sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Estão abertas as inscrições para o II Congresso Teológico de Pastoral Urbana, organizado pela CNBB e Universidades



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove em parceria com a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), o II Congresso Teológico de Pastoral Urbana de 11 a 14 de maio de 2026. O Congresso acontece será realizado na UNICAP.

A formação tem como tema: “Deus habita essa cidade” – Sl. 47, 9 e destina-se a estudantes de graduação e pós-graduação, docentes, padres, religiosos e religiosas, agentes de pastoral e público em geral. As inscrições, com preços diferenciados para cada público, e a submissão de trabalhos encontram-se abertos.

Segundo o subsecretário de Pastoral da CNBB, monsenhor Jânison de Sá Santos, trata-se de uma continuidade da reflexão iniciada no I Congresso Teológico de Pastoral Urbana. Segundo o monsenhor, são inúmeros desafios da Pastoral Urbana que são necessários conhecer para atuar melhor.

“Convidamos a todos que atuam na pastoral para que possam participar de momento de reflexão e aprofundamento de caminhos de nossa ação evangelizadora no contexto urbano”, apontou.


Diálogo interdisciplinar
O evento pretende consolidar um espaço de diálogo interdisciplinar e de cooperação institucional que promova a pesquisa e a reflexão voltadas à realidade urbana. Assim, reforça-se o compromisso dessas instituições com a contribuição da Teologia para com a análise crítica e propositiva dos fenômenos sociais contemporâneos em busca de uma pastoral eclesial capaz de anunciar a fé cristã diante dos mais diversos desafios.

Temas que serão discutidos: As cidades e o fenômeno religioso, Cultura digital e Pastoral urbana, Desafios para a celebração da fé em contexto urbano, Evangelização na cidade: fundamentos bíblicos para a missão urbana, Experiências Eclesiais de inserção na realidade urbana, Missão para o século XXI: Pastoral urbana “em saída”, Pastoral urbana e ecologia integral, Teologia Moral e os desafios éticos oriundos da vida nas metrópoles, Teologia prática e Pastoral urbana e Teologia Sistemática em diálogo com a realidade urbana.

A coordenação está a cargo do professor Cláudio Vianney Malzoni e do monsenhor Jânison de Sá. A Comissão organizadora é composta pelo segundo vice-presidente da CNBB e arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza,o padre Charles de Araújo Costa, padre Jean Poul Hansen, Cláudio Vianney Malzoni, Karoline da Silva Menezes, Mariana Aparecida Venâncio, Sérgio Albuquerque Damião e Rodolfo José Lourenço. O presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre (RS), cardeal Jaime Spengler é convidado do Congresso.

Inscrições:

Leão XIV: frei Lourenço nos ensina a alegria de viver cada dia na presença de Deus


Publicamos o texto completo da introdução do Papa Leão XIV ao livro do frei carmelita Lorenzo, "A prática da presença de Deus", na nova edição da Livraria Editora Vaticana, lançada em 19 de dezembro. Este livro, de um religioso francês simples e humilde que viveu no século XVII, é um texto que, junto com outros, marcou a vida espiritual de Robert Prevost.

Leão XIV
Este pequeno livro se concentra na experiência, ou melhor, na prática da presença de Deus, tal como vivida e ensinada pelo frei carmelita Lorenzo della Risurrezione, que viveu no século XVII. Como já mencionei, junto com os escritos de Santo Agostinho e outros livros, este é um dos textos que mais marcaram minha vida espiritual e me formaram no caminho para conhecer e amar o Senhor.

O caminho que frei Lorenzo nos indica é ao mesmo tempo simples e árduo: simples porque não exige nada mais do que a constante memória de Deus, com pequenos e contínuos atos de louvor, oração, súplica e adoração, em cada ação e pensamento, tendo-o somente como fonte e fim. Árduo porque exige um caminho de purificação, ascese, renúncia e conversão da parte mais íntima de nós, de nossas mentes e pensamentos, muito mais do que de nossas ações. Foi isso que São Paulo escreveu aos fiéis de Filipos: "Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo" (Filipenses 2, 5). Portanto, não apenas nossas atitudes e comportamentos devem ser conformados a Deus, mas também nossos próprios sentimentos, nosso próprio ser. Nessa interioridade encontramos a Sua presença, a presença amorosa e ardente de Deus, tão "outra" e, no entanto, tão familiar ao nosso coração. Como escreveu Santo Agostinho, "o homem novo cantará o cântico novo" (Discursos 34,1).

