terça-feira, 19 de julho de 2022

Que eu busque a Ti, que buscaste a mim!


Buscar a Deus é a razão mesma da nossa vida, o sentido fundamental da nossa existência…

Que é o homem?

O ser que tem sede de Deus, o bicho esquisito e único, cujo coração não sossega com menos que o Infinito; o animalzinho tão limitado que tende, instintivamente para o Eterno, que não se resigna a morrer, pois sua sede de viver é insuprimível!

Que é o homem?

O estranho e fascinante ser que não se satisfaz com menos que o Amor e a Verdade.

Que é o homem?

Aquele bichinho minúsculo, ínfima partícula do universo, que não se satisfaz com menos que o Tudo!

Ora, tudo isto, toda esta complexa e admirável realidade aponta para uma busca fundamental, estrutural de Deus em nós.

Não adianta tentar fugir dela!

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A Deus o homem busca quando busca o prazer, o poder, o dinheiro, o sucesso, o amor, o reconhecimento, a autoafirmação, a vida… Busca consciente ou inconsciente, mas sempre busca de Deus.

Aquele que crê busca conscientemente; aquele que é cristão sabe precisamente a Quem busca e tem consciência que antes de buscar, foi buscado por Aquele Amor que é a fonte de todo amor e aquela Verdade que é raiz de toda verdade.

No entanto, é necessário sempre que nos perguntemos pela qualidade da nossa busca de Deus, de nosso caminho com Ele, perguntando-nos simultaneamente por nosso desprendimento em relação às coisas que nos cercam, às realidades às quais nos apegamos.

Desprender-se para ser livre e maduro em relação a Deus! Quem não se desprende de si e das realidades que o cercam não caminha e não é disponível!

O Autor da Carta aos Hebreus nos recomenda largar o fardo, os fardos de nossos apegos – que se tornam fardos de pecado – e correr para o Cristo, nosso “lugar” de encontro com Deus e nossa meta: “Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o Autor e realizador da fé, Jesus…” (Hb 12,1-2a).

É a atitude daquele cego de Jericó, que, “deixando sua capa, levantou-se e foi até Jesus” (cf. Mc 10,50). Temos nós nossas capas, cheias de bens – esmolas, migalhas da vida…

Sabemos deixá-las para ir ao encontro Daquele que nos chamou e nos espera?


Que coisas me prendem?

Que ideias, sentimentos, atitudes, pessoas, me impedem de ser generoso e livre?

Quais os meus fardos de pecado?

É preciso pensar nestas coisas com sinceridade, diante de Deus! É preciso sair de nós, é preciso ir largando os fardos, pesados e leves, se quisermos, de verdade o Infinito, o Eterno, o Amor, a Verdade, o Tudo…

Olhe, olhe, que para isto não há mágica, não há atalho, não há desvio, não há desconto! Este é o caminho: andai por ele!

Dom Henrique Soares




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