terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Equipes de campanhas e agentes pastorais apresentam propostas para vivenciar a CF 2026


Animados pelo tema da Campanha da Fraternidade (CF) 2026 – “Fraternidade e Moradia” -, equipes diocesanas de campanhas e agentes de pastoral das províncias eclesiásticas de Maceió (AL), Natal (RN), Olinda e Recife (PE) e da Paraíba (PB) deram início ao planejamento das atividades para o próximo ano. Estão previstas desde ações de evangelização nas comunidades a medidas de sensibilização, mobilização e incidência pastoral e social em outros espaços, como conselhos e câmaras municipais.

Entre as proposições estão trabalhar a CF na catequese, realizar formação sobre o tema para o clero e fortalecer as equipes de campanhas. Também aparecem nas listas de recomendações o levantamento da realidade habitacional dos municípios, a realização de sessões e audiências públicas nos espaços do Poder Legislativo e a criação de um observatório regional sobre moradia.

As sugestões foram discutidas e apresentadas nesta quarta-feira (3) no final do Seminário de Mobilização e Formação para a CF, que reuniu mais de 110 pessoas, no Convento Santo Antônio-Ipuarana, em Lagoa Seca (PB). A ideia é que as propostas sejam analisadas e aperfeiçoadas em encontros diocesanos e paroquiais de preparação para a CF.

Leão XIV aos pés da Imaculada: aprender a arte da reconciliação


Aos pés da estátua de Nossa Senhora, na Praça de Espanha, o Papa Leão XIV rezou para que “floresça a esperança jubilar em Roma e em todos os cantos da terra”. Expressou o desejo de que, após as Portas Santas abertas para o Jubileu, se abram outras portas de “oásis de paz onde floresça a dignidade” e “se eduque à não-violência”.

Vatican News

Na Solenidade da Imaculada Conceição, celebrada nesta segunda-feira (08/12), o Papa Leão XIV foi à Praça de Espanha, situada no centro de Roma, para um ato de veneração a Nossa Senhora.

Aos pés da estátua de Nossa Senhora, situada no topo de uma coluna de 12 metros de altura, o Papa fez a seguinte oração a Nossa Senhora.

Ave Maria!
Alegra-te, cheia de graça,
daquela graça que, como luz suave,
torna radiantes aqueles sobre quem resplandece a presença de Deus.

O Mistério te envolveu desde o princípio,
desde o ventre de tua mãe começou a operar grandes coisas em ti, que logo exigiram o teu consentimento,
aquele "sim" que inspirou muitos outros "sim".

Imaculada, Mãe de um povo fiel,
a tua transparência ilumina Roma com luz eterna,
o teu caminho perfuma as suas ruas mais do que as flores que hoje te oferecemos.

Muitos peregrinos de todo o mundo, ó Imaculada,
percorreram as ruas desta cidade ao longo da história e neste Ano Jubilar.

Uma humanidade provada, por vezes esmagada,
humilde como a terra de que Deus a formou,
e na qual o seu Espírito de vida nunca cessa de soprar.

Olha, ó Maria, aos tantos filhos e filhas em quem a esperança não se apagou:
que brote neles o que teu Filho semeou.
Ele, Palavra viva que em cada um pede para crescer mais,
e assumir carne, rosto e voz.

Floresça a esperança jubilar em Roma e em todos os cantos da terra,
esperança no mundo novo que Deus está preparando,
e do qual tu, ó Virgem, és como o botão e a aurora.

Depois das portas santas, abram-se agora outras portas de casas e oásis de paz onde floresça a dignidade,
onde se eduque à não-violência
e onde se aprenda a arte da reconciliação.

Venha o reino de Deus,
novidade que tanto esperaste e à qual te abriste completamente,
como criança, como jovem e como mãe da Igreja nascente.

Inspira novas intuições à Igreja que caminha em Roma
e às Igrejas particulares que, em cada contexto, reúnem
as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias
de nossos contemporâneos, especialmente os pobres,
e de todos os que sofrem.

Que o batismo gere ainda homens e mulheres santos e imaculados,
chamados a se tornarem membros vivos do Corpo de Cristo,
um Corpo que age, consola, reconcilia e transforma
a cidade terrena na qual a Cidade de Deus está sendo preparada.