A experiência de união com Deus, descrita nas páginas de frei Lorenzo como uma relação pessoal feita de encontros e colóquios, de momentos refúgio e surpresas, de abandono confiante e total, evoca as experiências dos grandes místicos, especialmente Teresa de Ávila, que testemunhou essa familiaridade com o Senhor, a ponto de falar de um "Deus das panelas". No entanto, indica um caminho acessível a todos, justamente por ser simples e cotidiano.

Como muitos místicos, frei Lorenzo fala com grande humildade, mas também com humor, pois sabe bem que toda coisa terrena, mesmo a mais grandiosa e dramática, é bem pequena diante do amor infinito do Senhor. Assim, ele pode dizer ironicamente que Deus o "enganou", porque, tendo talvez entrado no mosteiro com certa presunção para se sacrificar e expiar severamente os pecados de sua juventude, encontrou, em vez disso, uma vida repleta de alegria.

Ao longo do caminho que frei Lorenzo nos propõe, à medida que a presença de Deus se torna gradualmente familiar e ocupa nosso espaço interior, cresce a alegria de estar com Ele, as graças e riquezas espirituais florescem, e até mesmo as tarefas cotidianas se tornam fáceis e leves.

Os escritos e testemunhos deste carmelita converso do século XVII, que atravessou com fé luminosa os turbulentos acontecimentos do seu século, certamente não menos violento que o nosso, podem também ser uma inspiração e um auxílio para a vida de nós, homens e mulheres do terceiro milênio. Mostram-nos que não existe circunstância nos possa separar de Deus, que cada ação, cada ocupação e até mesmo cada erro nosso adquirem um valor infinito se forem vividos na presença de Deus, continuamente oferecidos a Ele.

Toda a ética cristã pode ser resumida nesta constante memória da presença de Deus: Ele está aqui. Essa memória, que é mais do que uma simples recordação, pois envolve nossos sentimentos e afetos, ultrapassa todo moralismo e qualquer redução do Evangelho a um mero conjunto de regras, e nos mostra que, verdadeiramente, como Jesus nos prometeu, a experiência de nos entregarmos a Deus Pai já nos dá cem vezes mais aqui na terra. Confiar-nos à presença de Deus significa experimentar antecipadamente o Paraíso.

Cidade do Vaticano, 11 de dezembro de 2025
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

EVANGELHO DO DOA (Lc 1,5-25)

ANO "A" - DIA: 19.12.2025
3ª SEMANA DO ADVENTO (ROXO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Ó Raiz de Jessé, sinal das nações: oh, vinde livrar-nos, e não tardeis mais!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
-Glória a vós, Senhor.

5 Nos dias de Herodes, rei da Judeia, vivia um sacerdote chamado Zacarias, do grupo de Abia. Sua esposa era descendente de Aarão e chamava-se Isabel. 6 Ambos eram justos diante de Deus e obedeciam fielmente a todos os mandamentos e ordens do Senhor. 7 Não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e os dois já eram de idade avançada. 8 Em certa ocasião, Zacarias estava exercendo as funções sacerdotais no Templo, pois era a vez do seu grupo. 9 Conforme o costume dos sacerdotes, ele foi sorteado para entrar no Santuário, e fazer a oferta do incenso. 10 Toda a assembleia do povo estava do lado de fora rezando, enquanto o incenso estava sendo oferecido. 11 Então apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso. 12 Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e o temor apoderou-se dele. 13 Mas o anjo disse: "Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João. 14 Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino, 15 porque ele vai ser grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará repleto do Espírito Santo. 16 Ele reconduzirá muitos do povo de Israel ao Senhor seu Deus. 17 E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem disposto". 18 Então Zacarias perguntou ao anjo: "Como terei certeza disto? Sou velho e minha mulher é de idade avançada". 19 O anjo respondeu-lhe: "Eu sou Gabriel. Estou sempre na presença de Deus, e fui enviado para dar-te esta boa notícia. 20 Eis que ficarás mudo e não poderás falar, até ao dia em que essas coisas acontecerem, porque tu não acreditaste nas minhas palavras, que hão de se cumprir no tempo certo". 21 O povo estava esperando Zacarias, e admirava-se com a sua demora no Santuário. 22 Quando saiu, não podia falar-lhes. E compreenderam que ele tinha tido uma visão no Santuário. Zacarias falava com sinais e continuava mudo. 23 Depois que terminou seus dias de serviço no Santuário, Zacarias voltou para casa. 24 Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida, e escondeu-se durante cinco meses. 25 Ela dizia: "Eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que ele se dignou tirar-me da humilhação pública!"

