segunda-feira, 28 de abril de 2025

Francisco recebe homenagens de organizações que promovem o ecumenismo e o diálogo inter-religioso no Brasil


Um magistério também marcado pela construção de pontes na promoção do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, recebe agora o reconhecimento de grupos brasileiros, organizações e Igrejas que atuam na caminhada no Brasil e no mundo, como o CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristas) e a CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviço). É uma organização ecumênica composta por seis igrejas cristãs, fundada em 1973 para ser uma expressão do compromisso ecumênico em defesa dos direitos humanos. A CNBB matém presença e relação com as duas organizações.

CONIC
A A Mensagem do Conic pela Páscoa do Papa Francisco destaca que o Santo Padre foi um “testemunho corajoso em contextos hostis” e ressalta a sua presença e cuidado junto aos migrantes e refugiados, o diálogo com os movimentos sociais, a encíclica Laudato Si’ na Amérrica Lactina e o seu “profundo compromisso com o ecumenismo e o diálogo inter-religioso”.

“Nós, teus irmãos e irmãs ecumênicos, oraremos, Papa Francisco, em solidariedade às comunidades enlutadas da igreja Católica Apostólica Romana e para agradecer a Deus por sua vida e testemunho. És chamado Filho de Deus porque promoveste a paz”, diz um trecho da mensagem.

A Coordenadoria Ecumênica de Serviço atua na promoção, defesa e garantia de direitos em todo o país. É uma organização ecumênica composta por seis igrejas cristãs (Aliança de Batistas do Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiterana Independente do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e a CNBB representando a Igreja Católica Apostólica Romana). Em publicação, a CESE definiu o Papa Francisco como “Profeta da simplicidade, da paz, do diálogo e da solidariedade!”.

No comunicado, unem-se aos fiéis da Igreja Católica Romanan no lamento pela do Papa Francisco e louvam a Deus por sua vida e seu exemplo de fé e compromisso com o Reino de Deus. “Seu legado de amor, solidariedade, compromisso com a defesa de direitos, com a prática da justiça e sua preocupação com a Casa Comum sejam inspiração para nossa caminhada e o futuro da Igreja Católica Romana”, disse.

Acesse a íntegra aqui: Um adeus ao Profeta da simplicidade, da paz, do diálogo e da solidariedade.

Igrejas destacam o legado de Francisco

Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
“Em sua vida e ministério, o Papa Francisco testemunhou o amor de Cristo, clamando por justiça, acolhida e dignidade para com as pessoas marginalizadas e cuidado com a nossa Casa Comum. Que seu legado nos inspire a seguir construindo sinais do Reino de Deus, onde prevaleçam a paz, o amor e a justiça”, diz um trecho do documento.
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
“Foi incansável no testemunho do amor, foi insistente com palavras proféticas em relação a ecologia integral, foi amoroso para com as pessoas pobres e necessitadas e cuidadoso no diálogo inter-religioso”, diz um trecho.

Igreja Anglicana
O bispo dom João Peixoto, da Igreja Anglicana no Brasil, afirmou que o Papa Francisco deu um lindo testemunho de vida e deixou um grande legado. “Que Deus conforte e fortaleça toda família e a todas as pessoas que fazem a Igreja Católica Romana, na certeza da ressurreição!”.

O secretário-geral da Comunhão Anglicana também publicou condolências: “No espírito do ecumenismo, o Papa Francisco buscou promover uma maior unidade entre os cristãos. Seu compromisso com o diálogo, a compreensão e a missão compartilhada abriu novas avenidas de colaboração entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana. Caminhamos juntos no caminho para curar as feridas da divisão e em direção à unidade que Cristo deseja para Sua Igreja”, diz um trecho.

Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
A primeira presidência da Igreja divulgou a seguinte declaração: “Unimo-nos ao mundo em luto pelo falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco. Sua liderança corajosa e compassiva abençoou inúmeras vidas. (…) Enquanto o mundo se detém para recordar seu exemplo de perdão e serviço, sentimos profunda gratidão pela bondade de uma vida bem vivida e nos regozijamos na esperança de uma ressurreição gloriosa, possibilitada pelo sacrifício expiatório de Jesus Cristo.”

O Papa Francisco recebe o presidente Russell M. Nelson no Vaticano no sábado, 9 de março de 2019.

