ANO "A" - DIA: 27.06.2020
12ª SEMANA DO TEMPO COMUM (VERDE)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”.
7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!’, e ele vai; e a outro: ‘Vem!’, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!’, e ele faz”.
10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó, 12enquanto os herdeiros do Reino serão jogados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”.
13Então, Jesus disse ao oficial: “Vai! e seja feito como tu creste”. E, naquela mesma hora, o empregado ficou curado. 14Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra dele deitada e com febre. 15Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela se levantou, e pôs-se a servi-lo. 16Quando caiu a tarde, levaram a Jesus muitas pessoas possuídas pelo demônio. Ele expulsou os espíritos, com sua palavra, e curou todos os doentes, 17para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: “Ele tomou as nossas dores e carregou as nossas enfermidades”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
COMENTÁRIOS:
"Voltemo-nos para o sofrimento do próximo"
“Quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se d’Ele, suplicando: ‘Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia’” (Mateus 8,5).
Que beleza é a atitude desse oficial romano! O fato dele ser romano e, sobretudo, ser oficial, fazer parte do exército romano, o distanciava de Jesus, porque ele vivia em um outro universo e dimensão. Mas, ele saiu das suas aparências, do seu poderio humano, daquilo que o cercava. Ele deixou isso de lado e, humildemente, foi se aproximar de Jesus.
O verbo “aproximar” tem uma importância fundamental aqui. Aproximar quer dizer deixar a distância; porque criamos muitas distâncias entre nós e entre nós e Deus. Ele já tomou a iniciativa, se havia alguma distância entre a humanidade e Ele, Ele já desceu, já está no meio de nós, já se encarnou e se tornou próximo a nós.
Tem pessoas que são assim: nós nos aproximamos delas e elas ficam distantes de nós. Entretanto, Deus está muito perto de nós e se deixa encontrar por aqueles que O buscam de coração sincero. É por isso que sinceramente esse oficial romano foi procurar Jesus e se aproximou d’Ele. Ele não se aproximou de Jesus só por causa dele, mas principalmente por causa do seu empregado que estava doente, sofrendo, acamado e tomado por uma paralisia.
Quem dera tivéssemos pessoas preocupadas com a dor, com a paralisia e com o sofrimento do outro. Quem dera tivéssemos patrões que se preocupassem com seus empregados, quem dera tivéssemos superiores preocupados com seu subordinado, não somente com o trabalho que ele apresenta, com o resultado que oferece, mas preocupados com a sua vida. Quem dera tivéssemos na humanidade pessoas que não olham para o outro de acordo com a sua produtividade, mas de acordo com aquilo que ele é como pessoa humana.
Muitas vezes, queremos pedir coisas para nós e não nos voltamos para a dor e para o sofrimento do outro
Esse oficial romano apresentou o sofrimento do seu empregado. Quem dera os corações humanos se preocupassem com a humanidade do outro e não com a utilidade que o outro possa ter. Quem dera que tomássemos, de fato, atenção com quem nos serve.
Às vezes, não damos nem “bom dia” para quem nos serve um café, para quem está ao nosso lado, para o sofrimento e para a dor de quem caminha conosco, no trabalho, na casa, na escola. Quem dera déssemos atenção para o outro!
Esse homem foi ouvido por Jesus porque tinha um coração convertido, porque se aproximou e amou. Ninguém se converte quando não vive uma proximidade com Deus e não vive um amor sem se preocupar com aquilo que o outro passa, sofre e enfrenta.
Ele não foi pedir nada para si, ele foi pedir para o seu empregado. Muitas vezes, queremos pedir coisas para nós e não nos voltamos para a dor e para o sofrimento do outro. “Senhor, meu vizinho passa por isso”. “Senhor, aquela pessoa passa por isso”. É ser capaz de deixar tudo que somos para cuidar do outro, isso é conversão, é Evangelho e mudança de vida.
Não se vê nenhum judeu tomar uma iniciativa dessa, não vejo muitos cristãos fazerem isso, mas um homem que era desprezado porque fazia parte de outro contexto político, ele foi com toda sua fé buscar a cura do seu empregado.
Eu vejo, muitas vezes, pessoas que nem creem em Deus, não têm a mesma religião que tenho, mas com muito amor e mais cuidado com a pessoa do próximo. É hora de revermos o nosso próximo!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Canção Nova
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