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"A dúvida de Zacarias e o silêncio como espaço de amadurecimento da fé"

A Lição de Zacarias e Isabel para o Tempo do Advento
Em certa ocasião, Zacarias estava exercendo as funções sacerdotais no templo, pois era a vez do seu grupo. Conforme o costume dos sacerdotes, ele foi sorteado para entrar no santuário e fazer a oferta do incenso. Toda a assembleia do povo estava do lado de fora rezando, enquanto o incenso estava sendo oferecido. Então, apareceu-lhe o anjo do Senhor de pé, à direita do altar do incenso. Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado, e o temor apoderou-se dele. Mas o anjo disse: “Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa Isabel vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João. Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino, porque ele vai ser grande diante do Senhor” (Lucas 1,5-25).

A humilhação de Isabel: Deus intervém no ponto mais doloroso da história humana

Zacarias e Isabel, irmãos e irmãs, são descritos como justos diante de Deus, fiéis à lei, mas marcados por uma dor antiga: não tinham filhos.

Na cultura da época, a esterilidade era considerada uma vergonha, uma maldição, e Isabel fala dessa experiência como uma humilhação pública.

No entanto, é justamente ali, no lugar da dor, do sofrimento, que Deus intervém com uma promessa. E que promessa é essa que tocamos na liturgia deste dia? A dúvida de Zacarias o deixa mudo diante daquela promessa.
O silêncio é o caminho para amadurecer a fé e acolher a promessa divina

O silêncio de Zacarias, na verdade, é o espaço onde a fé vai amadurecer, vai crescer, vai superar a dúvida. Às vezes, Deus nos silencia e também nos deixa mudos. Mas isso tudo é para o nosso amadurecimento, para que cresçamos na vontade d’Ele, para que possamos ouvir com o coração, não apenas com os ouvidos.

No coração da liturgia, Zacarias, enquanto oferece o incenso no templo, Deus lhe fala.

A liturgia é o lugar por excelência do encontro com Deus vivo. Foi ali, na oração e no silêncio do santuário, que o anjo Gabriel apareceu. Também no silêncio da nossa oração, no silêncio do nosso santuário, Deus aparece.
A fé autêntica começa ao aceitar o impossível de Deus

A fé autêntica começa quando aceitamos que Deus pode fazer o impossível; Deus pode!

O problema de Zacarias não era a ignorância, mas a falta de confiança na palavra viva, na palavra de Deus. Enquanto isso, Isabel concebe e reconhece. O Senhor tirou de mim a humilhação. Deus transforma a história humana a partir da obediência da fé.
Ser autêntico católico: deixar-se conduzir por Deus mesmo no “humanamente estéril”

Que seja assim na nossa vida, que seja assim na nossa entrega. Seremos autênticos católicos quando? Como Zacarias e Isabel, deixemo-nos conduzir por Deus, mesmo quando tudo parece humanamente estéreo.

Então, que, neste tempo do Advento, abramos o nosso coração a muitas atitudes de fé.

Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova


A cruz é a força de Deus para a nossa libertação

Assumir a cruz é a força que nos faz ir além, porque Deus tem muito para fazer em nossa vida

Deus nos deu uma unção e uma unidade, por isso reconhecemos que a Palavra se cumpre. O assunto desse final de semana se resume a uma frase: “A Cruz não é derrota, a Cruz é sinal de glória”.

A Palavra meditada está em I Coríntios 1,18-31.

Padre Léo dizia, muitas vezes, aqui e nos últimos momentos de sua vida, “que o câncer o salvou”. Ele entendeu que estamos aqui de passagem, e que o nosso lugar é o Céu.


A Cruz de Cristo é sinal de vitória

O maior milagre que precisamos pedir é o de uma fé viva, de homens e mulheres que não desistirão. A pregação sobre Cruz é loucura para muitos, mas, para nós, os sofrimentos presentes não se comparam com a glória eterna. A Cruz não é sinal de derrota, mas sim de vitória; não nos esqueçamos disso.

