sexta-feira, 14 de outubro de 2022

São Calisto I, papa criador do cemitério da Via Ápia


Origens

Romano de Trastevere (está sepultado com efeito na igreja de Santa Maria, em Trastevere, e não nas catacumbas que levam seu nome), filho de escravos, São Calisto não teve vida fácil.

Administrador pouco habilidoso

O cristão Carpóforo, da família do imperador Cômodo, havia-lhe confiado a administração dos bens da comunidade cristã. Não foi um hábil administrador e, descoberto um grande desfalque, Calisto fugiu.

Capturado em Óstia, a ponto de zarpar, foi condenado a girar a roda de um moinho. Carpóforo mostrou-se generoso, condenando-o a pagar o débito; mas a justiça seguiu seu curso. Foi condenado à flagelação, depois deportado para as minas da Sardenha.
São Calisto I: de Condenado a Papa da Igreja

A Liberdade

Libertado, o Papa Vítor ocupou-se pessoalmente dele — sinal de que Calisto desfrutava certa fama, furto à parte. Para desviá-lo da tentação, fixou-lhe um ordenado. O sucessor Zeferino foi igualmente generoso: ordenou-o diácono e confiou-lhe a guarda do cemitério cristão na via Ápia Antiga (as célebres catacumbas conhecidas em todo o mundo com seu nome).

Missão: Cemitérios da Igreja

O Papa Zeferino, no entanto, o chamou de volta a Roma, confiando-lhe os cuidados dos cemitérios da Igreja. Assim começou a escavação do grande cemitério ao longo da Via Appia que leva seu nome.

Eleito Papa

Com a morte de Zeferino, Calisto foi eleito papa. Mas seu pontificado atraiu as inimizades de uma ala da comunidade cristã de Roma que o acusou falsamente de heresia.

Opositores

Ele teve muitos opositores entre os cristãos dissidentes de Roma, e justamente de um escrito do líder desses cristãos separados, um antipapa, temos quase todas as notícias sobre ele, apresentadas porém de forma tendenciosa. Lemos que, antes de se tornar papa, ele era escravo e fraudador. Tendo fugido para Portugal, foi preso e levado de volta a Roma, onde foi condenado a trabalhos forçados nas minas da Sardenha. Retornando a Roma por ocasião de uma anistia, ele foi enviado para Anzio.

Páscoa

São Calisto coroou a vida com o martírio, como bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Segundo a tradição mais segura, morreu numa revolta popular contra os cristãos e foi lançado a um poço. Mais tarde, deram-lhe sepultura honorífica no Cemitério de Calepódio, na Via Aurélia, junto do lugar do seu martírio. Assim se explica não ter sido enterrado na grande necrópole que ele próprio ampliara e onde foram enterrados S. Zeferino e os Papas seguintes, na parte chamada precisamente Cripta dos Papas.
O Legado de São Calisto I

A Construção da Cripta

Uma das metas obrigatórias para os peregrinos e turistas que se dirigem a Roma são as catacumbas. Particularmente célebres e frequentadas são as de São Calisto, definidas pelo papa João XXIII “as mais respeitáveis e as mais célebres de Roma”. Numa área de mais de 120.000 m², com quatro andares sobrepostos, foi calculado que lá existem não menos de 20 quilômetros de corredores.

Importância da Cripta

Essa obra colossal fixa para sempre a memória de São Calisto, que cuido de sua realização, primeiro como diácono do papa Zeferino e depois como papa. Mas além das dimensões, este lugar é precioso pelo grande número e pela importância dos mártires que ali foram sepultados, particularmente célebres são a cripta de Santa Cecília e a contígua, à dos papas, na qual foram sepultados o papa Ponciano Antero, Fabiano, entre outros.

Relíquia

O túmulo dele está colocado bem no meio da Roma antiga, na basílica de Santa Maria in Trastevere, que, construída por determinação do Papa Júlio, na metade do século IV, foi intitulada também de São Calisto.

Minha oração

“Ao papa santo e pastor da Igreja, rogai pelos fiéis espalhados pelo mundo e não os deixeis abandonados sem pastores. Atrai vocações para o seguimento radical de Cristo assim como novos sacerdotes. Que sejamos santos a imagem de Jesus, Bom pastor. Amém! ”

São Calisto I , rogai por nós!

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