
Nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, a Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso recebeu, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), líderes de diversas tradições religiosas para refletir questões relacionadas ao autismo e à inclusão social.
O encontro contou com a presença de representantes de religiões como o cristianismo, islamismo, judaísmo, as tradições africanas, e teve como foco a criação de um documentário sobre o autismo, além de promover ações de sensibilização junto ao governo e ao Congresso Nacional.
Padre Marcus Barbosa, assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo da CNBB, destacou a importância do encontro e a fraterna união entre as comunidades religiosas:
“Foi uma grande graça, uma alegria, receber o grupo da Articulação Ecumênica Interreligiosa de Brasília. São líderes de diversas comunidades que se encontram periodicamente para fortalecer os laços entre as religiões e a sociedade. A união foi ainda mais significativa devido à preocupação com a saúde do Papa Francisco, que foi lembrado nas orações de cada religião, e ao compromisso de nossas comunidades com a questão do autismo”, afirmou padre Marcus.
O encontro foi inspirado por uma proposta do pastor Silvio Santos, da Assembleia de Deus, com o objetivo de congregar diversas religiões para a promoção de um tema de relevância social. Elianildo Nascimento, representante da URI (Iniciativa das Religiões Unidas), destacou a importância do evento e da participação de diferentes tradições religiosas no diálogo sobre o autismo. Ele enfatizou a relevância de um documentário que reunirá testemunhos de pessoas de várias religiões sobre como lidam com o autismo dentro de suas famílias.
“Este encontro visa não só a sensibilização, mas também o fortalecimento de ações políticas, incluindo a articulação com o governo federal e o Congresso Nacional”, afirmou Nascimento.
Além do documentário, o encontro teve como objetivo criar um movimento interreligioso para pressionar por mais ações públicas em relação ao autismo e à inclusão das pessoas com autismo na sociedade. A presença de representantes de diferentes tradições religiosas também fortaleceu o compromisso dessas comunidades com questões de justiça social, como a campanha de desarmamento e a defesa da vida.

Representantes da comunidade islâmica também estiveram presentes e compartilharam suas reflexões sobre como as religiões podem ajudar a enfrentar desafios sociais como o autismo.
Ali Reza MirJalili, representante da comunidade islâmica e agregado cultural da embaixada do Irã, afirmou que as religiões têm um papel fundamental em ajudar as famílias a enfrentarem essas questões. “Devemos interpretar as dificuldades como provas de Deus e trabalhar juntos para ajudar as pessoas com autismo e suas famílias”, ressaltou.
O encontro na CNBB destacou o papel crucial da Igreja Católica e de outras organizações religiosas na promoção do diálogo ecumênico e interreligioso, com vistas à construção de uma sociedade mais inclusiva e solidária. As ações discutidas visam não apenas o apoio às famílias de pessoas com autismo, mas também uma maior articulação com as autoridades políticas para garantir direitos e uma inclusão real para todos.
Por Larissa Carvalho
Fonte: www.cnbb.org.br
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