Esquecemos muito rápido das coisas e, quando os problemas e as provações chegam, queremos desistir. Achamos que Deus se esqueceu de nós.

Que o nosso ‘sim’ seja sim; assim como foi o ‘sim’ de Maria. Precisamos enfrentar as dificuldades, mas necessitamos de uma vida de oração. Não é fácil! O combate pode até piorar, entretanto, o demônio não tem poder, desde que, não demos poder a ele. Damos poder ao demônio quando dizemos que Deus se esqueceu de nós ou quando blasfemamos.

Todos os dias temos de nos alimentar, entender e pregar com a vida. Precisamos assumir as flechadas que levamos, contudo, não podemos ter medo porque a nossa meta é o Céu!

Não percamos o entusiasmo
Um dia, monsenhor Jonas, ensinou-me uma palavra: ‘entusiasmo’. Quando voltar para sua casa, leia novamente as Palavras que foram apresentadas neste Acampamento. E quando o desânimo bater à sua porta, renove as suas forças e não perca o entusiasmo.

Se queremos a força de Deus, se queremos milagres, precisamos dar passos diariamente, pois Deus tem muito mais para realizar em nossa vida. É claro que tudo no tempo d’Ele.

Não podemos jamais desistir; a esperança está sempre ao nosso lado, por isso temos de ser homens que combatem as dificuldades diariamente.

A cruz é sinal de bênção e salvação
Quem é maior: Deus ou os nossos problemas? Assumir a Cruz é a força que nos faz ir além, porque, Deus tem muito para fazer em nossa vida!

Em nossa casa não pode faltar uma Cruz! De maneira especial, ela deve estar na porta de nossa casa. É preciso que se levante uma geração que ressalte a Cruz como bênção e salvação.

O poder de Deus vem até nós pela Cruz do Senhor. E aquele que acreditar será salvo e alcançará a vitória. Não tem como chegar ao Céu sem acreditar na Cruz!

Transcrição e adaptação: Karina Silva

Santo Urbano V

Guilherme Grinoald, francês, de família nobre, formado em Direito, professor, estudioso renomado e monge e depois abade beneditino, desempenhava delicadas missões diplomáticas para o Papa Inocêncio IV, quando por sua morte foi eleito Papa em 1362, mesmo não fazendo parte do Colégio Cardinalício. Assumiu com o nome de Urbano V, numa época conturbada para a Igreja, cuja sede havia sido exilada de Roma para Avignon na França, por causa de intrigas e perseguições políticas.

Em apenas oito anos de papado, desenvolveu enorme atividade. Pastoralmente, reformou a disciplina eclesiástica, reorganizou a corte pontifícia acabando com abusos e reduzindo a burocracia; instituiu norma de residência para os pastores da Igreja, foi severo com os simoníacos, elegeu pessoas dignas e competentes para os cargos eclesiásticos; opôs-se com energia contra o poder temporal nas atividades da Igreja. Para o povo promoveu o desenvolvimento cultural, criando centros de estudo e valorizando a Ciência, ajudando pessoalmente estudantes necessitados. (Nas universidades, exigiu roupa igual para os estudantes, a fim de se poupar humilhação aos pobres). Preocupou-se com atividades missionárias em regiões carentes de evangelização, como a Bulgária, a Romênia e os mongóis na Ásia. E de novo levou a sede papal para Roma em 1367, embora três anos mais tarde voltasse desgostoso a Avignon, por conta de novas intrigas políticas. Aí faleceu em 19 de dezembro de 1370.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A Igreja sempre valorizou e desenvolveu a Fé, a Ciência, a Cultura, ordenadas na honestidade e competência, e apoiando-se mutuamente, pois todas são dádivas do próprio Deus. Mesmo em tempos de crise, como prova o frutuoso pontificado de São Urbano V. As desordens deste mundo não são motivo para desespero ou inatividade, mas circunstâncias que o Pai permite para que os Seus filhos mais se empenhem e humildemente reconheçam a necessidade do Seu auxílio, em todas as atividades: “...sem Mim, nada podeis fazer”, afirmou Jesus (Jo 15,5).