Alguns destaques da caminhada ecumênica e do diálogo inter-religioso sob Francisco

Durante o magistério do Papa Francisco, a caminhada ecumênica e o diálogo inter-religioso ganharam destaque significativo. Aqui estão os cinco principais pontos com exemplos:

Encontro com Líderes Religiosos: Em 2016, o Papa Francisco se encontrou com o Grande Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, no Cairo, Egito. Este encontro foi um marco no diálogo entre o catolicismo e o Islamismo, promovendo a paz e a compreensão mútua.

Assinatura da Declaração de Abu Dhabi:Em fevereiro de 2019, durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos, o Papa assinou a “Declaração de Fraternidade Humana” com o Grande Imame de Al-Azhar. Essa declaração promove valores de coexistência pacífica e respeito mútuo entre as religiões.

Papel da Misericórdia: Francisco enfatizou a importância da misericórdia como um valor universal que pode unir diferentes tradições religiosas. Em diversas ocasiões, ele convocou os fiéis a praticar a compaixão e o perdão, reforçando o diálogo entre as religiões.

Diálogos com a Igreja Ortodoxa: O encontro com o Patriarca Kirill, da Igreja Ortodoxa Russa, em 2016, foi um passo importante para a promoção da unidade entre as Igrejas Cristãs. O encontro, realizado em Havana, Cuba, marcou a primeira vez que um Papa e um Patriarca Ortodoxo se encontraram oficialmente.

Foto de capa: Vigília Ecumênica de Oração na Praça de São Pedro, em Roma, em setembro de 2023


Em Santa Maria Maior, a homenagem dos cardeais ao Papa e as orações do povo


Na tarde deste domingo, os cardeais reunidos nas Congregações Gerais em vista do Conclave, visitaram o túmulo do Papa Francisco e rezaram as II Vésperas, presididas pelo cardeal Makrickas. Mais de 20 mil pessoas fizeram fila desde esta manhã para "saudar" o Papa, rezar diante de sua lápide e depositar flores, entre elas a "senhora das flores amarelas", Carmela Mancuso, em lágrimas diante da escrita Franciscus.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

“Eu o amava, para mim ele é um santo.” Carmela Mancuso, a calabresa conhecida no mundo como “a senhora das flores amarelas” a quem o Papa dedicou suas poucas palavras em 23 de março, dia em que recebeu alta do Hospital Gemelli, chora diante do túmulo do Papa Francisco na Santa Maria Maior. Numa sacola, ela carrega um novo buquê — todo amarelo — e está na fila com milhares de outras pessoas que sobem os degraus da Basílica no Monte Esquilino. Mais de 20 mil desde que foi aberto ao público esta manhã, às 7h, segundo estimativas.

Em meio aos constantes pedidos para não fazer fotos, e agilizar os passos em função da segurança, uma exceção foi feita para Carmela e ela passou à frente, como foi feito muitas vezes durante as Audiências Gerais de quarta-feira, quando o Papa a via aparecer na Praça São Pedro ou na Sala Paulo VI e abria os braços, exclamando: "Aqui está ela!". Carmelina caminha lentamente, coloca as flores de lado e, com a mão na boca, chora ao contemplar a luz suave que ilumina a cruz do Bom Pastor e se reflete na inscrição Franciscus gravada no mármore.

Carmelina reza em frente ao túmulo do Papa Francisco (VATICAN MEDIA Divisione Foto)
Juntos em oração

O Papa, que ela foi uma das últimas a conseguir saudar fora da Basílica de São Pedro no Domingo de Páscoa, durante o giro no Papamóvel, ato conclusivo da vida de Jorge Mario Bergoglio, está sepultado ali desde o último sábado sob aquele mármore proveniente da Ligúria. “Posso ficar aqui um pouco?” pergunta a senhora das flores amarelas, unindo-se às Vésperas que os mais de 110 cardeais reunidos em Roma rezaram esta tarde na Basílica Liberiana. Foi decidido na Congregação Geral, na sexta-feira passada, organizar um momento de oração “não programado” para prestar homenagem ao Papa.

Homenagem ao túmulo do Pontífice (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Esta tarde, eles chegaram antes das 16h a Santa Maria Maior, partindo de micro-ônibus da praça em frente à Sala Paulo VI. As pessoas ali presentes e alguns adolescentes do Jubileu acompanharam a passagem dos cardeais pela Porta Santa em procissão até o túmulo do Pontífice.