Intercede por nós, em meio a mudanças
que parecem nos encontrar despreparados e impotentes.
Inspira sonhos, visões e coragem,
Tu que sabes melhor do que ninguém que nada é impossível para Deus, e ao mesmo tempo que Deus nada faz sozinho.

Coloca-nos no caminho, com a pressa que outrora impulsionou teus passos em direção à tua prima Isabel
e a trepidação com que te tornaste exilada e peregrina, para ser bendita,
sim, mas entre todas as mulheres,
a primeira discípula do teu Filho,
mãe de Deus conosco.

Ajuda-nos a ser sempre Igreja com e entre as pessoas,
fermento na massa de uma humanidade que clama por justiça e esperança.

Imaculada, mulher de infinita beleza,
cuida desta cidade, desta humanidade.
Indique a elas Jesus, leve-as a Jesus, apresenta-as a Jesus.

Virgem Imaculada, Rainha da Paz,
Rogai por nós!

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EVANGELHO DO DIA (Mt 18,12-14)

ANO "A" - DIA: 09.12.2025
2ª SEMANA DO ADVENTO (ROXO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Está perto o dia do Senhor, ele mesmo virá salvar-nos!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
-Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12 "Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13 Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14 Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Deus valoriza cada pessoa e nunca desiste de você"

Deus valoriza cada pessoa e nunca desiste de você
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Que vos parece: se um homem tem cem ovelhas e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas para procurar aquela que se perdeu?” (Mateus 18,12-14).

O pastor que busca a ovelha perdida revela o quanto Deus valoriza cada pessoa, o quanto Ele nos valoriza. Ninguém, irmãos e irmãs, está perdido para Ele. Diante d’Ele, nenhuma criatura está totalmente perdida.

O valor de cada pessoa no coração de Deus
Cada um importa no rebanho de Deus, no rebanho do amor divino, que, constantemente, estende as mãos para nos resgatar, como estende as mãos para você ir agora, para resgatá-lo das trevas, para a luz da fé, para a transformação.

Sua vida importa para Deus. Sabia disso? Quantas vezes atentamos contra a vida! Quantas vezes dizemos que não queremos mais viver!

Para que vir a este mundo? Minha vida não tem sentido! A sua vida terá sentido quando ela estiver conectada com Deus, com o coração d’Ele, com o sagrado coração de Jesus que nos envolve, que nos convida à conversão, a uma vida de intimidade com Ele, uma vida de profundidade cotidianamente com Ele.
Você é filho amado, nunca descartado por Deus

A sua vida tem valor. Você é importante para Deus. Não desvalorize a sua vida nem se venda por qualquer mesquinharia, qualquer mesquinharia das ofertas do pecado, das ofertas dos apegos, dos relacionamentos que não valorizam aquilo que você é diante de Deus.

Você é filho amado, você é filha amada.
Qualquer relacionamento que desvalorize isso precisa ser, desculpe a palavra, descartado. Deus não nos descarta, mas os relacionamentos tóxicos precisam ser descartados para sempre da sua vida, porque você é amado por Deus.

Se você parece uma ovelha perdida, o Senhor continua à sua procura.
Você é amado, buscado e resgatado por Ele

Abramos o nosso coração para que sejamos parte, de fato, do redil do Senhor, das ovelhas que Ele escolheu, que Ele chamou, das ovelhas que Ele cuida.

Então, sobre você desça e permaneça a graça e a bênção do Deus Todo-Poderoso que o convida à conversão: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova


Nossa Senhora, um exemplo de virtude


Padre Adriano Zandoná

Nossa Senhora nos dá o exemplo de virtude para a vida com Deus

Neste dia especial, relembramos a figura materna, uma figura de carinho, uma figura de acolhida e cuidado. Celebrar Maria é relembrar, sobretudo, que Deus quis dar-nos uma mãe. Isso fica evidente ao relembrarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, estando ainda na cruz, disse a João, que representava ali a Igreja: “Eis aí a tua mãe”.

