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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

O Papa: a sede de Jesus na cruz é a nossa também. Clamor de uma humanidade ferida

A catequese de Leão XIV na Audiência Geral foi marcada pelas palavras finais de Jesus na cruz: "Tenho sede" e "Tudo está consumado". "Se até o Filho de Deus escolheu não ser autossuficiente, então a nossa sede, de amor, de sentido, de justiça, não é um sinal de fracasso, mas de verdade", disse o Papa, ressaltando que "esta verdade, aparentemente tão simples, é difícil de aceitar", pois "vivemos numa época que preza a autossuficiência, a eficiência e o desempenho".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

A Praça São Pedro acolheu milhares de fiéis para a Audiência Geral desta quarta-feira, 03 de setembro, em que o Papa Leão XIV deu continuidade ao ciclo de catequeses dedicado ao tema “Jesus Cristo nossa Esperança”.

As palavras de Jesus "Tenho sede" e logo depois "Tudo está consumado", proferidas na cruz, foram o centro da catequese deste encontro semanal com os fiéis.

"São palavras finais, mas carregadas de uma vida inteira, que revelam o sentido de toda a existência do Filho de Deus. Na cruz, Jesus não aparece como um herói vitorioso, mas como um mendigo de amor. Não proclama, não condena, não se defende. Pede humildemente o que não pode dar a si mesmo", frisou o Pontífice, acrescentando:

“A sede do Crucificado não é apenas a necessidade fisiológica de um corpo torturado. É também, e sobretudo, a expressão de um desejo profundo: o de amor, de relação, de comunhão. É o grito silencioso de um Deus que, tendo querido partilhar tudo sobre a nossa condição humana, deixa-se passar também por essa sede.”

Abertura confiante aos outros
Um Deus que não se envergonha de pedir e com este gesto nos diz "que o amor, para ser verdadeiro, deve também aprender a pedir e não apenas a dar". Assim, Jesus "manifesta a sua humanidade e a nossa também". "Nenhum de nós é autossuficiente. Ninguém se pode salvar sozinho", disse ainda o Papa. "A vida 'consuma-se' não quando somos fortes, mas quando aprendemos a receber. Nesse momento, depois de ter recebido de estranhos uma esponja embebida em vinagre, Jesus proclama: Está consumado. O amor tornou-se carente e, precisamente por isso, consumou a sua obra", sublinhou.

“Este é o paradoxo cristão: Deus salva não fazendo, mas deixando-se fazer. Não vencendo o mal pela força, mas aceitando plenamente a fragilidade do amor. Na cruz, Jesus nos ensina que a realização humana não se alcança pelo poder, mas pela abertura confiante aos outros, mesmo quando hostis e inimigos.”

Capacidade de nos deixarmos amar
Segundo Leão XIV, "a salvação não reside na autonomia, mas em reconhecer humildemente as próprias necessidades e saber exprimi-las livremente".

“A consumação da nossa humanidade no plano de Deus não é um ato de força, mas um gesto de confiança. Jesus não salva com uma reviravolta dramática, mas pedindo algo que Ele não pode dar a si mesmo. E aqui abre-se uma porta para a verdadeira esperança: se até o Filho de Deus escolheu não ser autossuficiente, então a nossa sede — de amor, de sentido, de justiça — não é um sinal de fracasso, mas de verdade.”

De acordo com o Papa, "esta verdade, aparentemente tão simples, é difícil de aceitar", pois "vivemos numa época que preza a autossuficiência, a eficiência e o desempenho. No entanto, o Evangelho nos mostra que a medida da nossa humanidade não é o que podemos conquistar, mas a nossa capacidade de nos deixarmos amar e, quando necessário, até mesmo ajudar".

A nossa fragilidade é uma ponte para o céu
"Jesus nos salva mostrando que pedir não é indigno, mas libertador. É a saída do esconderijo do pecado, para reentrar no espaço da comunhão. Desde o princípio, o pecado gerou vergonha. Mas o verdadeiro perdão surge quando conseguimos encarar a nossa necessidade e deixar de temer a rejeição", ressaltou.

“A sede de Jesus na cruz é a nossa também. É o clamor de uma humanidade ferida que ainda procura água viva. Essa sede não nos afasta de Deus, na verdade une-nos a Ele. Se tivermos a coragem de a reconhecer, podemos descobrir que até a nossa fragilidade é uma ponte para o céu. Precisamente no pedir — não no possuir — abre-se um caminho para a liberdade, porque deixamos de fingir que somos suficientes para nós mesmos.”

"Na fraternidade, na vida simples, na arte de pedir sem vergonha e de oferecer sem cálculos, reside uma alegria desconhecida para o mundo. Uma alegria que nos restitui à verdade original do nosso ser: somos criaturas feitas para dar e receber amor", sublinhou ainda Leão XIV que, concluindo sua catequese, disse que "na sede de Cristo podemos reconhecer toda a nossa sede e aprender que não há nada mais humano, nada mais divino, do que poder dizer: tenho necessidade. Não tenhamos medo de pedir, sobretudo quando sentimos que não merecemos. Não tenhamos vergonha de estender a mão. É aí, nesse gesto humilde, que se esconde a salvação".

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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Proximidade do Papa ao povo do Sudão e apelo a pôr fim à crise humanitária no país

Ao término da audiência geral desta quarta-feira, Leão XIV expressou sua proximidade à população sudanesa, particularmente, de Tarasin, atingida por um deslizamento de terra que deixou mais de mil mortos e lançou um apelo à comunidade internacional a pôr fim à catástrofe humanitária no país africano

Raimundo de Lima – Vatican News

Ao final da audiência geral desta quarta-feira, 3 de setembro, realizada na Praça São Pedro, o Santo Padre manifestou sua proximidade aos sudaneses, particularmente, de Tarasin, na região central de Darfur, atingidos por um terrível deslizamento de terra que provocou mais de mil mortos. Trata-se de uma tragédia que transcende as fronteiras da região. O Pontífice dirigiu um veemente apelo à comunidade internacional a fim de contrastar a catástrofe humanitária em curso, pedindo também o início de um diálogo que ponha fim ao conflito existente no país africano.

Notícias trágicas chegam do Sudão, particularmente de Darfur. Em El Fasher, inúmeros civis estão aprisionados na cidade, vítimas da fome e da violência. Em Tarasin, um deslizamento de terra devastador causou inúmeras mortes, deixando para trás dor e desespero. E, como se não bastasse, a disseminação do cólera ameaça centenas de milhares de pessoas já exaustas. Faço-me mais do que nunca próximo do povo sudanês, especialmente por suas famílias, crianças e pessoas deslocadas. Rezo por todas as vítimas. Faço um premente apelo aos responsáveis ​​e à comunidade internacional para que garantam a existência de corredores humanitários e implementem uma resposta coordenada para deter esta catástrofe humanitária. É hora de iniciar um diálogo sério, sincero e inclusivo entre as partes para pôr fim ao conflito e restaurar a esperança, a dignidade e a paz ao povo do Sudão.

