segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Papa Leão XIV ao cardeal Steiner: “Permaneça na direção da Arquidiocese por mais dois anos”



O cardeal Leonardo Ulrich Steiner permanecerá à frente da arquidiocese de Manaus (AM) por mais dois anos. A decisão do Papa Leão XIV foi comunicada ao clero manauara nesta sexta-feira, 28 de novembro.

Após ter completado 75 anos, no dia 6 deste mês, dom Leonardo apresentou o pedido de renúncia ao Papa Leão XIV, conforme orienta o Código de Direito Canônico. Em resposta ao pedido do arcebispo de Manaus, Papa Leão XIV comunicou sua decisão diante através da Nunciatura Apostólica.

Continuar serenamente no governo da Igreja de Manaus
Em carta assinada pelo Núncio Apostólico, dom Giambattista Diquattro, com data de 17 de novembro de 2025, lida na reunião do clero, foi comunicado que “o Santo Padre Leão XIV, na Audiência realizada em 15 de novembro de 2025, aceitou a renúncia de Vossa Eminência ao governo pastoral da Arquidiocese de Manaus, e ao mesmo tempo roga a Vossa Eminência que permaneça na direção da Arquidiocese por mais dois anos”.

O Núncio Apostólico disse que a decisão Pontifícia “deverá ser comunicada ao clero e aos fiéis da Arquidiocese”. O texto recolhe igualmente que “o Santo Padre Leão XIV pede a Vossa Eminência a generosidade de continuar serenamente no governo da Igreja de Manaus”.

Com Pe. Luis Miguel Modino

"Discurso do Papa foi um elogio à sociedade libanesa", afirma embaixador brasileiro

Tarcísio Costa foi o representante do governo brasileiro no encontro de Leão XIV com as autoridades e o corpo diplomático. O embaixador ressaltou ainda os 80 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Líbano, completados em novembro de 2025: "Reafirmarmos o nosso compromisso, não apenas essa amizade histórica com o Líbano, mas o nosso compromisso com o Líbano em paz, e com o Líbano estável".

Bianca Fraccalvieri, de Beirute

O primeiro discurso do Papa em terras libanesas foi dirigido às autoridades e ao corpo diplomático. Na residência presidencial em Beirute, estava também o embaixador brasileiro, Tarcísio Costa, que destacou o "elogio à sociedade libanesa":

"A visita do Papa Leão XIV era naturalmente aguardada com muita expectativa pelo Estado e também pela sociedade libanesa. E nesse primeiro encontro, ele transmitiu uma mensagem pela paz. Nessa mensagem, ele fez tecer um elogio à sociedade libanesa, à sua capacidade de resiliência e também à sua capacidade para reconciliação. De certo modo, isso evoca a mensagem do Papa João Paulo II, quando caracterizou o Líbano não como um país, mas como uma mensagem, uma mensagem ao mundo e uma mensagem de coexistência religiosa, de pluralismo religioso, de capacidade de coexistência."

O embaixador reitera que esse elogio do Papa Leão XIV foi feito em um contexto "muito delicado", não apenas pelo fato de o Líbano ter passado por momentos difíceis nos últimos anos, com a crise econômica e a guerra entre o Israel e o Hezbollah (que provocou mais de 4 mil mortos e uma devastação imensa), mas por continuar sob ameaça de que o conflito seja retomado:

“Nós temos violações diárias do cessar-fogo alcançado em novembro do ano passado por Israel, com mortes e ameaça de que isso possa levar a um recrudescimento de um conflito maior. Então essa mensagem do Pontífice, pela paz e de elogio à resiliência, à capacidade de reconciliação, foi imensamente bem recebida. Há a expectativa de que de alguma maneira influencie o país para que possa evoluir para um clima de maior estabilidade e de uma situação em que a paz prevaleça.”

O embaixador Tarcísio Costa (foto de Felipe Gonçalves)

Brasil e Líbano, uma amizade de 80 anos
Outro ponto salientado pelo diplomata Costa foi a menção que o Santo Padre fez aos libaneses que residem fora do próprio país, já que o Brasil é sede do maior contingente da diáspora libanesa.

"Certamente, a comunidade libanesa no Brasil, que é uma comunidade que se espalha por todo o país e presente em vários campos da vida nacional, está acompanhando de perto a visita do Papa. E estará certamente sensibilizada por suas palavras", afirmou.