Nossa Senhora é um ícone de virtude. Entretanto, quero destacar duas virtudes em especial: sensibilidade e intercessão, para que possamos perceber no exemplo d’Ela ingredientes para uma vida de fé eficaz.

A mulher tem a perspicácia, o dom de perceber os detalhes. A sensibilidade é uma virtude própria na alma feminina, coisa que nós homens muitas vezes não percebemos. Essa virtude, tão presente na figura de Nossa Senhora, evidencia que ela não tinha a atenção centrada no próprio umbigo, mas nas necessidades dos outros. A sensibilidade é uma virtude que deve vitalmente ser desenvolvida por todo cristão.
Como agir diante das dificuldades, a exemplo de Nossa Senhora

Nossa Senhora demonstrou nas bodas de Caná que a intercessão pode mudar o rumo de situações. A intercessão mostra confiança no poder de Deus em mudar qualquer situação, mesmo diante de uma aparente negativa. Nossa Senhora nos dá o exemplo de que, se intercedermos, Deus pode agir a nosso favor.

Mas podemos receber negativas de Deus? O Evangelho nos mostra que sim ao relatar sobre a mulher cananeia, mãe de uma menina que estava terrivelmente possuída, em que a resposta de Jesus, a primeira vista, foi negativa. Existia, ali, o preconceito dos judeus, mas ela não parou diante da negativa e de todo o problema cultural, ela persistiu e intercedeu pela filha, recebendo assim a libertação.

Nossa Senhora, hoje, nos dá o exemplo de como devemos agir diante das dificuldades, do sofrimento, de como deve ser nossa postura como cristãos, buscando as virtudes da sensibilidade e da intercessão. Precisamos imitá-la, para que possamos viver uma fé eficaz!

Transcrito e adaptado por Jonatas Passos

São Juan Diego Cuauhtlatoatzin e a Nossa Senhora de Guadalupe


Origens
São Juan Diego nasceu em 1474, em Cuauhtitlan, no México. Antes de ser batizado, tinha o nome de Cuauhtlatoatzin. Recebeu o nome de Juan Diego, pois o hábito dos missionários era dar o nome de “João” a todos os batizados. De origem pobre, Juan pertencia à mais baixa casta do Império Asteca.

A Conversão
Atraído pela doutrina franciscana, que chegou ao México em 1524, Juan converteu-se e foi batizado junto com sua esposa. O missionário responsável por sua evangelização foi Frei Toríbio de Benavente.

O Longo Percurso
São Juan Diego tinha o costume de realizar um percurso de vinte quilômetros para participar da Santa Missa em Tlatelolco. Tirava proveito das celebrações para aumentar sua instrução religiosa e também para venerar a Virgem Maria.
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin: o homem querido pela Virgem Maria

Homem Simples
Reconhecido como um homem piedoso e de intensa espiritualidade, era amigo da oração e concentrado na meditação dos mistérios religiosos. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou ayate, como todos de sua classe social.

A Viuvez
Ficou viúvo, em 1529, após a morte de sua esposa, Maria Lúcia. Ele ficou doente e acabou não suportando. Foi então morar com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas.

A Primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe
No dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, durante uma de suas idas à igreja, em Tepeyac, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O local hoje é chamado de “Capela do Cerrinho”, onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo: “Joãozinho, João Dieguito”, “o mais humilde de meus filhos”, “meu filho caçula”, “meu queridinho”.

O Pedido de Nossa Senhora de Guadalupe
Encarregado pela Virgem Maria, foi pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. O bispo não se convenceu, então, Ela sugeriu que Juan Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.
O Manto coberto de rosas e a Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe

O Milagre
No dia 12 de dezembro de 1531, Juan estava indo à cidade quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida, mandou que ele fosse no alto da colina de Tepeyac e colhesse flores para ela. “No píncaro da colina, encontrarás a surpresa de flores desabrochadas. Só tens de as colher e trazê-las aqui. Vai, espero por ti!”. Apesar do frio, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela pediu que Juan as entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, Juan Diego abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. O bispo e todos os presentes ajoelharam-se diante deste milagre.

