segunda-feira, 17 de março de 2025

Simplicidade, minimalismo e a corrupção da pobreza evangélica


Caros leitores, convido-os hoje para uma conversa entre amigos sobre o valor da simplicidade e os grilhões da mediocridade. Quero propor aqui, uma reflexão sobre os modismos do mundo moderno que sempre distorcem a beleza e o valor daquilo que Deus criou e nos chama a viver.

Vejam, o voto de pobreza professado pelos religiosos e consagrados, é um sinal para o mundo de uso justo, sóbrio-equilibrado dos bens criados. Assim, lançam luz para o valor da vida simples sem apegos materiais, sempre em face de tudo glorificar ao Senhor. Podemos concordar com o fato de que aqui o “ser simples” é bem diferente do “ser medíocre”.

Listaria uma gama de feitos grandiosos e magnânimos dessas ordens religiosas, mas não vem ao caso, basta saber, que ao fazer o voto de pobreza, os religiosos e consagrados não fazem voto de mediocridade, pelo contrário, desapegam-se daquilo que pode impedir que alcem voos mais altos.

Pois bem, o mundo que é governado pelo Inimigo de Deus (Jo 14,30), não se contenta em ser constrangido dessa forma. Então, vai lá e cria uma coisa chamada minimalismo, que em sua essência, busca a simplicidade e a redução ao essencial, eliminando o excesso e o desnecessário. Olha que lindo isso, concordam? O bicho é astuto demais!
Nem tudo que reluz é ouro

Agora, vejam a armadilha: enquanto o voto de pobreza consiste em relativizar o que é material segundo a grandeza do Senhor, o minimalismo, ancorado numa visão materialista, visa a simplicidade pelo bem de si mesmo, para economizar, para não ter muitas preocupações com boletos ou coisas para limpar e cuidar.

Ao abraçar esse estilo de vida minimalista a pessoa vai se tornando um egoísta medíocre autorreferente. Isso porque reduz tudo puramente ao campo material e a partir de si mesmo. Tudo passa a ser visto como útil e funcional e muitas vezes até as relações são vistas desse modo. Que vida triste é essa puramente materialista, tudo é mínimo: amor mínimo, bens materiais mínimos, entrega mínima… credo!

Esse estilo de vida é inadmissível para o cristão católico que tem um Deus que faz esse tipo de promessa que está em Gênesis 12, 2: “Eu farei de você uma GRANDE nação; eu o abençoarei e tornarei o seu nome famoso, e você será uma bênção”!
Somos um nada capaz de Deus

Ter um estilo de vida simples e desapegado, é o caminho para nos apegarmos à grandeza de Deus, viver na abundância do Amor Poderoso. O problema é que muitos caem na cantiga maligna de Satanás, e em nome de uma vida simples, vivem uma vida medíocre sempre fazendo e sendo o mínimo com a desculpa de que estão vivendo um desapego e caindo no ensimesmamento. Convenhamos, não sejam esse tipo de pessoa!

Para não me alongar, deixo aqui uma reflexão: o modo como você tem vivido tem lhe aproximado mais de Deus ou de você mesmo? Você tem sido aquele servo medíocre que esconde o talento com medo do seu Senhor ou aquele que se abre a magnanimidade e faz render os talentos recebidos?

Peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine e mostre onde estão os grilhões da mediocridade que nos impedem de viver uma verdadeira vida simples ancorada no Céu.

Fernanda Guardia
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator


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