Telegrama de pesar do Papa na terça-feira
Já no dia anterior, esta terça-feira, o Pontífice manifestara em um telegrama seu pesar pela tragédia, assegurando a todos aqueles que foram atingidos sua proximidade espiritual. Rezando em particular pelo descanso eterno dos falecidos, por aqueles que choram a sua perda e pelo resgate das muitas pessoas ainda desaparecidas”, o Papa encorajou as autoridades civis e à equipe de emergência em seus contínuos trabalhos de socorro. Leão XIV concluiu a mensagem invocando ao país consolo e bênção divina.

Pedido de orações
Precedentemente ao apelo de hoje, já na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na audiência geral, o Papa manifestara sua proximidade aos sudaneses, pedindo orações, ressaltando que mesmo em meio às tragédias, nunca devemos perder a esperança no amor de Deus por nós.

Peço a todos que se unam a mim na oração pelas pessoas afetadas pelos recentes deslizamentos de terra nas montanhas Marra, no Sudão. Peçamos ao Todo-Poderoso que conceda a paz eterna a todos os que faleceram, bem como consolo e força aos seus entes queridos. Mesmo em mio a tais tragédias, que nunca percamos a esperança no amor de Deus por nós.

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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Leão XIV, Capítulo Geral dos Agostinianos: um clima de escuta, humildade e unidade


"Celebramos esta Eucaristia no início do Capítulo Geral, momento de graça para a Ordem Agostiniana e para toda a Igreja", disse o Pontífice no início de sua homilia da missa de abertura do Capítulo Geral dos Agostinianos. "Escuta, humildade e unidade: eis três sugestões úteis que a liturgia lhes oferece para os próximos dias", sublinhou.

Mariangela Jaguraba/Jackson Erpen - Vatican News

O Papa Leão XIV presidiu a missa de abertura do 188° Capítulo Geral dos Agostinianos, na Basílica de Santo Agostinho, em Roma, na tarde desta segunda-feira, 1º de setembro.

Mais de cem religiosos participaram da celebração, muitos dos quais estarão reunidos no Pontifício Instituto Patrístico Augustinianum para os trabalhos do Capítulo até 18 de setembro, representando os 2.341 agostinianos espalhados pelos cinco continentes em 395 casas. Dentre eles estavam o bispo da Prelazia Territorial de Chuquibambilla, dom Wilder Alberto Vásquez Saldaña, e dom Luis Marín de San Martín, subsecretário do Sínodo dos Bispos. Também estavam presentes várias as religiosas de diversas congregações femininas que seguem a Regra de Santo Agostinho, monjas agostinianas que rezavam com os frades, bem como um grupo de leigos próximos à ordem.

O Papa chegou à basílica às 17h40 locais, acompanhado pelo prior geral da Ordem de Santo Agostinho, padre Alejandro Moral, e pelo prior da comunidade agostiniana no local de culto, padre Pasquale Cormio, que o receberam do lado de fora.

A emoção entre os presentes na missa, especialmente entre os frades agostinianos, era palpável diante da presença do seu confrade Pontífice num momento tão importante. O Papa falou de improviso antes de proferir sua homilia preparada.

"Quero apenas saudar a todos", disse em inglês, exortando-os a rezar "para receber o dom do Espírito Santo" e "o dom da escuta, o dom da humildade e o dom de promover a unidade, dentro da Ordem e através da Ordem, em toda a Igreja e no mundo".

Retornando ao texto escrito, Leão XIV ressaltou que "um antigo autor, falando de Pentecostes, descreve-o como um transbordamento abundante e irresistível do Espírito". O Pontífice convidou os agostinianos a pedirem ao Senhor que seja assim também para eles: "Que o seu Espírito prevaleça sobre qualquer lógica humana, de modo 'abundante e irresistível', para que a Terceira Pessoa divina se torne realmente protagonista dos dias vindouros".

Escuta
O Espírito Santo fala, hoje como no passado. Ele o faz nos "penetralia cordis" e por meio dos nossos irmãos e das circunstâncias da vida. Por isso, é importante que o clima do Capítulo, em harmonia com a tradição secular da Igreja, seja um clima de escuta — escuta de Deus e dos outros.

A seguir, o Papa ressaltou que, meditando sobre Pentecostes, Agostinho oferece uma reflexão muito útil para o mandato que os agostinianos estão prestes a cumprir. Ele diz: "Em um primeiro momento, cada fiel [...] falava todas as línguas [...]. Agora, o conjunto dos crentes fala em todas as línguas. Portanto, também agora, todas as línguas são nossas, visto que somos membros do corpo que fala".

Caríssimos, aqui, juntos, vocês são membros do Corpo de Cristo, que fala todas as línguas. Se não todas as do mundo, certamente todas aquelas que Deus sabe serem necessárias para a realização do bem que, em sua providente sabedoria, lhes confia. Vivam, portanto, estes dias em um esforço sincero de comunicar e de compreender, e façam-no como uma resposta generosa ao grande e único dom, de luz e de graça, que o Pai Celestial lhes concede convocando-os aqui para o bem de todos.
Humildade

A seguir, Leão XIV falou sobre a necessidade de "fazer tudo isso com humildade". "Santo Agostinho, comentando a variedade de maneiras pelas quais o Espírito Santo se derramou sobre o mundo ao longo dos séculos, interpreta essa multiplicidade como um convite para nos fazermos pequenos diante da liberdade e da imprescritibilidade da ação de Deus", disse o Papa. "Que ninguém pense ter todas as respostas sozinho. Que cada um compartilhe abertamente o que tem. Que todos acolham com fé o que o Senhor inspira, sabendo que 'tanto quanto o céu domina da terra', assim são os seus caminhos acima dos nossos caminhos e os seus pensamentos acima dos nossos pensamentos. Somente assim o Espírito poderá 'ensinar' e 'recordar' o que Jesus disse, gravando-o em seus corações para que o seu eco se espalhe a partir deles na unicidade e irrepetibilidade de cada pulsação", disse o Pontífice.

Unidade
A seguir, o Papa falou a respeito do valor da unidade.
Que a unidade seja um objeto irrenunciável de seus esforços, mas não só: que seja também o critério de verificação de vosso agir e trabalhar juntos, porque o que une vem d'Ele, mas o que divide não pode o ser.

A este propósito, vem-nos ainda uma ajuda de Santo Agostinho que, sempre comentando o milagre de Pentecostes, observa: "Assim como outrora as diferentes línguas que um homem podia falar eram o sinal da presença do Espírito Santo, assim agora é o amor pela unidade [...] o sinal da sua presença".

"Escuta, humildade e unidade: eis três sugestões úteis que a liturgia lhes oferece para os próximos dias", disse, por fim, Leão XIV aos agostinianos.