“Completamos 80 anos de relacionamento diplomático agora em novembro, quando tivemos a oportunidade de reafirmar o nosso compromisso, não apenas essa amizade histórica com o Líbano, mas o nosso compromisso com o Líbano em paz, e com o Líbano estável. Então, a mensagem que o Papa transmitiu ao Estado, à sociedade libanesa, coincide com a natureza dessa relação histórica que nós temos com este país, que é tão caro a tantos brasileiros.”

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EVANGELHO DO DIA (Mt 8,5-11)

ANO "C" - DIA: 01.12.2025
1ª SEMANA DO ADVENTO (ROXO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia
- Ó vinde libertar-nos, Senhor e nosso Deus; mostrai a vossa face e nós seremos salvos!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
-Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 5 quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6 "Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia". 7 Jesus respondeu: "Vou curá-lo". 8 O oficial disse: "Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9 Pois eu também sou subordinado e tenho soldados debaixo de minhas ordens. E digo a um : 'Vai!', e ele vai; e a outro: 'Vem!', e ele vem; e digo ao meu escravo: 'Faze isto!', e ele faz". 10 Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: "Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11 Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Como está a sua confiança em Jesus Cristo?"

Confiança absoluta em Jesus
O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. Pois, eu também sou subordinado e tenho soldados debaixo de minhas ordens. E digo a um ‘vai’ e ele vai, a outro ‘vem’ e ele vem. E digo ao meu escravo, ‘faze isto’ e ele faz”. Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado e disse aos que o seguiam: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé” (Mateus 8,5-11).

Irmãos e irmãs, bem-vindos!
Nós estamos iniciando este mês de dezembro, e eu vou acompanhá-los com as reflexões da homilia neste tempo tão propício, que é o Advento. E o que é o tempo do Advento?

É um período de espera e preparação espiritual para a celebração litúrgica do nascimento de Jesus. Mas, ao mesmo tempo, também nós preparamos o nosso interior, o nosso coração, a nossa vida, a nossa alma para a segunda vinda de Jesus! Nós celebramos o nascimento de Jesus na liturgia, a cada ano, mas também nos preparamos para a parusia, para a Sua segunda vinda.

O centurião e o segredo da fé: dizer ‘sim’ ao poder de Deus
Neste texto que nós escutamos do Evangelho, o centurião nos ensina sobre as realidades da fé, e ele nos diz que a fé é o abandono de quem desiste de contar com suas próprias forças para entregar-se ao poder de Deus e ao poder da Sua palavra, ao poder da Palavra daquele a quem crê: eu creio em Jesus, e importante é a presença d’Ele.

Jesus está dizendo que tem verdadeiramente fé aqueles que creem n’Ele. E como está a nossa fé em Jesus? Como está a nossa confiança em Cristo? É tão propício fazermos esse questionamento no início deste tempo do Advento, não é?

Nós esperamos o Cristo. Então, o nosso coração precisa estar vinculado ao d’Ele. E quando nós nos colocamos em Jesus, Ele autentica este ato de fé com a cura do servo do centurião, mas autentica também todos os nossos atos de fé.
O abandono de nossas próprias forças

Nós vimos a experiência daquele centurião, mas esta realidade também deve ser presente na nossa vida.

Abramos o nosso coração à ação de Deus hoje, motivados por este Evangelho, mas abramos o nosso coração à ação de Deus durante todo este tempo em que escutaremos palavras que nos prepararão para um encontro vivo e verdadeiro com Jesus.

Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova


Seja ousado diante de Deus


Vamos acolher nossos filhos

“E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa. E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam; e anunciava-lhes a palavra. E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados. E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo: Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações? Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos” (Marcos 2,1-28)


Nossa casa deve ser acolhedora para quem mora nela
A acolhida de Deus passa pelo nosso acolhimento. Hoje é tempo de acolher os nossos filhos, então, acolha suas filhas e filhos, dê colo. Não entregue seu filho de bandeja.

Seja ousado, não peça migalhas a Deus. Deus lhe dará a vitória, Ele vê as lutas que você vive com o esposo alcoólatra, as lutas que você vive com seus filhos.

Quando era pequenino, uma vez peguei a faca na cozinha da minha casa para brincar, minha mãe tomou a faca da minha mão e brigou comigo. Na época, fiquei sentido pelo “não” que minha mãe me deu, mas, hoje, louvo a Deus pelo “não” da minha mãe, pois ela estava cuidando de mim. Deus quando lhe diz “não”, é Deus cuidando de você.

Não há sucesso da sua vida que valia a felicidade da sua família. Carregue sua família.

