ANO "B" - DIA: 08.09.2024
23º DOMINGO DO TEMPO COMUM (VERDE)
Jesus deixou de novo a região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galiléia, atravessando a região da Decápole. Trouxeram-lhe, então, um homem que era surdo e mal podia falar, e pediram que impusesse as mãos sobre ele. Levando-o à parte, longe da multidão, Jesus pôs os dedos nos seus ouvidos, cuspiu, e com a saliva tocou-lhe a língua. Olhando para o céu, suspirou e disse: «Efatá!» (que quer dizer: Abre-te). Imediatamente, os ouvidos do homem se abriram, sua língua soltou-se e ele começou a falar corretamente. Jesus recomendou, com insistência, que não contassem o ocorrido para ninguém. Contudo, quanto mais ele insistia, mais eles o anunciavam. Cheios de grande admiração, diziam: «Tudo ele tem feito bem. Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem».
COMENTÁRIOS:
«Trouxeram-lhe, então, um homem que era surdo e mal podia falar, e pediram que impusesse as mãos sobre ele»
Pbro. Fernando MIGUENS Dedyn(Buenos Aires, Argentina)
Hoje, a liturgia leva-nos à contemplação da cura de um homem «surdo e mal podia falar» (Mc 7,32). Como em muitas outras ocasiões (o cego de Betsaida, o cego de Jerusalém, etc.), o Senhor acompanha o milagre com uma série de gestos externos. Os Padres da Igreja bem ressaltavam neste fato a participação mediadora da Humanidade de Cristo nos seus milagres. Uma mediação realizada numa dupla direção: por um lado, o ?abaixamento? e a proximidade do Verbo encarnado em nós (o toque dos seus dedos, a profundidade do seu olhar, sua voz doce e próxima); por outro lado, a tentativa de despertar no homem a confiança, a fé e a conversão do coração.
De fato, as curas dos doentes que Jesus realiza vão muito mais além do mero ato de aliviar a dor ou devolver a saúde. Estão dirigidos a conseguir a ruptura com a cegueira, a surdez ou imobilidade atrofiada do espírito naqueles que Ele ama. Como fim último uma verdadeira comunhão de fé e de amor.
Ao mesmo tempo vemos a reação agradecida dos receptores do dom divino que é proclamar a misericórdia de Deus: «Contudo, quanto mais ele insistia, mais eles o anunciavam» (Mc 7,36). Dão testemunho do dom divino, experimentam em profundidade a sua misericórdia e enchem-se de uma profunda e genuína gratidão.
Também para todos nós é de uma importância decisiva saber-nos e sentir-nos amados por Deus, a certeza de ser objeto da sua misericórdia infinita. Esse é o grande motor da generosidade e o amor que Ele nos pede. Muitos são os caminhos pelos quais esse descobrimento há de realizar-se em nós. Algumas vezes será uma experiência intensa e repentina do milagre e o mais freqüente, o paulatino descobrimento de que toda a nossa vida é um milagre de amor. Em todo caso, é preciso dar-se as condições de consciência da nossa indigência, uma verdadeira humildade e, a capacidade de escutar reflexivamente a voz de Deus.
Fonte: evangeli.net
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