A procissão até o túmulo do Papa

Diante deles, o cardeal Santos Abril y Castelló, arcipreste emérito da Basílica, que acompanhou o então recém-eleito Papa Francisco em sua primeira visita a Santa Maria Maior no dia seguinte à sua eleição, viveu um momento privado. Depois, um por um ou em grupos de três, os cardeais pararam diante do túmulo. Alguns permaneceram em oração por alguns minutos, rezando uma Ave Maria, outros fizeram o sinal da cruz ou tiraram uma foto, aqueles que puderam se ajoelharam por alguns instantes. Todos se reuniram então na Capela Paulina, ao lado do túmulo, sob o olhar da Salus Populi Romani que 126 vezes viu Francisco, de joelhos nos primeiros tempos e numa cadeira de rodas nos últimos anos, dizer-lhe “obrigado” por uma viagem apostólica a ser realizada ou concluída com sucesso, por uma operação médica que correu bem, por uma simples saudação.

Os cardeais reunidos na Santa Maria Maior para as Vésperas (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Diante da Salus Populi Romani

Com o olhar voltado para o ícone que a tradição diz ter sido pintado por São Lucas, os cardeais rezaram juntos em silêncio. Depois, rezaram as II Vésperas presididas pelo cardeal arcipreste coadjutor, Rolandas Makrickas. Atrás deles, se uniram grupos de fiéis. O fluxo contínuo de visitantes não parou (assim como a fila em frente aos confessionários não parou) e os celulares, antes voltados para o túmulo, viraram-se para os cardeais que cantavam os salmos.

As orações foram rezadas em diferentes línguas por diferentes sacerdotes. Foram feitas orações pelo Papa Francisco para que “o Senhor Ressuscitado o acolha na morada da luz e da paz”. Tudo durou pouco mais de meia hora. Os cardeais então deixaram a Basílica, que permanece aberta aos fiéis até às 22h locais. Hoje, noite de descanso, amanhã, uma nova Congregação Geral para preparar o Conclave que elegerá o Sucessor de Pedro de número 267.

Homenagem dos cardeais ao Papa Francisco na Santa Maria Maior

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EVANGELHO DO DIA (Jo 3,1-8)

ANO "C" - DIA: 28.04.2025
2ª SEMANA DA PÁSCOA (BRANCO)

Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Se com Cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus Pai.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João
— Glória a vós, Senhor.

1 Havia um chefe judaico, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos, 2 que foi ter com Jesus, de noite, e lhe disse: "Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele". 3 Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus". 4 Nicodemos disse: "Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?" 5 Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus". 6 Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito. 7 Não te admires por eu haver dito: Vós deveis nascer do alto. 8 O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Renascer espiritual"

Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”. Nicodemos disse: “Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (João 3,1-8).
Diálogo profundo

Queridos irmãos e irmãs, após as oitavas da Páscoa, o Evangelho de João nos oferece um diálogo profundo de Jesus e Nicodemos, um dos líderes religiosos dos judeus.

Este encontro revela a importância do renascimento espiritual, essencial para nossa vivência plena da ressurreição de Cristo.

Ao longo desse trecho, meus irmãos, Jesus fala sobre a necessidade de nascer de novo para entrar no reino de Deus. Um conceito que nos desafia a olhar para nossa vida de fé com novos olhos, ou seja, o diálogo de Jesus com Nicodemos é a busca de uma compreensão espiritual, não é algo natural, mas sobrenatural.

Nicodemos, um fariseu e membro do sinédrio, aproxima-se de Jesus, provavelmente, buscando entender a profundidade do Seu ensino. Ele começa a compreender, ele começa a questionar, ele começa a ficar inquieto no seu interior. No entanto, meus irmãos, com este reconhecimento, Nicodemos ainda não compreende completamente o que Jesus lhe quer revelar. Ele está preso a uma visão materialista e limitada da religião, procurando uma explicação lógica para o que Jesus faz.

Jesus, então, o desafia a compreender a fé num nível mais profundo e mais espiritual.

A necessidade de nascer de novo é a necessidade de um renascimento espiritual. É o mistério do Espírito, o renascimento do Espírito. Por isso, meu irmão, minha irmã, o Evangelho também vai nos falar: Se alguém não nasce da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino dos Céus, ou seja, é pelo Espírito Santo que nós nascemos para uma vida nova.