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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Leão XIV: silencie a voz das armas na Ucrânia, e que a voz da fraternidade se eleve


Um forte apelo por um cessar-fogo imediato no país do Leste Europeu, a tragédia no mar da Mauritânia, e o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação: estes são alguns dos temas abordados pelo Papa após o Angelus. Um apelo à acolhida, ao diálogo e ao cuidado com a terra

Vatican News

Ao final da oração do Angelus este domingo, 31 de agosto, XXII Domingo do Tempo Comum, o Pontífice se deteve sobre o sofrimento de um mundo abalado por conflitos e pela violência que atinge crianças e aqueles que buscam esperança e um futuro. Seus primeiros pensamentos foram para a Ucrânia, lembrando que "a morte e a destruição continuam a ser semeadas", com cidades atingidas por bombardeios, incluindo a capital, Kiev. Esses ataques resultaram na morte de várias pessoas. Leão XIV nos exortou a "não ceder à indiferença", mas a ir ao encontro delas por meio da oração e de atos de caridade.

Reitero com veemência meu urgente apelo por um cessar-fogo imediato e por um sério compromisso com o diálogo. É hora de os responsáveis ​​renunciarem à lógica das armas e embarcarem o caminho da negociação e da paz, com o apoio da comunidade internacional. A voz das armas deve silenciar, enquanto a voz da fraternidade e da justiça deve se elevar.

Uma "tragédia mortal"
O Papa também se refere ao naufrágio de 29 de agosto na costa atlântica da Mauritânia, no qual mais de 50 pessoas morreram e outras 100 estão desaparecidas. Esta é mais uma tragédia no mar, na viagem de esperança rumo às Ilhas Canárias. É um acontecimento interpelador que deve nos encorajar a acolher os estrangeiros.

Esta tragédia mortal se repete todos os dias no mundo inteiro. Rezemos para que o Senhor nos ensine, como indivíduos e como sociedade, a colocar plenamente em prática a sua palavra: "Eu era estrangeiro e me acolhestes" (Mt 25,35). Confiemos todos os nossos feridos, desaparecidos e mortos, em todos os lugares, ao abraço amoroso do nosso Salvador.

Cuidar da nossa casa comum
Concluindo a oração mariana, Leão XIV recorda o evento desta segunda-feira, 1º de setembro, em que se celebra o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. "Dez anos atrás - afirmou o Pontífice -, o Papa Francisco, em concordância com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, instituiu este Dia para a Igreja católica. Ele é mais do que nunca importante e urgente, e este ano seu tema é "Sementes de Paz e Esperança".

Unidos a todos os cristãos, celebramos este Dia e o prolongamos no "Tempo da Criação" até 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis. No espírito do Cântico do Irmão Sol, composto por ele há 800 anos, louvemos a Deus e renovemos nosso compromisso de não destruir seu dom, mas de cuidar de nossa casa comum.

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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

A dor do Papa pelo tiroteio em uma escola católica nos EUA: duas crianças mortas


Em um telegrama assinado pelo cardeal Secretário de Estado Parolin, Leão XIV expressa condolências pela "terrível tragédia" ocorrida em Minneapolis, nos Estados Unidos. O ataque aconteceu enquanto era celebrada a Missa na igreja localizada dentro do complexo escolar. Os disparos através das janelas resultaram na morte de duas crianças e deixaram 17 pessoas feridas.

Vatican News

O Papa Leão XIV recebeu “com profunda tristeza” a notícia do tiroteio ocorrido na Igreja Católica da Anunciação, em Minneapolis. Assim se lê no telegrama, assinado pelo cardeal Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, enviado pelo Pontífice ao arcebispo de Saint Paul e Minneapolis, dom Bernard Hebda. Até o momento, o balanço da tragédia é de duas vítimas — ambas crianças de 8 e 10 anos — e 17 feridos, entre eles outras 14 crianças, das quais sete estão em estado grave. O homem que abriu fogo, disparando através das janelas contra as crianças sentadas nos bancos da igreja durante a Missa, dentro do complexo escolar, teria em seguida tirado a própria vida.

Oração por quem chora "a perda de um filho"
O Papa, diz o texto, “exprime suas mais sentidas condolências, juntamente com a garantia de sua proximidade espiritual a todos os atingidos por esta terrível tragédia”, de modo especial às famílias “que agora choram a perda de um filho”. Leão XIV “confia as almas das crianças falecidas ao amor de Deus onipotente” e assegura sua oração “pelos feridos, assim como pelos socorristas, profissionais da saúde e membros do clero que cuidam deles e de seus entes queridos”.

Bênção à comunidade local
O telegrama conclui-se com a Bênção Apostólica concedida por Leão XIV à comunidade da "Annunciation Catholic School", à Arquidiocese de Saint Paul e Minneapolis e a todos os habitantes da área metropolitana de Twin Cities, como “penhor de paz, fortaleza e consolação no Senhor Jesus”.

O atentado
Na manhã desta terça-feira, 27 de agosto, um homem abriu fogo contra fiéis reunidos para a missa de início do ano letivo na Igreja Católica da Anunciação, em Minneapolis, que abriga também uma escola frequentada por crianças da educação infantil ao ensino fundamental. O ataque, cujo motivo ainda é desconhecido, deixou duas crianças mortas, de 8 e 10 anos, e outras 14 feridas, seis delas hospitalizadas em estado grave; o autor teria se suicidado após o crime. A tragédia abalou a comunidade local e levou o governador do Minnesota, Tim Walz, a declarar solidariedade e pedir orações pelas vítimas, enquanto o presidente Donald Trump afirmou que o FBI já está acompanhando o caso e convidou a população a se unir em oração. O episódio ocorre em meio a um cenário de crescente violência armada em Minneapolis, onde, apenas nas 12 horas anteriores, a polícia havia registrado outros 12 tiroteios, com saldo de oito feridos e três mortos.

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terça-feira, 26 de agosto de 2025

Por uma paz "desarmada e desarmante": Leão XIV para o Dia Mundial da Paz de 2026



O tema da mensagem do Papa para 59º Dia Mundial da Paz do próximo ano foi divulgado nesta terça-feira (26/08) pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral: «A paz esteja com todos vós: rumo a uma paz “desarmada e desarmante”». A escolha recai sobre uma expressão utilizada logo no início de pontificado, quando Robert Prevost apareceu pela primeira vez no balcão central da Basílica de São Pedro, na eleição de 8 de maio, em apelo à reconciliação e ao diálogo.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV escolheu o tema da mensagem para 59º Dia Mundial da Paz de 2026: «A paz esteja com todos vós: rumo a uma paz “desarmada e desarmante”». A escolha recai sobre uma expressão utilizada logo no início do pontificado, quando apareceu pela primeira vez no balcão central da Basílica de São Pedro, no dia da sua eleição como Sucessor de Pedro. Eram 19h23 de 8 de maio quando fez um apelo à reconciliação e ao diálogo durante a primeira bênção Urbi et Orbi:

"A paz esteja com todos vós! Caríssimos irmãos e irmãs, esta é a primeira saudação de Cristo Ressuscitado, o Bom Pastor, que deu a vida pelo rebanho de Deus. Também eu gostaria que esta saudação de paz entrasse no vosso coração, chegasse às vossas famílias, a todas as pessoas, onde quer que se encontrem, a todos os povos, a toda a terra. A paz esteja convosco!"

