segunda-feira, 9 de setembro de 2024

São Pedro Claver

Pedro Claver nasceu em Barcelona, na Espanha, em 1580. Filho de um casal de gente do campo, o jovem espanhol manifestou desde cedo sua vocação religiosa. Tornou-se jesuíta, logo viajando para uma missão em Cartagena, atual país da Colômbia.

Começou então o apostolado que iria marcar sua vida: o trabalho como os negros que vinham escravizados da África. Apesar das dificuldades da língua, a linguagem do amor e da caridade falava ao coração dos escravos e aproximava-os de Pedro Claver.

O missionário além de lhes dar alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e lhes dar esperança. Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai.

Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica.

Durante a peste não abandonou os escravos, mas acabou contaminado. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 08 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Novamente constatamos, com São Pedro Claver, que a devoção à Sagrada Eucaristia e à Nossa Senhora são um denominador comum aos grandes santos de Deus. É só destas fontes que a alma recebe a condição de caridade superior que lhe permite ser “escravo dos escravos”, ou, como é próprio dos Papas, “servo dos servos de Deus”, no seguimento autêntico do ensinamento maior do Cristo: “Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque realmente Eu o sou. Se Eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que vós também façais como eu fiz. Eu vos afirmo e esta é a verdade: não é o servidor maior do que o seu mestre, nem o enviado maior do que aquele que o envia” (Jo 13,13-16). É preciso termos sede de almas para Cristo, conquistando para Ele muitos outros filhos, irmãos nossos que se salvem, particularmente os mais necessitados – não apenas ou principalmente os pobres materiais, mas sobretudo os que, independentemente da situação financeira e social, vivem no pecado, longe de Deus, correndo objetivo risco de condenação infinita; como o Cristo, Deus mesmo, nos serviu nas nossas misérias, igualmente nos devemos fazer escravos dos irmãos, começando pela oração e santificação pessoal, de modo a bem servir às almas, por amor ao Pai. São Pedro Claver não obteve a melhoria de vida social dos escravos, mas os libertou do paganismo e do pecado, e muitos deles, segundo os relatos históricos, consideravam-se mais felizes depois da conversão, mesmo como cativos na América, do que como idólatras na sua terra natal. Talvez não vivamos sequer os 70 anos que São Pedro Claver atingiu; aproveitemos o tempo para rezar e trabalhar na caridade para com o próximo, inciando pelos mais próximos, família, o Clero, os fiéis, sem esquecer dos mais precisados espiritualmente, como os dirigentes das nações e outras autoridades, enormemente responsáveis pelas decisões que afetam espiritual e materialmente todas as pessoas. Faz parte deste carinho e caridade o zelo pelas coisas de Deus, como a Liturgia, à qual São Pedro Claver dedicava tanto cuidado, na preparação e no tempo íntimo com Jesus, depois da Comunhão. Não podemos reclamar se, não tendo estas atenções para com Jesus, que dizemos amar, viermos a sofrer sem grandes méritos, ao contrário deste santo que tanto padeceu no assemelhar-se a Cristo – não é o servidor maior do que o seu mestre – e que ainda assim era ciente de que “Mais merecem minhas culpas”; por isso, por esse amor, é que mereceu falecer na Natividade… estava preso, pelas contas do Rosário, às mãos de Maria, que o levou para o Céu.

Oração:

Senhor Deus, que nos libertais da escravidão do pecado, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Claver a cura da paralisia espiritual, com ao menos um pouco da sua ardente caridade em livremente obedecermos primeiro a Vós e assim ao cuidado dos irmãos, e com o auxílio e compromisso da Eucaristia e do Rosário diário, podermos servir como devemos já nesta Terra e mais ainda do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

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