Oração:

Deus Pai de infinita sabedoria, que desejais para os Vossos filhos não as trevas da ignorância, mas a luz do verdadeiro conhecimento, concedei-nos pela intercessão de São Urbano V, exemplo de estudo e caridade, a diligência na nossa formação espiritual e cultural, necessária para enfrentar os desafios do nosso tempo, e sobretudo na ciência plena da caridade, no amor à Igreja e ao próximo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

10 ações da Igreja no Brasil apoiadas com recursos da Campanha para a Evangelização



A Igreja no Brasil realiza a Coleta da Campanha para a Evangelização 2025, no próximo final de semana, quando é celebrado o 3º Domingo do Advento. Os recursos dessa coleta são investidos para fortalecer as iniciativas evangelizadoras e pastorais em todo país.

Os recursos são divididos em três partes: 45% ficam na própria diocese; 20% vão para o respectivo regional da CNBB; e 35% são enviados à sede nacional da CNBB, em Brasília.

Os 35% dos recursos enviados à sede nacional da CNBB ajudam a garantir iniciativas e estruturas nacionais de evangelização, como as Comissões Episcopais que orientam e dinamizam a ação pastoral em todo o Brasil.

A seguir, confira 10 iniciativas e eventos que receberam recursos da Campanha para Evangelização, seja para a sua realização, promoção ou para garantir a assessoria da equipe da Conferência Episcopal:

Encontro de bispos de recente nomeação
Realizado anualmente na sede da CNBB, em Brasília, o encontro reúne bispos no início do seu ministério episcopal para estudos sobre a missão que vão desempenhar nas dioceses. Sob a responsabilidade da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, reuniu 22 bispos entre os dias 1º e 5 de julho deste ano.


Assembleia do Comina
A 40ª Assembleia Anual do Conselho Missionário Nacional (Comina) foi realizada entre os dias 14 e 16 de março, na sede das Pontifícias Obras Missionárias, em Brasília (DF). O encontro deixou um rastro de esperança, renovação e um forte compromisso em missionários de todo o Brasil que se reuniram para partilhar experiências, fortalecer laços e traçar os próximos passos da missão evangelizadora no país. O encontro foi marcado pela atualização do Programa Missionário Nacional (PMN), reflexões sobre os aprendizados do 6º Congresso Missionário Americano (CAM6) e o planejamento para o CAM7.


2º Congresso Nacional da Animação Bíblica da Pastoral
Com a participação de grandes referências na área bíblica, como o frei Carlos Mesters, o evento foi realizado de 19 a 22 de maio, em Goiânia (GO). A proposta da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética foi continuar a ressaltar a centralidade bíblica na vida da Igreja e discernir propostas para impulsionar a animação bíblica da pastoral no Brasil.

Foto: Fotos: Wagmar Alves/PUC Goiás

Encontro de bispos referenciais e coordenadores regionais de Liturgia
Entre os dias 21 e 23 de julho, a Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza, na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), um encontro com bispos referenciais e coordenadores de liturgia de 16 regionais da entidade. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a comunhão e articular a ação litúrgica nas diferentes realidades da Igreja no Brasil.


Simpósio 60 anos da Nostra Aetate
A Comissão para o Ecumenismos e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB foi uma das organizadoras do Simpósio Internacional que celebrou os 60 anos da Declaração Nostra Aetate, entre os dias 14 a 16 de outubro, em São Paulo. O evento reuniu lideranças religiosas e culturais, destacando o valor do diálogo, da escuta e da fraternidade entre as religiões.


Articulação das 27 Pastorais Sociais
A Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora articula em sua atuação 27 pastorais identificadas com as causas sociais, a partir da perspectiva da Doutrina Social da Igreja, trabalhando ativamente para alimentar o esperançar dos agentes de pastoral na luta por um mundo mais justo e fraterno.


Seminário Nacional sobre o Fundo Nacional do Patrimônio Cultural
A Comissão para a Cultura e a Educação somou-se como parceira à Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, ao Ministério Público Federal e ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) na realização do “Seminário Cultural Católico no Brasil – Desafios e Alternativas de Financiamento”, realizado em 28 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ). O evento foi espaço de diálogo para discutir caminhos que preservem a memória e fortaleçam a identidade cultural e conta com grandes nomes para conversar sobre esse tema fundamental, que conecta memória, espiritualidade, cultura e a história da Igreja Católica no Brasil.


Reuniões da Comissão para os Textos Litúrgicos (Cetel)
Neste ano, a Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel) da CNBB dedicou-se à revisão dos novos lecionários, continuando a oferecer à Igreja no Brasil a riqueza dos textos sagrados para as celebrações.


