Os jovens tem agora ferramentas dadas por Francisco para partilhar e construir outros modelos econômicos que não aposte na exploração da “Mãe e Irmã Terra”, na exploração desumana da força de trabalho, na exploração dos descartados.
Silvonei José – Assis – Vatican News
Olhar o mundo com os olhos dos mais pobres: esse o convite de Francisco aos jovens reunidos em Assis desde a última quarta-feira para o evento global Economia de Francisco. Um evento desejado pelo Papa para refundar a economia com um capital de valor inestimável: o da fraternidade.
Mais de mil jovens acolheram na manhã deste sábado o Santo Padre num diálogo de olhares e sorrisos. O Sucessor de Pedro foi recebido pelo calor dos jovens economistas, engajados num processo de diálogo inclusivo; um processo que nasceu após a carta do Pontífice, dirigida em 2019 aos jovens economistas de todo o mundo. Esse apelo tornou-se um processo para repensar a economia. Os dois primeiros encontros foram realizados on-line por causa da pandemia, mas desta vez, depois de dois anos, as mãos se apertaram e os abraços foram longos.
Também vocês, disse o Papa, irão melhor a economia se olharem as coisas a partir da perspectiva das vítimas e dos descartados. Mas para ter os olhos dos pobres e das vítimas vocês têm que conhecê-los, vocês têm que ser amigo deles.
Foram dias de encontros, de discussões, de troca de ideias. Tudo centrado na coleta das ideias e experiências geradas em todo o mundo nos últimos três anos de trabalho.
Também foram momentos de diálogo dos jovens com figuras de renome internacional, para discutir as suas propostas e continuar a aprofundar os grandes desafios do nosso tempo, começando pela construção de uma economia de paz. Tudo isso envolvendo vários lugares do centro de Assis, o Teatro Lyrick, e uma área adjacente permanente, definida como incubadora para ideias-projetos.
Entre os mais de 1.000 jovens presentes, 100 eram provenientes do Brasil. A presença brasileira estava integrada por articuladores, educadores sociais, pesquisadores e economistas. Eles trouxeram a articulação brasileira para a Economia de Francisco, que inclui Clara, destacando o papel feminino nas alternativas econômicas. Precisamente inspirados por Clara e Francisco, os jovens brasileiros expressam o “desejo de uma mudança profunda na abordagem estabelecida até agora para as relações econômicas". Uma profunda reflexão coletiva, fruto de encontros, reuniões e escuta das realidades para viver a Economia de Francisco e Clara a partir da ação das Igrejas, em uma abordagem baseada na Ecologia Integral, no Desenvolvimento Integral.
Economia de Franciso e Clara é a oportunidade para reunir jovens de todo o mundo e propor outros paradigmas econômicos: é encarnar o chamado do Papa Francisco, por uma economia da fraternidade. Os jovens tem agora ferramentas dadas por Francisco para partilhar e construir outros modelos econômicos que não aposte na exploração da “Mãe e Irmã Terra”, na exploração desumana da força de trabalho, na exploração dos descartados.
O Evento global de Assis foi uma oportunidade para os jovens conhecerem as experiencias de outros países, de outros continentes, de outras realidades culturais, descobrindo assim modelos alternativos de desenvolvimento.
Na conclusão a assinatura do Pacto entre o Papa e os jovens, uma responsabilidade que eles levam na sua bagagem, pois agora é a hora de agir. Um Pacto individual e coletivo no qual se comprometem a gastar suas vidas para que a economia de hoje e de amanhã se torne uma Economia do Evangelho. Uma economia que não deixa ninguém para trás, para construir uma sociedade na qual as pedras descartadas pela mentalidade dominante se tornem pedras angulares.
Um mundo se derramou em Assis. Um mundo de jovens, apaixonados por Francisco pela sua economia, um mundo que pode ser diferente, melhor.
Fonte: www.vaticannews.va
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