segunda-feira, 17 de abril de 2023

Sorriso que conforta


O testemunho de um ateu que se converteu através de um sorriso de Santa Bernadete de Soubirous

“Na época em que se realizavam as aparições de Lourdes, conta o Conde de Broussard, eu me encontrava em Cauterets. Nenhuma crença tinha nessas aparições, nem acreditava na existência de Deus. Era um devasso e ateu declarado. Lendo num jornal a notícia de que Bernadete tivera mais uma aparição, em 16 de junho, na qual a Virgem lhe sorria, tomei a resolução de ir a Lourdes para convencer a menina de que era uma embusteira.

Fui à casa dos Soubirous, onde encontrei Bernadete sentada á porta, cerzindo meias. Ela me parecia bastante vulga, mas, nos traços do semblante sofredor, espalhava-se uma grande doçura.

A pedido meu, fez o histórico das aparições, com uma simplicidade e firmeza que me comoviam. – Então, disse-lhe, eu, como é que sorria a bela Senhora? A pastorinha olhou-me espantada e, após uns momentos de silêncio, respondeu: Ah! senhor, só alguém que viesse do Céu poderia imitar aquele sorriso.

– Não me fará o favor de experimentá-lo para mim? Eu sou um incrédulo. Não acredito nas suas visões. Nublou-se o semblante da menina, tomando uma expressão de severidade.

Leia também: 

– Então pensa o senhor que sou mentirosa? Senti-me desarmado. Não! Bernadete não poderia ser uma embusteira. E experimentei o desejo de lhe pedir perdão de joelhos.

– Visto que é um pecador, retornou ela, vou imitar para o senhor o sorriso da Santíssima Virgem.


Levantou-se com muita dignidade, juntou as mãos e o seu rosto se iluminou com um sorriso tão angelicamente belo, que não me pude conter. Caí de joelhos, convencido de que estava vendo no semblante da visionária o doce sorriso da própria Virgem.

Desde então, no mais fundo de minha alma, conservo aquele sorriso indefinível do Céu. Muita lágrima já me tem ele enxugado! Perdi a esposa. Perdi as duas filhas, que eram o meu encanto. Sinto, porém, que não estou só no mundo, pois me acompanha sempre o sorriso da Santíssima Virgem que em anima a vida”.

Retirado do livro: “O Breviário da Confiança”. Mons. Ascânio Brandão. Editora Cléofas.




Related Posts:

Nenhum comentário: