sexta-feira, 8 de julho de 2022

A nova "casa do Papa" em Juba: sinal do amor de Francisco pelo Sudão do Sul


Cerimônia na tarde de quinta-feira com o cardeal Pietro Parolin que, diante das autoridades civis e religiosas, abençoou a pedra fundamental do novo edifício para a representação pontifícia: "Um presente que consolida as relações mútuas"

Salvatore Cernuzio – Enviado a Juba

A nova Nunciatura Apostólica do Sudão do Sul será construída ao norte de Juba, numa extensão verde ao lado do seminário, doada pela Conferência episcopal: "Um presente de Deus" que consolida as relações entre a Santa Sé e o Sudão do Sul, mas acima de tudo realça "o amor do Papa" por este país que ele quer visitar em breve. No final da tarde desta quinta-feira (07/07), a cerimônia com o cardeal Pietro Parolin que, diante das autoridades religiosas e civis, abençoou a pedra fundamental do edifício projetado pelo arquiteto bergamasco Pasquale Gandolfi. O edifício estará pronto proximamente.
A cerimônia

A Nunciatura está atualmente localizada em um prédio em Juba, propriedade de um particular e no momento alugada. Um alojamento temporário à espera da nova "casa do Papa", como Parolin a chamou. Pronunciando-se na cerimônia sob um tukul tradicional, ele falou de "um sinal do desejo de consolidar as relações entre a Santa Sé e a República Sudão do Sul através de uma representação apostólica".
Reforçar a comunhão entre o Papa e as Igrejas locais

"O papel da Nunciatura é fortalecer a comunhão entre o Papa e os bispos e Igrejas locais, promovendo assim as relações, fomentando o compromisso com a paz, o desenvolvimento e o bem-estar do povo do país onde a Nunciatura está presente", disse o secretário de Estado vaticano. Ele pediu aos presentes que rezassem para que este projeto pudesse ser concretizado em breve. "Obrigado pela oportunidade de compartilhar este momento de alegria para vocês e para todo o povo do Sudão do Sul".


Uma "casa" de oração

Por sua vez, dom Hubertus Matheus Maria van Megen, núncio no Sudão do Sul residente em Nairóbi, no Quênia, falou de "um dia histórico para a presença da Igreja católica no Sudão do Sul". Um desejo que se realiza graças à divina providência que, disse ele, "nos indicou este belo terreno na periferia", quase "um símbolo de paraíso no meio da cidade de Juba". Ela "não é apenas uma representação diplomática, mas também quer ser uma casa de Deus. Todos aqueles que viverão e trabalharão aqui rezarão de maneira especial pela assistência do Espírito Santo", disse van Megen. "O papel da Nunciatura - acrescentou - será assegurar que os membros nunca deixarão de apoiar seu Cabeça que é Cristo, representado pelo Santo Padre Papa Francisco neste momento particular da história... Que esta Nunciatura, então, seja a expressão do amor da Igreja universal para a Igreja particular no Sudão do Sul. Uma expressão do amor do Papa Francisco pelo povo do Sudão do Sul."

A congratulação do governo

Falando em nome do governo durante a cerimônia, Barnabé Marial Benjamin, Ministro de Assuntos Presidenciais, destacou que o executivo também aplaude a obra, que reforça a cooperação entre a Igreja e Estado no Sudão do Sul. "Esta é uma grande notícia para o povo do Sudão do Sul que está unido na Igreja" e "espera a visita do Papa Francisco a este país".

Um tijolo da Porta Santa

Após a leitura do Evangelho, durante um canto evangélico entoado a capella, o cardeal Parolin descobriu a teca de vidro, envolta em uma bandeira amarela e branca da Cidade do Vaticano, para abençoar a pedra fundamental. Trata-se de um tijolo que havia sido colocado na Porta Santa da Basílica de São Pedro no final do Ano Jubilar de 2000, convocado por João Paulo II. O tijolo foi então retirado da mesma Porta Santa aberta por Francisco para o Jubileu da Misericórdia de 2016.

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