quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

São João da Cruz


Juan de Yepes nasceu em Ávila, Espanha, em 1542. Com a morte do pai, a mãe mudou para Medina, onde Juan atendeu num hospital de dia e estudou gramática a noite. Aos 21 anos entrou na Ordem Carmelita, adotando o nome de João da Cruz, e logo demonstrou vocação para vida austera e penitencial. Foi estudar teologia na Universidade de Salamanca, e nos tempos livres visitou doentes nos hospitais, servindo-os como enfermeiros. Sacerdote aos 25 anos, e insatisfeito com a (in)disciplina nos mosteiros carmelitas, cogitou fazer-se trapista.

Conheceu então Santa Teresa de Ávila, que o convenceu a, com ela, reformar o Carmelo. Esta reforma implicava na oposição de muitos que se sentiam desconfortáveis ​​com uma vida mais fiel ao espírito original da Ordem, e por isso ele sofreu perseguições e calúnias , chegando a ficar encarcerado nove meses na prisão de um dos conventos que se opunham à reforma. Conseguiu fugir e continuar a sua obra.

Pedia insistentemente a Deus três coisas: primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito; segundo, não deixá-lo sair deste mundo como superior de uma Ordem ou comunidade; e terceiro, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos homens, e em tudo foi atendido.

Através das penitências e sofrimentos, João chegou a um altíssimo grau de santidade, que incluía êxtases e visões. Profundamente contemplativo, deixou obras essenciais de temas ascéticos e místicos , de valor perene e que lhe conferiram o título de Doutor da Igreja. Mas sua poesia lírica é também uma das mais expressivas da literatura espanhola.

Faleceu após penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas 49 anos de idade , na Espanha, após novas incompreensões e calúnias – foi exonerado de todos os cargos na comunidade, passando os seus últimos meses sem abandono e na solidão.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São João da Cruz é uma daquelas vocações raras que, pela via intencionalmente de sofrimentos intensos, procura identificar-se com Cristo na Sua dolorosa Paixão, e por consequência atinge níveis igualmente raros de santidade. Para a maior parte dos fiéis, Deus pede apenas a boa vontade de aceitar os sofrimentos mais correntes desta vida, que sim incluem também doenças, injustiças, dificuldades, mas em graus muito mais brandos. E, na verdade, mesmo isso já nos é muito difícil. Sejamos humildes na compreensão da nossa pequenez, para não ofendermos a Deus pretendendo ser mais do que somos, e ao mesmo tempo agradeçamos pela Sua proteção e Providência, que nunca permitimos, sejamos expostos ao que não podemos suportar; e esta humildade, se pura e sincera, nos alcançará santidade tão grande como a dos maiores canonizados,

Oração:

Ó Pai de misericórdia, que conheceis as nossas restrições e desejais o nosso bem, concei-nos, por intercessão de São João da Cruz, a coragem e perseverança de alegremente aceitamos as dificuldades que nos permite viver, como caminho certo de salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Santa Maria, Vossa e nossa Mãe. Amém.

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