Por isso, meus irmãos, para esse renascimento para essa vida espiritual é necessário que sejamos cheios do Espírito Santo e que o próprio Senhor, agora, neste momento, dê-nos a mesma graça que deu a Nicodemos, de sermos cheios do Espírito Santo.

Que Deus nos ajude, que Deus nos ilumine e nos capacite a procurarmos uma vivência espiritual pelo poder do Espírito Santo.

Que Deus nos abençoe em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!


Padre Ricardo Rodolfo
Sacerdote da C. Canção Nova


A BONDADE DE DEUS É PARA MIM?


A bondade de Deus alcança todos os Seus filhos e filhas. Mas, é bem verdade que quando estamos passando por uma perda, ou alguma tribulação em nossa vida, fica difícil confiar na bondade de Deus.

Neste momento, parece que todas as esperanças se vão, tudo perde o brilho e fica sem sentido. Por mais que as pessoas que nos amam tentem nos ajudar, não tem jeito: há um “vazio” profundo que ninguém acessa, não tem palavra de consolo, palavra de ânimo que nos faça olhar e reconhecer a bondade de Deus!

Estamos suscetíveis a isto porque temos a nossa fragilidade humana, que foi corrompida pelo pecado original, que incutiu a desconfiança nos corações. Basta pegarmos a passagem de Gênesis, onde Adão desconfiou da bondade de Deus, que havia criado o Paraíso. Quando Adão come o fruto proibido, o que ele faz? Se esconde! Se esconde, se distancia do Criador (Aquele que criou todas as coisas). (cf. Gn 3,8).

Se você olhar para sua vida, muito provavelmente tenha acontecido como na vida de Adão e Eva: talvez você tenha “comido o fruto proibido” (esse fruto pode ser a própria concupiscência da sua carne, ou seja, a sua inclinação ao pecado, ou o próprio pecado não confessado, uma brecha aberta) e por isso encontra-se distante e desconfiado da bondade de Deus.

Mas calma!

Eu trouxe essa reflexão para que você olhe para sua vida e veja se esta não é a sua realidade atual, se em algum momento você permitiu que esse “veneno” entrasse na sua vida, mas trago também o caminho de cura desse mal, o antídoto que combaterá todo esse veneno.

PASSOS PARA O RECONHECIMENTO DA BONDADE DE DEUS

Antes de refletirmos sobre os passos, quero relembrar ao seu coração que Deus é Deus, desde sempre e para sempre, o Alfa e o Ômega. Reconhecendo a sua humanidade, esforce-se para viver os seguintes passos:

1) Passo: Reconhecer-se distante do Criador: É necessário refletir sobre sua vida, ver em que momento este distanciamento se deu, fazer um caminho de volta e reconhecer a presença de Deus na sua história, através de algum livramento, algum acidente evitado, alguma situação, algum milagre. Aqui você já inicia um caminho de volta e reconhecimento da presença bondosa de Deus. Aqui você se reconhece criatura, e Deus Criador. Se não se lembrou de nada e ainda continua em dúvida, pensa no milagre da sua vida: não há outra explicação para você existir a não ser o querer de Deus!

2) Passo: Reconhecer o cuidado do Criador: Se houve uma bondade/intervenção de Deus para esse milagre que lembrou no ponto 1 agora pense e reflita com a passagem de Lc 12,7: “Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados (…)”. Olha a grandeza desta bondade: nada passa despercebido aos olhos do Pai!

3) Passo: Reconhecer- se filho. Conforme 1Jo 3,1: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato (…)”. Pense comigo: se um pai da terra não é capaz de fazer mal a um filho seu, imagine Deus Pai!

4) Passo: Agradecer e louvar a bondade de Deus todos os dias em sua vida! O louvor é o “combustível” para “virar esta chave” da desconfiança da bondade de Deus em sua vida. Te convido a ler o Salmo 106: “Agradeçam ao Senhor por sua bondade, e por suas grandes obras em favor dos homens”! (Sl 106, 8).

Então, respondendo ao título desse artigo a resposta é: SIM!!

Sim! A BONDADE de Deus sempre foi, e sempre será, POR você e PARA você!

Espero que esse escrito fale algo ao seu coração!

Deus te abençoe!