Santo Elói ou Elígio


Elói nasceu na França, na cidade de Chaptelat, no ano de 588. Era filho de camponeses, que o educaram solidamente na fé, e o encaminharam para trabalhar, pois a herança que podiam lhe dar era uma profissão.

Ainda jovem Elói ingressou na escola de ourives de Limoges, a mais conceituada da Europa da época e ainda respeitada. Ao se tornar mestre da profissão, já possuía fama pela sua competência, integridade e honestidade. Tinha alma de monge e de artista; tudo que possuía usava com os pobres. Levava uma vida austera e de oração meditativa, ganhando o apelido de “o Monge”.

Nesta época, o Rei Clotário II, desejoso de possuir um trono de ouro, reuniu grande quantidade desse metal e começou a procurar algum ouvires que lhe executasse o serviço. Mas todos os ouvires que encontrou, sendo desonestos, lhe diziam que o ouro acumulado não era suficiente. Afinal Elói, mestre afamado de ourivesaria como era, declarou que aquele ouro era suficiente para a confecção do trono.

Sendo honestíssimo, Elói fez não somente um, mas dois tronos. Admirado com a honestidade do artista, Clotário o nomeou guardião e administrador do tesouro real.

Elói realizou muitas obras de arte religiosa importantes, como o túmulo de são Martinho de Tours e o de são Dionísio. O dinheiro que recebia pelos trabalhos realizados na Corte, usava-o para resgatar prisioneiros de guerra, fundar e reconstruir igrejas, mosteiros masculinos e femininos, e para contribuir para o bem estar espiritual e material dos mais necessitados.

Em 639, Elói ingressou para a vida religiosa. Dois anos depois foi consagrado bispo de Noyon, na região de Flandres. Dedicou-se então à evangelização e reevangelização do norte da França, Holanda e Alemanha. A região de sua diocese estava envolvida no paganismo e na idolatria; com as pregações de Elói e suas visitas às paróquias, o povo foi se convertendo até que, por fim, todo o povo estava batizado.

Faleceu em 1º de dezembro de 659, na Holanda, durante uma missão evangelizadora. Santo Elói é padroeiro dos joalheiros e ourives.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A maior das obras de Santo Elói foi o de trabalhar com humildade e empenho o precioso material que recebeu não do rei, mas dos seus pais: uma educação nas virtudes cristãs e a seriedade e honestidade no estudo e no ofício. De fato, qualquer profissão é digna, se dedicada ao bem de Deus e do próximo. Atualmente há muito mais facilidade de acesso ao conhecimento do que em outras eras, o que deve ser valorizado e transformado em caminho de santidade. E que os pais valorizem particularmente o tesouro do qual são depositários e responsáveis: a formação cristã dos seus filhos.

Oração:

Senhor, que lapidais nossas almas como pedras preciosas, dai-nos a graça de, por intercessão de Vosso servo Santo Elói, dedicar as qualidades que me destes para o bem de todos os irmãos, em especial os mais necessitados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, e Maria Santíssima. Amém.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Dom Carlos Rômulo: ter os olhos fixos no Cristo Ressuscitado na certeza que Ele sempre caminha à nossa frente


O Encontro dos Secretários Executivos dos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi concluído ao final da manhã desta quinta-feira, 27 de novembro, com a Santa Missa. A eucaristia foi presidida por dom Carlos Rômulo Gonçalves e Silva, bispo de Montenegro (RS) e secretário do Regional Sul 3 da CNBB. Em sua homilia, ele ressaltou a fidelidade de Deus para com seu povo, qualquer seja a circunstância.

“Que a Eucaristia, nos possa enviar a todos em missão com essa certeza de que o Senhor sempre caminha à nossa frente”, disse dom Carlos aos secretário executivos e bispos secretários que participaram do encontro nesses dias.

Em sua homilia, o bispo recordou as leituras proclamadas, que narram a confiança de Daniel em Deus, que o protegeu dos leões após ser lançado na cova, e a garantia de Jesus de que, após perseguições, guerras e destruição, Ele virá em sua glória dizendo: “levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

“Nas leituras, nós percebemos a fidelidade de Deus para conosco, qualquer seja a circunstância, Deus é fiel. Jesus Cristo, nosso Senhor, que é o filho de Deus que habita entre nós”, resumiu o bispo.


Dom Carlos refletiu sobre a experiência dos encontros nacionais da CNBB, quando bispos e outros agentes que atuam na Igreja conversam sobre os temas da realidade do Brasil e os desafios da evangelização: “Temos tantas coisas bonitas, tantas partilhas que nos enriquecem, mas também tem sombras que às vezes nos dão um pouco de medo, e às vezes dá a impressão de que vai ter um desmoronamento”, partilhou.

