
Cada vez mais se torna necessário falar sobre esperança diante desse cenário cético e imediatista característico dos tempos em que vivemos. Não sabemos mais esperar, tudo precisa ser respondido e resolvido imediatamente e com perfeição. Cobramos isso dos outros e de nós mesmos. Facilmente entramos em desespero devido a uma “necessidade” não suprida, uma demora, um problema mais sério, uma doença mais grave… Alguns dizem que “a esperança é a última que morre… mas morre”. Para nós, cristãos, a Esperança vai além dessa “esperança humana”, ela não “morre” jamais, uma vez que está firmada no Amor Poderoso, Eterno e Infinito de Deus por nós! Você tem esperado em Deus?
“A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo. ‘Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele que fez a promessa é fiel’ (Heb 10, 23). ‘O Espírito Santo, que Ele derramou abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna’ (Tt 3, 6-7)”. (1)
“A Esperança não engana” (Rm 5,5)
“E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (2)
“Na verdade, é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida. Com efeito a esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino: ‘Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (…) Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores graças Àquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Senhor nosso ( Rm 8, 35.37–39)’”. (3) São palavras do Papa Francisco, retiradas da Bula da Proclamação do Jubileu da Esperança do ano 2025.
Antes que esperássemos no Amor Divino, esse Amor Eterno, Poderoso e Incondicional nos esperou. Confiantes na solidez desse Amor, somos capazes de permanecer firmes na Esperança contra toda desesperança. Ainda que estejamos imersos no mundo, tantas vezes desesperador, não ficamos à deriva ao sabor dos ventos dos acontecimentos e sentimentos, mas seguros pela âncora da graça da Esperança. “Pela Esperança, somos ancorados em uma certeza e iluminados pela fé em meio às lutas e às trevas da vida”. (4)
A constância na oração e a intimidade com Deus, que nos preenchem da Sua presença e do Seu Amor, alimentam e solidificam a Esperança em nós. E a Esperança atrai sobre nós as graças de Deus! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça da mesma forma que em vós nós esperamos! (5)
Ancorados no Céu
Nos dias de hoje, procura-se tanto por estabilidades, garantias, seguranças… A Esperança é o dom divino que eleva nossas almas àquilo que é certo, diante das incertezas. Ela como que antecipa as graças. A Esperança nos leva a tomar posse daquilo que cremos, “dá-nos já agora algo da realidade esperada, e esta realidade presente constitui para nós uma ‘prova’ das coisas que ainda não se veem. Ela atrai o futuro para dentro do presente, de modo que aquele já não é o puro ‘ainda-não’. O fato de este futuro existir muda o presente; o presente é tocado pela realidade futura, e assim as coisas futuras derramam-se naquelas presentes e as presentes nas futuras”. (6)
A Esperança é a âncora segura e firme (7) que mantém nossos corações e mentes ancorados no Céu. Por meio dela, já possuímos o Céu, ainda na terra!
Como Igreja de Cristo, bebamos da graça do Jubileu da Esperança neste ano santo!
Que o Bom Deus nos abençoe!
Catecismo da Igreja Católica – CIC – parágrafo 1817.
Rm 5,5.
Bula da Proclamação do Jubileu da Esperança do ano 2025, Papa Francisco, parágrafo 3.
André Botelho de Andrade, Fundador da Comunidade Católica Pantokrator.
Sl 32.
Encíclica Spe Salvi, Papa Bento XVI, parágrafo 7.
Cf. Hb 6,19
Adriane Megale Luz
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
Fonte:
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