Ariele Castilho Russo
Postulante na Comunidade Pantokrator

São Pedro Chanel


Pedro Chanel nasceu em Cuet, próximo a Belley, França no ano de 1803, de uma família do campo. Foi batizado pelos próprios pais em 16 de julho, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo; ele manteve por toda a vida grande devoção a Nossa Senhora. Era simples e educado, e o pároco de Cras-sur-Reyssouze notou a vocação religiosa do menino, convidando-o a estudar na escola do Seminário da sua paróquia. Ao ser crismado, quis acrescentar ao nome o do seu protetor, São Luís Gonzaga, e descobrindo que sua mãe o consagrara antes do nascimento à Virgem, adotou também o de Maria: Pedro Luís Maria Chanel.

Com 21 anos entrou para o Seminário Maior em Bourg, onde começou a desejar ser missionário, e depois de três anos, em 1827, ordenou-se padre. Foi nomeado vice-pároco em Ambérieu e depois pároco em Crozet. Duas vezes pediu ao bispo para abraçar a vida missionária, sem obter a permissão. Porém conheceu o padre Jean-Claude Colin, com o qual, e outros sacerdotes, fundou uma nova Congregação, a Sociedade de Maria, cujo carisma era a evangelização missionária dos não cristãos. Foi assim um dos primeiros membros da Congregação dos Maristas, aprovada em 1836.

Em 1835 a Santa Sé pediu voluntários à diocese de Lyon para uma missão na Oceania, e os maristas aceitaram. Embarcou Pedro em 1837 para Futuna, com um confrade, o Irmão Delorme. Levaram mais de um ano para chegar a esta ilha do Oceano Pacífico, no arquipélago de Willis, onde o rei Niuliki os recebeu e hospedou na sua própria casa. Iniciaram os missionários o aprendizado da língua e dos costumes locais. A primeira Missa, em dezembro, foi celebrada em segredo na cabana construída para eles, e que depois se tornaria uma capela. Mas Pedro decidiu convidar para a Missa de Natal o rei e sua família. O evento foi muito apreciado, e logo muitos ilhéus vieram pedindo uma repetição. Aos poucos, Pedro dedicou-se à visitação das aldeias e ao cuidado dos idosos e enfermos, com bondade e mansidão, o que o tornou conhecido e atraiu a atenção para a Fé católica. Em dois anos, surgiram os primeiros pedidos para o Batismo.

A popularidade dos sacerdotes incomodou os idosos da ilha, desejosos de manter sua religião, tradições e costumes, bem como o rei Niuliki, temeroso de perder sua autoridade: impediu as missões, incitou que os religiosos fossem insultados, maltratados e roubados, promoveu a perseguição dos catecúmenos; Pedro e Delorme chegaram a ficar sem comida. Por fim tiveram que sair da ilha. Mas ao saber da conversão do próprio filho, o rei mandou matar os padres, executados a golpes de tacape em 28 de abril de 1841. Pedro foi o primeiro mártir marista e da Oceania.

Em 1842, novos missionários chegaram a Futuna, construindo uma igreja no local do martírio, e em 1844 toda a ilha havia se convertido, tornando-se inclusive um centro de evangelização missionária para outras ilhas. Atualmente pertencente à França, Futuna é um local turístico e pacífico. São Pedro Chanel é padroeiro da Oceania.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Não há dúvida de que o testemunho é o melhor método de evangelização. Em primeiro lugar vem sempre a caridade, a bondade, e depois as explicações, como fez São pedro Chanel. Mas o esplendor do culto público, particularmente o Santo Sacrifício da Missa, que torna visível e materializada a presença de Cristo nas espécies eucarísticas, também é fundamental. Também no Brasil, o primeiro contato com a celebração da Missa cativou os indígenas, ainda que não a compreendessem, entendendo porém o seu caráter sagrado. Os Sacramentos realizam as graças de Deus, e por isso são necessários os sacerdotes, escolhidos por Deus para cuidar do povo indefeso diante do pecado. Roguemos ao Pai pela vocação e santidade de muitos sacerdotes, pois de fato “a messe é grande e os operários são poucos” (cf. Lc 10,2).

