
A serva de Deus Maria Milza | Instagram/maezinhamariamilza
Por Monasa Narjara
18 de ago de 2025 às 16:24
O tribunal diocesano da causa de beatificação e canonização da serva de Deus Maria Milza foi instalado na sexta-feira, 15 de agosto, data em que ela faria 102 anos, no santuário da Caridade Nossa Senhora das Graças, em Itaberaba (BA). “Hoje, rendemos graças ao Senhor por este dia ter chegado”, disse o postulador da causa de Maria Milza, frei Jociel João Gomes da Silva na cerimônia. “Durante este tempo, mantivemos sempre acesa a lâmpada da esperança e o Senhor, na Sua Divina Providência, que nos favoreceu neste tempo oportuno. Cabe a nós, doravante, seguirmos as normas e as orientações da Igreja à fim de que essa causa tenha o êxito desejado”.
Maria Milza dos Santos Fonseca nasceu em 15 de agosto de 1923, no povoado de Alagoas, município de Itaberaba (BA). Era devota de Nossa Senhora e sempre pedia a sua intercessão para a cura das doenças daqueles que a procuravam. Segundo relatos, em 1950, uma linda mulher, vestida de branco, com o manto azul e raios luminosos que desciam das mãos, apareceu para Maria Milza, Ilza Carneiro e Bernadete Cardoso, na Pedra do Santuário, no povoado. Ilza e Bernadete fugiram, ficando apenas Maria Milza diante da aparição. Depois deste fato, Maria Milza começou a usar somente roupas brancas e véu.
Aos 32 anos, os fenômenos místicos de Maria Milza ganharam mais intensidade. Nesse período teve uma locução interior de uma voz que lhe anunciou que ela curaria cegos e aleijados e conseguiria saber sobre a vida das pessoas. Sua fama de santidade se espalhou mais. Maria Milza morreu aos 70 anos, em 17 de dezembro de 1993 e foi sepultada na capela de Santo Antônio, na comunidade de Alagoas, onde muitos romeiros visitam seu túmulo pedindo sua intercessão.
Frei Jociel Gomes contou que em 15 de agosto de 2024, dom Estevam dos Santos Silva Filho, bispo de Ruy Barbosa, “escreveu uma carta solicitando à Santa Sé para verificar junto aos Dicastérios romanos se havia algum empecilho à causa” de Maria Milza, conhecida como Mãezinha. Depois de todas as pesquisas realizadas a diocese recebeu em 15 de abril, uma carta” do prefeito para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, “autorizando a abertura oficial da causa de Maria Milza”.
“Essa causa de Maria Milza é uma bênção para todos nós e de modo especial, para essa Igreja particular de Ruy Barbosa”, disse o postulador.
“Aprendamos de Maria Milza e trilhemos como ela, uma via de santidade”, pediu o frade. “Na Bahia de todos os santos, Maria Milza desponta como mais um sinal de santidade feminina, juntando -se a santa Dulce dos Pobres, à mártir beata Lindalva e a serva de Deus madre Vitória da Encarnação”, mulheres que “mostram a diversidade da obra santificadora de Deus”.
Dom Estevam dos Santos Silva Filho, bispo de Ruy Barbosa com o documento da instalação do tribunal diocesano da causa de Maria Milza. Instagram/Diocese de Ruy Barbosa

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Fase diocesana
Com a instalação do tribunal diocesano da causa de Maria Milza toda a documentação referente à serva de Deus será recolhida, serão ouvidas as testemunhas sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade e de sinais de Maria Milza.
“Peço encarecidamente a quem alcançou ou quem alcançar graças por intercessão da serva de Deus que nos traga o seu relato por escrito”, pediu o frade. “Isso é muito importante para comprovarmos a fama de santidade”, disse o postulador.
Ele ainda disse que, “quando todas as exigências e formalidades forem cumpridas”, eles farão novamente em Itaberaba “a sessão de encerramento, enviando os autos do inquérito à Roma”.
“Lá daremos início a fase Romana, será elaborada a Positio. Um documento que condensará todos os atos realizados aqui na diocese”, relatou. “Esse documento servirá para estudos das condições históricas e teológicas que deverão dar os seus pareceres” e, “por fim, irá ao congresso dos bispos e cardeais. A causa sendo aprovada nessas três instâncias, será apresentada então ao santo padre que vai declará-la venerável, reconhecendo que ela viveu em grau heroico todas as virtudes cristãs”.
Frei Jociel também disse que, “quando chegar a este ponto, será necessário a aprovação de um milagre, algo que a medicina ou a ciência não tenha explicações, ocorrido pela intercessão da serva de Deus para que ela seja beatificada” e “depois da beatificação, será necessário um segundo milagre para que ela seja declarada santa, canonizada”.
Ao final, o frade exortou: “Como Maria Milza, testemunhemos a Cristo com nossas palavras e atitudes. Pratiquemos, portanto, as virtudes. Confrontemos sempre a nossa vida como ela fez: com a Palavra de Deus e deixemos que o Espírito do Senhor forje em nós a santidade. Seja feita sempre a Sua vontade. Sejamos sempre filhos e filhas dóceis e obedientes à Igreja, sempre, sempre em profunda e plena comunhão eclesial”.
O rito de instalação foi concluído com uma missa em ação de graças, celebrada pelo bispo de Camaçari, presidida por dom Dirceu de Oliveira Medeiros, presidente do Regional Nordeste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Fonte: www.acidigital.com
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