“Esta é a paz de Cristo Ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz desarmante, que é humilde e perseverante. Que vem de Deus, do Deus que nos ama a todos incondicionalmente.”

A invocação por uma "paz desarmada e desarmante" foi repetida já por várias vezes pelo Papa Leão XIV neste início de pontificado, reiterando a importância de uma reconciliação feita com diálogo, que constrói pontes dando voz a todos. Uma paz, segundo o Pontífice, que alcance o cessar-fogo não só das armas, mas também das palavras: "desarmemos as palavras para desarmar a Terra".

Em comunicado desta terça-feira (26/08) pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral através da Sala de Imprensa da Santa Sé para divulgar o tema da mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2026, o Papa Leão XIV convida novamente a humanidade a rejeitar a lógica da violência e da guerra, para abraçar uma paz autêntica, fundada no amor e na justiça. Essa paz deve ser desarmada, ou seja, não baseada no medo, na ameaça ou nas armas; e desarmante, porque capaz de dissolver conflitos, abrir corações e gerar confiança, empatia e esperança. Não basta invocar a paz, é preciso encarná-la em um estilo de vida que rejeite toda forma de violência, visível ou estrutural. A saudação do Cristo Ressuscitado, “A paz esteja convosco” (cf. Jo 20,19), é um convite dirigido a todos – crentes, não crentes, responsáveis políticos e cidadãos – para edificar o Reino de Deus e construir juntos um futuro humano e pacífico.

Assim, após o tema do Dia Mundial da Paz de 2025 em consonância com o Ano Jubilar, inspirado nas encíclicas Laudato si’ e Fratelli tutti, com o Papa Francisco escolhendo conceitos em torno da esperança e do perdão, "Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz"; Leão XIV faz um chamado a construir uma paz "desarmada e desarmante" a partir das famílias e entre os povos para promover a fraternidade com reconciliação.

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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Leão XIV: nenhum povo pode ser forçado ao exílio

“Todos os povos, mesmo os menores e mais fragilizados, devem ser respeitados pelos poderosos em sua identidade e em seus direitos, em particular o direito de viver em suas próprias terras; e ninguém pode forçá-los a um exílio”. Palavras do Papa Leão XIV a uma delegação da Associação Chagos Refugees Group formada por cidadãos do arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, recebidos neste sábado (23/08) no Vaticano.

Vatican News

Na manhã deste sábado (23/08) o Papa Leão recebeu a delegação da Associação Chagos Refugees Group formada por cidadãos do arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, que receberam a notícia que podem voltar à sua ilha recentemente restituída à República de Maurício depois da assinatura de um tratado. O Papa Francisco encontrou os cidadãos de Chagos em junho de 2023, encorajando-os em suas ações.

“Os que semeiam com lágrimas, ceifarão em meio a canções”
O Pontífice demonstrou sua satisfação pelo desfecho e agradeceu ao grupo pelo trabalho feito com perseverança há muitos anos. “É um passo significativo em direção ao seu retorno para casa”, disse o Papa, “compartilho a alegria e as esperanças de todos vocês. Juntos, rendamos graças a Deus, retomando as belas palavras do Salmo: "O Senhor fez grandes coisas por nós, por isso ficamos alegres! … Os que semeiam com lágrimas, ceifarão em meio a canções" (cf. Sal 125). Ao agradecer as partes envolvidas disse: “Fico feliz que o diálogo e o respeito às decisões do direito internacional (...) puderam finalmente remediar uma grave injustiça”. “Presto homenagem à determinação do povo chagossiano, e em particular à das mulheres, na reivindicação pacífica de seus direitos”.

Audiência com o Papa (@Vatican Media)

Respeito da identidade e dos direitos
Em seguida o Santo Padre recordou que “todos os povos, mesmo os menores e os mais fragilizados, devem ser respeitados pelos poderosos em sua identidade e em seus direitos, em particular o direito de viver em suas próprias terras; e ninguém pode forçá-los a um exílio”. “Formulo agora o desejo”, continuou” de que as autoridades de Maurício e também a comunidade internacional se empenhem para que o retorno de vocês, após 60 anos, ocorra nas melhores condições possíveis”, afirmou, recordando que a Igreja local não deixará de dar a sua contribuição, sobretudo espiritual, como sempre fez nos dias de provação. Na sua conclusão disse: “Que o Senhor, na perspectiva de um futuro melhor, cure suas feridas e lhes conceda a graça do perdão para com aqueles que lhes fizeram mal. Eu os convido a olhar resolutamente para o futuro”.

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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Leão XIV: não à lógica da retaliação, que os corações sejam libertados do ódio


Em uma mensagem no "X", o Papa relança o convite para que esta sexta-feira seja vivida como um dia de oração e jejum pela paz: "Prevaleça uma visão de conjunto inspirada pelo bem comum". Ampla adesão de episcopados e comunidades eclesiais ao apelo do Santo Padre. Não só no Oriente Médio e na Europa: existem, de fato, mais de 56 conflitos mais ou menos “esquecidos” que geram luto e sofrimento entre as populações.

Valerio Palombaro - Cidade do Vaticano

O mundo está "ferido por contínuas guerras". Pelo menos 56, segundo o portal independente ACLED (Armed Conflict Location and Event Data Project). Dos conflitos mais eclatantes, como Gaza, Ucrânia e Sudão, aos menos conhecidos, que frequentemente envolvem atores não estatais, passando por guerras "congeladas" que permanecem sem solução, mas sempre correm o risco de eclodirem novamente, como ocorreu recentemente com a disputa de fronteira entre Tailândia e Camboja ou a disputa entre Paquistão e Índia pela Caxemira.

 A Urgência da Paz
O Papa Leão XIV, ao proclamar um Dia de Jejum e Oração para esta sexta-feira, apelou à necessidade urgente de paz e perdão para "enxugar as lágrimas daqueles que sofrem por causa dos conflitos em curso". Praticamente todas as Conferências Episcopais e dioceses aderiram, a começar pela Conferência Episcopal Italiana. Com o cardeal Matteo Zuppi, imediatamente após o anúncio do Santo Padre para "intensificar a oração por uma paz desarmada e desarmante", numerosas dioceses e movimentos religiosos na Itália começaram a se mobilizar.

Na Audiência Geral, o Pontífice recordou a memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, que se aproxima, e pediu orações pelo fim das guerras na Terra Santa, na Ucrânia .

