“‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’. Saulo disse: ‘Quem és, Senhor?’ Respondeu ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues’”. (At 9, 4-5).
Muitos de nós conhecemos bem essa passagem bíblica: a conversão de Saulo ao grande Apóstolo Paulo.
Lemos e imaginamos a conversão de Paulo como um ato, um feito em um fim de semana. Como se fosse um retiro. Veja, muitas vezes desejamos em um retiro de 3 ou 5 dias a conversão que imaginamos que Paulo teve em 3 dias de cegueira.
Quem foi Saulo?
Saulo, “hebreu nascido de hebreus”, “da raça de Israel” e “da tribo de Benjamin” (At 22, 3) era homem valoroso e rigoroso nos costumes. Pensamos em Saulo como uma pessoa má ao perseguir os cristãos, mas se entendermos que, na cultura da época, ser seguidor de Cristo era considerado heresia e, numa sociedade teocêntrica, (os romanos endeusavam o Imperador enquanto os judeus adoravam o Deus único) não adorar o Deus dos judeus era crime de morte.
Jesus era encarnação desse Deus que não foi compreendido. Então, nada mais justo que retirar esses “perturbadores da ordem” da vista de todos. Por isso, Saulo prendia e matava cristãos.
Tudo ia de certa forma bem até que Jesus o “derruba do cavalo”. Esta expressão, que nós brasileiros usamos muito, foi uma realidade para Saulo, pois o fez cair de suas convicções, crenças, coisas que acreditava, para INICIAR um processo de conversão.
Muitas vezes buscamos a cura interior mais que a Deus. Buscamos a cura afetiva e sexual mais que a Deus. Buscamos ser aceitos pelos irmãos mais que por Deus. Saulo buscou a Deus nesses dias de escuridão. Não queria a cura, queria a Deus. Deus envia Simeão e lhe dá a cura física da visão. Mas junto à cura espiritual tem início seu processo de conversão que dura a vida toda.
O novo em sua vida
Paulo, agora convertido, vai ao encontro dos irmãos, dos apóstolos. Paulo era tão incisivo que quando sai de Jerusalém, diz o Ato do Apóstolos, que houve paz na cidade.
A vida de Paulo foi um grande fracasso: náufrago, apedrejado, perseguido e, como cidadão romano, condenado à morte.
Paulo vai além do resultado externo: dá a vida e converte sua vida a Cristo para que todos possam experimentar o Amor Poderoso! Não ficou preso em seus processos, em seus medos, em seu tempo de conversão. Paulo foi homem e deu sua vida a Cristo gastando-a e evangelizando.
Paulo não era um embaixador, um marqueteiro, um financiador do apostolado. Ele era um seguidor de Cristo! Paulo buscava a Deus. Paulo buscou e encontrou Cristo!
A Festa da Conversão de São Paulo nos leva a uma profunda reflexão: o que Deus quer de mim? Que evangelizador Ele quer que eu seja?
Imagine hoje, com a Internet, como Paulo evangelizaria? Como faria? O que poderia ter alcançado? E, nós? O que podemos fazer?
Possamos, como Paulo, dar a vida para que cada pessoa possa experimentar o Amor Poderoso e assim fazer da Terra o céu!
Leonardo Pataro
Consagrado da Comunidade Católica Pantokrator
Fonte: www.pantokrator.org.br
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