Nós estamos fazendo um percurso muito bonito de cura interior! Deus quer curar a nossa ferida da rejeição para que sejamos felizes. Precisamos entender em que consiste a felicidade, pois ela não é uma ausência de sofrimentos. Papa Francisco diz que a felicidade é uma amizade com Deus e que Ele não quer nos dar essa felicidade apenas na eternidade, mas quer que a experimentemos nesta terra.
Nós precisamos ler, constantemente, a Sagrada Escritura, pois ela é uma manual profundo de cura interior. O maior roteiro de cura que existe está na Bíblia, e as palavras que mais aparecem no livro sagrado são “amor” e “misericórdia”.
João afirma que Deus é amor. Quantas pessoas andam agitadas, preocupando-se com tantas realidades e deixando de escutar a voz de Deus dizendo em seus corações: “Meu Filho, eu amo você. Eu o escolhi e acredito em você”. Quantos de nós não escutamos a voz de Deus em nossos corações e ouvimos apenas as vozes dos problemas.
“Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá.” (Sl 27,10)
Muitos de nós trazemos sentimentos de rejeição na nossa história, e a maioria dessas feridas são originadas nos relacionamentos com nossos genitores.
A criança não entende que o pai e a mãe precisam sair para trabalhar, para colocar alimentos em casa, que é o amor efetivo. A criança só entende o amor afetivo.
Muitos pais me perguntam o que podem fazer para que seus filhos não entrem nas drogas. A primeira coisa é amá-los, pois o amor que falta na infância causa uma desnutrição emocional. A criança precisa de amor para se desenvolver. Você blinda a criança quando a ama.
Muitos dizem que não entendem seus filhos, pois dão casa e comida e eles ainda ficam revoltados. Eu me segurei para não dizer: casa e comida você não dá para seu cachorro também? Seu filho precisa de amor, de abraço.
A mulher é a subjetividade; o homem é a objetividade. Para a mulher, um elogio é um poder quase mágico. Em um relacionamento, é necessário que um entenda as necessidades do outro. Nós precisamos reconhecer as qualidades dos outros.
As pessoas, na sua casa, tem defeitos, mas também qualidades. Elogie-as. Muitas mães me procuram e dizem: “Padre, meu filho tem 14 anos e não estou mais aguentando ele! O que ele tem?”. Adolescência, seu filho é adolescente. Você nunca foi um adolescente? Aprenda a apreciar a infância do seu filho, as qualidades do seu marido e da sua esposa.
Para curarmos as feridas das rejeições precisamos ser mais ativos no amor, pois é ele que dá sentido à nossa vida. Quando nos sentimos amados, podemos trabalhar o dia inteiro, pois o amor é um combustível para nós.
Aquilo que faltou na sua história, você acaba arrastando por toda sua vida. No meu livro “Curar-se para ser feliz” eu escrevo assim: “Para alguém que traz em si um agudo sentimento de rejeição, ainda não percebido nem trabalhado, a vida se revelará opaca, pesada, e as coisas acabarão por perder seu encanto. Afinal, para quem não se percebe amado e aceito, nenhuma conquista valerá a pena: para tal coração tanto faz vencer ou perder, ser feliz ou não”.
A rejeição causa tristeza, tira a nossa motivação. Nós, muitas vezes, vivemos experiências de rejeição sem saber! Às vezes, sua mãe não percebe, mas ela rejeita você. Às vezes, tudo aquilo que ela mais detesta no seu pai você tem, ou então você tem o temperamento parecido com o dela. Por isso, pode ser que você não se sinta acolhido pela sua mãe.
Muitas vezes, o sentimento de rejeição está muito ligado à agressividade. Se houvesse mais responsabilidade e afeto nas nossas famílias, nossas penitenciárias estariam mais vazias. Muitos adolescentes estão na cadeia, porque não se sentiram amados. Os nossos jovens , como dizia Dom Bosco, não precisam só saber que são amados, eles precisam se sentir amados.
Quando uma pessoa se sente amada, ela é capaz de superar qualquer coisa.
Autor: Padre Adriano Zandoná
Sacerdote da Canção Nova
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