A Conferência Episcopal Espanhola também anunciou em comunicado que acolheu o convite do Papa, recordando a carta dirigida aos bispos em 8 de agosto por seu presidente, dom Luis Argüello, na qual os instava a "intensificar a oração e os esforços em prol da paz".

Destaque, em particular, a adesão à iniciativa por parte do Vicariato Apostólico da Arábia Meridional, que inclui o Iêmen, devastado por uma guerra civil "esquecida" há mais de 10 anos. "Pelo jejum e a oração, peçamos à Virgem Maria, Rainha da Paz, que interceda junto ao seu Filho pela paz, especialmente na vizinha Terra Santa, e pela consolação de todos os aflitos por este e por todos os conflitos", declarou o vigário apostólico Paolo Martinelli.

O Custódio da Terra Santa, Pe. Francesco Ielpo, em carta dirigida aos frades franciscanos, enfatizou que "a paz é um dom há muito esperado e profundamente desejado, especialmente na Terra Santa, marcada por conflitos e esperanças". "Rezemos para que a comunidade internacional não fique apenas assistindo, mas intervenha para promover a paz, o respeito ao direito internacional e a segurança de civis, trabalhadores humanitários e jornalistas", acrescentou.

Necessária uma mudança de perspectiva
Embora o convite do Papa Leão XIV tenha sido amplamente aceito pelas Igrejas, a necessidade de uma "mudança de passo" nos níveis político e diplomático continua premente. O mundo está dilacerado por uma "Terceira Guerra Mundial em pedaços", que no ano passado já elevou os gastos com armas a um recorde de US$ 2,718 bilhões.

21/08/2025

O presidente da CNBB exortou os irmãos no episcopado a organizar e incentivar o Dia de Oração e Jejum pela Paz, encontrando “formas mais adequadas de animar o povo de Deus”. São ...

Há três anos e meio, com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, a Europa mergulhou novamente no pesadelo de uma guerra sangrenta, como não se via no coração do continente desde as guerras dos Balcãs. Nas periferias da Europa, por outro lado, pode-se avançar rumo a um acordo de paz histórico entre a Armênia e o Azerbaijão, que poderia pôr fim a mais de 30 anos de derramamento de sangue e mal-entendidos.

Em Gaza, após o ataque brutal do Hamas em 7 de outubro de 2023, uma tragédia humanitária sem precedentes em nosso século se desenrola diante dos olhos de todos. Enquanto isso, na Cisjordânia, os planos mais recentes do governo israelense nos recordam dos perigos de questões que permaneceram sem solução por muitos anos. Isso também se aplica ao Líbano, onde, após a guerra do outono passado, cenários mais sombrios parecem ter sido evitados; enquanto a vizinha Síria vive um momento importante e delicado, passando por mudanças históricas após a queda de Bashar al-Assad.

Conflitos não resolvidos em todos os continentes
A África continua sendo um dos continentes com o maior número de conflitos. A começar pelo Sudão, onde, desde abril de 2023, a disputa pelo poder entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) produziu o que a ONU chamou de a pior crise de deslocados do mundo, com 14 milhões de pessoas forçadas a fugir de suas casas. Mas há muitos outros focos de guerra no continente: desde o leste da República Democrática do Congo, onde centenas de grupos armados saqueiam os recursos do país há anos, semeando derramamento de sangue e instabilidade, até o norte de Moçambique e os muitos países do Sahel, onde a violência jihadista grassa, passando pela Etiópia, Somália e até mesmo a Líbia, dividida por mais uma guerra "esquecida".

Conflitos também não faltam na Ásia. Em Mianmar, há mais de quatro anos se arrasta um conflito brutal, opondo a junta militar governante a grupos rebeldes que agora controlam grande parte do país. A Península Coreana permanece dividida e assolada por ventos de guerra ancorados na lógica da dissuasão nuclear; enquanto a fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão também é palco de um conflito que se arrasta há muito tempo, longe dos holofotes.

A Oceania não é exceção, onde, em Papua-Nova Guiné, a violência tribal, que nunca diminuiu, ocasionalmente ressurge. A América Latina, talvez menos marcada pela guerra aberta, ainda assim ostenta muitos países onde o crime e a violência ainda reinam. A começar pelo Haiti, o país mais pobre das Américas, onde quase 80% do território está sob o controle de gangues criminosas, diante da impotência do governo e da comunidade internacional.

O Caminho do Perdão para chegar à paz
Tantos conflitos, tantas questões não resolvidas, todas tendo em comum o sofrimento que geram entre os civis, especialmente entre os mais vulneráveis. O mundo, como indicou o Papa Leão XIV, precisa urgentemente de uma mudança de perspectiva, porque "sem perdão nunca haverá paz". "O verdadeiro perdão não espera o arrependimento, mas é oferecido primeiro", explicou o pontífice na Audiência Geral da última quarta-feira na Sala Paulo VI, observando que "perdoar não significa negar o mal, mas impedir que ele gere mais mal".

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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Papa convida fiéis a viver o dia 22 de agosto em jejum e oração pela paz


Na Audiência Geral, o Pontífice recordou a memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, que se aproxima, e pediu orações pelo fim das guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em tantas outras regiões do mundo.

Thulio Fonseca - Vatican News

Na conclusão da Audiência Geral desta quarta-feira, 20 de agosto, o Papa Leão XIV lançou um apelo aos fiéis, recordando a celebração litúrgica da memória da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, que será comemorada na próxima sexta-feira, 22 de agosto:

“Maria é Mãe dos que acreditam aqui na terra e é invocada também como Rainha da Paz, enquanto a nossa terra continua a ser ferida por guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em muitas outras regiões do mundo. Convido todos os fiéis a viverem o dia 22 de agosto em jejum e oração, suplicando ao Senhor que nos conceda paz e justiça, e que enxugue as lágrimas daqueles que sofrem por causa dos conflitos armados em curso. Maria, Rainha da Paz, interceda para que os povos encontrem o caminho da paz.”

Audiência Geral desta quarta-feira, 20 de agosto (@Vatican Media)

Dirigindo-se aos fiéis de língua portuguesa, o Papa Leão, que dedicou sua catequese ao nobre gesto de perdoar, recordou o pressuposto fundamental da convivência pacífica entre os povos e entre as pessoas: “Sem perdão nunca haverá paz!”

Ao saudar os peregrinos poloneses presentes em Roma, bem como aqueles vindos do Santuário de Nossa Senhora de Jasna Góra, na Polônia, onde se conserva o ícone de Nossa Senhora de Częstochowa, pediu-lhes que “incluam em suas intenções a súplica pelo dom da paz – desarmada e desarmante – para todo o mundo, em particular para a Ucrânia e o Oriente Médio”.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Papa convida fiéis a viver o dia 22 de agosto em jejum e oração pela paz


Na Audiência Geral, o Pontífice recordou a memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, que se aproxima, e pediu orações pelo fim das guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em tantas outras regiões do mundo.