O conforto vem da Palavra de Deus, na qual Jesus faz uma revelação profunda: “depois de narrar todas aquelas coisas de guerra, destruições, então verão o filho do Homem com grande poder e glória, Cristo ressuscitado. Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai vossa cabeça,
porque a vossa libertação está próxima”.

“Em qualquer circunstância, de dor de sofrimento, situações familiares, eclesiais, do mundo, da sociedade, os cristãos precisam sempre ter os olhos fixos no Cristo ressuscitado para que nós possamos nos levantar, nos reerguer em qualquer tempo e dar o testemunho do amor de Deus”, motivou dom Carlos.

O Encontro dos Secretários Executivos dos Regionais foi concluído na manhã desta quinta-feira após três dias de partilha, apresentações de setores e encaminhamentos comuns para fortalecer a unidade e a missão evangelizadora da Igreja no Brasil. Ao final da celebração, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, agradeceu pela participação de todos e rogou as bênçãos de Deus no trabalho dos secretários.

Durante o encontro, os secretários acompanharam a análise de conjuntura Eclesial, estudaram o instrumento de trabalho das Diretrizes Gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, e refletiram sobre a organização pastoral na Igreja do Brasil, o trabalho dos assessores nacionais e secretários executivos, além de questões administrativas e financeiras.

Luiz Lopes Jr. com fotos de Paulo Augusto Cruz

Papa: “A lógica da pequenez é a verdadeira força da Igreja”


Durante o encontro com bispos, sacerdotes, religiosos e agentes pastorais em Istambul, na manhã desta sexta-feira (28/11), Leão XIV recorda as profundas raízes cristãs da região e encoraja a pequena comunidade católica do país a cultivar esperança, serviço e renovada missão.

Thulio Fonseca - Vatican News

No início do segundo dia de sua Viagem Apostólica à Türkiye (Turquia), o Papa Leão XIV reuniu-se, nesta sexta-feira, 28 de novembro, com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados e agentes pastorais na Catedral do Espírito Santo, em Istambul. Participaram do encontro cerca de 800 pessoas, entre fiéis reunidos dentro e fora da igreja.

“Agradeço ao Senhor que me permite, na minha primeira Viagem Apostólica, visitar esta ‘terra santa’ que é a Turquia, onde a história do povo de Israel se encontra com o cristianismo nascente, o Antigo e o Novo Testamento se abraçam, e se escrevem as páginas de numerosos Concílios.”

Após ser acolhido com muita alegria pelos fiéis, o Pontífice, em seu discurso, evocou a densidade histórica da fé neste território, lembrando que aqui “o povo de Israel se encontra com o cristianismo nascente” e que, desde Abraão até os Apóstolos, esta terra viu surgir algumas das páginas mais decisivas da história da salvação. A memória desses acontecimentos, porém, não deve ser mero orgulho arqueológico — exortou o Papa — mas inspiração viva para o presente.

Papa durante o encontro (@Vatican Media)

A força que nasce do pequeno
Ao falar da identidade e da missão da Igreja no país, o Papa destacou um critério evangélico que define o verdadeiro modo de Deus agir ao longo da história:

“A lógica da pequenez é a verdadeira força da Igreja. Efetivamente, esta não reside nos seus recursos e nas suas estruturas, nem os frutos da missão da Igreja derivam do consenso numérico, poder econômico ou relevância social. Em vez disso, ela vive da luz do Cordeiro […] e é novamente chamada a sempre confiar na promessa do Senhor: ‘Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino’.”

Leão XIV reconheceu que a comunidade católica na Turquia é numericamente pequena, mas insistiu que ela permanece “fecunda como semente e fermento do Reino”. Por isso, convidou todos a testemunhar o Evangelho com “alegria e esperança confiante”, observando que já hoje surgem sinais promissores, como o crescente número de jovens que procuram a Igreja com perguntas e inquietações espirituais.
Prioridades pastorais

O Santo Padre indicou âmbitos fundamentais para a missão da Igreja na Turquia: o diálogo ecumênico e inter-religioso, a transmissão da fé à população local e o serviço pastoral aos refugiados e migrantes. Ao mesmo tempo, encorajou a perseverança no trabalho catequético, especialmente no acompanhamento dos muitos jovens que procuram a Igreja com perguntas e inquietações, sinal promissor que exige escuta e criatividade missionária.

