segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Santa Adelaide


Filha do rei da Borgonha, Adelaide nasceu em 931, e cedo casou com o rei Lotário II da Itália, ficando viúva três anos depois. O Duque Berengário de Ivreia, que desejava o reino de Lotário, a mandou prender. Com a ajuda de amigos, como o piedoso capelão Martinho, conseguiu fugir e pedir ajuda ao rei Otão I da Alemanha. Este se apaixonou por ela e, casados, assumiu ele o trono da Itália. Anos mais tarde, como recompensa por expulsar os invasores das terras pontifícias, Otão recebeu a coroa imperial que pertencera a Carlos Magno, dando origem ao Sacro Império Romano-Germânico, o qual duraria mais de oito séculos.

Falecido Otão I, Adelaide foi Regente até a maioridade do filho, Otão II, que em 971 se casou com a princesa grega Teofânia Escleraina. Esta era maldosa e ciumenta, e tanto perseguiu a Regente que Adelaide acabou exilada. Arrependido, o filho, após alguns anos, a trouxe de volta, havendo uma reconciliação; mas pouco depois o imperador morreu. Teofânia assumiu a regência, planejando a morte da sogra; mas, com apenas quatro semanas de governo, foi ela mesma assassinada. Novamente como Regente, agora do neto Otão III, Adelaide retomou suas obrigações políticas e religiosas.

Em todos os períodos em que teve obrigações de Estado, Adelaide agiu com humildade, caridade, justiça, solidariedade e piedade. Entendia que a prosperidade e felicidade de uma nação dependiam da bênção de Deus; por isso procurou que o povo vivesse no santo temor de Deus, empenhando-se para que fossem fielmente conservados os costumes e usos da vida cristã. Santo Odilão, abade de Cluny e seu biógrafo, dizia dela que o trono não a deixou orgulhosa, permanecendo imperturbavelmente humilde. “Humilde na prosperidade, era paciente e conformada na adversidade; sóbria e modesta no comer e vestir; constante na prática dos exercícios de piedade, penitência e caridade, era o modelo de uma perfeita cristã”.

Após a segunda viuvez, Adelaide dedicou-se cada vez mais ao auxílio da Igreja, ajudando os pobres e necessitados e fundando vários mosteiros. No de Selz, recolheu-se nos últimos anos de vida, falecendo em 16 de dezembro de 999.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Santa Adelaide é luminoso exemplo de esposa, mãe, viúva, governante, humildade, resignação, modéstia, fé. No horizonte da Cristandade, destaca-se como modelo de mulher, que sem perder nada da sua feminilidade cumpriu maravilhosamente todos os papéis que a vida lhe solicitou. Donde se vê claramente que as atribuições da mulher na sociedade não exigem de forma alguma que as mulheres se descaracterizem, tornando-se “competidoras” dos homens como querem muitos movimentos “feministas” atuais, incluindo a fácil e desastrosa negação da própria maternidade. A doutrina católica, que vem de Deus, sabe respeitar e valorizar perfeitamente as naturais condições do ser humano, sem violência ou agressões, sem jogar uns contra os outros, permitindo a cada qual se desenvolver como deve, para a sua própria felicidade, de acordo com a sabedoria do Criador para com as Suas criaturas.

Oração:

Deus de infinita misericórdia, dai-nos a graça de, por intercessão de Santa Adelaide, Vossa fiel seguidora, obtermos governantes que de fato se preocupem em buscar as Vossas bênçãos sobre o povo e a Nação, e famílias bem estruturadas no fundamento do matrimônio, edificado na grandeza que concedestes à maternidade e à estabilidade. Pelas mãos da Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Amém.

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