Thulio Fonseca - Vatican News

Na conclusão da Audiência Geral desta quarta-feira, 20 de agosto, o Papa Leão XIV lançou um apelo aos fiéis, recordando a celebração litúrgica da memória da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, que será comemorada na próxima sexta-feira, 22 de agosto:

“Maria é Mãe dos que acreditam aqui na terra e é invocada também como Rainha da Paz, enquanto a nossa terra continua a ser ferida por guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em muitas outras regiões do mundo. Convido todos os fiéis a viverem o dia 22 de agosto em jejum e oração, suplicando ao Senhor que nos conceda paz e justiça, e que enxugue as lágrimas daqueles que sofrem por causa dos conflitos armados em curso. Maria, Rainha da Paz, interceda para que os povos encontrem o caminho da paz.”

Audiência Geral desta quarta-feira, 20 de agosto (@Vatican Media)
Dirigindo-se aos fiéis de língua portuguesa, o Papa Leão, que dedicou sua catequese ao nobre gesto de perdoar, recordou o pressuposto fundamental da convivência pacífica entre os povos e entre as pessoas: “Sem perdão nunca haverá paz!”

Ao saudar os peregrinos poloneses presentes em Roma, bem como aqueles vindos do Santuário de Nossa Senhora de Jasna Góra, na Polônia, onde se conserva o ícone de Nossa Senhora de Częstochowa, pediu-lhes que “incluam em suas intenções a súplica pelo dom da paz – desarmada e desarmante – para todo o mundo, em particular para a Ucrânia e o Oriente Médio”.

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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

O Papa: basta de armas na Ucrânia e de fome em Gaza. Libertem os reféns


Os desejos de Leão XIV para os dois conflitos em curso e os objetivos da “soft diplomacy” da Santa Sé, para tentar resolver os problemas com o diálogo e não com a guerra, expressos aos jornalistas à sua chegada à Vila Barberini, em Castel Gandolfo. Até próxima a terça-feira, passará um período de descanso, com alguns compromissos públicos e celebrações nos dias 15 e 17 de agosto.

Vatican News

Cessar-fogo e acordo de paz na Ucrânia, resolução da crise humanitária e da fome e libertação dos reféns israelenses em Gaza. Esses são os objetivos da “soft diplomacy” da Santa Sé para problemas que “não podem ser resolvidos com a guerra”, e é isso que o Papa Leão XIV pede e deseja, segundo afirmou na noite desta quarta-feira a alguns jornalistas à sua chegada a Castel Gandolfo, onde passará um segundo período de descanso de verão, até 19 de agosto. Enquanto cumprimentava as muitas pessoas que aguardavam sua chegada, em frente ao portão da Vila Barberini, que será sua residência nestes dias, o Papa respondeu às perguntas de alguns repórteres sobre a atualidade internacional.

Buscar sempre o diálogo, o trabalho diplomático
Quando questionado sobre o que espera da cúpula de 15 de agosto entre o presidente estadunidense Donald Trump e o russo Vladimir Putin, Leão XIV responde: é preciso buscar sempre “o cessar-fogo, é preciso acabar com a violência, com tantas mortes. Vamos ver como eles podem chegar a um acordo. Porque a guerra depois de tanto tempo, qual é o objetivo? É preciso sempre buscar o diálogo, o trabalho diplomático e não a violência, não as armas”. E à pergunta se está preocupado com a possibilidade da população de Gaza ser deportada, o Papa responde: “É preciso resolver a crise humanitária, não se pode continuar assim. Conhecemos a violência do terrorismo e respeitamos os muitos que morreram e também os reféns, é preciso que sejam libertados. Mas também é preciso pensar nos muitos que estão morrendo de fome”.

Problemas que não se resolvem com a guerra
Por fim, perguntam-lhe o que está fazendo a Santa Sé para pôr fim a estes e outros conflitos. O Pontífice responde que “a Santa Sé não pode pôr fim... mas estamos trabalhando, digamos, uma soft diplomacy’, sempre convidando, incentivando a busca da não violência através do diálogo e procurando soluções, porque estes problemas não se resolvem com a guerra».

Na audiência geral: Deus conceda a paz a todos os povos
Na manhã desta quarta-feira, durante a audiência geral na Sala Paulo VI, ao saudar os peregrinos poloneses, o Pontífice chamou a atenção do mundo para as populações dos países assolados por conflitos e violência. “Supliquem a Deus que conceda a paz a todos os povos que vivem a tragédia da guerra”. O ponto de partida para o apelo do Pontífice foi a figura de São Maximiliano Maria Kolbe, o franciscano polonês que morreu no campo de concentração de Auschwitz, onde se ofereceu para tomar o lugar de um pai de família destinado ao bunker da fome.

A missa e o Angelus em Castel Gandolfo na solenidade da Assunção
Durante este segundo período de descanso na residência da Vila Barberini, dentro das Vilas Pontifícias, Leão XIV terá alguns compromissos públicos. Na sexta-feira, 15 de agosto, festa da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, às 10h, o Pontífice celebrará a Santa Missa na Paróquia de São Tomás de Villanova, em Castel Gandolfo, e às 12h recitará o Angelus na entrada do Palácio Pontifício, na Piazza della Libertà, também em Castel Gandolfo.

Em Albano, missa e almoço com os pobres da Caritas
No domingo, 17 de agosto, às 9h30, o Papa Leão XIV celebrará a missa no Santuário de Santa Maria della Rotonda, em Albano Laziale, com os pobres assistidos pela Caritas diocesana e os operadores. Às 12h, recitará o Angelus na Piazza della Libertà, em Castel Gandolfo. Por fim, compartilhará o almoço com os pobres e assistidos da Caritas no Borgo Laudato si’, dentro das Vilas Pontifícias.

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Brasil é consagrado à são Miguel Arcanjo em sessão solene na Câmara dos Deputados

Imagem peregrina oficial de são Miguel Arcanjo entrando no plenário do Congresso Nacional | Instituto Hesed


13 de ago de 2025 às 16:34

Com a imagem peregrina oficial de são Miguel Arcanjo vinda do Monte Gargano, na Itália, local das aparições do arcanjo desde os primeiros séculos do cristianismo, o Brasil foi consagrado ontem (12) à proteção e à intercessão de são Miguel em uma sessão solene no plenário do Congresso Nacional. A imagem também foi coroada comandante espiritual da nação brasileira.

A estátua foi solenemente abençoada e trazida ao Brasil pelos membros do Instituto Hesed, irmã Maria Joana, irmã Maria Raquel e padre Emanuel Maria, junto com o bispo de Piracicaba (SP), dom Devair Araújo Fonseca.

A peregrinação da imagem pelo país começou em 26 de julho, na cidade de Santa Bárbara d’Oeste (SP), diocese de Piracicaba, e passará por várias cidades nas cinco regiões do Brasil.