Oração:

Senhor, Deus do universo, que nos enviais a todos os lugares como missionários do Vosso amor, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Chanel a graça de jamais sermos uma ilha apartada de Vós, mas um oceano de virtudes para cercar de cuidados as necessidades dos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Entenda termos e expressões utilizadas na despedida do Papa e na preparação da escolha do novo pontífice


A Igreja se despede do Papa Francisco, falecido na última segunda-feira, 21, e entra na fase de Sede Vacante, ou seja, sem a condução do Bispo de Roma. Vários termos tomam a imprensa e podem não ser entendidos sobre esse contexto pelo qual passa a Igreja.

Abaixo, alguns termos sobre o processo de despedida do Papa Francisco e sobre o caminho que levará à escolha do novo pontífice após o período de luto.

Camerlengo – Cardeal que, na Cúria Romana, preside a chamada Câmara Apostólica e que durante a Sede Vacante conduz a administração temporal do Vaticano. É de sua competência organizar as cerimônias funerais do Papa e tudo o que diz respeito à celebração do Conclave. O atual camerlengo da Igreja Católica é o cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell, de 77 anos. O vice-camerlengo é o arcebispo brasileiro a serviço da Cúria Romana, dom Ilson de Jesus Montanari.

Cardeal – É a pessoa designada pelo Papa para uma dupla missão: ser um colaborador na condução da Igreja em âmbito universal e, no Colégio Cardinalício, eleger o novo Papa quando da Sé Vacante. São três ordens dos cardeais: os cardeais-bispos, titulares das dioceses que rodeiam Roma e os patriarcas orientais elevados ao cardinalato; e os cardeais presbíteros e cardeais diáconos, aos quais são atribuídos os títulos ou diaconias de Igrejas em Roma. Todos os designados para o cardinalato devem ser bispos ou, se forem presbíteros, devem receber a ordenação episcopal.

Cúria Romana – é a estrutura administrativa e pastoral a serviço da missão da Igreja, sob o comando do Papa e localizada na Cidade do Vaticano.

Sé Apostólica e Santa Sé – designa-se com este nome tanto o Papa quanto a Secretaria de Estado, o Conselho para os negócios públicos da Igreja e os demais Organismos da Cúria Romana.

Sede Vacante – Expressão latina – estando a sede vacante – que significa o período que vai desde a vacância da sede, no caso, a Santa Sé, pela saída do titular (por morte, renúncia, remoção…) até a nomeação e tomada de posse de seu sucessor.

Novendiali – nove dias de luto e orações em honra ao Pontífice falecido. Somente depois desse período é que os cardeais com menos de 80 anos se reúnem no Conclave. Assim, esse novenário é a transição entre o luto e a escolha do novo pontífice.

Em cada dia é celebrada uma Missa em sufrágio pelo Papa falecido. Os textos litúrgicos e as orações focam na esperança da ressurreição e na misericórdia divina.

Ultima Commendatio – Na tradução do latim é a Última Recomendação do corpo do Papa falecido. É um rito solene de despedida da Igreja, realizado após a oração pós-comunhão da Missa Exequial celebrada na Praça de São Pedro. Nesta oração, a Igreja entrega a alma do Papa à misericórdia de Deus.

Valedictio – em seguida da Ultima Commendatio, ocorre o Valedictio, quando os presentes fazem a despedida solene e pública do Papa falecido. Pode ocorrer com gestos de silêncio profundo, um toque dos sinos e a despedida dos fiéis que participam da celebração. Em seguida, o corpo é levado para o local do sepultamento.

Conclave – Do latim cum e clavis = com chave. A reunião dos cardeais para eleger um novo Papa. O nome vem do fato de que a reunião ocorre na Capela Sistina, a portas fechadas. A intenção é que não haja interferência externa.

Essa reunião acontecerá após os nove dias de luto contados a partir do sepultamento do Papa. Os cardeais são aguardados até 20 dias após o falecimento do pontífice.

Universi Dominici Gregis – Constituição Apostólica escrita pelo Papa João Paulo II sobre a vacância da Sé Apostólica e a eleição do Romano Pontífice, e publicada em 22 fevereiro de 1996.

Normas Nonnullas – Carta Apostólica do Papa Bento XVI na qual ele alterou algumas normas relativas à eleição do Romano Pontífice, publicada em 22 de fevereiro de 2013. Portanto, o documento deu nova redação a alguns artigos da Universi Dominici Gregis.



Em 25 de abril, o rito de fechamento do caixão do Papa Francisco


A cerimônia ocorrerá às 20h, na Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana.