Páscoa
Após o milagre de Guadalupe, Juan foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem. Dedicou o restante de sua vida propagando as aparições de Guadalupe aos seus conterrâneos nativos, que se converteram. Juan Diego faleceu no dia 3 de junho de 1548, aos 74 anos.

Via de Santificação
São Juan Diego foi beatificado em 6 de maio de 1990, pelo Papa João Paulo II, no México. Durante a canonização de Juan Diego, em 31 de julho de 2002, João Paulo II designou a festa litúrgica para o dia 9 de dezembro, dia da primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, e em louvor a São Juan Diego pela sua simples fé nutrida pelo Catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.

Minha oração

“Homem escolhido por Maria para ser seu representante e porta-voz, dai a nós a simplicidade e humildade necessárias para agradar o coração de Deus, assim como o amor e o zelo com a Virgem Maria e sua mensagem. Amém.”
São Juan Diego, rogai por nós!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria


Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)

Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria. 08/12/25 (Lc 1,26-38).
Texto referencial: O anjo, então, disse-lhe: Não tenhas medo Maria, porque encontrastes graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás a luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. (Lc 1,30-31).

Maria nunca pode e nem deve ser distanciada do Filho: Jesus Cristo. Nem a mariologia da cristologia. Somente entende bem a pessoa de Maria e sua missão materna na história da salvação e da Igreja, quem souber vê-la e analisá-la começando pela revelação bíblica. Sugiro ler (Lucas 1,26-38; 1,46-56) (João 19,25-27).

Jesus e somente Ele podia chamá-la de Mãe e certamente somente Ela, podia denominá-lo de Filho, com toda a razão. O Verbo Encarnado poderia ser feito presente na terra, na história, de muitos modos diferentes. Mas escolheu Maria. A Trindade assim o quiz. Por isso, também a Igreja a chama de sua Mãe.

O anjo “arcanjo” saudou angelicamente: “ave cheia de graça – o Senhor está contigo” ela respondeu, então: “Eis aqui serva do Senhor”. Hoje em dia o Senhor quer inculturar-se em nossa história. Ajudamos? Como vai a nossa Evangelização? Como assumimos nossas pastorais? A pergunta é fazê-la…, mas a resposta?? Bem, esta custa mais e as vezes ainda nos pode envergonhar.

“Ave Maria”, Ave Mãe Maria, também hoje teus filhos adotivos te saúdam do mesmo modo e assim esperam fazê-lo também no céu.

Pe. Pasolini: Advento, tempo de espera confiante para a salvação



"A Parusia do Senhor. Uma espera sem hesitação" é o tema da primeira das três meditações de preparação ao Natal na manhã desta sexta-feira, 5 de dezembro, na Sala Paulo VI. Na presença do Papa, o pregador da Casa Pontifícia enfatiza que perceber a falta de paz ou a eficiência que domina a vida "não basta para converter o coração". O que é necessário é a graça de Deus, que nos liberta do pecado e da morte.

Benedetta Capelli – Cidade do Vaticano

"Não andarilhos sem rumo", mas "sentinelas que, na noite do mundo, mantêm humildemente a sua fé" para ver a luz "capaz de iluminar todo homem". Padre Roberto Pasolini, pregador da Casa Pontifícia, acompanha-nos numa viagem em que o tempo do Advento se torna uma oportunidade para sermos "peregrinos rumo a uma pátria", em um caminho marcado pela esperança e que tem com horzionte a salvação.

A primeira de três meditações previstas sobre o tema "Aguardando e apressando a vinda do dia de Deus", centra-se na Parusia do Senhor e introduz em um tempo singular: a conclusão do Jubileu da Esperança. "O Advento", sublinha o capuchinho, "é o tempo em que a Igreja reacende a esperança, contemplando não só a primeira vinda do Senhor, mas sobretudo o seu regresso no fim dos tempos." É o momento em que somos chamados a "aguardar e, ao mesmo tempo, apressar a vinda do Senhor com vigilância serena e diligente".