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“É precisamente neste tempo marcado por desafios espirituais e morais que o Brasil acolhe nesta casa legislativa aquele cuja tradição cristã reconhece como defensor da fé, o guardião da Igreja e o comandante da milícia celeste”, disse a deputada federal Simone Marquetto (MDB-SP), requerente da sessão solene. Ela destacou que “a presença” das imagens de são Miguel Arcanjo e de Nossa Senhora Aparecida, que tem o título de Generalíssima do Exército Brasileiro, no “parlamento representa a nossa devoção e, mais do que isso, é uma convocação, um chamado à responsabilidade espiritual, à unidade nacional e à coragem moral de construir um Brasil fundado sob valores eternos”.

“Nós vivemos um momento que precisamos resgatar a nossa fé: a fé Católica Apostólica Romana”, porque “a nação brasileira nasce de uma santa missa”, disse a deputada. “A presença de são Miguel Arcanjo vinda do Monte Gargano, na Itália, lugar milenar de fé não é apenas a visita de uma imagem, mas a chegada de um sinal do céu para o nosso povo” e “um alerta para que retomemos o caminho da consciência, da justiça e da fé”, disse a deputado, ressaltando que é “um claro sinal de proteção, Divino sobre nossas instituições”.

Ao finalizar seu discurso, Marquetto pediu que a espada de são Miguel “defenda a verdade, que sua presença inspire os justos e que sua missão nos recorde todos os dias que nenhuma autoridade é maior do que a de Deus e que, toda autoridade só é legítima se serve ao bem” e “que o Congresso Nacional, por este ato, se una ao céu e neste momento ecoe na história como o dia em que o Brasil proclamou: São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!”.
Momento sagrado diante da nação brasileira

“Hoje diante da nação reunida, o céu se inclina sobre a Terra”, disse o bispo de Piracicaba (SP), dom Devair Araújo da Fonseca. Ele contou que, “segundo a tradição da Igreja, são Miguel é o príncipe das milícias celestes, o chefe dos exércitos de Deus” e também “ao longo dos séculos, a Igreja viu em são Miguel um defensor nas tribulações, um guardião dos fiéis e um intercessor poderoso nas horas do combate espiritual”.

Ele consagrou o Brasil e os brasileiros a são Miguel: “Neste momento sagrado diante da nação brasileira, em gesto de fé, entregamos espiritualmente este país à guarda do príncipe dos exércitos celestes. Confiamos a ti, são Miguel Arcanjo, as chaves desta terra, o destino das nossas famílias, a integridade das nossas instituições e a alma deste povo que clama por proteção. Que a sua espada defenda nossos lares do espírito da divisão, da violência e da mentira. Que a sua presença silenciosa, porém poderosa, caminhe à frente dos que servem ao bem comum e que o Brasil ouça a sua voz, despertando corações adormecidos e restaurando a fé nos corações feridos. Que nenhum projeto contrário ao Reino de Deus prospere nesta nação e que sob tua vigilância celeste, o mal seja desmascarado, os justos sejam fortalecidos e a verdade seja defendida com coragem, combatendo ao nosso lado, guiai-nos à vitória da luz sobre as trevas. E que este solo, consagrado a ti, seja sinal visível de que o céu não abandonou o Brasil, mas que Deus caminha conosco”.
A grande reconquista

Em seguida, a irmã Maria Raquel, membro do Instituto Hesed, disse que “Brasília se torna o palco de um momento singular na história espiritual do Brasil” com “a coroação de são Miguel Arcanjo como comandante espiritual da nossa nação”.

“Este ato nasce no seio de um movimento chamado ‘a grande reconquista’, que não é apenas uma campanha, mas uma missão, um chamado para que as nossas famílias, nossas comunidades e toda a pátria se volte novamente para Deus”, porque “vivemos dias em que a fé tem sido ridicularizada, a família atacada e a verdade relativizada”. “Mas cremos, como disse são João Paulo II: ‘Que o homem pode até construir um mundo sem Deus, porém este mundo acabará se voltando contra o homem’”, destacou a religiosa.

O movimento "a grande reconquista", segundo irmã Maria Raquel, “é acima de tudo uma resposta à necessidade urgente de restaurar os fundamentos espirituais que sustentaram a nossa história desde o início” e “convoca brasileiros de todas as regiões e realidades a empunharem o estandarte da fé por meio da oração, confiando no patrocínio daquele que sempre esteve à frente das batalhas do povo de Deus: são Miguel Arcanjo”.

“Hoje, diante das autoridades e do povo, declaramos de forma pública e solene que este país não caminha sozinho, mas está sob a proteção e o comando daquele que no céu é chamado príncipe das milícias celestes”, frisou a religiosa. “Este ato, hoje realizado, é um grito de fé, que deve atravessar as paredes deste parlamento e chegar ao coração do Brasil, de cada brasileiro, lembrando-nos de que toda autoridade deve estar a serviço do bem comum e sob a luz da verdade”. Ela pediu “que este momento seja registrado, não apenas nas atas desta casa, mas na memória do nosso povo, como o dia em que o Brasil se ergue, não com armas humanas, mas com a força de Deus, para clamar, para invocar, para suplicar: são Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate”.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Leão XIV na Audiência Geral: mesmo falhando, para Deus, seremos filhos sempre amados



Na catequese desta quarta-feira (13/08), de calor forte em Roma e com a Audiência Geral sendo dividida entre fiéis reunidos entre Sala Paulo VI, Piazza Petriano e Basílica de São Pedro, o Papa refletiu sobre a revelação da traição de Judas, feita não para condenar, mas para ensinar que o amor, quando sincero, não pode ocultar a verdade. A esperança é esta, disse o Papa: "saber que, ainda que possamos falhar, Deus nunca falha. Mesmo que possamos trair, Ele nunca deixa de nos amar".

Andressa Collet - Vatican News

Com temperaturas durante a semana que estão superando os 30 graus em Roma, a Audiência Geral desta quarta-feira (13/08) foi transferida da Praça São Pedro para a Sala Paulo VI, no Vaticano, com capacidade para cerca de 6 mil pessoas. Devido ao grande número de fiéis, eles também foram divididos entre a Basílica de São Pedro e a Praça Petriano, que dá entrada à Sala Paulo VI, e onde o Papa Leão XIV fez uma primeira saudação multilíngue - inclusive em português - aos peregrinos reunidos, de onde também acompanharam a catequese por telões:

“Buongiorno a tutti! Bom dia! Buenos días!”
Antes e após a Audiência Geral na Sala Paulo VI, o Papa saudou os fiéis que seguiam a catequese por telões na Piazza Petriano (@Vatican Media)

Em seguida, antes de iniciar a Audiência Geral na Sala Paulo VI, o Pontífice voltou a saudar em várias línguas - inglês, espanhol e italiano - os milhares de fiéis, agradecendo pela paciência e pela decisão de mudar de local para se proteger do sol:

"Buongiorno! Good morning everyone! Buenos días! Nesta manhã, teremos a audiência em vários locais, em momentos diferentes para ficarmos um pouco longe do sol e do calor extremo. Agradecemos a paciência de vocês e agradecemos a Deus pelo maravilhoso dom da vida, do bom tempo e de todas as suas bênçãos [em inglês]. Vamos realizar a audiência desta manhã em dois momentos, porque tem pessoas aqui ao lado, pessoas na basílica e também na praça. Sejam todos bem-vindos. E, aos poucos, vamos cumprimentando todos os grupos, na medida do possível. [em espanhol]. Hoje celebramos esta audiência nestes momentos diferentes, um pouco para nos protegermos do sol, do calor extremo. Obrigado por terem vindo. Sejam todos bem-vindos [em italiano]."

