sábado, 28 de setembro de 2024

Bispos de Moçambique: “do Papa Francisco mensagem de esperança e proximidade”


Os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), em visita “ad Limina Apostolorum” de 23 a 27 de setembro deste ano, foram recebidos em audiência nesta terça-feira, 24, pelo Papa Francisco, num encontro que Dom Inácio descreveu como muito cordial e fraterno, e de muita proximidade.

P. Bernardo Suate – Cidade do Vaticano

“Nós reiteramos o pedido ao Santo Padre, que também é o pedido do povo moçambicano, para que continue a rezar pela paz no nosso País”, disse em entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, o arcebispo de Nampula (norte de Moçambique) Dom Inácio Saúre, Presidente da Conferência dos Bispos de Moçambique, recebidos nesta quinta-feira em audiência no Vaticano.

Visita “ad Limina” sinal de comunhão com a Igreja

A visita “ad Limina” é a visita às portas dos Apóstolos, um encontro com o Sucessor de Pedro e, portanto, um encontro que manifesta a nossa comunhão com toda a Igreja católica, e também comunhão do Santo Padre com a Igreja de Moçambique”, explicou o arcebispo, que também recordou a memorável visita do Pontífice a Moçambique em 2019: “O encontro decorreu, na verdade, num clima muito bom, muito fraterno, mesmo de sinodalidade, e o Santo Padre, na sua espontaneidade, também preferiu que os Bispos interviessem diretamente”, observou Dom Inácio Saúre.

Desafio da formação dos sacerdotes

Um dos desafios que o episcopado moçambicano partilhou com o Papa Francisco foi a formação dos sacerdotes, prosseguiu Dom Inácio, sublinhando que em Moçambique existem muitas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, “mas ao mesmo tempo também nos deparamos com dificuldades financeiras para a construção do Seminário, para o acolhimento destes jovens de boa vontade”. O Papa Francisco foi muito atencioso a esta preocupação, enfatizou o arcebispo que também ressaltou a urgência de se concluir a construção do segundo Seminário filosófico, na arquidiocese de Nampula.

Do Papa mensagem de esperança e proximidade

Para o presidente da CEM, a grande mensagem que o Sucessor de Pedro deu à Igreja e ao povo moçambicano foi uma mensagem de esperança, pois para além da formação dos sacerdotes nos Seminários, os Bispos falaram da problemática da guerra no País, reiterando o seu pedido ao Santo Padre, que é também o pedido do povo moçambicano, para que continue a rezar pela paz no País. “O Papa Francisco mostrou muita proximidade e muita atenção, mostrando que de facto está a seguir a situação, e que nos acompanha: ele deu-nos esta mensagem de esperança e de que podemos contar com a Igreja”, concluiu Dom Inácio Saúre.

Texto integral da entrevista:

Os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique, no âmbito da sua visita “ad Limina apostolorum” foram hoje recebidos em audiência pelo Papa Francisco: pode contar-nos como decorreu o encontro?

Nós fomos recebidos esta manhã pelo Santo Padre. O encontro decorreu num ambiente muito bom, muito fraterno, mesmo de sinodalidade. O Santo Padre na sua espontaneidade também preferiu que os Bispos interviessem diretamente logo, sem a apresentação de discursos oficiais da parte da Conferência Episcopal e nem da sua parte. Então ele, logo nos deu a palavra depois das boas-vindas e começámos a falar.

Houve algum ponto que o tocou pessoalmente, de uma maneira particular?

Naturalmente sim, por exemplo, nós apresentamos o grande desfaio da formação dos sacerdotes. Graças a Deus em Moçambique temos muitas vocações, mas ao mesmo temo tempo também nos deparamos com dificuldades financeiras para a construção do Seminário, para o acolhimento destes jovens de boa vontade, e o Santo Padre foi muito atencioso a esta preocupação e deu-nos esperanças de podermos ter a possibilidade de continuar com este projecto, por exemplo para a conclusão do Seminário de Nampula. Nós neste momento temos três Seminários diocesanos: um de Teologia, em Maputo; e dois de Filosofia: um está na Matola (na arquidiocese de Maputo) e o outro está em Nampula, e é este este de Nampula que ainda está por concluir, e ainda há muito trabalho por fazer.

Trata-se de visita “ad Limina apostolorum”: o que significa, em poucas palavras?

Uma visita “ad Limina” significa vista às portas dos Apóstolos, é mesmo esse encontro com o Sucessor de Pedro e, portanto, um encontro que manifesta a nossa comunhão com toda a Igreja católica do mundo inteiro, e comunhão também do Santo Padre com a Igreja de Moçambique. O Santo Padre também visitou Moçambique recentemente em 2019 e, portanto, é um encontro importante.

O Sucessor de Pedro que mensagem deu aos senhores Bispos e à Igreja em Moçambique, para poderem seguir em frente?

A grande mensagem que o Santo Padre, enquanto Sucessor de Pedro, deu à Igreja em Moçambique é uma mensagem de esperança: porque para além da questão da formação dos sacerdotes nos Seminários, também falámos da problemática da guerra em Moçambique. E nós reiteramos o pedido ao Santo Padre, que também é o pedido do povo moçambicano, para que continue a rezar pela paz no nosso País, e ele mostrou muita proximidade e muita atenção, e que de facto está a seguir, e que nos acompanha. Então, deu-nos esta mensagem de esperança e de que podemos contar com a Igreja.

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