Santo Padre durante a pregação (@Vatican Media)

Perceber a graça de Deus
"Parusia" é um termo usado quatro vezes pelo evangelista Mateus no capítulo 24 com um duplo significado: "presença" e "vinda". Jesus compara a expectativa de sua vinda aos dias de Noé antes do dilúvio universal. Eram dias em que a vida seguia normalmente e em que Noé sozinho construiu a arca, o instrumento da salvação. Sua história levanta questões essenciais para a compreensão do que o homem moderno precisa reconhecer. Diante de novos e complexos desafios, "a Igreja é chamada a permanecer um sacramento de salvação em uma era de mudanças".

“A paz - enfatiza o Padre Pasolini - permanece uma miragem em muitas regiões até que antigas injustiças e memórias feridas sejam curadas, enquanto na cultura ocidental o senso de transcendência é enfraquecido, esmagado pelo ídolo da eficiência, da riqueza e da tecnologia. O advento da inteligência artificial amplifica a tentação de uma humanidade sem limites e sem transcendência.”


O mistério de um Deus que tem confiança na humanidade
Perceber não basta, é precisoreconhecer “a direção para a qual o Reino de Deus continua a se mover dentro da história”, retornando à capacidade profética do Batismo. Perceber a graça de Deus, “esse dom da salvação universal que a Igreja humildemente celebra e oferece, para que a vida humana seja libertada do fardo do pecado e do medo da morte”. Uma graça à qual os ministros da Igreja não podem se habituar, correndo o risco de se familiarizarem tanto com Deus a ponto de o tomarem como óbvio. Assim, tomamos consciência do mistério de um Deus que “continua diante de sua criação com confiança inabalável, aguardando dias melhores”.

Padre Pasolini na pregação ao Papa e à Cúria Romana (@Vatican Media)

Apagar o mal
O pregador da Casa Pontifícia recorda que, para redescobrir o rosto de Deus que acompanha "sua criação ferida", devemos recorrer à história do dilúvio universal, quando o Senhor vê o mal no coração humano. Esse mal não pode ser vencido pela mudança, pela evolução, porque à humanidade não serve somente realizar-se, mas também de salvar-se. "O mal não deve ser simplesmente perdoado: deve ser apagado, para que a vida possa finalmente florescer em sua verdade e beleza." Apagar, na cultura do cancelamento em que a humanidade de hoje está imersa, não é apenas destruir tudo, eliminar o que parece pesado nos outros. "Todos os dias cancelamos muitas coisas, sem nos sentirmos culpados ou causar qualquer dano. Apagamos - recorda Pasolini - mensagens, arquivos inúteis, erros em documentos, manchas, vestígios, dívidas. De fato, muitos desses gestos são necessários para permitir que nossos relacionamentos amadureçam e tornem o mundo habitável." Apagar significa abrir-nos a Deus, partindo de nossa própria fragilidade, e permitir que Ele nos cure.

A vida floresce quando Deus volta a estar no centro
O Senhor nunca se cansa de encontrar "um homem sábio, alguém que busca a Deus", assim como fez com Noé, que por sua vez sentiu a graça do Senhor. No homem na arca, Deus encontra a possibilidade de apagar e recomeçar. "Somente quando o homem retorna para viver diante da verdadeira face de Deus é que a história pode realmente mudar", enfatiza o monge capuchinho. "A história do dilúvio nos lembra que a vida floresce somente quando reconstruímos os céus, na medida em que colocamos Deus de volta no centro." O dilúvio se torna "uma passagem de recriação através de um momento de descriação". "É uma mudança temporária nas regras do jogo, para salvar o próprio jogo que Deus havia inaugurado com confiança."

Momento da I Pregação de Advento na Sala Paulo VU (@Vatican Media)

Decidir não ferir
O dilúvio é, portanto, "uma renovação paradoxal da vida". Deus não se esquece da humanidade e coloca seu arco nas nuvens como sinal de aliança. O Senhor depõe suas armas com uma solene declaração de não violência. “Pode parecer - acrescenta o padre Pasolini - uma metáfora ousada, quase inadequada para falar de Deus e da forma como a sua graça se manifesta. No entanto, a humanidade, após milênios de história e evolução, ainda está longe de saber como imitá-lo.”