Pesquisa para atualização do Documento 85
Cerca de 10mil jovens participaram da Pesquisa Nacional sobre Juventudes e Fé, promovida pela Comissão Episcopal para a Juventude com o intuito de entender a realidade dos jovens brasileiros em vista da atualização do documento da CNBB sobre a evangelização da juventude.


Encontro com Missionários Digitais
Entre os dias 7 e 9 de março de 2024, ocorreu o I Encontro Presencial da Coordenação Ampliada dos Missionários Digitais e da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB. A iniciativa reuniu representantes da Comissão e agentes que evangelizam no ambiente digital.


Campanha 2025
A Campanha para a Evangelização 2025 tem como tema “Hoje, é preciso que eu fique na tua casa!”, com inspiração bíblica no Evangelho de Lucas 19, 5.

O foco está na casa, reforçando a importância da acolhida de Jesus na interioridade de cada pessoa e da abertura da casa aos irmãos, fato importante nas primeiras comunidades cristãs e hoje, quando nem todos ainda venceram o isolamento causado pela pandemia da covid-19, visto que vivemos sob
a influência de uma lógica de isolamento social que serve ao paradigma tecnocrático: cada um por si.

Nesta linha, tudo se encaminha para que a novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil a serem aprovadas na 62ª Assembleia Geral, em abril próximo, traga como grande prioridade as pequenas comunidades de discípulos missionários. Além disso, a CE 2025 fará uma ponte entre a CF 2025 – Fraternidade e Ecologia Integral – e a CF 2026 – Fraternidade e Moradia –, conduzindo-nos da Casa Comum à casa de cada um.

Doe para a Coleta Nacional

No próximo domingo, nas celebrações do 3º domingo do Advento (13 e 14), os católicos são convidados a doarem a sua oferta para a Campanha para a Evangelização nas celebrações. Não se trata apenas de uma coleta, mas de uma doação que vai apoiar iniciativas de evangelização em todo país. Evangelização que deseja chegar ao coração e à consciência dos fiéis, ajudando-lhes a dar passos concretos e seguros no seguimento de Jesus, em consonância com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

Papa: acumular riquezas não dá sentido à vida, nosso tesouro está no coração


Na Audiência Geral desta quarta-feira (17/12), Leão XIV recordou que “o verdadeiro tesouro” não se encontra “nos cofres da terra” nem nas falsas seguranças do mundo, mas no coração que, iluminado pela Páscoa de Cristo, encontra no amor de Deus o repouso, o sentido e a esperança para a vida.

Thulio Fonseca – Vatican News

“No coração se guarda o verdadeiro tesouro, não nos cofres da terra, não nos grandes investimentos financeiros, nunca tão enlouquecidos e injustamente concentrados como hoje, idolatrados ao preço sangrento de milhões de vidas humanas e da devastação da criação de Deus.”

Foi essa a forte exortação do Papa Leão XIV na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, 17 de dezembro. Dando continuidade ao ciclo de reflexões dedicado ao Jubileu da Esperança, o Santo Padre aprofundou o tema “A Páscoa como refúgio do coração inquieto” e propôs uma leitura pascal da experiência humana marcada pelo ativismo, pela dispersão interior e pela busca, muitas vezes frustrada, de sentido.

Não somos máquinas, temos um coração
Antes de se dirigir à Praça São Pedro, o Papa Leão encontrou-se com os doentes reunidos na Sala Paulo VI, onde quis saudá-los pessoalmente e oferecer-lhes sua bênção, permitindo-lhes acompanhar a Audiência em um ambiente mais protegido do frio. Próximo do Natal, o Santo Padre desejou que a alegria deste tempo acompanhasse cada um, suas famílias e entes queridos, exortando-os a permanecer sempre confiantes nas mãos do Senhor.

Logo no início da catequese, o Pontífice partiu de uma constatação: “A vida humana caracteriza-se por um movimento constante que nos impele a fazer, a agir”, e observou que muitas das atividades que preenchem os dias das pessoas estão ligadas a compromissos práticos, responsabilidades e problemas a resolver. Até o próprio Jesus, recordou, envolveu-se profundamente com a vida e com as pessoas, entregando-se sem reservas. Contudo, advertiu que o excesso de atividades pode transformar-se em um turbilhão que rouba a serenidade e impede de viver o essencial, fazendo-nos sentir cansados e insatisfeitos:

“O tempo parece ser desperdiçado em mil coisas práticas que, no entanto, não resolvem o sentido último da nossa existência. Por vezes, no final de dias repletos de atividades, sentimo-nos vazios. Por quê? Porque não somos máquinas, temos um ‘coração’; ou melhor, poderíamos dizer, somos um coração.”