Os fiéis reunidos na entrada da Sala Paulo VI (@Vatican Media)

Deus nunca deixa de nos amar
Em seguida, o Papa Leão XIV deu sequência ao novo ciclo de catequeses iniciado na semana passada sobre o mistério pascal e "seguindo os passos de Jesus nos últimos dias de sua vida", em particular, sobre a "cena íntima, dramática, mas também profundamente verdadeira" do momento em que, durante a ceia pascal, Jesus revelou que um dos Doze estava prestes a traí-lo. Mas ele não o fez para condenar ou humilhar, comentou o Pontífice, porque não apontou o culpado e nem sequer disse o nome de Judas: mas o fez para "salvar", ensinando que o amor, quando é sincero, não pode ocultar a verdade. "O Evangelho não nos ensina a negar o mal, mas a reconhecê-lo como uma oportunidade dolorosa para renascer", continuou Leão XIV.

Leão XIV deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o mistério pascal (@Vatican Media)

A reação dos discípulos não foi de raiva, mas de tristeza, "de uma dor silenciosa, feita de perguntas, de suspeitas, de vulnerabilidade. É uma dor que também nós conhecemos bem, quando a sombra da traição se insinua nos relacionamentos mais queridos". E na possibilidade real de serem envolvidos, todos começaram a se interrogar se “acaso serei eu?”, reconhecendo a fragilidade do seu próprio amor.

“Caros amigos, esta pergunta — "Acaso serei eu?" — está talvez entre as mais sinceras que podemos fazer a nós mesmos. Não é a pergunta do inocente, mas do discípulo que se descobre frágil. Não é o grito do culpado, mas o sussurro de quem, mesmo querendo amar, sabe que pode ferir. É nessa consciência que começa o caminho da salvação.”

Deus, refletiu o Papa, "quando vê o mal, não se vinga, mas se entristece". As duras palavras de Jesus “Melhor seria que nunca tivesse nascido!”, referindo-se ao traidor, não são uma maldição ou condenação, mas um grito de dor. Com efeito, se renegamos o Amor que nos gerou, "perdemos o sentido da nossa vinda ao mundo e nos autoexcluímos da salvação". Jesus não se escandaliza diante da nossa fragilidade e continua a confiar, ponderou Leão XIV, "Ele sabe bem que nenhuma amizade está imune ao risco da traição", tanto que sentou à mesa com os seus: "esta é a força silenciosa de Deus: não abandona nunca a mesa do amor, nem mesmo quando sabe que será deixado sozinho".

“No fundo, esta é a esperança: saber que, ainda que possamos falhar, Deus nunca falha. Mesmo que possamos trair, Ele nunca deixa de nos amar. E se nos deixarmos alcançar por esse amor — humilde, ferido, mas sempre fiel — então podemos verdadeiramente renascer. E começar a viver não mais como traidores, mas como filhos sempre amados.”

Leão XIV também saudou os peregrinos presentes na Basílica de São Pedro (@Vatican Media)

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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Papa envia Schönborn nos 350 anos de Dedicação da Capela da Virgem Negra na Alemanha


O local com a imagem milagrosa fica abrigada na Igreja de Santa Maria em Kupfergasse, no centro da cidade de Colônia. Para a celebração de 14 de setembro pelo aniversário de 350 anos da Dedicação da Capela da Virgem Negra, o Papa Leão XIV nomeou o arcebispo emérito de Viena, o cardeal Christoph Schönborn, como seu enviado especial. A nomeação foi divulgada em boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé no sábado (09/08).

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV nomeou o cardeal Christoph Schönborn como seu enviado especial para a celebração de aniversário de 350 anos da Dedicação da Capela da Virgem Negra de Santa Maria em Kupfergasse que será realizada em 14 de setembro na cidade de Colônia, na Alemanha. A nomeação do arcebispo emérito de Viena foi divulgada em boletim da 
Sala de Imprensa da Santa Sé no sábado (09/08).

Há séculos, em diferentes partes do mundo, as imagens de Nossa Senhora de pele negra se tornaram objetos de profunda reverência e peregrinação. Uma devoção que ocupa um lugar especial no coração de milhares de católicos, basta pensar nos próprios brasileiros e na sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida, acolhida em um dos maiores locais de peregrinação do mundo. Mas ainda se pode pensar na Virgem de Montserrat na Espanha e na Nossa Senhora de Częstochowa na Polônia, por exemplo. Na Alemanha, a devoção à Virgem Negra recai a Nossa Senhora de Altötting, na Baviera, e também àquela de Santa Maria em Kupfergasse, para onde foi nomeado o cardeal Schönborn.

A Virgem Negra de Santa Maria em Kupfergasse
A Nossa Senhora Negra em Kupfergasse, na cidade alemã de Colônia, é destino para inúmeros fiéis e peregrinos. Em 1630, os Carmelitas Descalços trouxeram a imagem esculpida em madeira de tília escura para, 45 anos depois, ganhar uma capela: era 8 de setembro de 1675 quando foi construída a Capela de Loreto para oferecer aos fiéis que não podiam viajar à Itália, venerar a Virgem Negra em Colônia. Desde o século XVIII, a estátua é cercada pela Igreja de Santa Maria, em Kupfergasse, com elementos arquitetônicos do período barroco. Foi também durante esse período que começaram as peregrinações à imagem milagrosa acolhida na capela que completa 350 anos de 

Dedicação com celebrações que duram 8 dias.
A veneração a Virgem Negra em Kupfergasse, assim, tem uma longa tradição em Colônia, cidade que viveu tempos turbulentos, inclusive durante a Segunda Guerra Mundial. Durante a terrível "Noite dos 1.000 Bombardeiros", entre 30 e 31 de maio de 1942, um terço das casas, bem como a igreja, o mosteiro e os edifícios adjacentes, foram destruídos. No último segundo, a imagem milagrosa de Nossa Senhora foi salva pela Irmã Marzella Schui e só retornou à capela parcialmente restaurada em 1948. Como já descreveu o cardeal alemão Joseph Frings (1887-1978), "em Colônia, a catedral é a cabeça, e Santa Maria em Kupfergasse é o coração".

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