O Papa João Paulo II disse que “o ato de educar é o prolongamento do ato de gerar” e que “gerar segundo a carne significa dar início a uma posterior “geração”, gradual e complexa, através do inteiro processo educativo” (CF, 16).
Ghandi dizia que “a verdadeira educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa”.
Sotelli afirmava que “educar é formar homens verdadeiramente livres”, e Rousseau disse que “educar é a arte de formar homens”. Para Platão, “educar é dar à alma e ao corpo toda a perfeição de que são susceptíveis”.
Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa. E aqui a teologia tem o seu papel; sem o conhecimento e o correto relacionamento com Deus o homem não pode atingir sua plenitude porque ele foi criado por Deus e para Deus. São Tomas de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mais se aproxima de seu nada”.
Por isso, educação não se aprende só na escola, mas principalmente em casa e também na Igreja. Andrew Carnegie disse que “muitos são instruídos, mas poucos são educados”.
O filósofo grego Sócrates, mesmo sem conhecer o cristianismo, já dizia que “só é útil o conhecimento que nos faz melhores”. A teologia oferece as bases seguras da verdadeira fé e da verdadeira religião que educa o ser humano espiritualmente.
A educação integral leva a pessoa a descobrir o mundo cada vez mais e a se alegrar com as maravilhas criadas por Deus. O Papa Paulo VI falava do “banquete da vida”. Só as pessoas assim educadas podem desfrutar saudavelmente deste banquete.
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O documento de Medellin, do II CELAM, diz que:
“A educação é efetivamente o meio-chave para libertar os povos de toda escravidão e fazê-los subir de condições menos humanas a condições mais humanas” (4,8). E o conhecimento de Deus que a correta teologia dá é mola propulsora dessa autêntica liberdade.
É através da educação que a pessoa vai se apropriando da herança da humanidade, aprende a ler as palavras e a realidade que a circunda, torna-se cidadão deste mundo e apto a dar a sua parcela na construção desta obra de Deus, para que o mundo seja um lugar agradável para viver, como irmãos.
É pela educação que o homem deve aprender que o progresso não pode sacrificar a natureza (água, terra, ar, matas, rios, oceanos…), nem pode violar as leis da ética e da moral. Quando isto não acontece, o homem acaba temendo “aquilo que ele mesmo construiu com as suas mãos e com a sua inteligência”, como disse o Papa João Paulo II, na Redemptor Hominis (15).
Ao falar da educação, na Carta às Famílias, o Papa João Paulo II, assim se expressou:
“Em que consiste a educação? Para responder a esta questão, há que recordar duas verdades fundamentais: a primeira é que o homem é chamado a viver na verdade e no amor; a segunda é que cada homem realiza-se através do dom sincero de si. Isto vale tanto para quem educa como para quem é educado… O educador é uma pessoa que “gera” no sentido espiritual. Nesta perspectiva, a educação pode ser considerada um verdadeiro e próprio apostolado” (CF, 16).
É valioso relembrar aqui, que na celebração do matrimônio, os futuros pais prometem a Deus educar os filhos na fé: “Estais dispostos a receber amorosamente das mãos de Deus os filhos e a educá-los segundo a lei de Cristo e da Igreja?”
O homem moderno está, sem dúvida cheio de ciência e de sofisticada tecnologia, mas pobre de sabedoria e de valores transcendentes, sem o quais se esvai. Sem a fé o mundo não pode ser feliz; eis a razão pela qual temos tanta dor. Somente homens sábios poderão dar ao mundo o que ele precisa.
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Sobre esta missão dos pais, diz o Papa:
“Se os pais ao darem a vida, tomam parte na obra criadora de Deus, pela educação tornam-se participantes da sua pedagogia conjuntamente paterna e materna”.
Falando de educação, não podemos deixar de dizer claramente uma grande verdade: Não é possível educar sem Deus e sem a Religião. A educação depende das normas morais, e estas vêm da Religião. Na hierarquia dos valores da pessoa humana, acima de todos está a vida espiritual, eterna, transcendente. Sem isto, a educação fica mutilada.
Por que, o mundo de hoje se apresenta diante dos nossos olhos tão macabro? Por que tantos crimes? Por que tanta violência? Por que tantos estupros, que não se ouviam falar antes? Por que tanta droga? Por que tanto alcoolismo? Por que tantos assaltos, homicídios, sequestros, corrupção, fraudes, suicídios?…
Porque a educação moderna, ateia, materialista, consumista, hedonista, tirou Deus do coração das crianças, dos jovens e dos adultos. O Criador foi expulso da terra! Eis a dura realidade.
Enquanto este triste quadro não for revertido, enquanto Deus, o único e verdadeiro, não voltar ao coração das famílias e das escolas, como antes, não será possível acabar com todas essas mazelas que atormentam a nossa vida hoje. Sem isto não será suficiente encher as ruas de policiais e os códigos de leis. Enquanto o coração do homem não for transformado por Deus, nada mudará na sociedade. Sem religião não há verdadeira educação.
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O Papa Bento XVI disse que:
“[…] no mundo ocidental de hoje vivemos uma nova onda de iluminismo drástico, ou laicismo, como se queira chamá-lo. Tornou-se mais difícil ter fé, pois o mundo no qual estamos é completamente feito por nós mesmos, e nele Deus, por assim dizer, já não comparece diretamente. Não se bebe mais diretamente da fonte, mas sim do recipiente em que a água nos é oferecida. Os homens reconstruíram o mundo por si mesmos, e tornou-se mais difícil encontrar Deus neste mundo” (Entrevista em Castel Gandolfo, 5 de agosto de 2006).
Lamentavelmente, a educação de hoje deixou de lado os valores espirituais e adotou um sistema que apenas valoriza as capacidades pragmáticas, em vista da produção e do consumo imediatos. Assim, o próprio ser humano vai sendo “descartado”, desde o útero materno (no aborto) até no leito do hospital (na eutanásia). O homem perdeu a noção de sua transcendência e ficou muito pobre. A teologia pode e deve lhe devolver a dignidade.
A atual filosofia educacional passa por cima dos valores morais, eternos, que dão harmonia e equilíbrio ao homem.
Desta forma o educando passa a ser apenas uma peça na gigantesca máquina de produção.
Pelo que foi dito acima, torna-se importante a missão educadora e evangelizadora dos pais cristãos hoje. São Tomás de Aquino disse que “a missão dos pais é uma tarefa até certo ponto paralela ao sacerdócio dos padres” (Contra Gent. 4, 58).
Prof. Felipe Aquino
Fonte: cleofas.com.br
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