Após a oração do Angelus, o Papa recordou que há vinte anos, em Cracóvia, São João Paulo II pronunciou o ato de entrega do mundo à Divina Misericórdia, e pediu ao Senhor uma "misericórdia especial" para a população ucraniana, vítima de um conflito que começou há quase seis meses.
Andrea De Angelis - Cidade do Vaticano
O mundo está em grande necessidade de misericórdia. Uma necessidade especial é a da Ucrânia, que está em guerra há quase seis meses. O Papa Francisco, na véspera da Solenidade da Assunção, após a oração do Angelus, pede ao Senhor misericórdia e piedade pelo martirizado povo ucraniano. E o faz, recordando que há 20 anos, São João Paulo II confiou o mundo à Divina Misericórdia, na cidade de Cracóvia:
E um pensamento especial vai aos numerosos peregrinos que hoje se reuniram no Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia, onde há vinte anos São João Paulo II fez o ato de entrega do mundo à Divina Misericórdia. Hoje, mais do que nunca, vemos o sentido desse gesto, que queremos renovar na oração e no testemunho de vida. A misericórdia é o caminho da salvação para cada um de nós e para o mundo inteiro.
Então, o pedido pela população ucraniana:
E peçamos ao Senhor uma misericórdia especial, misericórdia e piedade pelo martirizado povo ucraniano.
A situação na Ucrânia
Com quase seis meses de conflito, a violência na Ucrânia não dá trégua. Nas últimas horas, um ataque russo ao assentamento de Krasnohorivka, na região de Donetsk, matou dois civis e feriu outros dez. A situação também permanece tensa perto de Zaporizhzhia, capital da região ucraniana onde está localizada a maior usina nuclear da Europa, controlada pelas forças armadas russas desde as primeiras semanas da guerra. De acordo com a AIEA, houve algumas ações armadas, mas os danos não seriam tais que envolvessem riscos de segurança imediatos. O contexto, no entanto, suscita "grande preocupação" e o risco de liberações significativas de radioatividade no meio ambiente teria sérias consequências. O número de pessoas obrigadas a deixar o país em busca de refúgio está aumentando cada vez mais e, de acordo com os últimos números divulgados, ultrapassou 7 milhões. A Polônia recebe o maior fluxo de pessoas deslocadas.
Esses tamancos de madeira
A recordação de Francisco neste domingo, portanto, é para os acontecimentos de vinte anos atrás. Nos arredores da cidade polonesa de Cracóvia, no distrito de Łagiewniki, João Paulo II, durante sua Viagem Apostólica, presidiu a solene liturgia de dedicação do Santuário da Divina Misericórdia. O Papa polonês, antes da bênção, recordou que quando era jovem trabalhador, chegou a pé àquele distrito de Cracóvia:
No final desta solene liturgia desejo dizer que muitas das minhas recordações pessoais se relacionam com este lugar. Eu vinha aqui sobretudo durante a ocupação nazista, quando trabalhava no estabelecimento Solvay, situado perto daqui. Ainda hoje me recordo do caminho que leva de Borek Falecki a Debniki, que eu todos os dias percorria para ir trabalhar nos diversos horários, com os sapatos de madeira nos pés. Eram assim os sapatos naquela época. Como era possível imaginar que aquele homem com os socos, um dia teria consagrado a basílica da Misericórdia Divina, em Lagiewniki de Cracóvia. Alegro-me com a construção deste bonito templo dedicado à Misericórdia Divina.
Fonte: www.vaticannews.va
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