Vatican News

Será realizada na próxima sexta-feira, 25 de abril, às 20h locais, na Basílica de São Pedro, a cerimônia de fechamento do caixão do Papa Francisco, que foi trasladado na manhã de hoje da Casa Santa Marta e está exposto para a homenagem dos fiéis. O rito – conforme previsto no Ordo Exsequiarum Romani Pontificis (nn. 66-81) – será presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana.

Segundo informado pelo Escritório das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, participarão os cardeais Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, Roger Michael Mahony, cardeal presbítero, Dominique Mamberti, cardeal protodiácono, e Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica Papal de São Pedro no Vaticano.

Estarão presentes também os cardeais Pietro Parolin, ex-Secretário de Estado, Baldassare Reina, vigário geral para a Diocese de Roma, Konrad Krajewski, esmoleiro de Sua Santidade; além disso, dom Edgar Peña Parra, substituto da Secretaria de Estado, dom Ilson de Jesus Montanari, vice-camerlengo da Santa Igreja Romana, dom Leonardo Sapienza, regente da Casa Pontifícia, os cônegos do Capítulo Vaticano, os penitenciários menores ordinários do Vaticano, os secretários do Santo Padre e outras pessoas autorizadas pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dom Diego Ravelli. Todos se reunirão às 19h30 junto ao altar da Confissão.

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EVANGELHO DO DIA (Jo 21,1-14)

ANO "C" - DIA: 25.04.2025
SEXTA FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA (BRANCO)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1 Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3 Simão Pedro disse a eles: "Eu vou pescar". Eles disseram: "Também vamos contigo". Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4 Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5 Então Jesus disse: "Moços, tendes alguma coisa para comer?" Responderam: "Não". 6 Jesus disse-lhes: "Lançai a rede à direita da barca, e achareis". Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7 Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: "É o Senhor!" Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8 Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9 Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10 Jesus disse-lhes: "Trazei alguns dos peixes que apanhastes". 11 Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12 Jesus disse-lhes: "Vinde comer". Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13 Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14 Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Cena emblemática"

“Jesus lhe disse: ‘Vinde comer’. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles, e fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos” (João 21,1-14)
Encontro com o ressuscitado

Queridos irmãos e irmãs, nesse sexto dia da Páscoa, o Evangelho de João nos leva a uma cena emblemática e cheia de significado. A aparição de Jesus aos discípulos à beira do mar de Tiberíades.

Nesse momento, os discípulos estão voltando para suas atividades cotidianas. Após a ressurreição de Jesus e ao longo da história, aprendemos que esse encontro com o ressuscitado será um momento de renovação e novas vocações.

Por que, meus irmãos? Porque a ressurreição precisa provocar justamente pessoas que mudem de vida, que têm o seu coração transformado, que têm o seu coração renovado pela graça de Deus.

E o interessante deste Evangelho é o seguinte: o retorno aos velhos hábitos. Aqui Jesus pede para eles: “vinde comer.” Eles estavam pescando novamente, eles estavam novamente naquilo que faziam quando Jesus os chamou, pescadores. Estavam nos barcos, estavam com as suas redes, estavam pescando novamente. E isso significa para nós o quê?

O retorno aos velhos hábitos, a busca sem sucesso. Por isso Jesus diz aqui para eles, e os discípulos não se atreviam a perguntar: Quem era ele? pois sabiam que era o Senhor. Mas por causa de ter retornado aos velhos hábitos, Jesus agora pede para eles renovação.

Não serão mais pescadores de peixes, mas pescadores de homens.

O Evangelho nos fala da obediência que gera fruto, ou seja, os discípulos, que estavam novamente nas suas atividades cotidianas, obedecem a Jesus, o qual lhes pede que sejam pescadores de homens, pescadores de levar as pessoas a uma vida nova.

E o reconhecimento de Jesus através dos discípulos é o olhar que transforma. Eles sabiam que era Jesus, por isso abandonam novamente os velhos hábitos, porque, agora, acreditam que o Senhor ressuscitou, e eles têm a missão de salvar almas e levá-las para perto de Deus.

Que o Senhor também nos dê essa graça de sermos pescadores de homens e levar a estes a graça da ressurreição.

Que Deus nos abençoe em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!


Padre Ricardo Rodolfo
Sacerdote da C. Canção Nova