Neste domingo, 6 de outubro, os eleitores de mais de 5,5 mil municípios brasileiros comparecerão às urnas e escolher os representantes para as prefeituras e câmaras municipais. Nos municípios com mais de 200 mil eleitores, se houver necessidade, haverá segundo turno no dia 27 de outubro.
Segundo dados do TSE, atualmente existem 155.912.680 eleitores no Brasil, o que significa um aumento de 5,4% em relação a eleição de 2020. As regiões Sudeste e Nordeste são os dois maiores colégios eleitorais, reunindo, em 2024, aproximadamente 43% e 28% do total, respectivamente. Em seguida aparecem as regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, com respectivamente 15%, 8% e 6% do eleitorado.
Aprendizado da democracia
Para o arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, o momento representa uma oportunidade de renovar as lideranças políticas, promovendo jovens talentos e cidadãos comprometidos com a luta pelos direitos da cidadania no contexto democrático e republicano.
Dom Jaime afirma que a democracia, como busca de consensos e soluções, se manifesta no cotidiano, no chão das cidades. “O bom político é aquele que dá o primeiro passo para garantir que todas as vozes sejam ouvidas; é um trabalhador incansável, um construtor de grandes objetivos, com uma visão ampla, realista e pragmática”, diz.
De acordo com o arcebispo, os municípios são o melhor espaço para ensinar democracia, pois é onde o trabalho prático e os resultados das eleições têm maior visibilidade. Afirma, ainda, que as prefeituras desempenham papéis cruciais e muito relevantes: asseguram creches, pré-escolas e ensino fundamental; garantem parte dos serviços do SUS; regulam o uso e ocupação do solo urbano; promovem investimentos em infraestrutura; organizam o transporte coletivo; investem em mobilidade urbana; cuidam da coleta de lixo e sua destinação; garantem iluminação pública e apoiam a segurança pública municipal.
Ele cita que pela política passam pautas decisivas: a reapropriação dos recursos públicos para a população; a adoção das melhores localizações das cidades para todos, ao invés da retenção especulativa; a ocupação justa do solo, com uma infraestrutura inclusiva; as necessárias mudanças nas favelas e a redução de moradias precárias; formas de mobilidade ágeis e eficientes; infraestruturas que evitem ou minimizem as consequências de catástrofes naturais; enfrentamento das epidemias decorrentes da proliferação de mosquitos; a defesa ambiental; acesso de todos a educação e saúde com qualidade; a promoção de ações eficientes em prol da segurança pública.
“E não podemos esquecer que o governo justo, deve-se superar toda forma de corrupção. Não só no período eleitoral, mas em todo o percurso de governo. É necessário, da parte do povo, acompanhar, vigiar e analisar criticamente os atos dos escolhidos para o serviço público. A corrupção, seja de que proporção for, está intimamente ligada ao autoritarismo, à ganância de quem detém o poder e à falta de inteligência nos mecanismos de controle. Ela destrói valores, prejudica a representatividade e compromete os caminhos da democracia” salienta.
Por fim, garante que a atividade política é uma nobre forma de caridade e salienta que é preciso alimentar a esperança.
Orientações para o período eleitoral
A Assessoria de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) da CNBB preparou um documento com respostas a vários questionamentos sobre a visão que Igreja tem da política, suas expectativas e qual o nível de participação e de engajamento nesse processo eleitoral.
A matéria completa pode ser conferida (AQUI).
Fonte: www.cnbb.org.br
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