Sobre a pastoral relacionada aos migrantes e refugiados, o Papa destacou que a presença muito significativa de pessoas deslocadas no país interpela diretamente a comunidade católica, chamada “a acolher e servir aqueles que estão entre os mais vulneráveis”. Recordou ainda que muitos agentes pastorais vêm de outras nações, o que torna essencial o esforço “especial e decidido de inculturação”, para que a fé seja comunicada de modo enraizado na língua, nos costumes e na sensibilidade do povo turco. Essa inculturação, afirmou, é condição para um anúncio verdadeiramente fecundo do Evangelho.

Papa durante o encontro (@Vatican Media)

Niceia e os desafios teológicos de hoje
Por ocasião dos 1700 anos do Primeiro Concílio de Niceia, celebrado em território turco, o Papa apontou três desafios atuais para a Igreja universal. O primeiro é a necessidade de redescobrir a essência da fé cristã em torno do Credo, “bússola” que orienta discernimentos e preserva a unidade. O segundo, combater o que chamou de um “novo arianismo”, quando Jesus é admirado apenas como figura histórica, mas não reconhecido plenamente como Filho de Deus:

“Niceia lembra-nos: Cristo Jesus não é uma figura do passado, é o Filho de Deus que está no meio de nós, que guia a história para o futuro que Deus nos prometeu.”

O terceiro desafio diz respeito ao desenvolvimento da doutrina, que — explicou — cresce como um organismo vivo, mantendo a verdade essencial da fé ao mesmo tempo em que aprofunda sua forma de expressão.

Intercessão de Maria Santíssima, Theotokos
Antes de encerrar, o Papa recordou a figura querida de São João XXIII, que serviu na Turquia e demonstrou profundo afeto pelo país e seu povo. Inspirado por esse exemplo, o Papa exortou a Igreja local a manter viva a alegria:

“Desejo que sejam animados por esta paixão, que conservem a alegria da fé, que trabalhem como pescadores intrépidos no barco do Senhor. Que Maria Santíssima, a Theotokos, interceda por vocês e os proteja”, concluiu Leão XIV.

(@Vatican Media)

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EVANGELHO DO DIA (Lc 21,29-33)

ANO "C" - DIA: 28.11.2025
34ª SEMANA DO TEMPO COMUM (VERDE)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
-Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 29 Jesus contou-lhes uma parábola: "Olhai a figueira e todas as árvores. 30 Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31 Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32 Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"O sinal da maturidade na fé"

O que é viver verdadeira maturidade na fé
Naquele tempo, Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. Vós também, quando vides acontecer essas coisas, ficais sabendo que o reino de Deus está perto” (Lucas 21,29-33).

Jesus, hoje, fala das figueiras e das árvores no período dos brotos. Ele está falando do verão que se aproxima, e usa essas imagens para falar da nossa maturidade na fé.

Maturidade não significa apenas um tempo que se passa, mas o tempo que passa e muda aquilo que eu sou Isso é maturidade. É o tempo em que eu percebo em mim os frutos da vida com Cristo. E amadurecer não diz respeito apenas a um aspecto da minha vida mas sim a amadurecer na oração, na nossa personalidade, no nosso comportamento moral, nos relacionamentos humanos.

Não dá para viver a vida numa eterna “síndrome de Gabriela”. É um jeito, uma expressão aqui do Brasil de dizermos: “Eu nasci assim, eu cresci assim e eu vou morrer assim”. Com a vida cristã, isso é inconcebível, porque nós precisamos amadurecer e crescer.

Os frutos de uma vida em Cristo
A maturidade chega quando nós encontramos os traços de Cristo na nossa vida. A maturidade não chega apenas quando alguém se torna pai ou quando se torna mãe. São boas ocasiões para amadurecer, certamente, porque muda muita coisa, mas se não são feitos os passos, pode permanecer-se um pai ou uma mãe imaturos.

Maturidade não chega quando a gente assume um cargo importante. É uma boa ocasião para crescer e aprender muito a servir os outros.

Se não são feitos certos passos, a pessoa pode tornar-se uma tirana, amargurada com as frustrações da vida e oprimir muita gente.

O exemplo de Jesus em Sua Entrega
Então, Jesus chegou à sua maturidade máxima quando Ele entendeu que era o momento de dar a sua vida pela humanidade, entregando-se totalmente à vontade do Pai.

Eu pergunto, será que eu já amadureci o suficiente? Será que já existem frutos da vida de Cristo na minha vida? É um bom questionamento para todos nós.

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Donizete Heleno Ferreira
Sacerdote da C, Canção Nova