Atenção às falsas seguranças
Interpretar a vida à luz da Páscoa, explicou Leão XIV, significa reencontrar o acesso à essência da pessoa humana: “O nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Deus”, citou, evocando Santo Agostinho. Segundo o Pontífice, a inquietação revela que o coração humano está em caminho, orientado para um “regresso a casa”, e completou:

“A verdadeira plenitude do coração não consiste em possuir os bens deste mundo, mas em alcançar aquilo que o pode preencher completamente: o amor de Deus, ou melhor, Deus Amor. Este tesouro, porém, só se encontra amando o próximo que encontramos pelo caminho: irmãos e irmãs de carne e osso, cuja presença desafia e questiona o nosso coração, convidando-o a abrir-se e a dar-se. O nosso próximo pede-nos para abrandar o ritmo, para olhá-lo nos olhos, por vezes para mudar de planos, talvez até para mudar de direção.”
Papa Leão XIV durante a Audiência Geral (@Vatican Media)

A esperança que não desilude
Na conclusão da catequese, o Papa recordou que ninguém pode viver sem um sentido que transcenda o contingente. O coração humano, disse, foi feito para a plenitude e não para a carência. Essa esperança tem um fundamento sólido: Jesus Cristo, que, com a sua Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição, lançou as bases de uma esperança que não decepciona.

“O coração inquieto não se desiludirá se se entregar ao dinamismo do amor para o qual foi criado”, afirmou o Santo Padre. A vitória da vida já é certa e em Cristo continuará a manifestar-se em cada “morte” da vida cotidiana. Esta é, concluiu o Santo Padre, a esperança cristã, dom pelo qual a Igreja é chamada a bendizer e agradecer sempre ao Senhor.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

EVANGELHO DO DIA (Mt 1,18-24)

ANO "A" - DIA: 18.12.2025
3ª SEMANA DO ADVENTO (ROXO)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Ó Guia de Israel, que no monte do Sinai orientastes a Moisés, oh, vinde redimir-nos, com braço estendido!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
-Glória a vós, Senhor.

18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: "José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados". 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23 "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco". 24 Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"São José, o protagonista silencioso"

A identidade mais profunda de São José: “filho de Davi”
A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo, e não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e lhe disse: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo” (Mateus 1,18-24).

A liturgia deste dia nos coloca no coração do mistério que estamos para celebrar, o mistério do Natal, a encarnação do Verbo, a entrada de Deus na história.

Quando o plano divino contraria nossas expectativas
Vejamos: Deus não se impõe com força, mas pede espaço no silêncio do coração da Virgem Maria, no silêncio do coração humano. Deus pede espaço.

Aqui, devemos pensar também em São José, um homem disponível a Deus, sensível a Sua voz mesmo quando essa parece contrariar as suas expectativas.

Quantas vezes também parece que a voz de Deus contraria as nossas expectativas! São José viveu essa realidade. O anjo o chama pelo nome e lhe dá sua identidade mais profunda. Ele diz: “José, filho de Davi”.
A lição de silêncio e a disponibilidade de José para a história da salvação

Aqui está o ponto decisivo: José é chamado a participar ativamente do plano da salvação. Ele deve acolher Maria e o filho que ela carrega, não como um observador, mas como um protagonista silencioso da história da redenção. O silêncio e a atitude de José contribuem para a história da salvação, para a história da redenção humana.

A vida e a vinda de Jesus começam entre nós não por vontade humana, mas pela ação do Espírito de Deus.

José também é visitado pelo Espírito por meio do anjo. E o que lhe é dito? “Não tenhas medo”. Então, meus irmãos e minhas irmãs, esta é a primeira palavra que o Espírito quer soprar em nossos corações hoje: “Não tenhas medo”.
O Espírito de Deus prepara nossos caminhos

Não tenha medo de acolher o plano de Deus, mesmo quando ele parece muito estranho. Não tenha medo de uma missão que você não escolheu, porque Deus o escolheu para essa missão.

Não tenha medo de um futuro que você não controla, porque o Espírito já foi à sua frente e prepara os caminhos.

Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Edison Oliveira
Sacerdote da C. Canção Nova