A Terra, de fato, está dilacerada “por conflitos atrozes e intermináveis, que não dão trégua a tantas pessoas fracas e indefesas.” A decisão daqueles que, apesar de terem a capacidade, escolhem voluntariamente não ferir é reconfortante, porque compreendem que só acolhendo os outros é que a aliança “pode ser duradoura, verdadeira e livre.”

O tempo do bem
“Vigiai pois, porque não sabeis o dia em que o seu Senhor virá”: esta é a recomendação final de Jesus. Não saber o dia e a hora deste evento criou muita expectativa no passado, sublinha o pregador, mas hoje as coisas parecem ter invertido. “A espera diminuiu ao ponto de, por vezes, dar lugar a uma subtil resignação quanto ao seu cumprimento.” 

Hoje, prevalece "uma vigilância cansada, tentada pelo desânimo".
O tempo de espera é o tempo de semear o bem e aguardar a vinda de Jesus Cristo. Cuidado com duas grandes tentações que afetam a humanidade e a Igreja: "esquecer a necessidade da salvação e pensar que podemos recuperar o consenso cuidando da aparência externa da nossa imagem e diminuindo a radicalidade do Evangelho". Devemos — enfatiza o capuchinho — retornar "à alegria — e também ao esforço — de seguir, sem domesticar a palavra de Cristo". Somente como "sentinelas nas fronteiras do mundo", como escreveu o monge Thomas Merton, podemos aguardar o retorno de Cristo.

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EVANGELHO DO DIA (Mt 9,27-31)

ANO "A" - DIA: 05.12.2025
1ª SEMANA DO ADVENTO (ROXO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade, E ele há de iluminar os olhos dos seus servos!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
-Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 27 partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: "Tem piedade de nós, filho de Davi!" 28 Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: "Vós acreditais que eu posso fazer isso?" Eles responderam: "Sim, Senhor". 29 Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: "Faça-se conforme a vossa fé". 30 E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: "Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo". 31 Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Como a fé em Jesus Cristo nos leva da escuridão à luz"

Como a fé em Jesus Cristo nos leva da escuridão à luz
Naquele tempo, partindo de Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: “Têm piedade de nós, filho de Davi”. Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então, Jesus lhes perguntou: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor”. Então, Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé” (Mateus 9,27-31).

Passar ao ato de fé é passar das trevas para a luz. A cura física que nós vimos neste dia, neste Evangelho, é como um pretexto para o ensinamento profundo que Jesus nos passa. Tenha fé em mim, tenha fé em mim!

A fé em Jesus que cura e transforma a vida
Não é o tamanho da fé, irmãos e irmãs, que vai determinar o acontecimento do milagre ou não, não é o tamanho da fé. É a fé em Jesus.
Então, é o próprio Jesus quem realiza, de fato, a graça. Não é o tamanho da fé, é Jesus quem está presente ali.

A fé pode ser grande, pode ser pequena, do tamanho de um grão de mostarda, mas precisa ser fé em Jesus, e isso é inegociável.

Os dois cegos entenderam isso e passaram a enxergar fisicamente, e passaram a olhar o mundo a partir daquele momento, com os olhos da fé, na ótica da fé.

O encontro com Jesus que renova o coração
E quem vê o mundo na ótica da fé vê o mundo com mais beleza, mais bonito. Também observa as belezas e as qualidades de Deus presentes nos irmãos que caminham conosco, as quais já estavam lá, mas não conseguíamos ver porque não olhávamos a partir da ótica da fé.

Esses dois cegos são exemplos para nós neste dia, para que vivamos, queiramos também a cura de toda a cegueira na nossa vida.
Jesus, abre meus olhos para a luz da fé

E assim, sem a cegueira, nós enxergaremos a luz que é Jesus, passaremos das trevas para a luz, passaremos de um certo ateísmo para uma fé verdadeira, um Deus verdadeiro que salva, que nos conduz a grandes realidades de salvação, que nos impulsiona, determina também a mudança da nossa mentalidade, a mudança da nossa existência.

Então, devemos nos perguntar: Eu estou disposto a ser mudado por Jesus? Eu estou disposto a sair da realidade de trevas para a realidade de luz?

Que a graça do Senhor nos conduza, neste dia, para que voltemos a enxergar segundo Deus. Assim seja!

Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!