quinta-feira, 9 de março de 2023

EVANGELHO DO DIA (Lc 16,19-31)

ANO "A" - DIA: 09.03.2023
2ª SEMANA DA QUARESMA (ROXO)

— Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!
— Felizes os que observam a palavra do Senhor, de reto coração; e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (cf. Lc 8,15)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.

20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.

22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.

25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.

27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’

30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIOS:
"Não seja como o homem rico: com riquezas, mas doente na alma"

“Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: ‘Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado’” (Lucas 16, 19-22).

Esse Evangelho de hoje, meus irmãos, nos faz ter a atenção sobre o nosso relacionamento com os bens materiais e a atenção e o cuidado com os mais necessitados.

Vejam: uma pessoa se torna rica aos olhos do mundo quando a sua identidade se confunde com o que ela tem, quando você passa a nomear aquela pessoa não por aquilo que ela é, e sim por aquilo que ela tem. O Evangelho diz que havia um rico — não fala o nome dessa pessoa —, ele era aquilo que possuía. É como se a riqueza tivesse tomado o lugar da sua identidade: as roupas finas, as festas esplêndidas camuflaram o seu coração, camuflaram quem ele era de verdade na sua essência.

Que perigo! O rico estava muito bem na sua vida cômoda, muito bem de vida, mas doente na alma. A indiferença é a pior doença da nossa alma, a indiferença ao sofrimento do outro, à necessidade do outro.
O tormento que o Evangelho fala é justamente a perda do nosso ser, a perda da nossa identidade

Agora, o contrário, o pobre não tem nada, mas ele preserva o seu nome — chama-se Lázaro. Deus teve compaixão, Deus teve misericórdia! Um dia, nós vamos também nos apresentar diante de Deus, deixando tudo que temos para trás, só com aquilo que nós somos. E, agora, como será esse momento? Se eu vivi a minha vida e perdi aquilo que eu sou, não vai restar nada. O tormento que o Evangelho fala é justamente a perda do nosso ser, a perda da nossa identidade.

O pobre Lázaro, agora, experimenta a plenitude do seu ser, e a Palavra de Deus diz: “Os anjos o levaram para junto de Abraão”, que significa: para junto de Deus, a razão do seu ser, o seu tudo, o sustento da sua existência, a referência da sua identidade. O pobre Lázaro vai para Deus.

O rico, infelizmente, experimenta um fim completo. A Palavra diz: “ele foi enterrado”. Quem nasceu para ser enterrado? Nós nascemos de Deus, n’Ele nós nos movemos, somos e devemos voltar para Ele. Nós não somos destinados a ficar debaixo da cova, debaixo da terra, nós somos destinados para Deus. Por isso, uma vida vivida sem Deus termina debaixo da terra, mas uma vida com Deus nunca acabará, e sim viverá para sempre.

Aprendamos a fazer escolhas definitivas, nesta terra, que é transitória, a fim de, um dia, desfrutarmos da alegria que nunca se esgota, que nunca tem fim. Então, hoje, peçamos a Nosso Senhor para converter o nosso coração, que transforme o nosso coração para ajudar-nos a fazer boas escolhas, para que, um dia, contemplemos Deus face a face.

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Bruno Antônio
Sacerdote da C. Canção Nova


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