegialidade própria de um 'organismo episcopal', como ajudar de forma concreta e eficaz os bispos diocesanos e os vigários apostólicos a levar a cabo a sua missão".

Missa durante o primeiro dia do encontro dos bispos da Pan-Amazônia

Anunciar Jesus com clareza e caridade
A esse respeito, continua o telegrama, Leão XIV convida todos os participantes do encontro que estão em Bogotá a refletir sobre "três dimensões que estão interconectadas na ação pastoral dessa região: a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os homens, o tratamento justo aos povos que ali habitam e o cuidado da casa comum". E o Pontífice aprofundou o argumento:

“É necessário que Jesus Cristo, em quem se recapitulam todas as coisas, seja anunciado com clareza e imensa caridade entre os habitantes da Amazônia, de tal forma que temos de nos esforçar por lhes dar o pão fresco e límpido da Boa Nova e o alimento celeste da Eucaristia, único meio para ser verdadeiramente o povo de Deus e o corpo de Cristo. Nesta missão, move-nos a certeza, confirmada pela história da Igreja, de que ali onde se prega o nome de Cristo a injustiça retrocede proporcionalmente, pois, como assegura o Apóstolo Paulo, toda a exploração do homem pelo homem desaparece se somos capazes de nos recebermos uns aos outros como irmãos.”

A mensagem do Papa, assinada pelo cardeal Parolin, é finalizada com a bênção apostólica e uma referência a Santo Inácio de Loyola ao interpretar o caminho para a salvação, através do cuidado com a criação divina:

"No âmbito desta doutrina perene, não menos evidente é o direito e o dever de cuidar da 'casa' que Deus Pai nos confiou como administradores solícitos, de modo que ninguém destrua irresponsavelmente os bens naturais que falam da bondade e beleza do Criador, nem, muito menos, se submeta a eles como escravo ou adorador da natureza, pois as coisas nos foram dadas para alcançarmos o nosso objetivo de louvar a Deus e, assim, obter a salvação de nossas almas."

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EVANGELHO DO DIA (Mt 19,23-30)

ANO "C" - DIA: 19.08.2025
20ª SEMANA DO TEMPO COMUM (VERDE)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
— Glória a vós, Senhor

Naquele tempo, 23 Jesus disse aos discípulos: "Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. 24 E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". 25 Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: "Então, quem pode ser salvo?" 26 Jesus olhou para eles e disse: "Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível". 27 Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: "Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. O que haveremos de receber?" 28 Jesus respondeu: "Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30 Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Para Deus tudo é possível"

Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: “Em verdade, vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos céus. E digo ainda, é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus”. Ouvindo isso, os discípulos ficaram espantados e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens, isso é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mateus 19,23-30).
O perigo da idolatria das riquezas

Meus irmãos e minhas irmãs, Jesus usa a microscópica realidade do buraco da agulha e a mastodôntica do camelo. São duas imagens bem opostas para explicar o perigo da idolatria, das riquezas e o seu contraste direto com os valores do reino dos céus.

Quem é que nunca ajudou a mãe ou avó a achar o buraco da agulha e por ela passar a linha de costura?

Eu fiz isso várias vezes para minha mãe, quando já estava com a vista cansada.

Ela dizia: Acha aqui para mim o buraco da agulha! E como era difícil fazer isso, mas não era impossível.

Por isso Jesus também não diz que não há esperança, para um rico entrar no reino dos céus.

Basta que ele viva as virtudes. Basta que ele viva as bem-aventuranças.
O desapego como condição para o seguimento

Lembremos que Jesus diz tudo isso num contexto do seu encontro dramático com aquele jovem rico que não aceitou o chamado do Senhor, que não ousou deixar os seus bens para trás para segui-Lo.

Tal disposição está presente, ainda hoje, no voto de pobreza que os consagrados fazem ao se decidirem no seguimento de Cristo.
Seria um grande absurdo, uma grande contradição um consagrado ou um religioso que se dissesse seguidor de Jesus e andasse à procura de riqueza ou até mesmo enriquecendo-se usando o ministério que Deus lhe deu.

Vamos fechar o parênteses e deixar que cada um examine a sua própria consciência.
A via estreita que molda e salva

O mais importante desse trecho que nós temos aqui é que, para seguir Jesus, é preciso o esforço que, por vezes, pode sim parecer impossível, mas, pela graça de Deus, não o é.

Certas vezes, nós temos que passar por certas podas, por certas restrições que, muitas vezes, nos apertam, nos comprimem, como foi o caso do exemplo dessa imagem aqui, passar um camelo por buraco de uma agulha. Mas que, muitas vezes, essas situações servirão para nos moldar aquilo que Deus espera de nós.

Que cada um de nós aceite passar por essa via estreita, apertada, mas providencial para a nossa salvação.

Nada é impossível para Deus!

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Donizete Heleno Ferreira
Sacerdote da C. Canção Nova